Lars Grael, no barracão: "Gratificante poder servir de referência" Jorge William / O Globo |
RIO - O assédio do mundo do carnaval ao velejador Lars Grael é antigo: desde a década de 1990, tinham sido três convites para desfilar em escolas de samba, todos com um não como resposta. Na quarta-feira, o atleta, enfim, subiu pela primeira vez num carro alegórico, na Cidade do Samba. Vítima de um acidente que provocou a amputação de sua perna direita, em 1998, o esportista, que continua competindo em alto nível, será um dos homenageados pela Grande Rio. O enredo da agremiação de Duque de Caxias fala de superação.
— O tema da escola foi fundamental para que eu aceitasse participar. Acho muito gratificante poder servir de referência para milhares e milhares de brasileiros que superam inúmeras dificuldades todos os dias — afirmou Grael.
O atleta virá num carro próximo à bateria, que representará um grande barco a vela. Ontem, o esportista se reuniu com o carnavalesco Cahê Rodrigues para acertar os últimos detalhes de sua participação. Ele optou por ficar de pé durante o desfile e pediu uma roupa branca, mais discreta, como figurino.
— O carro tem molejo! — disse Grael, enquanto se posicionava na alegoria.
Além de um convite para o carnaval de São Paulo, o velejador já tinha recebido convites de outras duas escolas do Rio. Da Mangueira, o assédio veio logo após a conquista de uma medalha nas Olimpíadas de 1996: a intenção era que Grael fosse num carro que remetia ao Olimpo. Mas apenas seu irmão Torben aceitou participar. Da Imperatriz Leopoldinense, veio em 2005 a proposta para participar do enredo em homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen.
— O convite surgiu porque minha família é de origem dinamarquesa. Mas queriam que eu viesse fantasiado de soldadinho de chumbo. Aí não dava, não é? — brinca.
E nada mais justo do que a estreia de Grael ser no enredo sobre superação. Mesmo após o acidente, a coleção de títulos não parou de crescer. Em 2005, 2008 e 2011, ele foi campeão sulamericano na categoria Star. Em 2009, foi terceiro colocado no campeonato mundial.
— Expus a ideia ao Lars a primeira vez quando nos encontramos, ano passado. Amadurecemos a ideia até que ele aceitou. Ele é um símbolo fundamental para o nosso enredo — conta o carnavalesco.
Além do grande barco em homenagem ao velejador, Cahê elaborou uma alegoria que remete aos atletas paraolímpicos. Integrantes da seleção brasileira de basquete simularão um jogo ao longo do desfile. Entre os destaques estará o nadador Clodoaldo Silva, que tem no currículo, entre outras conquistas, seis medalhas de ouro nos Jogos de Atenas, em 2004. A coordenadora da seleção de ginástica artística feminina e atual secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Georgette Vidor, também estará no carro. A alegoria em homenagem ao esporte paraolímpico terá 60 cadeiras de rodas suspensas, onde os integrantes farão uma coreografia. A já tradicional ala com pessoas atendidas pela Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR) virá com 200 integrantes.
Fonte: O Globo
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