O assoreamento dos canais de Niterói, como o de São Lourenço e o entorno da Ilha da Conceição na Baía de Guanabara, que tem prejudicado o acesso das embarcações, foi debatido ontem em reunião entre o vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, e representantes do governo estadual e do setor da indústria naval da cidade.
Axel informou que existe um projeto elaborado pelo INPH (Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias), protocolado no Inea (Instituto Estadual do Ambiente) em outubro, que prevê a dragagem dos canais e a criação de uma malha que vai permitir o acesso das embarcações aos estaleiros.
Ele, ao lado dos secretários municipais de Desenvolvimento Econômico, Fabiano Gonçalves e da Indústria Naval, Petróleo e Gás, Luiz Paulino Moreira Leite, percorreu de lancha, os locais afetados pelo assoreamento e carcaças de embarcações abandonadas.
O vice-prefeito propôs uma união de esforços entre o município, o governo estadual e as empresas para que esse projeto tenha andamento porque falta uma série de complementações e o licenciamento ambiental.
Ele adiantou que vai propôr ao prefeito Rodrigo Neves a criação de um Escritório de Gestão envolvendo todos esses segmentos para que o projeto seja agilizado. Segundo Axel, há uma previsão de R$ 300 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para projetos de dragagem na região.
“A atividade naval é fundamental na economia de Niterói. É uma das maiores geradoras de emprego na cidade. O setor hoje vive dificuldades grandes. Um dos motivos é o problema do acesso. Os canais são assoreados. Com isso, as empresas têm perdido oportunidades em editais de seleção para a construção de navios. A Prefeitura tem um papel importante neste processo, o prefeito estabeleceu como prioridade. É preciso de planejamento. Os canais estão obstruídos por sedimentos e existem muitas carcaças abandonadas que dificultam a navegação e o processo de dragagem. Não é uma obra simples. A licença ambiental precisa ser acompanhada no Inea e temos que ter um esforço concentrado neste assunto. Sem essa união, o desemprego no setor naval poderá ser grande”, disse.
O subsecretário estadual de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial, Marcelo Vertis, afirmou que a questão tem que envolver todas as esferas de governo.
“Para a logística de manutenção e reparo dos bancos que serão necessários para o desenvolvimento do pré-sal serão feitas todas aqui, a região da Baía de Guanabara será aproveitada. Por isso, a dragagem destes canais é necessária para dar acesso aos estaleiros. Esses equipamentos de apoio ao pré-sal atraem toda a cadeia de subfornecedores e serviços especializados, alavanca a atividade econômica, emprego e renda. Esse projeto é prioritário para o governo estadual”, declarou.
Fonte: A Tribuna
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