A comprovação científica das mudanças climáticas levou a preocupação ambiental à prioridade da pauta diplomática mundial e, através da mídia, chegou mais próximo da população em geral. E essa década será decisiva. Mesmo tendo fracassado, a COP 15, Conferência do Clima realizada em dezembro em Copenhague, alguns avanços ocorreram principalmente pouco antes da sua realização. O mais importante foi o anúncio de compromissos “voluntários” para a redução das emissões de gases de alguns dos países campeões da poluição. Foi o caso dos EUA, China, Brasil, Índia, México. As metas apresentadas têm como ano de referência 2020, portanto ao longo da década deverão ser criadas as regras, os mecanismos e a disponibilização da tecnologia para viabilizar o processo. Apesar das metas de Copenhague serem muito tímidas diante do tamanho do problema, a tarefa parece hercúlea quando confrontada com as dificuldades da mudança do comportamento da sociedade que resiste em mudar. Como exemplo, vimos o Congresso brasileiro aprovar uma lei estabelecendo a Política Nacional de Mudanças Climáticas. Ao sancioná-la na terça feira, o presidente Lula vetou o artigo que determinava a substituição gradativa das fontes fósseis de energia por fontes alternativas. É muito decepcionante, mas compreensível. A força do lobby petroleiro é fortíssima e não será vencida facilmente. Mas não há como migrar o mundo para uma economia de baixo-carbono sem acabarmos com a nossa dependência do petróleo. Esse é apenas um dos conflitos que deverão ser enfrentados nessa década, que poderá ser a última chance que temos para evitar uma catástrofe climática.
Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 02-01-10.
Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 02-01-10.
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