domingo, 7 de dezembro de 2025

FORÇAS DO ATRASO AGORA DEFENDEM ESPÉCIES INVASORAS: mais um ataque à política ambiental

Já dizia o Barão de Itararé: "De onde menos se espera, daí que não sai nada". É o que estamos vendo mais uma vez.

Mais um ataque das forças do atraso contra o meio ambiente e o bom senso. Após o desmonte do Licenciamento Ambiental, o ataque ao sistema de rastreabilidade do uso de agrotóxicos, agora os negacionistas ambientais atacam uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente de controlar os danos causados pelas espécies invasoras na nossa biodiversidade. 

A Comissão de Agricultura, por solicitação do senador bolsonarista Jorge Leif (PL-SC), que compõe a Bancada Ruralista no Congresso Nacional, convocou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, para explicar a resolução da Comissão Nacional da Biodiversidade para a instituição de listas nacionais de Espécies Exóticas Invasoras (EEIs). O senador argumenta que a iniciativa pode trazer prejuízos ao setor do agronegócio.

A reação vem exatamente quando o Brasil aprova a nova Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade. Ora, o que se pretende é evitar a extinção de espécies, o que pode acontecer com a competição de espécies que disputam os nichos ecológicos com as espécies nativas, sem ter predadores e inimigos naturais. Portanto, pretende-se evitar a introdução de espécies exóticas que possam representar riscos de se tornar pragas. Quem é de fato da agricultura sabe o que isso representa no país.

Será que o parlamentar e seus pares pensaram sobre os prejuízos à biodiversidade nacional (a maior e mais importante do mundo), à saúde humana, ao próprio setor agropecuário e à economia da entrada dessas espécies?

Veja aqui alguns exemplos:

LEUCENA: A invasão da espécie Leucena leucocephala que causa graves danos aos ecossistemas e à arborização urbana. Saiba mais em: LEUCENA: UMA ALIADA QUE SE TORNOU VILÃ

CAPIM-COLONIÃO: uma das maiores dores de cabeça para os projetos de reflorestamento na região do Rio de Janeiro e outras partes do país. A espécies faz jus ao próprio nome científico: Panicum maximum. Saiba mais em ICMBio combate o capim-colonião no Monumento Natural das Ilhas Cagarras e também QUEIMADAS: MITOS E VERDADES

CORAIS: Os corais brasileiros têm sido ameaçados por espécies invasoras. Veja em ICMBio preocupa-se com a invasão do coral-sol, espécie que ameaça o litoral brasileiro, também Corais brasileiros são ameaçados por espécie invasora originária do Oceano Pacífico e Cientistas encontram nova espécie invasora de coral na Baía da Ilha Grande

FAUNA: Também merece destaque a situação de espécies exóticas da fauna que causam grandes preocupações. É o caso do javali, no sul do país, de várias situações de peixes introduzidos em bacias hidrográficas e do caramujo-africano que ameaça a saúde das pessoas em várias partes do Brasil. Também cabe destaque o problema do mexilhão-zebra, originário da Ásia, que tornou-se uma praga em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. A espécie prolifera-se trazida principalmente no casco de navios e na "água-de-lastro". Há um esforço mundial para o seu controle. Para saber mais, acesse a publicação "Espécies Exóticas Invasoras de Águas Continentais no Brasil", do Ministério do Meio Ambiente.

CASOS EM OUTROS PAÍSES:  A história de uma bela árvore exótica que se tornou um pesadelo nos EUA

A preocupação do CONABIO está correta. Que a razão vença a ganância e a ignorância no Congresso Nacional.

Axel Grael
Engenheiro Florestal

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Marina Silva presta esclarecimentos sobre espécies invasoras no Senado

Comissão de Agricultura convocou a ministra do Meio Ambiente a pedido do senador Jorge Seif (PL-SC).

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participará de audiência pública na Comissão de Agricultura (CRA) do Senado nesta quarta-feira (10). O objetivo é que a ministra explique a resolução da Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio) que propõe listas nacionais de Espécies Exóticas Invasoras (EEIs).

A convocação foi solicitada pelo senador Jorge Seif (PL-SC). Para o parlamentar, a classificação indiscriminada de espécies como invasoras traz consequências à agropecuária, o que pode afetar empregos e comprometer a segurança jurídica do setor produtivo.

"A minuta submetida à Conabio tem gerado ampla controvérsia técnica, institucional e econômica. A Nota Técnica 46/2025 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apontou fragilidades metodológicas, ausência de base científica robusta e falta de articulação entre os órgãos governamentais envolvidos."

Oitiva está marcada para início às 14h.Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Segundo Seif, os critérios de inclusão na lista devem ser esclarecidos por Marina Silva. Em requerimento anterior, a ministra havia sido convidada e faltou à oitiva, por isso foi convocada.

Espécies invasoras

A lista, divulgada em fevereiro, reúne 60 espécies de peixes, 36 de invertebrados, 19 de mamíferos e cinco de aves. O documento reúne animais que foram trazidas ao Brasil e se espalharam em degradação à biodiversidade local.

A principal preocupação dos parlamentares, como afirmou Seif, é a inclusão das espécies de tilápia, Oreochromis niloticus e Coptodon rendalli, utilizadas em aquicultura.

Também se destacam entre as espécies: 

Invertebrados: abelha africanizada, Apis mellifera;
Mamíferos: roedores camundongo, Mus musculus, e a ratazana preta, Rattus rattus;
Aves: pardal, Passer domesticus.





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