domingo, 9 de junho de 2013

Parceria de R$ 5 milhões para enfrentar o crack em Niterói

 
"O crack virou um problema seríssimo", afirmou a secretária executiva da Prefeitura Municipal de Niterói, Maria Célia.

Município firma nesta segunda-feira sua adesão ao programa federal de combate à droga. Base móvel, equipamentos que serão doados e 20 câmeras serão utilizados


O termo de adesão ao programa “Crack é possível Vencer” do Governo Federal será assinado pela Prefeitura de Niterói na próxima segunda-feira, com a presença da Secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, e trará para a cidade investimento de mais de R$ 5 milhões em recursos que serão utilizados em ações de prevenção e tratamento a dependentes de crack. Os prazos não foram definidos, mas serão instalados dois consultórios móveis na rua, dois Centros de Apoio Psicossocial (CAPs) 24h, um CAPS infantil, uma Unidade de Acolhimento Adulto (UAA), uma Unidade de Acolhimento Infantojuvenil (UAI) e um Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).

A equipe ganhará ainda uma base móvel composta de um micro-ônibus, duas viaturas, duas motos, 50 pistolas de condutividade elétrica (choque elétrico) e 150 espargidores de espuma de pimenta (spray de pimenta). Além disso, serão instaladas 20 câmeras de monitoramentos em pontos estratégicos da cidade e serão capacitados 40 guardas que atuarão no combate ao crack.

O programa elaborado pelo Comitê Gestor Municipal, formado por representantes de várias secretarias, é dividido em três eixos: prevenção, cuidado e autoridade. Cada eixo receberá recursos específicos para a atuação no programa. Todas as medidas serão executadas de forma integrada pelas secretarias Executiva, de Saúde, Ordem Pública, Assistência Social e Direitos Humanos, Educação Ciência e Tecnologia, e a de Participação Social. “O crack virou um problema seriíssimo e precisamos de uma política que envolva todos os níveis e áreas para combatermos este mal”, destaca Maria Célia, secretária executiva da Prefeitura.

Segundo ela, a proximidade aos grandes centros distribuidores de drogas e municípios vizinhos com grandes bolsões de pobreza criou, principalmente na região central da cidade, “maior convergência de cenas de uso e situação de insegurança, inclusive nos arredores da sede do governo Municipal e do Fórum”. Por isso, em um primeiro momento, as ações se concentrarão no Centro (veja o mapa), onde é mais comum a presença de dependentes de crack, podendo se estender para outros locais. O programa “Crack é possível vencer” trará para a cidade uma infraestrutura de tratamento que até então não existia em Niterói. O eixo da autoridade, de responsabilidade da Ordem Pública, será desenvolvido em duas frentes. A primeira delas será composta de ações de policiamento ostensivo nas áreas de concentração de uso de drogas, articuladas com saúde e assistência social. A segunda organizará ações para a diminuição da presença de crack na sociedade, com atuação integrada das Polícias Federal, Rodoviária federal, Civil e Militar combatendo o tráfico e reprimindo traficantes.

O eixo “Cuidado” do programa receberá aparatos que darão estrutura aos profissionais da saúde e assistência social. No plano de ação da saúde, os dois “Consultórios na Rua” - que serão móveis -, contarão com equipes que atuarão de forma itinerante e prestarão atenção integral à saúde da população em situação de rua. Estes profissionais trabalharão com estratégias focadas na redução de danos.

Já nos dois CAPS 24h, que serão instalados em locais a serem definidos, a equipe multifuncional atuará de forma ininterrupta e será responsável por atender um determinado território. A CAPS, que será exclusiva para o acolhimento de crianças, adolescentes e jovens com até 25 anos, funcionará das 8h às 18h, em dois turnos e nos dias úteis da semana. Contará com o apoio do CAPS 24h ou de leitos de saúde mental em hospital geral.

A UAA fará o acolhimento transitório de maiores de 18 anos e terá 15 vagas para pacientes de ambos os sexos, com tratamento de até 6 meses. Esta unidade atenderá pessoas referenciadas preferencialmente pelo CAPS ou por serviços da Atenção Básica de forma compartilhada. A UAI também terá este mesmo papel, só que será exclusivo para crianças e adolescentes, de 10 a 18 anos de idade e contará com 10 vagas.

O plano de ação da equipe de Assistência Social fará o serviço de abordagem nos espaços públicos com maior concentração de pessoas em situação de risco social. A equipe também atuará no Creas com serviço de apoio e acompanhamento voltado ao atendimento de indivíduos e familiares que vivenciaram situação de violência física, psicológica, sexual, trabalho infantil, etc.


Base Móvel.

O Centro de Referência Especializada para População em Situação de Rua fará o encaminhamento ao Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e assegurará o trabalho social, contribuindo para o processo gradativo de saída das ruas.

Uma forma da cocaína

O crack é obtido a partir da mistura da pasta-base de coca ou cocaína refinada (feita com folhas da coca), com bicarbonato de sódio e água. Quando aquecido a mais de 100ºC, o composto passa por um processo de decantação, em que as substâncias líquidas e sólidas são separadas. O resfriamento da porção sólida gera a pedra de crack, que concentra os princípios ativos da cocaína. O nome ‘crack’ vem do barulho que as pedras fazem ao serem queimadas durante o uso. A diferença entre a cocaína em pó e o crack é apenas a forma de uso, mas o princípio ativo é o mesmo.


Fonte: O Fluminense


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