domingo, 27 de fevereiro de 2011

Dinamarca pretende acabar com uso de combustíveis fósseis até 2050

Graças a iniciativas como da Dinamarca, a cena pode estar com data para acabar: cresce o esforço mundial para se livrar da dependência do petróleo e de seus impactos ambientais. Na região metropolitana do RJ o transporte é responsável por 70% das emissões atmosféricas.

Data: 25/02/2011 14:05
Por: Redação TN / Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil

A Dinamarca pode tornar-se uma nação livre dos combustíveis fósseis até 2050. Pelo menos foi o que afirmou a Comissão Climática do país em um relatório. De acordo com os dados apresentados, o país teria que investir 0,5% do seu PIB – cerca de US$2,95 bilhões – para que isso se torne possível. A comissão declarou que o investimento será relativamente barato porque nas próximas décadas os preços dos combustíveis fósseis tendem a aumentar cada vez mais, enquanto os valores das fontes renováveis se tornarão menos caros, e também porque grande parte da tecnologia necessária para a mudança já existe. Além dos preços definidos pelo mercado internacional, outro fator que contribuirá para o aumento do valor dos combustíveis fósseis são as taxas e impostos internos determinados pelo governo dinamarquês, que se tornarão mais caros.

O governo já apresentou um plano para investir nas renováveis, que inclui a energia eólica e o biogás, para se tornar livre de combustíveis fósseis até 2050. Em 2020, o país pretende dobrar a sua produção de energia eólica para 42% do total da capacidade energética. Até lá, a Dinamarca pretende ter cortado 6% do seu consumo anual de energia em relação aos níveis de 1990, e para 2050, a nação espera já ter diminuído 25% do seu gasto energético.

O primeiro-ministro dinamarquês Lars Løkke Rasmussen prometeu que em breve o governo iria apresentar um projeto de como se tornar totalmente independente dos combustíveis fósseis. “Um plano de transição como esse afetará todos os setores da sociedade e todos os aspectos da política. Estamos enfrentando decisões difíceis de adotar. Não é um objetivo que se possa conseguir de um dia para o outro, mas sabemos que precisamos começar”, enfatizou.

O país receberá subsídios por parte do governo para a produção de biogás, o aumento de bio-aditivos nos combustíveis, a instalação de novas turbinas eólicas onshore e a expansão das usinas eólicas offshore, passando a capacidade instalada de 3GW para algo entre 10GW e 18,5GW. O governo dinamarquês também pretende aumentar a eficiência para a produção e consumo de energia e instalar conexões internacionais, que permitam a exportação de energia quando houver excedente e a importação em épocas de pouco vento.

Com essa alteração nos padrões energéticos, a nação espera reduzir as emissões de carbono em 75%. Para chegar à meta de reduzir 95% das emissões, sugerida pelos cientistas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, em inglês), outros setores da economia, sobretudo a agricultura, também terão que passar por mudanças.

Essas transformações farão com que tanto a população quanto as empresas paguem mais pela energia, mas segundo o Ministério do Meio Ambiente essas medidas não prejudicarão a competitividade do país em relação à produção de energia.

“Ninguém está dizendo que aplicar investimentos maiores em eficiência energética e expandir o uso de energia renovável será de graça”, ressaltou o ministro do Clima e Energia Lykke Friis. “Mas a alternativa é continuar dependendo os combustíveis fósseis, que todos os indicadores mostram que só se tornarão mais caros nos próximos anos”.

*Com informações de agências internacionais

Fonte: TN Sustentável

Um comentário:

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