Ainda estamos em meados de janeiro e já temos mais uma grande tragédia a lamentar em 2010: depois de Angra dos Reis/Ilha Grande, São Luis do Paraitinga, São Paulo, Baixada Fluminense e agora o terremoto do Haiti. O flagelo de um povo, cujo sofrimento parece não ter fim, comove a todos.
As cenas do Haiti assustam. O desastre humanitário em um país já tão depauperado e miserável produz cenas comoventes.
Na catástrofe, perdemos uma grande brasileira: doutora Zilda Arns, fundadora e líder da Pastoral da Criança. Assim como outras grandes lideranças sociais brasileiras como Chico Mendes e Betinho, ela era uma bela inspiração para todos, pela sua perseverança, pela qualidade da sua liderança e também pelos seus métodos vitoriosos. Quem atua no movimento social, sabe o quanto é difícil atrair, manter e gerir o trabalho voluntário no Brasil.
A Dra. Zilda sabia perfeitamente como fazê-lo. Diante do drama da desnutrição e da elevada mortalidade infantil no país, valeu-se da grande capilaridade da Igreja na sociedade, arregimentou um exército de 261 mil voluntários, presentes em 4.066 municípios, dando assistência a 1,8 milhões de crianças e 95 mil gestantes a cada mês. Um trabalho gigante e só uma pessoa muito especial poderia liderá-lo. E o segredo do sucesso da Pastoral da Criança estava na absoluta descentralização das ações, baseada na independência das equipes locais e, sobretudo, na maciça formação e treinamento de lideranças. Aos 75 anos, a Dra. Zilda dedicava-se a um novo sonho: promover o braço internacional da Pastoral da Criança. E foi isso que a levou ao Haiti.
As cenas que vemos da tragédia no país mostram que Dra. Zilda morreu cumprindo a sua missão de vida, que era servir aos desassistidos e praticar a frase que ensinou: “amar é fazer o outro crescer”.
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