segunda-feira, 31 de março de 2014

Secretaria do Ambiente lança projeto de educação ambiental para preservação de rios de São Gonçalo



Steven McCane

Cerca de 300 estudantes irão monitorar a qualidade de rios e acompanhar as obras de saneamento que beneficiarão a Baía de Guanabara

A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) lançou, nesta segunda-feira (17/03), o projeto Aguadeira Rio Alcântara que irá orientar cerca de 300 alunos de dez escolas públicas da região de São Gonçalo a preservar a Bacia Hidrográfica do Rio Alcântara. O evento aconteceu no auditório do Centro Cultural Joaquim Lavoura e contou com a participação de representantes de associação de moradores, movimentos sociais e gestores de escolas.
 
O Projeto Aguadeira, que faz parte do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía (Psam), da SEA, tem como objetivo mobilizar as comunidades da Bacia do Rio Alcântara no acompanhamento das obras de saneamento da região de São Gonçalo que incluirão a implantação de 100 km de rede coletora de esgoto, construção de nove elevatórias e de uma estação de tratamento de esgoto (com capacidade para tratar 800 litros de esgoto por segundo), beneficiando cerca de 220 mil habitantes. Os investimentos para as obras são de R$ 300 milhões, sendo R$ 213 milhões financiados pelo BID e R$ 87 milhões oriundos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam).
 
“É preciso despertar nas crianças a percepção de que elas fazem parte do meio ambiente ao seu redor, que, na verdade, naquele valão ao lado da sua casa existe um rio que é de grande importância para toda a comunidade. Por isso, junto com as obras de saneamento dos municípios do entorno da Baía, estamos fazendo também um trabalho de conscientização ambiental para que nossa juventude saiba que é possível a recuperação do meio ambiente através da preservação dos rios”, declarou o secretário estadual do Ambiente, Indio da Costa.
 
O Aguadeira Rio Alcântara vai atuar em duas frentes de trabalho: com a comunidade escolar, alunos e professores que serão capacitados para monitorar a qualidade ecológica dos rios; e com seus familiares e as associações comunitárias representativas da sociedade local, público esse que será envolvido através das questões abordadas pelos alunos e professores, como, por exemplo, no apoio a fiscalização das faixas marginais de proteção de rios.

Dentro da iniciativa ainda estão previstos a realização de quatro eventos que buscam fortalecer a Política de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro com o apoio de entidades ambientalistas, prefeituras e usuários de água. Os cursos oferecidos às escolas atenderão estudantes do 1º grau do ensino público por um período de quatro meses, quando realizarão pesquisas de campo nas margens dos rios e análise de amostras de invertebrados para se definir a condição ambiental do curso hídrico.
 
O projeto é uma ampliação do Programa Agenda Água na Escola, do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que já passou por sete regiões hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro. Divulgados após as medições, os resultados das análises ficam disponíveis na plataforma de dados do site do programa, cujo endereço eletrônico é http://agendaaguanaescola.eco.br.

Fonte: SEA

Bruno Souza toma posse como novo secretário de Esportes de Niterói




Um dos grandes nomes do handebol brasileiro, Bruno Souza anunciou projeto de ensino olímpico nas escolas

O novo secretário municipal de Esportes e Lazer de Niterói, Bruno Souza, assinou na manhã desta segunda-feira (31/3) o termo de afirmação de posse. A cerimônia foi realizada no Solar do Jambeiro, no Ingá, e contou com a participação do prefeito da cidade e do vice, Axel Grael

Atleta consagrado do handebol brasileiro e com experiência de 12 anos atuando na Europa , Bruno disse que um de seus principais objetivos é integrar o esporte à outras ações da Prefeitura. Ele anunciou que um de seus primeiros projetos será a implantação do programa de educação da Rio 2016 em escolas do município a partir do segundo semestre.

"Esse projeto é muito interessante, de ensinamento dos valores olímpicos. Niterói será o primeiro município a ter o programa. Teremos um projeto piloto em três escolas este ano e vamos expandí-lo no ano que vem. Uma das ideias é realizar um concurso de desenho e o vencedor ser exibido na vila olímpica", afirmou Bruno, que foi gerente de integração da Rio 2016 antes de assumir a pasta de esportes em Niterói.

Bruno destacou ainda que pretende devolver equipamentos esportivos à população e estimular a prática do esporte nas praças públicas, nas escolas, o esporte de lazer e o dos fins de semana.

"Queremos criar essa cultura dos esportes em praças públicas e mostrar que as pessoas podem, devem e têm direito. Essa será uma das atribuições de nossa equipe", afirmou ele, que pretende usar sua experiência internacional na secretaria.

O prefeito destacou as qualidades do novo secretário.

"Bruno tem uma trajetória de vida no esporte, conhecida em nível nacional e internacional. Tem uma experiência internacional extraordinária, além de possuir uma visão sinérgica, que é absolutamente necessária. Não tenho dúvidas de que essa vivência vai qualificar a sua gestão à frente da Secretaria de Esportes", disse ele, acrescentando que outros desafios do novo secretário serão usar o esporte como prevenção à violência e aproveitar as oportunidades em razão dos grandes eventos esportivos internacionais que vão ocorrer no Rio.

O vice-prefeito Axel Grael afirmou que as principais características do novo secretário é a vontade e determinação.

"Bruno tem experiência em gestão. Tem demonstrado muita vontade de trabalhar. E quem conhece administração pública sabe que isso é fundamental. Nada é fácil. Ele é uma referência no esporte, um atleta conhecido internacionalmente e com capacidade de liderança", disse.

Fonte: Prefeitura de Niterói


Vice-prefeito abre Missão de Arranque de projeto financiado pelo BID em Niterói




O vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, abriu na manhã desta segunda-feira (31/3) a Missão de Arranque do Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Social (PRODUIS), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A Missão de Arranque é um marco institucional que dá partida para a implantação do Programa, após a assinatura do contrato de financiamento, ocorrida em 28 de fevereiro. O contrato assinado entre o BID e a Prefeitura de Niterói vai destinar R$ 65 milhões para ações de mobilidade urbana e obras de infraestrutura em comunidades afetadas pelas chuvas de 2010 no município.

Axel destacou o empenho da Prefeitura e do BID em recuperar um contrato que estava arquivado.

"Anos depois, recuperar esse projeto não foi tarefa fácil. Conseguimos manter o escopo do projeto mas atualizamos as prioridades com a realidade de hoje. A Missão de Arranque do BID é fundamental para começarmos a colocar em práticas essas ações", disse.

O financiamento junto ao BID havia sido proposto em 2006, ainda na gestão do prefeito Godofredo Pinto. A proposta, no entanto, acabou não sendo concluída em 2008 e ficou paralisada pelos quatro anos seguintes devido à situação da Prefeitura que estava inscrita no Cadastro Único de Convênios (CAUC).

O vice-prefeito afirmou que os investimentos do BID serão fundamentais para algumas áreas sensíveis da cidade, que necessitam de infraestrutura. Ele disse que a Prefeitura se estruturou para desenvolver o projeto e citou a criação do EGP (Escritório de Gestão de Projetos) como parte importante do processo.

O contrato prevê obras de contenção de encostas e melhoria no sistema de tráfego da cidade com a implantação do Centro Operacional de Trânsito, dez Centros de Controle de Tráfego por área (CTAs), modernização do sistema semafórico, monitoramento de cruzamentos e acessos da cidade por meio de câmeras.

A Missão do BID vai até o próximo dia 4/4. Ela conta com a presença de oito consultores do banco, além de secretários e dirigentes de órgãos do município envolvidos no programa.

Fonte: Prefeitura de Niterói


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Saiba mais em:

Conheça o escopo do projeto a ser desenvolvido com recursos do BID.

PREFEITURA ASSINA CONTRATO DE R$ 65 MILHÕES COM O BID PARA INVESTIR NA INFRAESTRUTURA DE NITERÓI
Prefeitura de Niterói assina financiamento do BID nesta sexta-feira
Senado aprova liberação de recursos do BID para Niterói
senado aprova financiamento de r$ 65 milhões do bid para niterói
Prefeitura de Niterói estrutura-se para receber financiamento do BID
Niterói perto de US$ 26 milhões do BID para investimentos na cidade
Blog do AXEL GRAEL: Prefeito de Niterói recebe nova missão do BID

domingo, 30 de março de 2014

Prefeitura vai criar sistema integrado de museus




A Prefeitura de Niterói, através da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação de Arte de Niterói (FAN), seguindo a orientação do Ministério da Cultura e da Secretaria Estadual de Cultura, vai criar um sistema integrado de Museus.

O primeiro passo será fazer o cadastro de todos os museus, centro culturais, centros de arte, casas de cultura, galerias de artes, espaços culturais e pontos de cultura do município de Niterói.

De acordo com o secretário de Cultura, Arthur Maia, este trabalho já começou. “Iniciamos o processo de cadastro com as unidades culturais públicas, agora vamos dar seguimento com os espaços privados e com os pontos de cultura ”, ressalta Arthur.

Nessa primeira fase, está sendo feito um levantamento de dados primários de todos os locais. Posteriormente, com a pesquisa completa, será produzido um catálogo com todo o inventário e informações sobre esses espaços culturais.

O sistema tem como objetivo integrar os espaços museológicos e centros culturais federais, estaduais, municipais e particulares da cidade, além de promover o diálogo entre esses locais.

A iniciativa vai ampliar a visibilidade desses espaços na cidade, aumentando a visitação; vai melhorar a sinalização para estes espaços, organizar seus horários de funcionamentos e agendas, estreitar as relações e facilitar o diálogo entre museus e instituições afins, como as galerias de arte e centros culturais, além de promover o compartilhamento dos acervos e atividades museológicas integradas no município.

Fonte: Prefeitura de Niterói


Professores e estudantes americanos visitam policlínica de Niterói





Três professores e 12 alunos do primeiro ano da Faculdade de Medicina da Universidade Nova do Sudeste (NSU), situada em Fort Lauderdale, Flórida, retornarão nesta sexta-feira (28/3) aos Estados Unidos depois de passarem uma semana acompanhando a rotina dos profissionais de saúde da Policlínica Regional Dr. Guilherme Taylor March (PRGTM), no Fonseca.

Segundo a diretora da unidade, a médica Maria da Conceição Stern, a Fundação Municipal de Saúde de Niterói (FMS) abriu as portas para o grupo por entender que o intercâmbio e a troca de experiências foram de grande importância para o aprendizado de estudantes e dos profissionais envolvidos.

De acordo com o diretor médico da NSU e professor de pediatria, o brasileiro Rogério Faillace, a equipe participou de todas as atividades de rotina da unidade, que envolvem especialidades como clínica médica, fisioterapia, endocrinologia, dermatologia, homeopatia e pediatria, além de grupos de hipertensão e diabetes.

Hospedados no H. Hotel, no Ingá, os alunos chegaram segunda-feira, 24, e logo partiram para o trabalho na unidade, com supervisão de médicos e técnicos brasileiros e americanos. Na ocasião, agradecidos com a recepção, doaram um computador e uma impressora à policlínica.

“O trabalho da equipe brasileira surpreendeu pela criatividade, profissionalismo e pela capacidade de maximização dos recursos’ declarou o professor de patologia, Almos Bela Trif.

Fonte: Prefeitura de Niterói


quinta-feira, 27 de março de 2014

Banco Mundial lança guia sobre dados climáticos e riscos de desastres




Por Redação TN / Jéssica Lipinski, Instituto CarbonoBrasil

Com o número cada vez maior de eventos climáticos extremos, os países mais pobres e emergentes enfrentam um risco crescente de enfrentar desastres que podem causar milhares de mortes e bilhões em prejuízos. Segundo relatório do Banco Mundial (BM), a melhor forma de prevenção desse problema está nas próprias comunidades: capacitando-as para a coleta de dados sobre riscos de catástrofes, é possível reduzir a lacuna de informação climática entre a população e o governo, permitindo que as mudanças climáticas sejam combatidas.
 
O Open Data for Resilience Initiative (OpenDRI) Field Guide (algo como Guia de Campo para Dados Abertos para Iniciativas de Resiliência) visa melhorar a adaptação de países em desenvolvimento e a catástrofes naturais e às mudanças climáticas, evitando ao máximo os efeitos prejudiciais desses eventos. O documento tem como objetivo apontar as formas de compartilhamento de dados e a colaboração entre diversos agentes da sociedade, como agências governamentais, o setor privado, a academia e a sociedade civil, no combate a esses fenômenos e suas consequências.
 
“Perdas econômicas de desastres naturais aumentaram de US$ 50 bilhões a cada ano nos anos 1980 para pouco menos de US$ 200 bilhões a cada ano na última década; cerca de três quartos dessas perdas são resultado de extremos climáticos”, observou Rachel Kyte, vice-presidente do Banco Mundial. “O guia de campo permitirá que muitos de nossos parceiros melhorem a transparência, acessibilidade e colaboração em seus esforços para criar uma resiliência climática e de desastres”, continuou ela.
 
Além de apresentar estratégias que permitem uma redução de riscos mais eficiente frente às mudanças climáticas, o guia também promove uma série de esforços humanitários e de resiliência climática, apontando exemplos de sucesso em diversas partes do mundo.
 
“Tradicionalmente, há uma divisão entre dados de desenvolvimento e dados humanitários. O guia de campo nos ajudará a tratar esses recursos como uma coisa só, e permitir uma integração melhor dos bancos de dados existentes para nossos projetos”, comentou Sarah Telford, gerente de projeto do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) e colaboradora do OpenDRI.
 
Um dos casos apresentados é o GeoNode, uma ferramenta de código aberto para a gestão e visualização de dados espaciais. A ferramenta, já em uso em mais de 20 países, pode ser facilmente modificada e integrada em plataformas existentes, dando às comunidades um grande controle sobre informações de mapeamento. A GeoNode foi usada intensamente depois que o Tufão Haiyan passou pelas Filipinas, desalojando cerca de 11 milhões de pessoas e matando mais de seis mil.
 
Outro exemplo é uma ferramenta semelhante, a InaSAFE, desenvolvida em uma parceria da Austrália com a Indonésia, que permite que projetos comunitários de mapeamento sejam combinados com dados de risco, criando avaliações rápidas de impacto de desastres. Em Jacarta, capital indonésia, 500 membros da comunidade já foram treinados para coletar dados de hospitais, escolas, construções privadas e infraestrutura para aplicar à ferramenta.
 
Segundo o relatório, são ferramentas abertas como essas que estão incentivando tanto governos quanto comunidades a criarem estratégias para a mitigação dos efeitos cada vez mais fortes de tempestades, enchentes, secas e outras catástrofes naturais, e o guia é uma forma de disseminar isso.
 
“Ao fomentar um espírito de inovação e colaboração, o Guia de Campo OpenDRI permitirá que comunidades continuem a desenvolver ferramentas direcionadas de código aberto para a redução de risco de desastres, prometendo um caminho mais limpo em direção a um aumento de resiliência em algumas das comunidades mais vulneráveis do mundo”, conclui a publicação.

Para mais informações.




Obra da Companhia Destacada do Morro do Estado está pronta e será inaugurada nesta sexta feira




A Prefeitura de Niterói concluiu esta semana obras da nova base da Companhia Destacada da PM do centro que está sendo construída no morro do Estado. A unidade, que já foi entregue à Polícia Militar, será inaugurada na sexta-feira, 28 de março.

O prédio da companhia destacada tem agora dois andares, dois alojamentos, recepção, salas para o comandante e de reunião, cozinha, refeitórios, banheiros, internet, toldo, tratamento paisagístico e nova acessibilidade, além de ser totalmente climatizada.

A secretária-executiva da prefeitura de Niterói, Maria Célia Vasconcellos, explica que a prefeitura está reforçando as políticas públicas para oferecer perspectivas diferenciadas para a segurança pública. No último fim de semana, ainda antes da inauguração, a prefeitura realizou uma ação social na comunidade, com tendas oferecendo serviços como medição de glicemia e pressão arterial, palestras sobre doenças sexualmente transmissíveis e eventos culturais e esportivos.

"A Companhia Destacada é uma forma de atuação que envolve muito mais do que a segurança. Ela envolve cidadania, porque são ações integradas dos serviços públicos, de responsabilidade da prefeitura, dos serviços da sociedade civil e de outras instituições como Sesc, Sebrae, entre outras, voltados para que os moradores desta comunidade avancem no processo de adquirir mais do que segurança, e sim direitos, paz e acesso igualitário aos serviços".

Outro ponto importante a destacar, de acordo com a secretária, é que a companhia parte de um outro princípio.

"A ideia é que ela seja um ponto de apoio não só para a comunidade, mas com o seu entorno. É um pouco um contraponto de um serviço voltado exclusivo para uma área. Atenderá a todo o centro de Niterói, buscando de uma maneira mais organizada criar um mecanismo que vá permitir a derrubada das paredes da "cidade partida", porque o Morro do Estado tem que estar inserido no centro da cidade."

Para Maria Célia, a iniciativa será ajustada de acordo com necessidades específicas: "É uma proposta que vai amadurecer de forma cuidadosa e atendendo a características do local. Temos a expectativa de que é um contraponto muito importante para essa questão que aflige a todos nós nos nossos direitos mais fundamentais, como o direito de ir e vir. Estamos trazendo para Niterói um trabalho que apresenta uma lógica diferenciada e que pode oferecer uma experiência bem-sucedida para o nosso estado e até para outras cidades do porte de Niterói no país".

O comandante do 12º BPM (Niterói), tenente-coronel Gílson Chagas, destacou a parceria com a Prefeitura de Niterói.

"A Prefeitura é uma grande parceira da Polícia Militar. A integração entre a Prefeitura, Polícia Militar e comunidade facilita muito a área de segurança." afirmou.

A Companhia Destacada do centro tem 130 policiais. Além do morro do Estado, a Companhia Destacada da PM no centro ganhará outra base, a ser instalada no Morro do Palácio, no Ingá.

Fonte: Prefeitura de Niterói


segunda-feira, 24 de março de 2014

Brasil eleva a 80% o acesso das adolescentes das Américas à vacina contra o HPV. Niterói adere à campanha




Após adesão do Brasil, 80% das adolescentes das Américas terão acesso à vacina contra o HPV

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) elogiou iniciativa brasileira, que terá um grande impacto “na saúde das meninas de hoje e das mulheres do futuro”. No país ocorrem 15 mil casos novos por ano.

Com sua introdução no Brasil, pouco mais de 80% das adolescentes das Américas terão acesso à vacina contra o HPV, que protege contra dois tipos do vírus papilomavírus humano – causador de 70% dos casos de câncer de colo do útero, segunda causa de morte por câncer entre as mulheres da América Latina e do Caribe.

“A medida terá um grande impacto na saúde das meninas de hoje e das mulheres do futuro, prevenindo a infecção pelo HPV e reduzindo a mortalidade pelo câncer do colo do útero”, disse o diretor adjunto da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Jon Andrus. “Toda a evidência disponível confirma que a vacina é segura e efetiva”, acrescentou.

Em sua última reunião, no dia 12 de março, o Comitê Consultivo Mundial sobre Segurança das Vacinas (cuja sigla em inglês é GACVS), responsável por prestar assessoramento independente, fidedigno e científico à OMS, assegurou novamente sua confiança no perfil de segurança das vacinas contra o HPV.

Ouça a matéria da Rádio ONU em português sobre o tema clicando aqui

Já o Grupo de Especialistas em Assessoramento Estratégico sobre Imunização (SAGE) da OMS recomendou a vacina para países nos quais a prevenção do câncer do colo do útero seja uma prioridade de saúde pública, e nos quais sua administração seja custo-efetiva e sustentável. Estas posições são endossadas pelo Grupo Técnico Assessor em Doenças Preveníveis por Vacinação da OPAS.

Desde o lançamento da vacina contra o HPV, em 2006, mais de 170 milhões de doses foram aplicadas no mundo. Diversos estudos, que monitoraram durante anos centenas de milhares de pessoas vacinadas na Austrália, Europa e América do Norte, excluíram a ocorrência de eventos adversos graves ou permanentes.

O impacto na redução do HPV também foi alentador. Nos Estados Unidos, foram reduzidas à metade as infecções pelos tipos do HPV sobre os quais atua a vacina. Dados da Austrália e Dinamarca também demonstram redução de lesões pré-cancerosas no colo do útero entre as pessoas vacinadas.

Nas Américas vinte países, que representam em conjunto pouco mais de 80% das adolescentes da região – entre eles Argentina, Canadá, Colômbia, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e, agora, o Brasil – aplicam a vacina contra o HPV por meio de seus programas públicos de imunização.

Prevenção contra 70% dos casos de câncer do colo do útero

A vacina disponível atualmente previne contra dois tipos de papilomavírus humano (o 16 e o 18) que, juntos, causam 70% dos casos de câncer do colo do útero. O vírus é transmitido por contato sexual e causa lesões que podem evoluir para tumores no colo do útero. Para que a vacinação seja eficaz, deve ser aplicada antes do início da vida sexual.

Segundo estimativas da OPAS/OMS, 68.818 mulheres desenvolveram câncer do colo do útero em 2012 na região e 28.565 morreram como consequência. No Brasil ocorrem 15 mil casos novos por ano e, em consequência, 4.800 mulheres perdem a vida, estima o Instituto Nacional do Câncer do Brasil (INCA).

O Brasil planeja vacinar 5,2 milhões de adolescentes do sexo feminino de 11 a 13 anos este ano, o que equivale a pouco mais de 20% do total. Em 2015 o país administrará a vacina em meninas de 9 a 11 anos e, a partir de 2016, desde os 9 anos. A vacinação será realizada em escolas públicas e privadas, bem como nas 36 mil salas de vacinação da rede pública de saúde.

Atingir altas coberturas de vacinação será importante para que a vacina alcance o seu máximo potencial de proteção. De acordo com as recomendações do governo brasileiro, as meninas vacinadas também deverão realizar, a partir dos 25 anos, exames ginecológicas para prevenir o câncer de colo do útero.

A Organização Pan-Americana da Saúde apoia a decisão brasileira de propiciar gratuitamente a vacina às adolescentes, num marco integrado para a prevenção e o controle do câncer de colo do útero.

“A introdução universal da vacina contra o HPV demonstra o compromisso das autoridades e dos profissionais da saúde do Brasil”, destacou Cuauhtémoc Ruiz, responsável pelo Programa Ampliado de Imunização da OPAS/OMS.

Principais dados sobre as vacinas contra o HPV

• 70% dos casos de câncer do colo do útero no mundo todo são causados por dois tipos do HPV (16 e 18).
• Há duas vacinas contra o HPV aprovadas pela OMS e registradas na maioria dos países.
• Ambas as vacinas previnem mais de 95% das infecções cervicais causadas pelos tipos 16 e 18 do HPV, e podem dar alguma proteção cruzada contra outros tipos oncogênicos do HPV menos comuns que causam câncer de colo do útero.
• Ambas as vacinas previnem a infecção, e portanto são mais eficazes se forem administradas antes da exposição ao HPV.
• As vacinas não combatem infecção com HPV preexistentes, nem a enfermidade diretamente associada ao HPV.
• O grupo alvo recomendado pela OMS para a vacinação é o das meninas de 9 a 13 anos de idade que ainda não sejam sexualmente ativas.
• A segurança destas vacinas está sendo monitorada atentamente, em estudos científicos que envolvem milhares de pessoas em vários países, e os resultados continuam a confirmar seu perfil de segurança.
• Pessoas infectadas pelo HIV podem vacinar-se.
• Quase todos os casos do câncer de colo do útero são causados por uma infecção persistente pelo HPV.
• A maioria das pessoas são infectadas pelo HPV pouco depois de iniciar a atividade sexual e a maioria destas infecções resolvem-se espontaneamente. Mas se a infecção persistir e não for detectada e tratada a tempo, poderá levar a um câncer do colo do útero.
• A vacinação contra o HPV não substitui os testes para detecção do câncer de colo do útero, como o Papanicolau, o exame de HPV e a inspeção visual com ácido acético.

A OPAS, estabelecida em 1902, é a mais antiga organização mundial de saúde pública internacional. Trabalha com todos os países do continente para melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas da região. Atua como o Escritório Regional para as Américas da OMS e também é o organismo especializado em saúde do sistema americano.

Fonte: ONU no Brasil

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NITERÓI ADERE À INICIATIVA:

Vacinação contra o HPV em Niterói começa na próxima segunda-feira (10)

O Ministério da Saúde (MS) disponibilizará no Calendário Nacional de Vacinação, a partir deste ano, a vacina quadrivalente contra o Papiloma Vírus Humano (HPV). A vacina será introduzida de forma gradual, contemplando inicialmente, em 2014, as meninas com idade de 11 a 13 anos. O esquema de vacinação prevê a aplicação de três doses, com o intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda dose e 50 meses entre a primeira e a terceira dose.

Para atender à população alvo de Niterói, que soma 9.528 meninas, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) vai mobilizar três equipes volantes que aplicarão a primeira dose nas escolas participantes do Programa Saúde na Escola (PSE), começando pelas escolas públicas, mediante apresentação de autorização escrita dos responsáveis. A vacina também estará disponível a partir desta segunda-feira (10/03), das 8h às 17h, em todas as unidades básicas de saúde, policlínicas (regionais e comunitárias) e módulos do Médico de Família. Para receber a dose, a criança terá que levar à unidade o Cartão de Vacinação e um documento para comprovação da idade.

De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina é segura, sendo esperadas reações leves como dor e vermelhidão no local da aplicação e febre. No entanto, é contraindicada em caso de alergia grave à leveduras, ou quando já ocorreu reação alérgica grave após a administração de dose anterior. Também não deve ser dada durante a gravidez.

As meninas que já iniciaram a vacinação em clínicas particulares e que estão na faixa etária alvo da campanha poderão concluir o esquema na rede pública, bastando levar o comprovante da vacinação anterior.

O HPV
Os tipos de vírus HPV mais comuns (6,11,16 e 18) são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero e até 90% das lesões anogenitais. Outros tipos de câncer que podem estar associados ao HPV são de vagina, de vulva, de pênis, de ânus e de orofaringe.

A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Embora tenha baixa frequência, pode ocorrer a infecção por sexo oral.

A vacina que será utilizada na rede pública previne infecções pelos tipos virais mais comuns e tem maior evidência de proteção e indicação para pessoas que nunca tiveram contato com o vírus.

Cabe lembrar que vacinação é uma ferramenta de prevenção primária e não substitui o rastreamento do câncer do colo do útero realizado nas consultas médicas. Da mesma forma, a vacina não confere proteção contra outras doenças sexualmente transmissíveis e, por isso, a importância do uso do preservativo em todas as relações sexuais.

Escolas públicas

A seguir, a relação das escolas municipais de Niterói que serão visitadas pelas equipes volantes de vacinação:


EM Altivo César, Barreto.

EM Francisco Portugal Neves, Piratininga.

EM Honorina de Carvalho, Pendotiba.

EM João Brazil, Morro do Castro, Fonseca.

EM José de Anchieta, Caramujo.

EM Levi Carneiro, Sapê.

EM Maestro Villa-Lobos, Ilha da Conceição.

EM Paulo Freire, Fonseca.

EM Rachid da Glória, Santa Bárbara.
 

 Fonte: Prefeitura de Niterói


ONG SELECIONA JOVENS PARA RECEBER TRATAMENTO ODONTOLÓGICO GRATUITO


Turma do Bem e Oral-B promovem a maior triagem do mundo no Brasil, em 10 países da América Latina e em Portugal

Amanhã, dia 25, jovens de baixa renda terão a chance de serem selecionados para receber tratamento odontológico gratuito na segunda megatriagem que a ONG Turma do Bem e a Oral-B realizam, simultaneamente, em 270 municípios do Brasil, em 10 países da América Latina e em Portugal.

A expectativa é que 50 mil estudantes de 11 a 17 anos passem pela triagem nesse dia. A seleção será feita por um índice de prioridade, que beneficia os adolescentes mais pobres, os com problemas bucais mais graves e os mais velhos, que estão mais próximos do primeiro emprego.

O processo de triagem é bem simples e rápido: o dentista faz um exame visual não invasivo da condição odontológica de cada jovem e preenche uma ficha com dados sobre a saúde bucal e a condição socioeconômica da família.

Curativo, preventivo e educativo, o tratamento completo dos selecionados será realizado gratuitamente no consultório particular do dentista voluntário da Turma do Bem, e inclui, se necessário, ortodontia, prótese e implante, até que o jovem complete 18 anos de idade.

Em Niterói, evento será aberto à população, das 14h às 18h, na quadra da Viradouro (av. do Contorno, 16, Praça do Barreto).

Os interessados devem trazer documentação do jovem e comprovante escolar. Somente alunos de escolas públicas e que têm entre 11 e 17 anos podem participar.

Em dez anos, mais de 420 mil jovens passaram pelas triagens da Turma do Bem, e 42 mil foram encaminhadas a dentistas voluntários.

Sobre o Dentista do Bem

Dentista do Bem é o principal projeto da ONG Turma do Bem. É a maior rede de voluntariado especializado do mundo. São mais de 15 mil dentistas espalhados por 1.300 municípios dos 26 Estados brasileiros e do Distrito Federal, que atendem jovens de baixa renda, proporcionando-lhes tratamento odontológico gratuito até completarem 18 anos de idade. O projeto também está presente em Portugal e em dez países da América Latina: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela.

Mais informações em http://www.tdb.org.br e tel. (11) 5084-7276.

Informações para a imprensa:

Jhonatas Mendonça; jhonatas@tdb.org.br; 11 5084-7276.
Fonte: Patrícia Trudes da Veiga
(11) 9 8405-9653
skype: patricia.trudes
www.qsocial.com.br

quarta-feira, 19 de março de 2014

TransOceânica: Prefeitura apresenta Estudo de Impacto Ambiental ao Inea


COMENTÁRIO:

A elaboração do EIA/RIMA e a coordenação de todo o trabalho de licenciamento ambiental da TransOceânica foi responsabilidade da Vice-Prefeitura, que contratou os serviços, acompanhou os trabalhos e liderou as audiências públicas.

O estudo foi o maior e mais completo Estudo de Impacto Ambiental já realizado na cidade e o produto final foi um documento de 1.200 páginas, com informações abrangendo todo o município e a Região Metropolitana.

Axel Grael


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A Prefeitura de Niterói dá esta semana mais um passo importante para a implantação da TransOceânica, uma das principais obras de mobilidade urbana da cidade, que vai ligar a Região Oceânica ao bairro de Charitas.

Nesta quarta-feira (19.3), o município apresenta ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente) o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da obra. O documento, de cerca de 1.200 páginas, propõe medidas que minimizem os impactos à população e ao meio ambiente enquanto a obra estiver sendo realizada e também aponta os impactos positivos que projeto tará em sua fase de operação. 

De posse do estudo, o Inea irá convocar uma audiência pública para que a população possa participar, tirar dúvidas e sugerir novas medidas que o estudo não contemple. De acordo com a secretária municipal de Urbanismo e Mobilidade Urbana, Verena Andreatta, a participação popular terá um peso importante no processo.

Após esta etapa, é concedida uma licença prévia que, segundo a secretária Verena Andreatta, será de fundamental importância para o início da obra, que deverá começar no segundo semestre deste ano.

O EIA indica locais onde haverá necessidade de alargamento de vias para a implantação do BHLS. O estudo aponta que deverão ser usados cerca de 27 mil caminhões para a retirada de pedra resultante da perfuração do túnel e sugere como destino do material uma pedreira fora da cidade de Niterói para depósito e posterior reutilização em outras obras da cidade.

A secretária Verena destaca ainda no estudo o impacto positivo depois que as obras forem concluídas. Com o funcionamento do BHLS TransOceânica aproximadamente 9 mil toneladas de CO por ano.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Daniel Marques, isso representa melhorias substancial na qualidade de vida, sobretudo no que diz respeito à prevenção de doenças respiratórias.

A secretária de Urbanismo e Mobilidade afirma que o estudo está bem consistente.

"O estudo foi feito por pessoas que conhecem bem o território da cidade, bem como os seus problemas. A obra da TransOceânica é uma obra necessária, que vai trazer melhorias nas condições de vida da população das regiões litorâneas da cidade. Cerca de 90 mil pessoas serão beneficiadas. Haverá impacto durante a obra, como ocorre em qualquer intervenção dessa magnitude, mas após sua inauguração, os benefícios serão maiores".

A TransOceânica terá um total de 9,3 quilômetros de extensão com faixas exclusivas para ônibus, um túnel que vai ligar os bairros do Cafubá e Charitas de 1,3 quilômetro, além de ciclovias e 13 estações.

Os ônibus funcionarão no sistema BHLS (Bus of High Level of Service). Equipados com ar-condicionado, os coletivos terão portas de ambos os lados. Os passageiros serão recolhidos nos próprios bairros onde moram e os ônibus serão autorizados a entrar na faixa exclusiva do BHLS.

No projeto da Transoceânica, está prevista também a integração da via com a estação hidroviária de Charitas, que será reforçada com a aquisição de novas barcas vindas da China, e será transformada em um terminal intermodal.

"Um bom planejamento do trânsito será crucial para minimizar o impacto de bloqueios e supressão de vias", disse.

O estudo informa ainda que o entorno do quartel do Corpo de Bombeiros no Engenho do Mato deverá ser afetado em razão da construção de uma praça e a medida para minimizar esse impacto será redirecionar a entrada e saída de viaturas.

O EIA inclui outros dados importantes como a caracterização do empreendimento, do território onde ele será construído, a legislação pertinente e o tipo de zoneamento das áreas afetadas.

Fonte: Prefeitura de Niterói






terça-feira, 18 de março de 2014

Seu Bichinho é o guardião do Morro das Andorinhas há 72 anos


Ele é o cara. No quintal de casa: seu Bichinho come uma couve-flor inteira e, nas trilhas, ganha de qualquer um Márcio Alves

Américo de Souza vive desde os 8 anos numa comunidade localizada no meio da Serra da Tiririca, em Niterói


Natasha Mazzacaro

NITERÓI — É provável que seu Bichinho nunca tenha ouvido falar em Jean-Jacques Rousseau, o filósofo francês que bolou a teoria do Bom Selvagem e defendia que o meio urbano corrompe o homem, enquanto a natureza o redime. Mesmo assim, graças a uma sabedoria instintiva — meio nata, meio aprendida —, ele optou por não viver em meio a fios, buzinas e prédios mais altos do que sua lógica poderia explicar. Em vez disso, seu Bichinho vive há 72 anos num casebre escondido no meio da mata, onde acorda todo dia com o canto assanhado dos sabiás que, faceiros, aparecem para roubar as frutas de seu quintal.

Américo Fernandes de Souza, como foi agraciado por sua mãe há exatas oito décadas, é o integrante mais antigo da comunidade tradicional do Morro das Andorinhas. Sua história começa assim: nos idos de 1870, um pescador chamado Leonel Siqueira da Silva estava no meio de uma de suas andanças por Itaipu quando decidiu fincar moradia no alto da montanha, a fim de explorar novos pontos de pesca na região. Teve filhos, que tiveram netos. Um deles, que se dividia entre os peixes e a profissão de barbeiro, foi um dia para Itaipuaçu para cortar os cabelos de uma dona de casa viúva: apaixonou-se e acabou voltando com ela e seus filhos para viver nas Andorinhas. Seu Bichinho tinha, na época, 8 anos de idade.

Isolado no meio da mata, Seu Bichinho se lembra bem daquele tempo. Sua avó postiça era índia e, como a região era desconhecida pela população da cidade, andava com os seios nus, executando os afazeres da casa. Metade dos filhos pescava e a outra parte lavrava a terra. Por lá, plantava-se de tudo, de modo que só era necessário comprar sal, fósforo e querosene. De vez em quando, acompanhava os tropeiros que levavam banana “para Niterói”, que é como ele se refere ao Centro da cidade, mesmo estando o Morro das Andorinhas no mesmo município.

— Tive uma infância de muito trabalho e só estudei até a 2ª série (atual 3º ano fundamental). Até a data de hoje, não sei fazer pipa nem andar de bicicleta. Minha única brincadeira era um piãozinho, que a gente fazia com a raiz da jaqueira. Todo amarelinho, uma beleza — diz ele, sempre sorridente.
No Morro das Andorinhas, Seu Bichinho também formou sua família. Conheceu dona Ida, que era filha de pescadores, e com ela teve oito herdeiros.

— Quem teve as crianças foi Dona Encrenca. Eu só criei — conta, às gargalhadas. — Naquele tempo não tinha luz elétrica nem muita coisa para fazer.

Seu Bichinho se dividiu a vida toda entre a pesca e o plantio e, quando as coisas começavam a apertar, arranjava um biscate como ajudante de pedreiro. Apesar de ter trabalhado muito a vida toda, seu maior ofício mesmo foi o de guardião do Morro das Andorinhas. Antes mesmo de a área ser integrada ao Parque Estadual da Serra da Tiririca, em 1992, ele já tomava conta do seu “quintal”. É ele quem ajuda a manter limpas as trilhas que dão acesso aos mirantes de Itaipu e Itacoatiara. Quando aparece algum foco de incêndio, Seu Bichinho é o primeiro a chegar. Às vezes, ensinando até uma coisa ou outra aos mais experientes:

— Um dia caiu um balão aqui, e o fogo começou a se espalhar. Corri para lá e comecei a separar o mato com a foice. E os bombeiros só tentando abafar o fogo, que chegou no ponto onde eu estava e parou. Aí, o capitão ficou todo espantado, né?

Lição, por sinal, é o que não falta. Toda semana, sobem e descem um sem-número de turistas, rumo ao mirante de Itacoatiara. Com corpo esguio, postura ereta e os músculos ainda rígidos, ele, não raro, passa todo mundo em disparada. A troça geralmente é garantia de risadas entre os visitantes. Um dos seus filhos acrescenta que ele vai até a Praia de Itaipu em 15 minutos, enquanto uma pessoa com preparo físico regular faz o mesmo percurso em, no mínimo, meia hora. Talvez por isso, ele tenha apenas uma dorzinha nas costas. “A cabeça vai muito bem”, obrigado!

Tirando um probleminha ou outro — na maioria das vezes relacionado à água, que só chega quando chove e enche a caixa de reserva —, a vida de Seu Bichinho é boa. Sua casa fica próxima às outras 13 que compõem a comunidade (todas as 39 pessoas que moram lá pertencem à mesma família, a única permitida pelo Parque da Tiririca), acorda às 3h para varrer o terreiro, comemora quando Dona Ida faz couve-flor (“como uma inteira sozinho”) e passa o dia cuidando de uma plantação, que mantém fora da área de preservação. Às 18h, nem experimente procurá-lo: Seu Bichinho é minhoca da terra e dorme com as galinhas. Nos sonhos, ele se imagina visitando o Pão de Açúcar, lugar que nunca conheceu.

— Sabe quantos anos tem essa árvore que eu plantei? Durmo de janela aberta, e a bicharada anda no meu quintal como se fosse cachorro. Só saio daqui depois de morto — diz ele, mais inteligente do que qualquer filósofo graduado.

Fonte: O Globo Niterói







domingo, 16 de março de 2014

Alameda São Boaventura pode ganhar ciclovia em toda sua extensão


Ideias foram apresentadas durante reunião realizada na manhã deste sábado, na sede do Instituto Baía de Guanabara (IBG), no Horto do Fonseca. Foto: Fotos: Julio Silva

Marcelo Almeida

Uma das propostas é que percurso passe sobre canal e pelas baias dos ônibus, o que exigirá obras para adequar espaço. Após conclusão, plano será enviado para avaliação da Emusa

O Programa Niterói de Bicicleta planeja implantar uma ciclovia por toda a extensão da Alameda São Boaventura, no Fonseca, bairro da zona norte de Niterói. A iniciativa foi apresentada neste sábado durante o Sexto Encontro do Plano Cicloviário Participativo de Niterói, realizado durante a manhã no Instituto Baía de Guanabara (IBG), no Horto do Fonseca. O coordenador do programa, Argus Caruso, disse que já existe uma proposta para que seja criada a ciclovia, mas o projeto ainda está em fase de estudos.

Depois de concluído, o plano será enviado para a Empresa Municipal de Moradia Urbanização e Saneamento (Emusa), que vai avaliar de que forma a ciclovia será implantada, para que a obra se torne mais viável.

“É difícil afirmar hoje como vai ser o percurso, pois ainda está sendo estudado, mas a ideia é que a faixa destinada às bicicletas fique sobre o canal. Para isso, é preciso abrir espaço também nas baias dos ônibus, que vai demandar toda uma reestruturação daquela configuração que existe hoje”, afirmou Caruso.

Ainda foram apresentadas na reunião, outras possíveis vias da Zona Norte que podem receber tanto ciclovias (com barreiras físicas entre o espaço dos carros e das bicicletas) como ciclofaixas (apenas com o espaço delimitado na pintura no chão). Argus Caruso argumentou que a ciclofaixa é mais democrática e força o motorista a aprender a respeitar o espaço do ciclista, mas em contrapartida é mais perigosa. Por isso, em alguns pontos onde o fluxo de veículos é mais intenso, o uso de barreiras e segregações se faz necessário.

“O programa não é apenas para incentivar o uso da bicicleta como meio de lazer, mas também de transporte. Temos planos de instalar bicicletários para que a população possa deixar suas bicicletas em local seguro. Estamos em diálogo com a CCR para viabilizar um local na Estação nas Barcas, no Centro, e ainda em outros pontos”, informou.

No final da reunião, os participantes puderam apontar em um mapa os locais em que acham importante a instalação de espaços exclusivos aos ciclistas, para que desta forma se possa traçar a real necessidade dos ciclistas da região. Através dessa sugestão dada pelos próprios ciclistas, a Prefeitura pretende planejar as ações que serão realizadas na região.

Fonte: O Fluminense

sábado, 8 de março de 2014

Após restauração, prédio dos Correios no Centro de Niterói será inaugurado no dia 21




A exposição de fotos “Aqui mesmo – Niterói vista pelas lentes de Pedro Vazques” poderá ser vista no dia 24. Foto: Léo Fonseca

Patrícia Vivas

Fechado há oito anos, o edifício dos Correios, no Centro de Niterói, reabre no dia 21. O prédio vai abrigar agência e espaço cultural, que funcionará no térreo e no segundo andar

O prédio dos Correios de Niterói, histórico edifício localizado na Avenida Visconde do Rio Branco, no Centro, está em fase final de restauração, e será inaugurado no próximo dia 21. Além da principal agência de correspondências da cidade, e da sede da Região Comercial da empresa que atende Niterói, São Gonçalo e Região dos Lagos, o local vai contar também com um Espaço Cultural.

O espaço ocupará duas salas no pavimento térreo e o segundo andar do prédio. Cada andar tem 1,2 mil metros quadrados. Inicialmente, será apresentada no térreo uma exposição de fotografias intitulada “Aqui mesmo - Niterói vista pelas lentes de Pedro Vazques”. A exposição poderá ser visitada a partir do dia 24, das 9h às 17h, gratuitamente.

Além disso, mais três salas de exposição funcionarão no segundo andar, e uma sala multicultural, que poderá contemplar os segmentos de cinema, música e humanidades. Esses ambientes serão adaptados para receber futuros eventos.

Os Correios são uma das principais empresas patrocinadoras da cultura no país. Essa ação acontece por meio de patrocínios e da gestão cultural em unidades próprias, como será no prédio histórico de Niterói. Com essa iniciativa, a cidade ganha mais uma opção nessa área, com acesso livre a qualquer interessado. É também uma forma de posicionamento da empresa junto ao mercado, para ampliar sua visibilidade e reforçar o seu conceito junto à sociedade.

O edifício – Fechado há 8 anos, o prédio histórico dos Correios é um dos principais patrimônios arquitetônicos de Niterói. Orçadas em R$ 15,3 milhões, as obras de reforma e restauração foram iniciadas em dezembro de 2011 e mantêm as características originais do prédio. Além disso, há a recuperação de todas as fachadas e esquadrias e haverá também iluminação monumental e climatização do espaço. A obra integra o projeto de requalificação da frente marítima da cidade e reforça a parceria entre a Prefeitura e o Governo Federal.

Fonte: O Fluminense




Projeto Grael: últimas vagas para cursos na área náutica


As inscrições devem ser realizadas na sede do projeto em Jurujuba. Foto: Divulgação / Mariza Formaggini

Oficinas são destinadas a estudantes (ou ex-estudantes) da rede pública entre 9 e 29 anos de idade

Crianças e jovens de 9 a 29 anos ainda podem se inscrever até o início da próxima semana nos cursos do Projeto Grael, em Niterói. Interessados podem optar entre aulas de vela, natação e oficinas.

A matrícula deverá ser realizada na sede do projeto (Avenida Carlos Ermelindo Marins, 494 - Jurujuba), entre segunda e sexta-feira, das 8h às 17h. Os documentos necessários são: atestado médico, documento que comprove a matrícula ou certidão de conclusão do Ensino Médio em escola pública, cópia da identidade ou da certidão de nascimento, cópia da carteira de identidade do responsável (para menores de 18 anos) e cópia da carteira de identidade e do CPF (para maiores de 18 anos). Informações podem ser adquiridas pelo e-mail secretaria@projetograel.org.br

Presidente do Instituto, o medalhista olímpico Torben Grael considera que a oportunidade vem num momento propício para o esporte no País. “Além de aprender a velejar, os jovens terão um cenário propício para se inserirem no mercado náutico, principalmente, por conta da demanda, dos Jogos Olímpicos. Vamos receber várias delegações de vela aqui em Niterói e este é um bom momento para se capacitar”, disse.

Fonte: O Fluminense

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Saiba mais sobre o Projeto Grael em:
www.projetograel.org.br

Postagens sobre o Projeto Grael no Blog do Axel Grael


quinta-feira, 6 de março de 2014

Natascha Boddener, velejadora de Niterói, conquista vaga para a Olimpíada da Juventude na China




Velejadora de Niterói é a terceira entre as mulheres no Sul-Americano da Classe Byte e garante última vaga feminina para os Jogos Olímpicos da Juventude, em Nanquim
 
São Paulo (SP) - A niteroiense Natascha Boddener está classificada para representar o Brasil na Olimpíada da Juventude, em agosto, na China. A vaga foi obtida apenas na última regata na Represa de Guarapiranga. A velejadora de 15 anos precisava, nesta quinta-feira (6), manter-se entre as três primeiras na categoria feminina para ingressar na delegação do Comitê Olímpico Brasileiro que competirá em Nanquim.

Na última das 12 provas organizadas pelo Yacht Club de Santo Amaro, desde o sábado de Carnaval, Natascha fez o que se chama de 'lição de casa'. Foi conservadora e procurou ficar em posição intermediária na flotilha de 22 barcos para evitar riscos. Chegou em sexto e terminou o campeonato com 85 pontos perdidos, oito a menos do que a compatriota Helena de Marchi, vencedora da regata final desta quinta-feira. Dolores Fraschini, do Uruguai, e Jarian Brandes, do Peru, ficaram em primeiro e segundo lugares, com 41 e 48 pontos respectivamente, na categoria feminina.

"Foi bom para mim porque o vento foi mais fraco, condição semelhante a dos meus treinos em Niterói. Eu estava nervosa antes da decisão. Minha única experiência internacional havia sido no Sul-Americano de Optimist, no ano passado, em Porto Alegre, mas na hora de velejar consegui me controlar", revelou Natascha, que cruzou a linha de chegada às lágrimas, emocionada com a conquista da vaga brasileira para competir na China.

A evolução de Natascha passa pelas orientações do pai, Walter Boddener, ex-técnico dos bicampeões olímpicos Robert Scheidt e Torben Grael. "É um privilégio ter meu pai como treinador. De vez em quando enche um pouco porque ele dá umas bronquinhas, mas eu não ligo muito", considerou a velejadora.

Classe ainda busca espaço no País- Orgulhoso, o pai de Natascha acompanhou as regatas de perto a bordo de um bote inflável e sugeriu que se dedique mais atenção à classe no País. "O Byte é um barco adequado para 15 ou 16 anos. É uma ótima classe para a formação do atleta. Só falta as entidades náuticas organizarem mais campeonatos", alegou Valtinho.

Apesar de a classe ser pouco praticada no País, o nível técnico das provas surpreendeu a Organização. Gerente do YCSA e velejador, Marcos Biekarck elogiou o desempenho dos adolescentes. "Para uma classe que quase não possui flotilha no Brasil e na América, o nível das regatas foi muito elevado. O Pedrinho (Pedro Corrêa - campeão geral) mostrou que está bem a frente. Hoje posso dizer que seria um 'Top Five' na Europa".

Antes de correr de Byte em Nanquim, em agosto, Pedro, que já havia assegurado o título sul-americano na véspera da última regata, pretende disputar o Mundial da classe, em abril na Itália, com os apoios do Audi YCSA Sailing Team e da CBVela. Foram dez primeiros lugares em 12 provas, justificando a avaliação de Bieckark. O associado do YCSA, mora e treina em São Sebastião, onde é integrante do Projeto Ventos e Velas da prefeitura municipal.

Considerando-se os dois descartes, Pedro desenvolveu uma campanha perfeita, com dez pontos perdidos. As outras duas vagas masculinas para os Jogos Olímpicos da Juventude ficaram com Chile e Peru, pelas atuações de Clemente Lacamara e Angello Farias, respectivamente, com 36 e 58 pontos perdidos. O Sul-Americano de Byte CII teve a promoção do YCSA e da FEVESP (Federação de Vela do Estado de São Paulo) com as chancelas da ISAF (Federação Internacional de Vela) e da CBVela.

A regata final foi disputada com vento fraco, entre cinco e seis nós (menos de 10 km/h), na direção noroeste. "Além de fraco, o vento estava muito rondado. Foi difícil posicionar a boia de contra-vento para darmos a largada. Essa condição exigiu muita perícia dos velejadores, mas a festa que fizeram na água ao final do campeonato, mostra que todos estão felizes", comentou o presidente da Comissão de Regatas, Claudio Buckup.

Fonte: ZDL
  



Lars Grael e Samuel Gonçalves lideram a Bacardi Cup, em Miami




Três regatas já foram realizadas em Miami na disputa da Bacardi Cup na classe Star e os brasileiros Lars Grael e Samuel Gonçalves lideram a competição. A dupla tem cinco pontos a menos que os americanos Mark Reynolds e Magnus Liljedahl, segundos colocados. Torben Grael e Guilherme Almeida aparecem em terceiro, dois pontos atrás. Nesta quarta-feira o vento estava fraco e bastante rondado e os brasileiros mostraram que não estão de brincadeira. Alan Adler e Ubiratan Matos aparecem na sétima colocação; Fabio Bruggioni e Marcelo Sansone em 16º; Admar Gonzaga e André Serfa em 18º, Marcelo Bellotti e Arthur Lopes em 19º, Luiz Reis e Alexandre Freitas em 21º, Dino Pascolato e Maguila em 33º e Frederico Viegas e Renato Moura em 34º. No total, 55 duplas disputam a competição.

Fonte: Coluna do Murillo



"Tomara que chova", artigo de Dora Negreiros


Dora Negreiros, ambientalista, presidente do Instituto Baía de Guanabara.


Se não chover logo, vai faltar água! Chuva pra valer, não aquela recente chuvinha de nada que mal deu para molhar o chão. Precisamos da chuva mansa e duradoura, de encher o rio, não a de provocar deslizamentos. Passei o carnaval olhando esperançosa para o céu e cantando o sucesso de Emilinha Borba: Tomara que chova, três dias sem parar.

“A minha grande mágoa é lá em casa não ter água /Eu preciso me lavar/ De promessa eu ando cheio/Quando eu conto a minha vida, ninguém quer acreditar / Trabalho não me cansa, o que cansa é pensar/ Que lá em casa não tem água, nem pra cozinhar...”

A marchinha, de 1951, traduzia o enorme tormento dos cariocas que só foi resolvido quatro anos depois com água vinda de longe, do rio Paraíba do Sul. Espertamente usaram as obras de desvio do rio feitas pela Light, lá em Barra do Piraí, para gerar energia, aproveitando, para beber, a água que depois seguia pelo leito do Rio Guandu. Até hoje é assim. A estação de tratamento do Guandu, em Itaguaí, limpa a água que vai abastecer os municípios do Rio de Janeiro e da Baixada. No início, só os bairros nobres tinham água em casa. As áreas faveladas só tiveram direito a ela há menos de vinte anos, com dinheiro do PDBG – Programa de Despoluição da Baía de Guanabara. Até então cabia a marchinha interpretada pela rival da Emilinha Borba, a cantora Marlene.

“Lata d’água na cabeça lá vai Maria, sobe o morro não se cansa, pela mão leva a criança...”

Do lado de cá da Guanabara, a água que bebemos vem do Rio Macacu, lá da serra por onde passa a estrada para Nova Friburgo. Já na Baixada, um canal artificial, o de Imunana, retira parte de sua água que depois é bombeada por 16 km até a estação de tratamento do Laranjal, em São Gonçalo. De lá, é distribuída para os moradores de Niterói, São Gonçalo e Ilha de Paquetá.

Hoje somos cerca de dois milhões de pessoas dependendo do mesmo Rio Macacu, que neste atípico e seco verão, está diminuindo dia a dia. Não tem chovido nem aqui, nem nas encostas bem florestadas da Mata Atlântica onde ele tem suas nascentes.

Interessante é que até há poucos dias, o Macacu não dava sinais, na Baixada, da falta de chuva na serra, o que poderia ser explicado pelo “efeito esponja” que a floresta exerce. Ela retém a água que recebe nos tempos de chuva e a devolve lentamente para os rios, nas épocas de seca.

Agora, dia a dia, a vazão do Rio Macacu tem diminuído, dando sinais de que a floresta também está secando, o que causa apreensão às empresas responsáveis pelo fornecimento de água para as cidades. E estamos no final do verão que deveria ser a época de chuvas intensas, as que enchem reservatórios. Ainda este mês começa o outono e logo depois entraremos no inverno, que é a época das secas.

Valha-nos São Pedro! Se não nos atender logo, nossas torneiras vão secar.

Dora Negreiros, Presidente do Instituto Baía de Guanabara / RJ


Fonte: O Fluminense

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Finalmente voltou a chover em Niterói.


Hoje pela manhã, chegou finalmente a tão esperada chuva. Ainda uma chuva moderada, incapaz de repor a água perdida do solo e realimentar os aquíferos, mas já suficiente para reanimar a vegetação que sobreviveu à longa estiagem. Mas, gramados que hoje estão secos e queimados voltarão a ficar verdes, o capim nas encostas ficará menos vulnerável ao fogo e algumas árvores mais resistentes voltarão a exibir folhagem revigorada.

Apesar da previsão que o verão 2013-2014 seria muito chuvoso, a cidade não via chuvas há meses. O fenômeno é verificado em quase toda a Região Sudeste do país, mas Niterói sofreu mais que os municípios vizinhos.

A consequência da seca foi uma elevada incidência de incêndios que consumiram a vegetação de encostas da cidade, destruindo cerca de 20 hectares de área florestada e uma superfície muito maior de encostas som florestas, mas coberta pelo capim-colonião.

A volta das chuvas alegrou os niteroienses, mas também outros moradores que estavam sentindo a sua falta. Logo que a chuva começou, no meio da manhã, um grupo de gaivotas chegou ao Caminho Niemeyer, no Centro da Cidade, e deliciou-se bebendo a água que começava a se acumular em poças sobre o piso.

Veja abaixo:

Foto de Axel Grael.

Foto de Axel Grael.

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Carnaval de Niterói 2014 - Alegria e tranquilidade no Carnaval da Paz



A alegria e a tranquilidade foram os grandes destaques do carnaval de 2014 em Niterói. Nos quatro dias de folia, a cidade contou com programação oficial em 18 bairros e teve, em suas ruas, o desfile de mais de 60 blocos, além dos desfiles das escolas de samba na Rua da Conceição. A estimativa da prefeitura é que, pelo menos, 300 mil pessoas tenham participado do carnaval em Niterói este ano.

Para o presidente da Niterói Turismo e Lazer (Neltur), Paulo Freitas, o feriado prolongado de Momo revelou que a retomada do carnaval niteroiense está no caminho certo: “Este ano, o carnaval foi melhor que no ano passado. Tivemos mais estrutura, mais organização. E no próximo ano será ainda melhor e isso é exatamente o que o prefeito orientou: um carnaval melhor a cada ano,” diz Freitas.




O presidente da Neltur ressalta que desde a abertura oficial do evento, não houve qualquer ocorrência grave na cidade. “O planejamento funcionou muito bem, com a integração entre todas as secretarias municipais. Os postos de saúde, em maior número este ano, realizaram um excelente serviço, a Guarda Municipal e a Secretaria de Ordem Pública atuaram em conjunto com Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, enfim, tudo saiu melhor do que prevíamos. Agora é começar a pensar no próximo ano”, comenta Paulo Freitas.

Na segunda-feira de carnaval, o prefeito percorreu as ruas da cidade para ver como funcionavam as estruturas montadas pelo município e se mostrou bastante satisfeito. Para ele, a festividade transcorreu com muita alegria e num clima de completa paz.

Durante o feriadão, a Seop atuou com 120 homens que trabalharam em conjunto com a Polícia Militar. Os agentes municipais fizeram um trabalho de orientação aos foliões, evitando a ocorrência de delitos. Já a Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) havia recolhido, de sábado até o início da tarde de ontem (quarta-feira), cerca de 260 toneladas de lixo jogado apenas nas ruas. A coleta domiciliar continuou normalmente no carnaval.

Fonte: Prefeitura de Niterói

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quarta-feira, 5 de março de 2014

PESQUISA: BRASILEIROS AJUDAM MAIS PESSOAS PEDINTES DE RUA E IGREJAS QUE ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL


Pesquisa IDIS/Ipsos Public Affairs: Retrato da Doação no Brasil

Estudo revela novos aspectos do comportamento do brasileiro em relação à doação:
 
a) Brasileiros não se sentem estimulados para doação e voluntariado;
b) Brasileiros doam mais para pedintes de rua e igrejas do que para organizações da sociedade civil.
c) 84% da população desconhece que pode fazer doações utilizando parte do Imposto de Renda.
d) Crianças e idosos são grupos populacionais que mais sensibilizam a população para doações em dinheiro.
 
São Paulo, fevereiro de 2014 – O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e a Ipsos Public Affairs divulgam os resultados da pesquisa Retrato da Doação no Brasil, em um estudo que traça o perfil do brasileiro em relação às doações e causas sociais.

O levantamento realizado em três etapas e que ouviu mil pessoas em cada fase, em 70 cidades do Brasil, sendo nove regiões metropolitanas, concluiu que o hábito de doar, seja tempo ou recursos, não faz parte da cultura do brasileiro. Um exemplo disso é que 73% não se sentem estimulados pelo seu círculo de convivência (família, comunidade, escola e trabalho) a realizar doações ou trabalho voluntário. “A Copa do Mundo Fifa, que se aproxima, bem como os Jogos Olímpicos, em 2016, são eventos que poderão contribuir para incentivar o voluntariado no País e o governo pode aproveitar este momento para fomentar a cultura de doação junto à sociedade”, analisa Paula Jancso Fabiani, diretora executiva do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

Em relação à doação em dinheiro, poucos brasileiros tiram a mão do bolso, mas quando o fazem destinam as doações para pedintes (30%), para igrejas (30%) e, em terceiro lugar, para organizações da sociedade civil (14%). “O aumento da renda média da população não parece estar refletida no percentual da população que doa. Um dos motivos que pode explicar essa tendência é a percepção do brasileiro de que o governo está preenchendo essa lacuna, com políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família”, pondera Paula Jancso Fabiani, diretora executiva do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

1 – Brasileiros ajudam mais pessoas pedintes de rua e igrejas que organizações da sociedade civil:
Ipsos 2014 Grafico 1

2 - Os brasileiros da região Nordeste são os mais sensíveis a doar para pedintes, enquanto os da região Norte e Centro-Oeste doam mais para organizações da sociedade civil e igrejas quando comparados com os das outras regiões.
Ipsos 2014 Grafico 2

3 - Do total de doações, as classes C, D e E doaram mais para pedintes de rua e para igreja em comparação as classes A e B, que doam em proporção maior para organizações:
Ipsos 2014 Grafico 3

4 - Em relação às causas que inspiram os brasileiros a doar, crianças estão em primeiro lugar (33%), seguidas de idosos (18%), saúde (17%) e educação (7%).

5 - Outro ponto que merece atenção é o motivo para poucos brasileiros doarem. Do total de entrevistados, 58% informaram que não têm dinheiro, enquanto 18% afirmaram que não doaram porque ninguém solicitou e 12% porque não confiam nas organizações. A pesquisa também descobriu que 85% dos entrevistados não recebeu nenhum pedido de doação provenientes de organizações nos últimos 12 meses.

“Números indicam que também falta a ‘cultura de pedir’ por parte de quem precisa dos recursos. Esse resultado reforça a percepção de que há muito espaço para o crescimento das doações, a partir de um trabalho de captação estruturado e persistente”, define Paula Jancso Fabiani, diretora executiva do IDIS.

6 – Brasileiros não doam por falta de recursos e por não receberem pedido de doação:
Ipsos 2014 Grafico 4

Em relação aos mecanismos de doações dedutíveis do Imposto de Renda, o desconhecimento dos brasileiros é grande: 84% disseram não conhecê-los. Esse percentual é significativo e indica o potencial de crescimento para doações realizadas via incentivos fiscais. “Atualmente a dedução praticamente só pode ser realizada quando a doação é para projetos via leis de incentivos ou Fumcad – Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O ideal é que haja a ampliação do incentivo fiscal para dar liberdade para o doador beneficiar diretamente as organizações da sociedade civil”, explica Paula Jancso Fabiani, diretora executiva do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. 

Ipsos 2014 Grafico 5

Metodologia da pesquisa Public Affairs - A pesquisa Ipsos Public Affairs foi realizada em três etapas: julho, outubro e dezembro de 2013, a partir de entrevistas quantitativas com mil pessoas em cada rodada. A primeira etapa foi probabilística para a seleção dos municípios: 70 municípios do Brasil, sendo nove regiões metropolitanas. Na segunda etapa foram selecionados aleatoriamente setores censitários para compor a amostra e as entrevistas foram realizadas nos domicílios a partir de cotas das variáveis  sexo, idade, ocupação, nível sócio econômico e nível de escolaridade. A margem de erro da pesquisa Ipsos Public Affairs é de 3 pontos porcentuais, com coeficiente de confiança de 95%.

** Percentuais baseados nos entrevistados que utilizaram pelo menos um canal de comunicação para entrar em contato com alguma empresa nos últimos 12 meses.

Informações à imprensa – G4 Solutions
Tamer Comunicação Empresarial
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terça-feira, 4 de março de 2014

FORTE ESTIAGEM QUE ASSOLA A REGIÃO ESTÁ MUITO MAIS SEVERA EM NITERÓI


Desde o início de janeiro de 2014, o estado do Rio de Janeiro enfrenta uma estiagem sem precedentes para esta época do ano: estamos no período das chuvas. A matéria abaixo, do jornal O Globo, mostra que o problema é uma grave preocupação na capital, mas também em toda a Região Metropolitana.

Conforme os dados que apresentamos a seguir, infelizmente, a falta de chuvas tem sido ainda mais dramática em Niterói. Em um mês, um dos pluviômetros na cidade registrou uma precipitação de apenas 2,4mm. Em outro, 12,4mm. Conforme dados do INMET (divulgados pelo Climatempo) a média de precipitação em Niterói nos últimos 30 anos para o mês de fevereiro é de 128mm.

Como consequência desta grave seca, Niterói tem enfrentado uma sequência de queimadas em encostas que têm dizimado alguns remanescentes de florestas e ecossistemas naturais. Além de destruir áreas naturais, os incêndios ameaçam residências e prejudicam o cotidiano da cidade, como temos registrado aqui no Blog.

Veja o registro que fiz dos impactos dos incêndios nas encostas de Niterói em Danos causados pelo fogo nas encostas de Niterói (sobrevoo de 10/02/2014)

A destruição de florestas aumentam as chances de deslizamentos de encostas, assoreamento dos rios e inundações.

Os dados apresentados, a seguir, demonstram a gravidade da situação em Niterói:


Compare as chuvas registradas em Niterói e São Gonçalo, com as precipitações registradas para outras partes do RJ. Mesmo nas demais regiões, as chuvas registradas foram bem abaixo da média das chuvas registradas nos últimos 30 anos, como pode ser verificado nos próximos gráficos. Informação acima foi compilada por Axel Grael com base nos dados do site do INEA: www.inea.rj.gov.br

O gráfico acima mostra as médias de temperature máxima e mínima e precipitação (chuvas) registradas nos últimos 30 anos para a cidade de Niterói. Informação disponível no site do Climatempo.

Veja que a média dos últimos 30 anos para chuvas em fevereiro foi de 128mm e para janeiro, 179mm. Como pode ser visto, o registro de chuvas em Niterói nos últimos 30 dias (na estação do Batalhão de Polícia Rodoviária: 12.4mm; e no Rio Engenhoca: 2.4mm), foi estatisticamente muito abaixo do esperado para o período, justamente o período de chuvas.  

A falta de chuva, agravado pelo forte calor e a perigosa prática de promover queimadas em vegetação, queimar lixo e até soltar balões (todas estas práticas são consideradas crime ambiental pela legislação em vigor), causaram fortes danos às áreas de florestas de Niterói e sua região.

Veja nas fotos, abaixo:

Encosta do Morro do Cavalão, em São Francisco, Niterói. O local, que já tinha rocha exposta desde que sofreu queimada há cerca de 20 anos, vinha se regenerando lentamente. O fogo consumiu novamente a vegetação que se recuperava. No combate às chamas, como último recurso, helicópteros do Governo do Estado (Bombeiros, PM e INEA), acionados pela Prefeitura de Niterói, acabaram por lançar água salgada da Baía de Guanabara para apagar os focos de incêndio que já estavam sem controle. As consequências poderão ser uma recuperação ainda mais lenta. Foto de Axel Grael.

No alto da encosta, mata queimada e, logo abaixo, vegetação sobre ambiente rupestre mostra stress hídrico pela falta de chuvas. Foto de Axel Grael.

No Parque Estadual da Serra da Tiririca, vegetação sobre solo raso, sobre rocha e sem capacidade de armazenar água, mostra folhagem ressecada, com aspecto amarelado. Foto Axel Grael.

DANOS

Os incêndios dos últimos dias afetaram áreas cobertas por florestas, mas também encostas com a predominância do capim-colonião, espécie exótica, introduzida no Brasil e que é muito vulnerável ao fogo. No capim-colonião, o fogo se alastra rapidamente e acaba afetando pequenos fragmentos de vegetação natural e, com frequência, ameaça moradias, benfeitorias e equipamentos públicos.

Conforme estimativas do relatório preparado pelo Cel. Fábio Meirelles, comandante do Comando de Bombeiro de Área - CBA IX (Charitas), os incêndios em vegetação ocorridos entre 10 e 16 de fevereiro de 2014 demandaram 32 horas de helicóptero e, somando-se à mobilização que se fez necessária de recursos humanos e materiais para combate aos incêndios, geraram despesas estimadas em R$ 77.905,75.

As chamas consumiram cerca de 10 hectares de vegetação. Ao custo estimado de cerca de R$ 10 mil/hectare (valor de referência utilizado pelo INEA), o custo de recuperação de toda a área destruída seria por volta de R$ 100 mil.

Como engenheiro florestal, posso afirmar com o valor por hectare previsto pelo relatório do Cel Fábio é ainda subestimado, considerando-se as características das áreas afetadas. Como pode ser verificado nas fotos, a área destruída pelo fogo é de elevada declividade, de alta fragilidade edáfica (solos rasos, pobres, sujeitos à erosão e de alto risco geotécnico) e de difícil acesso para as equipes de reflorestamento. Portanto, podemos considerar que o custo de recuperação das áreas degradadas pelo fogo pode se considerar como sendo bem mais do que o dobro do valor estimado no relatório.

As fotos das encostas de São Francisco (Morro do Cavalão), vide acima, comprovam a grande dificuldade da regeneração natural naquelas condições. A vegetação atingida pelo fogo dos últimos dias recuperava-se de outro incêndio que atingiu a área há cerca de 20 anos.

PREVENÇÃO

Desde o início do Governo Rodrigo Neves, assumimos a responsabilidade de coordenar as ações de Defesa Civil na cidade. Niterói contava com uma estrutura precária de Defesa Civil e nunca teve um Plano de Prevenção a Queimadas e Incêndios em Vegetação.

Motivados por todos os prognósticos meteorológicos para este verão - que previam muitas chuvas - demos prioridade ao longo de todo o ano passado (2013) a preparar a Defesa Civil de Niterói para ações preventivas e para a gestão de situações de emergências climáticas relacionadas à chuva: deslizamentos de encostas e inundações. O trabalho cuminou com a preparação do Protocolo de Mobilização do Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil, que contou com a participação de todos os órgãos da Prefeitura e concessionárias e foi aprovado em janeiro de 2014.

A Defesa Civil de Niterói empreendeu um grande esforço e mudou de uma realidade em grande precariedade de meios logísticos e tecnológicos para um cenário completamente diferente e muito melhor. Foram implantados: a primeira estação meteorológica da cidade, uma rede de pluviômetros, ums rede de sirenes de alerta, foram implantados 13 NUDEC's, desenvolvidos treinamentos, etc. Niterói hoje é uma das cidades mais preparadas para enfrentar emergências causadas pela chuva.

Ocorre que estamos vivendo um verão atípico e nos deparamos com a situação oposta: uma forte onda de calor e uma estiagem que já dura mais de 20 dias. O estado do Rio de Janeiro está sofrendo com um número recorde de queimadas. Estas condições climáticas aumentaram muito a vulnerabilidade aos incêndios em área de vegetação (queimadas), principalmente nas áreas de encostas. A situação atual ainda é de extrema gravidade, conforme estamos alertando há algumas semanas.
Assim como preparamos a cidade para as chuvas, vamos prepara-la para as próximas estiagens e estruturar o Plano de Prevenção e Contingências para Incêndios em Vegetação. No nosso planejamento, esta plano estaria pronto em maio, momento em que esperávamos pela estiagem.

Em virtude do momento atual, decidimos adiantar o plano e já estamos avançando no planejamento, em parceria com o Corpo de Bombeiros, com a Defesa Civil Estadual e com o INEA.

O importante é que se perceba que as ações de Defesa Civil, sejam elas para situações de excesso de chuva, falta dela, ou outras calamidades públicas, precisam de uma ação prioritariamente na prevenção, além da preparação da capacidade de resposta para as situações de crise.

Mas, a prevenção não é possível apenas com a ação governamental. É preciso que seja uma prioridade de toda a sociedade e que a mobilização aconteça com a participação de todos. Por isso a nossa prioridade nos NUDEC's.

Há muito ainda pela frente e não vamos descansar enquanto não construirmos uma capacidade de reação contra as ameaças climáticas como a cidade de Niterói e sua população merece ter. Que Niterói seja, enfim, uma cidade resiliente, mais segura, mais sustentável, mais socialmente justa e mais feliz.

Axel Grael


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Rio termina primeiro bimestre com 75% de chuvas abaixo do esperado

Capital fluminense foi a que registrou menor pluviosidade em fevereiro


Jovens jogam altinho na Praia de Ipanema; Rio foi a capital brasileira com menor registro de chuvas em fevereiro Pedro Kirilos

RIO - Dias atrás, a previsão do tempo era um pule de dez: o carnaval seria sob chuva. Amanhã, Momo aproxima-se do fim de seu reinado sem molhar a coroa. As poucas precipitações da última semana foram localizadas, não impediram a folia nem cessaram o calor de maçarico que, desde o início do ano, faz questão de acompanhar o carioca. A estação ainda não chegou ao fim, mas este verão caminha para o posto de mais seco da História da capital fluminense.

No primeiro bimestre, a pluviosidade observada no Rio foi 75% abaixo do esperado. Em fevereiro, o Rio foi a capital brasileira com menor índice de chuvas. A estiagem é obra de uma massa de ar seco, que ficou estacionada no Atlântico Sul, próximo ao litoral da Região Sudeste. 

Quase um mês de seca

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), fevereiro registrou apenas 15mm de chuva - o normal é 130mm. No dia 17, após quase um mês de estiagem, uma frente fria vinda do Sul do continente conseguiu romper a massa de ar seco que bloqueava as precipitações. As chuvas, porém, logo se afastaram da cidade.

- Primeiro vimos um bloqueio atmosférico completamente atípico, porque ele impediu a pluviosidade durante muito tempo, justamente na estação mais chuvosa do ano - lembra Aline Tochio, meteorologista do Climatempo. - Em meados em fevereiro, uma frente fria finalmente conseguiu chegar ao Sudeste.

As precipitações, no entanto, duraram menos de uma semana. No dia 20 de fevereiro, logo após a passagem da frente fria, uma nova massa de ar seco estacionou sobre o litoral carioca. 

A cidade deve receber chuvas novamente no domingo, mas está claro que o Rio chegará ao fim do verão com o registro de pluviosidade muito abaixo da média histórica. A última vez em que isso ocorreu foi em 2011 - naquele ano, no entanto, as precipitações de janeiro e fevereiro, somadas, foram de 90mm. Desta vez, este índice foi de 73mm.

- A expectativa é de que as precipitações aumentem a partir da segunda quinzena do mês - anuncia Pedro Costa, meteorologista do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTec/Inpe). - Ainda assim, devemos chegar ao fim de março novamente com o índice de pluviosidade abaixo da média.

De acordo com o CPTec, a estiagem esperada para março não será tão radical quanto a vista nos dois primeiros meses do ano. Mas o resto do mês não compensará a chuva prevista - e que não veio - durante o início do verão.

- No fim do mês passado vimos uma série de ventos vindos do oceano e um maior transporte da umidade da Amazônia para o Sul do país - lembra Costa. - São fenômenos que favoreceram a entrada de chuvas, mas que agora já se desconfiguraram. Esperamos que eles se formem novamente. Por enquanto, nesta semana teremos apenas chuvas isoladas, provocadas pelo aquecimento e pela umidade de cada região.

Na Serra Fluminense, a situação é oposta. Uma chuva volumosa atingiu ontem diversas localidades, principalmente o município de Petrópolis.

O outono fará justiça à fama de estação da seca. O Inmet calcula que, entre março e maio, existe a probabilidade de que o índice de chuvas no Rio seja até 40% abaixo do normal. A estiagem vai se estender a toda a faixa litorânea do Centro-Sul, até o estado de Santa Catarina. As temperaturas registradas, por sua vez, permanecerão dentro da média histórica.

O mês de janeiro terminou como um dos mais hostis da História da cidade. Foi o segundo mais seco dos últimos 13 anos e o quarto mais quente desde o início das medições, em 1917. O Rio chegou a ter seis estações meteorológicas entre as dez que indicaram as maiores sensações térmicas do mundo.

Aquecimento das águas

Durante a maior parte do primeiro bimestre, enquanto durou o bloqueio atmosférico sobre o Centro-Sul do país, a temperatura da superfície do mar chegou a 32 graus Celsius - dez a mais do que o normal.

O aquecimento das águas do Atlântico Sul ainda está sendo estudado pelos climatologistas. Suas marcas, no entanto, foram vistas até no espaço entre o fim de janeiro e o início do mês passado. Uma imagem capturada pelo satélite Aqua, da Nasa, flagrou 800 quilômetros de uma mancha escura no oceano, em frente aos estados de Rio, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A mancha era o resultado da decomposição de algas mortas pela temperatura elevada, e depois ingeridas por outros micro-organismos.

Mesmo a chegada de ventos que proporcionaram a ressurgência — a subida de águas frias das profundezas para a superfície do mar — refrescou apenas a orla carioca. As ilhas de calor barraram a entrada da brisa às regiões mais distantes das praias. Em meados de fevereiro, a diferença da temperatura entre o Forte de Copacabana e o bairro de Santa Cruz superou a marca de 12 graus Celsius.

Fonte: O Globo


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