“A necessidade é a mãe da inovação”
Frase atribuída a Platão
De tão repetida nos últimos anos, a frase “Crise é sinônimo de oportunidade” acabou caindo no lugar comum. No entanto, muitos capítulos da história da humanidade nos mostram que momentos dramáticos se transformam em solos férteis para avanços tecnológicos. Durante a Primeira Guerra Mundial, por exemplo, muitas invenções surgiram ou tiveram sua utilização alavancada, como no caso dos rádios comunicadores, lâmpadas ultravioletas, hemocentros e até o zíper. Da mesma forma, a Segunda Guerra nos trouxe o nylon e a fita adesiva, popularizou a caneta esferográfica e ampliou a utilização da penicilina.
Por outro lado, a crise também é o momento ideal para detectar falhas, reconhecer fraquezas, identificar potenciais e traçar estratégias. Com esta lógica, em plena pandemia do novo coronavírus, países europeus, como Alemanha, França e Grã Bretanha, apresentaram planos de retomada da economia baseados em ações pela sustentabilidade, apontando que as políticas públicas mundiais abraçam definitivamente esta tendência. Novos modelos de negócios elaborados por grandes corporações confirmam que a economia e a responsabilidade ambiental precisam caminhar lado a lado.
Não restam dúvidas de que hoje vivemos em um mundo bem diferente daquele que conhecíamos em 2019. Muitas de nossas convicções foram desfeitas, transformações foram aceleradas e o que antes era uma tendência, se tornou realidade num piscar de olhos. A necessidade do isolamento obrigou o ser humano a reinventar padrões de trabalho, educação, consumo, transportes, comunicação e até de atendimento médico. A tecnologia precisou dar respostas rápidas para demandas repentinas em diferentes setores. Streaming online, softwares de ensino e teleatendimento de saúde passaram a fazer parte da rotina de milhões de pessoas, impactando diretamente nos padrões de mobilidade e ocupação das cidades.
Em todo o mundo, lideranças procuram gerenciar essa transição, mitigar os danos e potencializar as transformações positivas. É preciso unir forças para fazer com que isto aconteça também no Brasil, e os municípios já estão assumindo esse protagonismo. A necessidade de uma ampla campanha de vacinação, por exemplo, pode se traduzir em oportunidade para muitas cidades reestruturarem suas redes de saúde, investirem em unidades básicas e em programas como o niteroiense Médico de Família, que hoje atende a aproximadamente 90% do público alvo.
Na educação, está clara a necessidade de investimento na infraestrutura das escolas, permitindo o acesso a ferramentas tecnológicas que hoje se fazem importantes para o ensino. O cenário é um convite a uma ampla reflexão acerca de modelos pedagógicos mais atraentes para nossas crianças, que precisam ser conquistadas pelo conhecimento e incentivadas a explorar suas potencialidades.
Na Prefeitura de Niterói, vimos emergir uma gama de desafios, mas estamos todos convencidos de que trilhamos no caminho certo. Mais do que nunca precisamos olhar para as parcelas mais frágeis da população, criar oportunidades, combater desigualdades e seguir avançando. Está longe de ser uma tarefa fácil, mas é possível. Não sabemos ainda como será o mundo pós-pandemia, mas é preciso acreditar que, apesar de toda tristeza e angústia, alcançaremos conquistas significativas nesta era que se inicia. As oportunidades estão colocadas diante de cada um de nós.
Se sairmos desta pandemia da mesma forma como entramos, teremos perdido uma oportunidade histórica.
Axel Grael
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