Três óperas ganham espaço na programação do Teatro Municipal durante este mês
Neti Szpilman interpreta Domitila e Clarice Prietto é Carmen nas óperas encenadas no Teatro Municipal em julho Gustavo Stephan / Gustavo Stephan |
Saída do conto de Prosper Merimée e da composição musical de Georges Bizet, a cigana Carmen chega ao Teatro Municipal esta noite. Levada pelos pés e pela voz da mezzo-soprano Clarice Prietto, “Carmen” é a primeira das três óperas que serão encenadas no tradicional palco este mês. Nas próximas quinta e sexta-feira, será a vez da apresentação de “Caso no júri”, uma adaptação brasileira de “Trial by jury”, composta pelos ingleses William S. Gilbert e Arthur Sullivan, em 1875. Já no fim de semana seguinte, “Domitila” entra em cena para encerrar a programação do projeto Óperas de Inverno.
Na história recente do Teatro Municipal, é a primeira vez que três óperas ocupam a agenda do mesmo mês. De acordo com a diretora-geral do espaço, Marilda Ormy, há a intenção de repetir o projeto no próximo ano.
— Queremos trabalhar com a formação de plateia dentro da diversidade cultural que nós temos — explica.
A ópera “Carmen” reúne as composições eruditas de Bizet com dança e música flamencas. Já a história de “Caso no júri”, de um homem que abandona a noiva no altar, foi transportada no tempo e no espaço: da Inglaterra do século XIX para o Rio da década de 20. A versão brasileira é de José Henrique Moreira. Por fim, “Domitila”, interpretada por Neti Szpilman, é um romance histórico, que tem como mote as cartas originais trocadas entre o imperador dom Pedro I e sua amante, a Marquesa de Santos.
Erudito e popular entram em cena
Algumas das cartas escritas por D. Pedro I à sua amante Domitila de Castro Canto e Melo foram musicadas pelo compositor Guilherme Ripper e serão cantadas pela soprano Neti Szpilman na ópera “Domitila”, sob a direção de Luiz Kleber. A artista afirma que ficou encantada pelo romance e pela possibilidade de mostrá-lo ao público. Antes das apresentações, a historiadora Ângela Moliterno fará uma participação especial, levando ao público informações sobre o casal.
— Acho que tenho que fazer o serviço de mostrar esse período da História do nosso país usando a arte — afirma Neti.
Ela será acompanhada no piano por Maria Luiza Lindenberg, no clarinete por Moisés Santos e no violoncelo por Luciano Correa. Além de atuar em “Domitila”, Neti também é responsável pela direção cênica de “Carmen”, a mulher sedutora cobiçada por dois homens que é vítima de um crime passional. Na versão interpretada por Clarice Prietto, a obra ganhou novos trechos voltados à música flamenca e baseados no conto de Merimèe.
— Não há fronteiras entre o erudito e o popular, e conseguimos combinar o flamenco com a composição clássica de Bizet — explica Clarice.
Ela será acompanhada no palco por mais três solistas, um coro de 14 pessoas e cerca de 60 dançarinos de flamenco.
A apresentação de “Caso no júri” também terá cerca de 80 artistas, entre os músicos da orquestra, os solistas e o coro. O espetáculo é uma parceria entre a UFRJ e o Conselho Cultural do Poder Judiciário do Estado. O espetáculo conta a história do julgamento de um homem que abandona sua noiva no altar. A versão brasileira se passa no Rio de Janeiro de 1927 e é tomada por figuras cheias de malandragem. A música também ganhou um toque abrasileirado. José Henrique Moreira, autor da versão nacional e diretor cênico, aposta nesses elementos para conquistar o teatro.
— A versão brasileira se aproxima do público, que consegue identificar aqueles personagens — resume.
Programe-se:
‘Carmen’
Hoje, às 20h, e amanhã, às 19h. Ingressos a R$ 50, com meia-entrada.
‘Caso no júri’
Dias 11 e 12, às 19h. Ingressos a R$ 10 , com meia-entrada.
‘Domitila’
Dia 20, às 20h, e dia 21, às 19h. Ingressos a R$ 50, com meia-entrada.
Teatro Municipal
Rua Quinze de Novembro 35, Centro.
Tel.: 2620-1624.
Fonte: O Globo Niterói
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Contribua. Deixe aqui a sua crítica, comentário ou complementação ao conteúdo da mensagem postada no Blog do Axel Grael. Obrigado.