quarta-feira, 5 de março de 2025

CRISE TRUMP-EUROPA: VERBAS DO CLIMA PODERÃO SER REVERTIDAS PARA COMPRA DE ARMAS

 

Card publicado pelas Nações Unidas com importante alerta para o momento que estamos vivendo.

Enquanto o Brasil celebra o Carnaval, no mundo quem desfila é o "Bloco da Insensatez".

AVANÇOS: De outubro de 2024 para cá, o mundo alcançou avanços históricos para a transição para a sustentabilidade: na COP 29, da Conferência do Clima (UNFCCC), em Baku (Azerbaijão), os países se comprometeram a investir US$ 300 bilhões/ano na mitigação e adaptação climática; enquanto na COP16, da Conferência da Diversidade Biológica (CBD), em Cali, Colômbia/ Roma, Itália, os países concordaram em aportar US$ 200 bilhões para reverter a destruição de ecossistemas e extinção de espécies. 

RETROCESSOS: Há poucas semanas alojado na Casa Branca para seu segundo mandato de presidente dos EUA, Donald Trump abriu guerra em todas as frentes. Veja alguns dos episódios dos últimos dias: 

  • Donald Trump distorce os fatos, diz que Ucrânia começou a guerra, toma partido da Rússia e anuncia a redução drástica do financiamento à OTAN.
  • Trump, seu vice-presidente JD Vance e o secretário de Estado, Marco Rubio, voltaram-se com desrespeito contra a Europa, de forma nunca vista.
  • Dias após humilhar publicamente o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy, durante entrevista coletiva na Sala Oval da Casa Branca, Trump anuncia a suspensão da verba e do apoio militar à Ucrânia. Trump decide de forma unilateral que a Ucrânia deve ceder aos EUA seus direitos sobre recursos minerais do país como forma de ressarcimento à ajuda militar durante a guerra.
  • Diante do ambiente de instabilidade, Ursula von der Leyen, presidente da União Europeia, anuncia que a Europa "começará uma nova corrida armamentista" para se proteger. A líder europeia disse que já "tinham um plano para financiar a compra de armas".
  • Ontem, países europeus começaram a anunciar que a verba que destinariam para a Convenção do Clima e para a Convenção para a Diversidade Biológica poderão ser utilizados para comprar armas!

Leia matérias sobre o assunto:

---------------------------------------------------


Europe diverts climate funds for war chest

By Gautam Naik

Europe’s race to build a war economy has led the bloc to pull spending desperately needed for another crisis: the climate.

The redirection of billions of euros away from development finance meant to fight the fallout of floods, droughts and cyclones in poorer countries has the potential to fuel European inflation, drive up immigration and weaken the bloc’s standing abroad.

“We are mutually dependent on these countries,” said Gareth Redmond-King, head of international program at Energy and Climate Intelligence Unit, a nonprofit.

In the UK, Prime Minister Keir Starmer has announced plans to cut aid spending by £6 billion ($7.6 billion) to make room for increased military spending. Germany intends to scale back development finance by almost $1 billion, while the Netherlands has unveiled €2.4 billion ($2.5 billion) of cuts. Across Europe, governments including Finland, Sweden and Switzerland are releasing similar plans.


Volodymyr Zelenskiy, Ukraine's president, left, and Keir Starmer, UK prime minister, ahead of a summit in London on March 2. Photographer: Chris J. Ratcliffe/Bloomberg

Redmond-King said the pullback has implications for a whole range of soft commodities in countries that export to Europe. Fewer protections against climate disasters will likely result in higher prices on everything from coffee to cocoa and bananas, he said. He also warns that spending cuts here and now mean future climate costs may rise.

The UK imports two-fifths of its food from abroad, half of which comes from areas where crops face an increase in heat waves, floods and other impacts of climate change, according to the ECIU.

David Miliband, a former Labour foreign secretary who’s now chief executive of the International Rescue Committee, said the UK’s decision to withdraw development finance marks “a blow to Britain’s proud reputation as a global humanitarian and development leader.” Meanwhile, Anneliese Dodds, the UK’s minister for international development, has resigned in protest.

Ironically, the retreat by western governments from development finance risks ceding soft power in strategically important geographies to nations that Europe considers hostile, according to Redmond-King.

“The world has changed a lot in the last month and there’s no question we have to raise defense spending,” he said. But by cutting climate aid to developing nations “we risk withdrawing something that stabilizes those countries and opens up an opportunity for others – like Russia – to step in.”

Europe’s retreat from development finance adds to the blow delivered by the policies of US President Donald Trump, which froze foreign aid and began dismantling the US Agency for International Development. The agency managed $43 billion of foreign aid in 2023.

The hollowing out of development budgets comes just three months after the COP29 summit in Baku, Azerbaijan, where rich countries finalized a hard-won agreement to provide $300 billion of annual climate aid to poorer nations.

That pledge is now in jeopardy.

“It will be much more difficult to live up to the commitments signed up to at Baku,” said Redmond-King.

Meanwhile, investors are turning their backs on stocks whose value is tied to climate spending. The S&P Global Clean Energy Index has lost about 40% of its value since Russia invaded Ukraine in February 2022. The S&P Global 1200 Aerospace & Defense Index climbed 64% in the same period.

Fonte: Bloomberg.com.

--------------------------------------------

Outro artigo:

segunda-feira, 3 de março de 2025

NASA explica as ondas de calor na América do Sul


Summer Heat Wave in South America

In February 2025, an area of high pressure parked over the southern Atlantic Ocean, causing temperatures to soar in parts of South America. In Brazil, the heat led officials in Rio Grande do Sul to delay the start of school and people in Rio de Janeiro to flock to the beach.

The summer heat wave is depicted on this map, which shows air temperatures modeled at 2 meters (6.5 feet) above the ground on February 17. It was produced by combining satellite observations with temperatures predicted by a version of the GEOS (Goddard Earth Observing System) model, which uses mathematical equations to represent physical processes in the atmosphere. The darkest reds indicate areas where temperatures reached or exceeded 38 degrees Celsius (100 degrees Fahrenheit).

The city of Rio de Janeiro saw especially warm conditions on February 17. According to news reports, a weather station in the Guaratiba neighborhood recorded temperatures of up to 44°C that day(111°F)—the hottest temperature measured since the development of the city’s climate alert system 10 years ago.

Brazil’s National Institute of Meteorology (INMET) noted several other municipalities across the state of Rio de Janeiro where temperatures exceeded 40°C (104°F) on February 17, such as Silva Jardim, which hit 42°C (108°F). The region’s heat wave continued through the week before returning closer to normal as the focus of the heat shifted south into Argentina.

Heat was already evident in northern Argentina on February 17, when the country’s National Weather Service (SMN-Arg) reported highs reaching up to 40°C. As of February 27, SMN-Arg noted that six provinces were under a red-level (very dangerous) alert for extreme heat.

NASA Earth Observatory image by Michala Garrison, using GEOS-5 data from the Global Modeling and Assimilation Office. Story by Kathryn Hansen.

References & Resources

The Associated Press (2025, February 17) Rio de Janeiro’s hottest day in at least a decade sends residents to the beach. Accessed February 28, 2025.
The Guardian (2025, February 24) Weather tracker: temperatures hit record highs across South America. Accessed February 28, 2025.
The Guardian (2025, February 12) Intense heatwave in southern Brazil forces schools to suspend return. Accessed February 28, 2025.
INMET, via X (2025, February 17) Check out the biggest temperatures recorded, until 3 pm today (17), by INMET. Accessed February 28, 2025.
SMN Argentina, via X (2025, February 17) Tmax. (°C). Accessed February 28, 2025.


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Conferência sobre Biodiversidade aprova 200 bilhões de dólares/ano para a proteção e recuperação de ecossistemas

 

Delegados de 140 países reunidos na sede da FAO, em Roma, durante o encontro de continuidade da Conferência da Biodiversidade COP16. 25 de Fevereiro. Fotógrafo: Alberto Pizzoli/AFP/Getty Images

A Conferência das partes (COP16), da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica - CDB, realizada em Cali, na Colômbia, em outubro de 2024, terminou sem um acordo sobre a forma e o valor do financiamento para a proteção e recuperação da biodiversidade e dos ecossistemas mundiais. Em função do impasse, a ONU convocou um novo encontro para mais uma rodada de conversações e representantes de mais de 140 países se reuniram em Roma, na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação - FAO.

O encontro de Roma seguiu sob o comando da ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, que presidiu a COP16. Os países chegaram a um acordo histórico e concordaram em aportar 200 bilhões de dólares/ano para o cumprimento das metas do Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, aprovado na COP15, em dezembro de 2022, com o apoio de 196 países. O financiamento entrará em vigor em 2028, mas os países não conseguiram chegar a um consenso sobre a criação de um fundo específico, proposta que era defendida por países em desenvolvimento. A decisão foi adiar a decisão para 2028.

Os EUA nunca assinaram a Convenção sobre Diversidade Biológica, mas sempre tiveram uma delegação participando das Conferências. Em tempos de governo Trump, a bancada dos EUA. em Roma, ficou vazia!

Apesar dos avanços e impasses, o resultado foi muito celebrado "com aplausos e lágrimas" de emoção, pois foi um avanço que mostrou que o multilateralismo pode gerar respostas e superar entraves, renovando as esperanças para que os resultados na agenda do Clima também aconteçam, apesar da postura reativa do atual governo dos EUA. 

Uma nota curiosa foi que os negociadores aprovaram a decisão de limitar a jornada de debates em no máximo 13 horas. Nas conferências, é frequente que as negociações se estendam por longo tempo, não sendo raras as ocasiões em que viram a noite ou durem dias. A preocupação é com a saúde dos próprios negociadores.

Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal

O Marco Global foi um passo histórico na luta para proteger a biodiversidade e teve como objetivo reverter um perigoso declínio da natureza que ameaça a sobrevivência de 1 milhão de espécies e impacta a vida de bilhões de pessoas, o Marco Global de Biodiversidade estabelece metas para deter e reverter a perda da natureza até 2050 (Nações Unidas no Brasil).

Quatro metas gerais a serem alcançadas até 2050 focam na saúde dos ecossistemas e das espécies: 
  1. Deter a extinção de espécies induzida pela ação humana
  2. Promover o uso sustentável da biodiversidade
  3. Garantir a partilha equitativa dos benefícios da biodiversidade
  4. Reduzir a lacuna de financiamento da biodiversidade de US$ 700 bilhões por ano
Dentre as vinte e três metas a serem alcançadas até 2030, incluem-se:
  • Garantir a conservação de 30% da terra, mar e águas interiores
  • Restaurar 30% dos ecossistemas degradados pela ação humana
  • Reduzir pela metade a introdução de espécies invasoras
  • Reduzir US$ 500 bilhões/ano em subsídios prejudiciais à natureza
Os avanços na agenda da Biodiversidade, assim como do Clima são fundamentais para garantir a transição para a sustentabilidade.

Como eu tenho dito: "O futuro será sustentável, ou não haverá futuro!"

Axel Grael


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Niterói Jovem Ecosocial e Estratégia de Governo Digital dão a Niterói certificação Ouro do 'WHAT WORKS CITIES'

Participantes do Niterói Jovem Ecosocial em ação.

Hoje celebramos mais um grande reconhecimento para a gestão e políticas públicas da Prefeitura de Niterói. 

A Bloomberg Philanthropies anunciou, nesta quarta-feira (26), que Niterói conquistou a Certificação 'What Works Cities'. O reconhecimento destaca a excelência da Prefeitura no uso de dados para embasar políticas públicas, alocar recursos, aprimorar serviços, avaliar programas e envolver a população, em especial no programa Niterói Jovem EcoSocial. A certificação estabelece um padrão que reflete as práticas, políticas e estruturas necessárias para que os municípios utilizem dados de forma eficaz na tomada de decisões. Com o anúncio desta quarta-feira, 104 cidades da América do Norte, Central e do Sul já conquistaram essa certificação, e 700 cidades participaram das avaliações desde 2017.

"Data-Driven Investment Benefits Youth and the City of Niterói"
Enunciado no site do "What Works" para o reconhecimento de Niterói.


A metodologia da certificação prevê a análise de 43 critérios. As cidades que alcançar 51 a 67% dos 43 critérios recebe o reconhecimento "Nível Prata". De 68 a 84% recebe a certificação "Ouro" e acima de 85% é o nível "Platina". 

Na atual edição da certificação no Brasil, foram contempladas as seguintes cidades: 

  • Niterói (Ouro)
  • Rio de Janeiro (Ouro), 
  • Belo Horizonte (Prata) e 
  • Caruaru (Prata).
Das 21 cidades certificadas - no Canadá, EUA, Brasil, Argentina e Chile - apenas Niterói, Rio de Janeiro e Calgary (Canadá) chegaram ao nível Ouro. Todas as demais cidades ficaram com a certificação "Prata".

Anteriormente, já haviam sido certificadas as seguintes cidades brasileiras: Fortaleza, Mogi das Cruzes e Recife, todas com o nível "Ouro". Porto Alegre é "Prata".

Aula Inaugural da Terceira Turma do Niterói Jovem Ecosocial, em setembro de 2024.

Niterói Jovem Ecosocial

A certificação dá destaque para a relação entre a política eficiente de gestão de dados e o benefício para programas sociais como o Niterói Jovem Ecosocial, Segundo foi enfatizado, Niterói combinou dados de engajamento cívico e segurança pública para oferecer treinamento profissional e experiências no setor de sustentabilidade a mais de 900 jovens em situação de vulnerabilidade por meio do programa Niterói Jovem EcoSocial. Atualmente, mais um grupo de 600 jovens estão participando da nova turma do programa. Os participantes são entre 16 e 24 anos e são selecionados através de edital e entrevistas. Jovens de 37 comunidades já foram beneficiados.

O Niterói Jovem Ecosocial foi idealizado por mim e pela também engenheira florestal Valéria Braga, com o objetivo de promover a inclusão social de jovens em vulnerabilidade social através da profissionalização e do desenvolvimento de ações ambientais, como a atuação em unidades de conservação da cidade e o reflorestamento de áreas degradadas. O programa iniciou-se em 2018 e os alunos egressos são acompanhados na sua entrada no mercado de trabalho..

Em 2023, apresentamos programas da Prefeitura como o Ecosocial, o Parque Esportivo e Social do Caramujo - PESC e o Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis na Cúpula das Cidades das Américas, em Denver, Colorado.

Os cursos profissionalizantes foram contratados pela Prefeitura junto ao SENAC-RJ. As trilhas de formação atendem diversos setores do mercado de trabalho. São oferecidos cursos de formação em Beleza, Beleza 2, Departamento pessoal na prática, Gestão, Turismo, Programação php, Saúde pet, Cozinha, Informática, Programação full, Formação de infra em rede, Costura e modelista, Vendas e Supermercado. 

O Ecosocial é gerido pela Secretaria Municipal de Participação Social - SEMPAS, com uma participação dedicada dos secretários Anderson Pipico, Otávio Ribeiro. O Instituto Três Romãs foi contratado pela Prefeitura para operacionalizar o programa.

Estratégia de Governo Digital

A modernização da gestão e a adoção de novas tecnologias para a digitalização dos serviços e rotinas da administração municipal foi uma grande prioridade da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG. Em fevereiro de 2022, a Prefeitura de Niterói foi uma das primeiras cidades do país e estabelecer uma iniciativa como a Estratégia de Governo Digital (2023-2033). A parceria com a Bloomberg Philanthropies City Data Alliance, foi fundamental. O programa contemplou na ocasião apenas 42 cidades, de 7 países das Américas e Niterói recebeu educação executiva e assessoria técnica para participar dos esforços para atingir um novo padrão de excelência em governo com base em dados.

No final do ano, assinei o Decreto 14.640 de 13 de dezembro de 2022, que regulamenta a Lei Federal nº 14.129/2021 (Lei do Governo Digital). O instrumento visa orientar a transformação digital do município, buscando maior eficiência, simplicidade e facilidade no acesso a serviços e políticas públicas.

A estratégia de Niterói foi potencializar práticas de dados e lançar tecnologias inéditas na cidade, como: política de governança; trilha de capacitação, criação de um datalake municipal (repositório centralizado que permite armazenar grande quantidade de dados), aumentando a transparência; padrão de qualidade na coleta de dados em cadastros; e atendimento aos órgãos da cidade no uso de dados.

Também fizeram parte da Estratégia, a adoção de tecnologias assistivas nos canais mais acessados pela população, além de iniciativas de letramento digital focadas em grupos em situação de vulnerabilidade.

Em 2023, a Prefeitura já realizou mais de 10 mil atendimentos digitais e estima uma economia de R$ 85 milhões com a transformação digital de serviços.

Destacamos o grande empenho da ex-secretária Ellen Benedetti e, posteriormente, a secretária Isadora Modesto, pelo trabalho desenvolvido com toda a equipe da SEPLAG.

Com Michael Bloomberg, em Baltimore, MD, EUA.

City Data Alliance

Em 2023, Niterói foi selecionada para participar de uma agenda da City Data Alliance, em Baltimore, Maryland. Vinte prefeitos, representando 11 cidades dos EUA e nove da América Latina, reuniram-se com Michael R. Bloomberg e com líderes renomados de dados no meio acadêmico, em inovação, governança urbana, impacto social e equidade racial na Johns Hopkins University, durante uma imersão de três dias. 

A Bloomberg Philanthropies City Data Alliance fornece ferramentas, suporte e rede de apoio para auxiliar prefeitos a atingir metas usando dados de forma ainda mais eficaz. Niterói recebeu assistência técnica personalizada, incluindo sessões estruturadas e assessoria individualizada para aprimorar a gestão de resultados. O objetivo do programa é que as cidades participantes tenham um plano e um processo abrangentes para fazer perguntas difíceis, investir em práticas comprovadas, inovar suas abordagens, avaliar o progresso e estabelecer novas políticas e padrões para garantir que o foco em dados seja permanente.

“Pesquisa Municipal por Amostra de Domicílios – Niterói que Somos”

A busca por informações gerenciais para subsidiar as políticas públicas de Niterói foi uma prioridade na nossa gestão. 

Em 2023, lançamos a pioneira iniciativa Niterói que Somos, ou PNADNit, uma pesquisa por amostra de domicílios que será realizada a cada 4 anos com o objetivo de subsidiar o planejamento de políticas e programas a serem implementados e monitorar o desenvolvimento e os resultados alcançados. A Prefeitura estabeleceu uma parceria estratégica com a Sociedade para o Desenvolvimento da Pesquisa Científica (SCIENCE), uma entidade sem fins lucrativos criada em 1993 por membros do corpo docente da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE), do IBGE. Reconhecida por sua expertise em pesquisas de larga escala, a SCIENCE foi selecionada para suprir as limitações técnicas e institucionais da Prefeitura e da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão (SEPLAG), que não dispõem de estrutura e equipe suficientes para um levantamento dessa magnitude. O desenvolvimento do embasamento metodológico e o treinamento das equipes aconteceram em 2024 e os trabalhos de campo se iniciarão em 2025.

Saiba mais sobre a metodologia e os objetivos do Niterói que Somos aqui.

A pesquisa entrevistará cerca de 15 mil domicílios em Niterói, trazendo questões que o censo do IBGE não aborda. Utilizando da desagregação de dados, a pesquisa ajudará a responder perguntas fundamentais para pensar a gestão de políticas públicas em Niterói, tais como onde está concentrada geograficamente a pobreza na cidade, quais são as principais dificuldades que a população niteroiense enfrenta em seus territórios, e as especificidades dos sujeitos que constroem o município, resumido na incumbência de “conhecer as diferentes Niterói e os diferentes niteroienses, dentro de Niterói”.

Axel Grael
Ex-prefeito de Niterói (2021-2024)


----------------------------------------------------------

LEIA TAMBÉM:

NITERÓI É REFERÊNCIA NAS AGENDAS DO GOVERNO DIGITAL E CIDADE INTELIGENTE





terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

PARIS SUBSTITUIRÁ 60 MIL VAGAS DE ESTACIONAMENTO POR ÁRVORES ATÉ 2030 PARA COMBATER O CALOR EXTREMO

 

Crédito ilustração: Prefeitura de Paris.

Cidades europeias têm liderado o processo de transformações para a sustentabilidade urbana, para a resiliência e adaptação às mudanças climáticas. Este é um dos compromissos do Plano Climático 2024-2030, lançado em novembro de 2024. O plano tem como palavra de ordem: "Mais rápido, mais justo e mais local".

Em quase todas essas ações, as cidades estão buscando mais espaço para o verde e para as pessoas, com prioridade para retirar o carro da cena urbana. Mas, Paris, da prefeita Anne Hidalgo, é desses casos mais emblemáticos. Paris declarou guerra aos automóveis, principalmente na área central.

O plano prevê conquistar 300 hectares de área verde nas ruas até 2030, sendo que 10% disso já acontecerá até 2026. As vagas de estacionamento serão substituídas por árvores, que também abrirão espaço para redes de drenagem para evitar as inundações. Essas áreas estão sendo chamadas de oásis urbanos e terão como objetivo reduzir o calor e dar mais conforto para a população. As medidas de adaptação climática também incluem a criação de telhados verdes e reflexivos de calor, em cerca de 1.000 prédios públicos.

Axel Grael


---------------------------------------------------


Paris to Replace Parking Spaces With Trees

The city’s new climate plan promises to drop speed limits, repurpose traffic lanes, remove 60,000 parking spots and create urban “oases” to combat extreme heat.

People walk past an urban forest in Place de Catalogne. Boosting the city’s tree canopy is part of its new climate adaptation plan. Photographer: Pierre Crom/Getty Images Europe

By Feargus O'Sullivan

By 2030, Paris will have removed 60,000 parking spaces and replaced them with trees. That’s one of the goals outlined in the French capital’s new 2024-2030 Climate Plan, which was released last week and will soon be voted on by the Council of Paris.

Paris has already received much international attention for the steps it has taken to reduce carbon emissions in recent years, especially in the decade since Mayor Anne Hidalgo took office. Under the heading “Faster, Fairer, More Local,” this new plan pledges to extend that progress, delivering a city that’s greener, more resilient against extreme weather, more pedestrian-friendly — and freer of cars.

To reach this goal, Paris promises to establish 300 hectares of new green space by 2030, with 10% in place by 2026. Removing parking spaces will be a major component of this. For example, the many curbside spots that flank streets can be replaced with relative ease by lines of trees planted in beds that also aid stormwater absorption. The creation of “oasis squares” in each of Paris’ 20 arrondissements will add other green areas where trees and shade structures such as gazebos offer residents respite from the sun and help lower surrounding air temperatures.

This attention to managing extreme heat is also addressed elsewhere in the plan. Recent heat waves have exposed Paris’ vulnerability to rising summer temperatures — the city generates a powerful urban heat island effect, and many of its homes and businesses lack air conditioning. The climate adaptation plan proposes more neighborhood cooling centers, plans to rethink daily schedules for people working outside to prevent heat stress, and a commitment to install insulated or reflective “cool roofs” on 1,000 public buildings.

Pedestrianization will also continue apace, with the city committing to creating a car-free core for the heart of every arrondissement. On the Boulevard Périphérique, Paris’ notorious inner beltway, the city will commandeer a traffic lane for the exclusive use of public transit vehicles and carpoolers. Of the lanes that will remain open to all, speed limits will be reduced to 50 kilometers per hour (31 miles per hour).

The proposals are likely to be voted through in a council where parties in Mayor Hidalgo’s coalition form a majority. Under Hidalgo, the city has developed a reputation for being especially proactive against automotive traffic, steadily barring polluting vehicles from its core, reducing space for cars in many areas and slashing speed limits. Plans such as those to remove parking stand to build on already completed projects that carved out green and pedestrian space in major squares and intersections, transforming them back into the open-air living rooms that they functioned as before the era of late 20th century car dominance.

Fonte: Bloomberg



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

ONDA DE CALOR: NITERÓI SOFRE AUMENTO DE INCÊNDIOS EM VEGETAÇÃO

Incêndio de grandes proporções no Morro Santo Inácio, no Parque Natural Municipal de Niterói - PARNIT

Nos últimos dias, verificamos a ocorrência de muitos focos de incêndios em vegetação na cidade de Niterói. O fato nos preocupa devido aos danos causados pelo fogo ao meio ambiente, à saúde e ao patrimônio das pessoas, mas também considerando o grande esforço que Niterói tem feito nos últimos anos para proteger e recuperar as suas florestas e áreas naturais. 

Estamos enfrentando uma dura onda de calor, para grande desconforto de todos nós. Mas, lembramos que quanto menos floresta, mais quente ficará a cidade, mais árida ficará a paisagem e mais vulnerável os nossos morros estarão para a erosão e deslizamento de encostas. Florestas são fundamentais para a resiliência e para a qualidade de vida!

Combater estes incêndios é muito difícil e arriscado, considerando que muitas vezes acontecem em áreas de grande declividade e de difícil acesso. Equipes da Defesa Civil de Niterói, da Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros têm atuado, inclusive com o uso de helicópteros da Defesa Civil Estadual, de forma a prevenir que os danos dos incêndios sejam ainda maiores. 


Reprodução das redes sociais.

Niterói Contra Queimadas

Em 2014, na mesma época do ano (janeiro a março) - quando é esperado o período das chuvas, passamos por uma situação muito parecida, mas ainda mais grave. Fomos surpreendidos com uma forte seca e as encostas da cidade sofreram com o fogo. Ao todo foram 637 pontos com registros de incêndios, que transformaram em cinzas 629,25 hectares (600 campos de futebol). Cerca de 44% deste montante era de floresta nativa, enquanto o restante destruído foi de capim. Foi a maior crise de queimadas que enfrentamos. Na ocasião, como vice-prefeito, coordenei a criação do programa Niterói Contra Queimadas, que é mantido até hoje e que levou a cidade a ser reconhecida e premiada como uma referência nacional em prevenção de incêndios em vegetação.


Veja os detalhes do programa Niterói Contra Queimadas aqui.


A Defesa Civil de Niterói e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade - SMARHS possuem um mapeamento destes pontos de maior ocorrência de focos de incêndio e mantêm uma ação preventiva quando os períodos de estiagem se aproximam: são as Rondas Preventivas.

A Defesa Civil de Niterói implantou um programa de voluntariado (NUDEC Queimadas) que hoje já conta com cerca de 700 pessoas treinadas e que atuam principalmente nas ações preventivas e de apoio ao trabalho das equipes da Prefeitura e do Corpo de Bombeiros, além de ajudar no trabalho comunitário para evitar as práticas do uso do fogo.

Também implantamos no ano passado uma ferramenta útil para o monitoramento dos focos de incêndio, para o gerenciamento de situações de crise e para gerar estatísticas sobre o fogo em Niterói: veja no Portal Niterói Contra Queimadas.

Aumento dos incêndios e prejuízos para a cidade

Importante enfatizar que estes incêndios não ocorrem de forma espontâneaIsso é um mito. Sempre têm origem humana, sejam eles de origem criminosa (queimadas) ou acidental (origem na queima de lixo, cigarro ou outro motivo). Niterói teve mais de 11 focos de incêndio desde o início da semana (informação da Defesa Civil de Niterói) e, em 2025, o Corpo de Bombeiros já registrou 2.160 focos de incêndio, até ontem (19/02). Em comparação ao ano passado (711 focos no mesmo período), foi um aumento de mais de 200%.

Segundo editorial de O Globo intitulado "Faltam planejamento e integração no combate a queimadas", de 2011 a 2020, o Brasil teve em média cem dias sem chuva por ano, 25% a mais do que no período de 1961 a 1990. Importante lembrar também que as queimadas são as principais fontes de emissão de CO2 pelo Brasil e que o país renovou recentemente o seu compromisso (NDC) perante o Acordo de Paris, antecipando o que os países farão na COP 30, em Belém, e apresentou a meta de redução das suas emissões líquidas de gases de efeito estufa em até 67% até 2035.

Nos últimos dias, os incêndios de Niterói foram favorecidos pelo longo período de estiagem na cidade, pois mesmo durantes os períodos de chuvas nos últimos meses, recebeu uma quantidade muito menor de precipitação do que os municípios vizinhos. Portanto, as matas estão muito secas e vulneráveis ao fogo. O mais grave é que estamos no período de chuvas. Os meses de seca ainda virão no meio do ano.

A Prefeitura tem desenvolvido um difícil, penoso, perigoso e caro trabalho de recuperação das áreas degradadas da cidade. Para que se tenha uma ideia dos prejuízos causados pelo fogo, calcula-se que para promover o plantio e fazer a sua manutenção até que a floresta se estabeleça de forma a poder desenvolver-se naturalmente, são necessários pelo menos 10 anos de manejo e tratos culturais mais intensos e, dependendo das características do local, a restauração pode custar até US$ 10 mil/hectare.

É fundamental que o trabalho de comunicação da Prefeitura mantenha o esforço de comunicação, informando que fazer QUEIMADA É CRIME, que os riscos dos incêndios em vegetação são enormes. Responsáveis por estes incêndios, muitos deles incidentes, precisam ser identificados e punidos, para que o trabalho de proteção dos ecossistemas de Niterói seja respeitado.

Axel Grael
Engenheiro florestal
Ex-prefeito de Niterói (2021-2024)


----------------------------------------------------------


LEIA TAMBÉM:

NITERÓI CONTRA QUEIMADAS: cidade se apoia na tecnologia e estruturou plano para enfrentar as queimadas
RJ EM CHAMAS. O BRASIL PRECISA VENCER O DESAFIO DAS QUEIMADAS: VIVEMOS UMA REALIDADE INACEITÁVEL
NITERÓI CONTRA AS QUEIMADAS: O QUE SE PERDE CADA VEZ QUE O FOGO DESTRÓI AS NOSSAS FLORESTAS? 
NITERÓI RESILIENTE - NUDEC QUEIMADAS: Voluntários contra queimadas
Defesa Civil de Niterói intensifica rondas preventivas contra queimadas 
MEDIDAS DA PREFEITURA DE NITERÓI PARA O ENFRENTAMENTO AOS INCÊNDIOS EM VEGETAÇÃO

Prefeitos e dirigentes de defesas civis municipais visitaram o CEMADEN


Abertura da visita ao CEMADEN, São José dos Campos, SP.

Cumprimentando o prefeito, Anderson Farias, de São José dos Campos.

Sílvia Midori Saito, diretora do CEMADEN, apresenta o órgão aos visitantes.

Conhecendo a tecnologia, as rotinas de monitoramento e o trabalho de emissão de alertas do CEMADEN.

Delegação da CASD-FNP.

Na última terça-feira, 18 de fevereiro, estive no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais - CEMADEN, em São José dos Campos - SP. Também visitamos o Parque de Inovação Tecnológica (PIT), de São José dos Campos/SP, um dos mais importantes do país, que reúne mais de 300 empresas e startups.

O Cemaden é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI, criado em 2011, motivado pelos desastres ocorridos naquele ano na Região Serrana do Rio de Janeiro. O órgão tem como missão: monitorar desastres naturais, emitir alertas de desastres naturais, desenvolver e disseminar conhecimentos científicos e tecnológicos, gerenciar a atuação governamental perante desastres naturais. O Cemaden monitora desastres naturais de origem hidro-geo-climática, como inundações, enxurradas, secas e seus impactos no Brasil. Publica dados sobre o monitoramento de secas, bem como os resultados de pesquisas realizadas pelos seus investigadores.

Monitoramento e alertas

O Cemaden tem a missão de realizar, em âmbito nacional, o monitoramento contínuo das condições geo-hidrometeorológicas, objetivando o envio de alertas de riscos de desastres naturais, quando observadas condições que produzam risco iminente de ocorrência de processos geodinâmicos (movimento de massa) e hidrológicos (inundação e/ou enxurrada).

Atualmente, 959 municípios são considerados prioritários pelo Cemaden, inclusive Niterói e a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Até 31 de dezembro de 2020, foram enviados um total de 15.995 alertas para risco hidrológico e de movimentos de massa. Na tabela, a seguir, detalham-se os níveis dos alertas enviados pelo Cemaden desde a sua fundação e até 2020. Saiba mais aqui.

Visita

A visita foi organizada pela Comissão Permanente de Cidades Atingidas ou Sujeitas a Desastres (CASD), da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) e teve como objetivo estreitar o relacionamento dos municípios com o CEMADEN e fortalecer as medidas de prevenção e resiliência a desastres climáticos, além de apresentar demandas e buscar soluções conjuntas para aprimorar o monitoramento e resposta a desastres.

Além do prefeito anfitrião, Anderson Farias, de São José dos Campos/SP, e do atual presidente da CASD e ex-prefeito de Niterói/RJ, Axel Grael, participaram a prefeita Elcione Ramos, de Igarassu/PE, e o prefeito de Santa Bárbara do Tugúrio/MG e coordenador da Região Sudeste na CASD, Donatinho.

Representantes das defesas civis e órgãos similares dos municípios do Rio de Janeiro/RJ, Campinas/SP, São José dos Campos/SP, Sorocaba/SP, Jundiaí/SP, Niterói/RJ, Três Lagoas/MS, Angra dos Reis/RJ, São Carlos/SP, Lavras/MG e Igarassu/PE, além de membros do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) estiveram presentes.

Axel Grael
Presidente da Comissão Permanente de Cidades Atingidas ou Sujeitas a Desastres - CASD
Vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos - FNP
Ex-prefeito de Niterói (2021-2024)


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

MMA lança processo de construção participativa do Plano Nacional de Arborização Urbana

Anúncio foi feito no Encontro dos Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília (DF) - Foto: Rogerio Cassimiro/MMA

De março a junho, serão realizadas oficinas presenciais nas cinco regiões do país com o objetivo de coletar contribuições da sociedade

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) lançou, na última terça-feira (11/2), o processo de construção participativa do Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU). O ato ocorreu durante o Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília (DF).

De março a junho de 2025, serão realizadas oficinas presenciais nas cinco regiões do país com o objetivo de coletar contribuições da sociedade, em especial das prefeituras, para a construção do PlaNAU.

Os eventos regionais devem ocorrer nas cidades de Manaus (Norte), Recife (Nordeste), Campo Grande (Centro-Oeste), Campinas (Sudeste) e Curitiba (Sul). Em julho, o processo será encerrado com uma consulta pública online que ampliará ainda mais a participação social.

O PlaNAU buscará elevar a presença de vegetação nas cidades, garantindo melhores condições ambientais, climáticas e de qualidade de vida para a população. A intenção é melhorar a qualidade do ar, a regulação térmica e a gestão das águas pluviais.

O processo participativo de construção do PlaNAU deve incentivar a elaboração dos planos municipais de arborização e promover avanços na gestão ambiental urbana nos municípios brasileiros.

“Vamos apoiar as prefeituras na construção de seus planos de arborização e em sua integração às estratégias de adaptação à mudança do clima das cidades”, destacou o secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Adalberto Maluf.

O secretário explica que os municípios que já dispõem de planos de arborização não precisarão refazê-los e que sua experiência contribuirá para a elaboração do plano nacional a partir do compartilhamento de boas práticas. Os municípios que ainda não possuem seus planos se beneficiarão, pelo processo participativo de construção do PlaNAU, de diretrizes e orientações às realidades locais.

A gestão de áreas verdes e a arborização urbana é um dos eixos temáticos do programa Cidades Verdes Resilientes. Instituído pelo Decreto nº 12.041, de 5 de junho de 2024, a iniciativa tem o objetivo de aumentar a qualidade ambiental e a resiliência das cidades brasileiras frente aos impactos causados pela mudança do clima.

O programa é implementado a partir de ações baseadas em seis eixos temáticos: áreas verdes e arborização urbana; uso e ocupação sustentável do solo; infraestrutura verde e azul e soluções baseadas na natureza; tecnologias de baixo carbono; mobilidade urbana sustentável; e gestão de resíduos urbanos.

As ações têm como foco a população de áreas urbanas, observados os critérios de diversidade de gênero, raça, etnia, idade, deficiência, renda e localização no território, com prioridade para as regiões metropolitanas e os municípios com alta vulnerabilidade social e climática.

Fonte: MMA


Superexploração das águas subterrâneas está comprometendo a vazão dos rios no Brasil

Reservatório da represa de Itaparica, no rio São Francisco, fotografado a partir da Estação Espacial Internacional, em 2016 (crédito: Nasa/Wikimedia Commons)

Estudo constatou que mais da metade dos rios brasileiros pode sofrer redução no fluxo devido à transferência de água para os aquíferos. O bombeamento para irrigação está entre os principais fatores. Mais de 88% dos poços operam em condições ilegais

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – Mais da metade dos rios brasileiros apresenta risco de redução de fluxo devido à percolação da água em direção aos aquíferos subterrâneos. Esta constatação resultou da análise de 17.972 poços em todo o território nacional. Destes, 55,4% apresentaram níveis de água abaixo da superfície dos rios mais próximos. Essa diferença no nível hidráulico cria um gradiente que favorece a percolação da água do rio para o subsolo, podendo transformar rios em perdedores de fluxo de água. O estudo, realizado por pesquisadores do país e do exterior, foi publicado no periódico Nature CommunicationsWidespread potential for streamflow leakage across Brazil”.

“Devido a condições climáticas e à intensa atividade agrícola, são áreas especialmente críticas a bacia do rio São Francisco e a região do Matopiba [que abrange os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia], ambas muito dependentes de águas subterrâneas para irrigação e abastecimento humano”, diz Paulo Tarso Sanches de Oliveira, segundo autor do estudo, professor de hidrologia e recursos hídricos na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Hidráulica e Saneamento da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP).

No caso da bacia do São Francisco, 61% dos rios analisados mostraram potencial de perda de fluxo de água para o aquífero, resultado atribuído ao uso intensivo de águas subterrâneas principalmente para irrigação. A situação é ainda pior na bacia do rio Verde Grande, um afluente do São Francisco, que se estende pelo norte de Minas Gerais e sudoeste da Bahia. Neste caso, o potencial de perda de fluxo chega a afetar 74% dos rios. “Essas duas bacias são cruciais para a agricultura e geração de energia hidrelétrica no Brasil. O que está acontecendo põe em risco não apenas a sustentabilidade local, mas também a segurança hídrica, alimentar e energética em grande escala”, comenta Oliveira.

Um forte fator de impacto é a perfuração indiscriminada de poços, para irrigação agrícola ou consumo privado. Estudo publicado em 2021 por Ricardo Hirata e colaboradores mostrou que existiam naquela data cerca de 2,5 milhões de poços tubulares no Brasil e que mais de 88% deles eram ilegais, sem licença ou registro para bombeamento. O volume de água bombeada, da ordem de 17,6 bilhões de metros cúbicos por ano, seria suficiente para atender toda a população brasileira, mas era usufruído por menos de 20% da população.

Além de o bombeamento comprometer seriamente a vazão dos rios, afetando a disponibilidade de água para o consumo humano, os ecossistemas aquáticos e a própria paisagem, o uso excessivo de água subterrânea pode causar a subsidência do solo – isto é, o afundamento e até mesmo o colapso da superfície. “Esse cenário já foi observado na Índia e na Califórnia, e o Brasil pode vir a enfrentar problemas semelhantes se não houver planejamento e controle adequados. O alerta é ainda mais relevante diante das projeções que indicam um aumento superior a 50% nas áreas irrigadas no país nos próximos 20 anos, o que pressionará ainda mais os recursos hídricos superficiais e subterrâneos”, sublinha o pesquisador.

Planejamento e controle são indispensáveis, pois, apesar de deter 15% da água doce renovável do mundo, o país já está enfrentando grandes problemas hídricos, que o acirramento da crise climática deverá agravar. “A região do bioma Cerrado, que abriga importantes aquíferos e rios estratégicos, além de ser a principal área de expansão agrícola e responsável por 70% da produção de milho do país, está entre as regiões mais vulneráveis. O equilíbrio entre rios e aquíferos na região pode ser comprometido pelas recentes mudanças no uso e cobertura do solo, impulsionadas pelo avanço da fronteira agrícola e, sobretudo, pela crescente demanda por irrigação”, pontua Oliveira.

Para enfrentar esse cenário, os pesquisadores envolvidos no estudo enfatizam a necessidade de integrar a gestão de águas superficiais e subterrâneas. Ferramentas baseadas em sensoriamento remoto e dados de campo podem ajudar a mapear regiões críticas e a orientar políticas públicas. Além disso, investimentos em monitoramento hidrogeológico são cruciais. “O Brasil tem potencial para ampliar a irrigação de forma sustentável, mas é necessário planejar melhor o uso integrado das águas subterrâneas e superficiais para evitar impactos negativos”, afirma José Gescilam Uchôa, primeiro autor do artigo.

Foi ele o responsável pelo levantamento exaustivo de informações sobre os 17.972 poços investigados. Para esse levantamento, feito durante sua pesquisa de mestrado, Uchôa utilizou a base de dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Agora doutorando na EESC-USP, sob a orientação de Edson Cezar Wendland, que também assina o artigo, Uchôa está pesquisando o impacto do uso e da ocupação do solo, bem como das mudanças climáticas, nos fluxos hidrológicos entre as águas subterrâneas e superficiais em área de afloramento do aquífero Guarani. A investigação é apoiada por bolsa da FAPESP.

Oliveira e Uchôa argumentam que ainda é possível minimizar o problema, mas que medidas efetivas não podem ser postergadas, porque, do jeito que as coisas estão, a depleção do sistema hídrico já está impactando, inclusive, a saúde da população. “Em 2017, foi registrado um aumento significativo nos casos de pressão alta entre os moradores de um pequeno vilarejo no litoral de Alagoas, que consomem água proveniente do rio São Francisco. Posteriormente, constatou-se que o problema estava relacionado à ingestão de uma maior concentração de sal na água, causada pela intrusão de água do mar no rio, em decorrência da redução de sua vazão”, informa Oliveira. O assunto foi objeto de reportagens na mídia.

O estudo em pauta é muito significativo para o Brasil, que pode enfrentar um agravamento do estresse hídrico, com consequências severas para o abastecimento de água, a segurança alimentar e os ecossistemas. Mas seu alcance é ainda maior, pois serve como um chamado global para a revisão de estratégias de manejo hídrico em países tropicais, onde o uso crescente de águas subterrâneas coloca em risco os recursos hídricos superficiais.

O artigo Widespread potential for streamflow leakage across Brazil pode ser acessado em: www.nature.com/articles/s41467-024-54370-3.

Fonte: Agência FAPESP 



FUNDAÇÃO ALEIXO BELOV VISITA O PROJETO GRAEL COMO REFERÊNCIA PARA A CRIAÇÃO DA ESCOLA DO MAR ALEIXO BELOV

 


Na última segunda-feira, 17 de fevereiro, a diretora da Fundação Aleixo Belov, Larissa Nabuco, foi recebida pelo medalhista olímpico Lars Grael, para conhecer o Projeto Grael, no Rio de Janeiro. O objetivo foi conhecer de perto as iniciativas da instituição e utilizá-las como referência para a Escola do Mar Aleixo Belov, que será construída em Salvador. A visita foi viabilizada pela articulação de Marcelo Sacramento, presidente de honra do Bahia Belov Vela e Náutica.

Com mais de 20 anos de atuação, o Projeto Grael é referência no uso da vela como ferramenta de educação e inclusão social, formando jovens velejadores e capacitando profissionais para o setor náutico. Durante o encontro, Larissa Nabuco esteve acompanhada pela diretora executiva do Projeto Grael, Joanna Dutra, e pelo presidente da instituição, Carlos Coelho, aprofundando os detalhes sobre as metodologias aplicadas no projeto.

A Escola do Mar Aleixo Belov seguirá a metodologia do projeto como inspiração, oferecendo um espaço voltado para a formação de novos velejadores e a capacitação profissional, ampliando o acesso ao mar e às oportunidades que ele proporciona.

“A experiência do Projeto Grael é um grande exemplo do impacto positivo que o esporte e a qualificação profissional podem gerar. Essa visita foi essencial para entendermos como podemos aplicar esse conhecimento na Escola do Mar Aleixo Belov e fortalecer o ensino náutico na Bahia”, destacou Larissa Nabuco.

A parceria entre as instituições demonstra o compromisso com o desenvolvimento da vela e da educação náutica no Brasil, criando novas oportunidades para jovens e futuros profissionais do setor.

Sobre a Fundação Aleixo Belov

A Fundação Aleixo Belov tem como missão promover educação, cultura e conhecimento sobre o mar, incentivando a navegação e a formação de novas gerações de velejadores e profissionais do setor marítimo, sendo ainda a instituição mantenedora do Museu do Mar.

Sobre o Projeto Grael

Criado pelos irmãos velejadores Lars e Torben Grael, o Projeto Grael atua desde 1998 promovendo educação socioambiental e capacitação profissional para jovens em situação de vulnerabilidade, utilizando a vela como ferramenta de transformação social.

Fonte: Bahia Econômica



domingo, 9 de fevereiro de 2025

Estudo aponta Niterói como a melhor cidade para se viver no RJ

 


Mais uma vez, Niterói é bem reconhecida num ranking comparativo de qualidade de vida e gestão da cidade. O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - IMAZON anunciou o resultado do Índice de Progresso Social - IPS 2024 que posicionou a Niterói como a melhor cidade para se viver no estado do Rio de Janeiro e a 133° lugar dentre todos os 5.570 municípios brasileiros. 

Como explica o site do IPS Brasil, a metodologia avalia "53 indicadores secundários de fontes públicas que são exclusivamente sociais, ambientais e que medem resultados, não investimentos. Essas variáveis foram agregadas em um índice geral, com nota de 0 a 100, e índices para 3 dimensões (Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades) e 12 componentes (Nutrição e Cuidados Médicos Básicos, Água e Saneamento, Moradia, Segurança Pessoal, Acesso ao Conhecimento Básico, Acesso à Informação e Comunicação, Saúde e Bem-estar, Qualidade do Meio Ambiente, Direitos Individuais, Liberdades Individuais e de Escolha, Inclusão Social e Acesso à Educação Superior)".

Os indicadores que deram a melhor avaliação a Niterói foram aqueles contidos nos temas "Água e saneamento", onde Niterói alcançou a excelente nota 91,09 e "Qualidade do meio ambiente", onde Niterói atingiu a nota 77,11.

A boa matéria do Correio Braziliense dá destaque à nossa gestão e às políticas de sustentabilidade que implementamos, resultado este que é expresso no scorecard de Niterói.

O IPS espelha a força e o desenvolvimento das cidades da Região Sul e Sudeste, com especial destaque para o interior de São Paulo, como mostra o mapa nacional. As regiões Norte e Nordeste mostram uma grande assimetria, com muitos municípios avaliados entre os piores do país.

Mapa do IPS Brasil 2024 e a escala das notas à esquerda. Fonte: IPS Brasil 2024


Veja as notas dos municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e outros que selecionamos no site do IPS Brasil:
Niterói: 67,31
Rio de Janeiro: 66,41
São Gonçalo: 57,92
Maricá: 57,6
Itaboraí: 53,00
Guapimirim: 55,63
Caxias: 56,68
Rio Bonito: 55,68
Cachoeiras de Macacu: 57,84
Saquarema: 55,17
Magé: 53,00
Mesquita: 60,06
Japeri: 53,19
Queimados: 55,51
São João de Meriti: 57,88
Paracambi: 56,58
Nova Iguaçu: 58,63
Tanguá: 53,04
Mangaratiba: 56,45
Itaguaí: 58,17
Petrópolis: 60,37
Seropédica: 61,57
Belford Roxo: 57,78
Macaé: 61,00
Campos dos Goitacazes: 62,37
Quissamã: 56,30
Armação de Búzios: 57,90
Angra dos Reis: 56,8
Teresópolis: 61,21
Nova Friburgo: 64,74

Conforme o critério do IPS 2024, com a nota 67,31, Niterói está na categoria mais elevada das cidades, que vai de 65,86 até 74,50, a maior nota atribuída (as notas são atribuídas entre 0 e 100), no caso ao município paulista de Gavião Peixoto. Apesar de não ser uma má posição no ranking nacional, o resultado de Niterói causa estranheza com relação a alguns dos indicadores considerados. Mas, a metodologia parece ser interessante e estes rankings, que estão bem "na moda", sempre são interessantes para avaliar a performance da nossa cidade com relação a outras no nosso país.

IPS GLOBAL

Desde 2013, o Social Progress Imperative, em colaboração entre a Fundación Avina, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a Harvard Business School, divulga o IPS Global, que analisa o desempenho dos países em termos de progresso social. O cálculo desse índice, na versão de 2024, é obtido a partir de 57 indicadores provenientes de pesquisas globais conduzidas por instituições como Health Metrics and Evaluation, UN Departament of Economics and Social Affairs, Gallup Poll. O IPS Global oferece dados para 170 países, oferecendo insights cruciais sobre o progresso social em escala internacional.

No ano de 2024, o Brasil apresentou a pontuação 68,90 no IPS Global, ocupando a 67ª posição no ranking entre 170 países. Na América do Sul, Chile (78,43), Argentina (77,19) e Equador (69,56) foram os países com as melhores pontuações. Em termos globais, Dinamarca (90,30), Noruega (90,32) e Finlândia (89,96) apresentaram o melhor desempenho no progresso social (Social Progress Imperative, 2024).

Axel Grael
Ex-prefeito de Niterói (2021-2024)


------------------------------------------------------------



Conheça a melhor cidade para se viver no estado do Rio de Janeiro

Niterói alcançou uma posição de destaque no Índice de Progresso Social Brasil 2024 (IPS Brasil), liderando o estado do Rio de Janeiro. Este índice avalia a qualidade de vida e o desempenho social e ambiental dos municípios brasileiros, utilizando uma abordagem abrangente para medir o bem-estar das populações locais.

O IPS Brasil é uma ferramenta desenvolvida para identificar se as pessoas têm acesso às condições necessárias para prosperar, desde necessidades básicas até oportunidades de desenvolvimento pessoal e social. O índice foi criado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) em colaboração com outros centros de pesquisa.

Como funciona o Índice de Progresso Social Brasil?

O Índice de Progresso Social Brasil utiliza uma metodologia global para avaliar o progresso social e ambiental dos municípios. Ele é dividido em três dimensões principais: “Necessidades Humanas Básicas”, “Fundamentos para o Bem-Estar” e “Oportunidades”. Cada uma dessas dimensões é composta por componentes que incluem diversos indicadores.

Os indicadores são obtidos de fontes confiáveis e públicas, como DataSUS e Anatel, e são escolhidos com base em critérios rigorosos. O índice varia de zero a 100, representando a média dos índices das três dimensões principais.

Qual a melhor cidade do Rio de Janeiro no IPS

A cidade de Niterói tem se empenhado em políticas públicas que promovem o desenvolvimento sustentável e a justiça social. O prefeito Axel Grael enfatizou que o foco da administração tem sido garantir que o crescimento econômico beneficie toda a população, através de uma distribuição equitativa de recursos e oportunidades.

Desde a implementação do Plano Estratégico Niterói Que Queremos, a cidade tem investido em áreas como saúde, educação e assistência social, visando melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes. Este compromisso com o bem-estar social foi um dos fatores que contribuíram para o bom desempenho de Niterói no índice.

Quais foram os resultados gerais do IPS Brasil 2024?

O município de Gavião Peixoto, em São Paulo, foi o que obteve o melhor índice geral no IPS Brasil 2024. O estado de São Paulo também se destacou com o melhor desempenho entre os estados brasileiros. Estes resultados refletem a eficácia das políticas públicas implementadas nessas regiões.

O IPS Brasil será atualizado anualmente, permitindo que os municípios acompanhem seu progresso e ajustem suas estratégias de desenvolvimento conforme necessário. Esta atualização contínua é essencial para garantir que as políticas públicas permaneçam eficazes e relevantes.

O impacto do IPS Brasil no futuro das cidades

O IPS Brasil serve como uma ferramenta crucial para gestores públicos, oferecendo dados que podem orientar políticas e investimentos em prol do desenvolvimento social e ambiental. Através de suas atualizações anuais, o índice ajuda a monitorar o progresso dos municípios e a identificar áreas que necessitam de melhorias.

O sucesso de Niterói no IPS Brasil 2024 demonstra o impacto positivo de políticas públicas bem planejadas e executadas, servindo de exemplo para outras cidades que buscam melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos.





quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Universidade de Yale: Inteligência Artificial precisa de consumo gigantesco de energia e água

A tecnologia da Inteligência Artificial traz grandes perspectivas para o mundo, para a ciência e revolucionará o cotidiano das pessoas mas, por outro lado, está aumentando a emissão de carbono, reduzindo a disponibilidade de água e, portanto, a IA ameaça a sustentabilidade.

A afirmação é do artigo de autoria de David Berreby, publicado no site da Universidade de Yale, apresenta dados impressionantes sobre o consumo de energia e água para viabilizar a tecnologia da Inteligência Artificial.

O número de data centers que dão suporte aos sistemas de nuvens (clouds) já chegam a uma quantidade entre 9.000 e 11.000 em todo o mundo. A Agência Internacional de Energia (International Energy Agency - IEA) prevê que, em 2026, o consumo de eletricidade dos data centers será o dobro do registrado em 2022, ou seja, 1.000 terawatts: aproximadamente o consumo atual de eletricidade do Japão!

Um pesquisador citado no texto, Shaolei Ren, da Universidade da Califórnia, em Riverside, calculou o consumo anual de água para o sistema de resfriamento da Microsoft. Segundo ele, uma pessoa que se dedicar a responder a um questionário do GPT-3 (10 a 50 respostas), gera um consumo de cerca de meio litro de água. Revela ainda que pouco se sabe sobre os milhões de gallons (1 galão = 3,78 litros) de água de resfriamento nos data centers.

Os data centers da Google consumiram 20% mais água em 2022 do que em 2021, enquanto o crescimento de consumo da Microsoft foi de 34%.

Ainda segundo o texto, o conflito sobre a demanda de água já está gerando protestos no Chile e Uruguai, que se opõem a implantação de data centers da Google.

E estamos falando de uma tecnologia recente, cuja infraestrutura ainda demanda a implantação rápida de uma rede ainda bem maior de data centers. Ninguém pode precisar ainda o quanto essa rede precisara de energia e consumirá de recursos naturais, competindo com outras necessidades humanas.

O fato está mobilizando esforços de regulação para exigir critérios e tecnologias para maior eficiência e sustentabilidade para a infraestrutura de armazenamento de dados para a Inteligência Artificial.

Axel Grael


-----------------------------------------------


Inside the Guian Data Center of China Unicom, which uses artificial intelligence in its operations. Tao Liang / Xinhua via Getty Images


As Use of A.I. Soars, So Does the Energy and Water It Requires

Generative artificial intelligence uses massive amounts of energy for computation and data storage and millions of gallons of water to cool the equipment at data centers. Now, legislators and regulators — in the U.S. and the EU — are starting to demand accountability.

By David Berreby • February 6, 2024


Two months after its release in November 2022, OpenAI’s ChatGPT had 100 million active users, and suddenly tech corporations were racing to offer the public more “generative A.I.” Pundits compared the new technology’s impact to the Internet, or electrification, or the Industrial Revolution — or the discovery of fire.

Time will sort hype from reality, but one consequence of the explosion of artificial intelligence is clear: this technology’s environmental footprint is large and growing.

A.I. use is directly responsible for carbon emissions from non-renewable electricity and for the consumption of millions of gallons of fresh water, and it indirectly boosts impacts from building and maintaining the power-hungry equipment on which A.I. runs. As tech companies seek to embed high-intensity A.I. into everything from resume-writing to kidney transplant medicine and from choosing dog food to climate modeling, they cite many ways A.I. could help reduce humanity’s environmental footprint. But legislators, regulators, activists, and international organizations now want to make sure the benefits aren’t outweighed by A.I.’s mounting hazards.

Right now, it’s not possible to tell how your A.I. request for homework help will affect carbon emissions or freshwater stocks.

“The development of the next generation of A.I. tools cannot come at the expense of the health of our planet,” Massachusetts Senator Edward Markey (D) said last week in Washington, after he and other senators and representatives introduced a bill that would require the federal government to assess A.I.’s current environmental footprint and develop a standardized system for reporting future impacts. Similarly, the European Union’s “A.I. Act,” approved by member states last week, will require “high-risk A.I. systems” (which include the powerful “foundation models” that power ChatGPT and similar A.I.s) to report their energy consumption, resource use, and other impacts throughout their systems’ lifecycle. The EU law takes effect next year.

Meanwhile, the International Organization for Standardization, a global network that develops standards for manufacturers, regulators, and others, says it will issue criteria for “sustainable A.I.” later this year. Those will include standards for measuring energy efficiency, raw material use, transportation, and water consumption, as well as practices for reducing A.I. impacts throughout its life cycle, from the process of mining materials and making computer components to the electricity consumed by its calculations. The ISO wants to enable A.I. users to make informed decisions about their A.I. consumption.

An Amazon data center in a Northern Virginia suburb. Jahi Chikwendiu / The Washington Post via Getty Images

Right now, it’s not possible to tell how your A.I. request for homework help or a picture of an astronaut riding a horse will affect carbon emissions or freshwater stocks. This is why 2024’s crop of “sustainable A.I.” proposals describe ways to get more information about A.I. impacts.

In the absence of standards and regulations, tech companies have been reporting whatever they choose, however they choose, about their A.I. impact, says Shaolei Ren, an associate professor of electrical and computer engineering at UC Riverside, who has been studying the water costs of computation for the past decade. Working from calculations of annual use of water for cooling systems by Microsoft, Ren estimates that a person who engages in a session of questions and answers with GPT-3 (roughly 10 t0 50 responses) drives the consumption of a half-liter of fresh water. “It will vary by region, and with a bigger A.I., it could be more.” But a great deal remains unrevealed about the millions of gallons of water used to cool computers running A.I., he says.

The same is true of carbon.

“Data scientists today do not have easy or reliable access to measurements of [greenhouse gas impacts from A.I.], which precludes development of actionable tactics,” a group of 10 prominent researchers on A.I. impacts wrote in a 2022 conference paper. Since they presented their article, A.I. applications and users have proliferated, but the public is still in the dark about those data, says Jesse Dodge, a research scientist at the Allen Institute for Artificial Intelligence in Seattle, who was one of the paper’s coauthors.

Data centers’ electricity consumption in 2026 is projected to reach 1,000 terawatts, roughly Japan’s total consumption.

A.I. can run on many devices — the simple A.I. that autocorrects text messages will run on a smartphone. But the kind of A.I. people most want to use is too big for most personal devices, Dodge says. “The models that are able to write a poem for you, or draft an email, those are very large,” he says. “Size is vital for them to have those capabilities.”

Big A.I.s need to run immense numbers of calculations very quickly, usually on specialized Graphical Processing Units — processors originally designed for intense computation to render graphics on computer screens. Compared to other chips, GPUs are more energy-efficient for A.I., and they’re most efficient when they’re run in large “cloud data centers” — specialized buildings full of computers equipped with those chips. The larger the data center, the more energy efficient it can be. Improvements in A.I.’s energy efficiency in recent years are partly due to the construction of more “hyperscale data centers,” which contain many more computers and can quickly scale up. Where a typical cloud data center occupies about 100,000 square feet, a hyperscale center can be 1 or even 2 million square feet.

Estimates of the number of cloud data centers worldwide range from around 9,000 to nearly 11,000. More are under construction. The International Energy Agency (IEA) projects that data centers’ electricity consumption in 2026 will be double that of 2022 — 1,000 terawatts, roughly equivalent to Japan’s current total consumption.

However, as an illustration of one problem with the way A.I. impacts are measured, that IEA estimate includes all data center activity, which extends beyond A.I. to many aspects of modern life. Running Amazon’s store interface, serving up Apple TV’s videos, storing millions of people’s emails on Gmail, and “mining” Bitcoin are also performed by data centers. (Other IEA reports exclude crypto operations, but still lump all other data-center activity together.)

Most tech firms that run data centers don’t reveal what percentage of their energy use processes A.I. The exception is Google, which says “machine learning” — the basis for humanlike A.I. — accounts for somewhat less than 15 percent of its data centers’ energy use.

Another complication is the fact that A.I., unlike Bitcoin mining or online shopping, can be used to reduce humanity’s impacts. A.I. can improve climate models, find more efficient ways to make digital tech, reduce waste in transport, and otherwise cut carbon and water use. One estimate, for example, found that A.I. -run smart homes could reduce households’ CO₂ consumption by up to 40 percent. And a recent Google project found that an A.I. fast-crunching atmospheric data can guide airline pilots to flight paths that will leave the fewest contrails.

Google’s data centers used 20 percent more water in 2022 than in 2021, while Microsoft’s water use rose by 34 percent.

Because contrails create more than a third of commercial aviation’s contribution to global warming, “if the whole aviation industry took advantage of this single A.I. breakthrough,” says Dave Patterson, a computer-science professor emeritus at UC Berkeley and a Google researcher, “this single discovery would save more CO₂e (CO₂ and other greenhouse gases) than the CO₂e from all A.I. in 2020.”

Patterson’s analysis predicts that A.I.’s carbon footprint will soon plateau and then begin to shrink, thanks to improvements in the efficiency with which A.I. software and hardware use energy. One reflection of that efficiency improvement: as A.I. usage has increased since 2019, its percentage of Google data-center energy use has held at less than 15 percent. And while global internet traffic has increased more than twentyfold since 2010, the share of the world’s electricity used by data centers and networks increased far less, according to the IEA.

However, data about improving efficiency doesn’t convince some skeptics, who cite a social phenomenon called “Jevons paradox”: Making a resource less costly sometimes increases its consumption in the long run. “It’s a rebound effect,” Ren says. “You make the freeway wider, people use less fuel because traffic moves faster, but then you get more cars coming in. You get more fuel consumption than before.” If home heating is 40 percent more efficient due to A.I., one critic recently wrote, people could end up keeping their homes warmer for more hours of the day.

“A.I. is an accelerant for everything,” Dodge says. “It makes whatever you’re developing go faster.” At the Allen Institute, A.I. has helped develop better programs to model the climate, track endangered species, and curb overfishing, he says. But globally A.I. could also support “a lot of applications that could accelerate climate change. This is where you get into ethical questions about what kind of A.I. you want.”

If global electricity use can feel a bit abstract, data centers’ water use is a more local and tangible issue — particularly in drought-afflicted areas. To cool delicate electronics in the clean interiors of the data centers, water has to be free of bacteria and impurities that could gunk up the works. In other words, data centers often compete “for the same water people drink, cook, and wash with,” says Ren.

In 2022, Ren says, Google’s data centers consumed about 5 billion gallons (nearly 20 billion liters) of fresh water for cooling. (“Consumptive use” does not include water that’s run through a building and then returned to its source.) According to a recent study by Ren, Google’s data centers used 20 percent more water in 2022 than they did in 2021, and Microsoft’s water use rose by 34 percent in the same period. (Google data centers host its Bard chatbot and other generative A.I.s; Microsoft servers host ChatGPT as well as its bigger siblings GPT-3 and GPT-4. All three are produced by OpenAI, in which Microsoft is a large investor.)

In Chile and Uruguay, protests have erupted over planned data centers that would tap drinking water reservoirs.

As more data centers are built or expanded, their neighbors have been troubled to find out how much water they take. For example, in The Dalles, Oregon, where Google runs three data centers and plans two more, the city government filed a lawsuit in 2022 to keep Google’s water use a secret from farmers, environmentalists, and Native American tribes who were concerned about its effects on agriculture and on the region’s animals and plants. The city withdrew its suit early last year. The records it then made public showed that Google’s three extant data centers use more than a quarter of the city’s water supply. And in Chile and Uruguay, protests have erupted over planned Google data centers that would tap into the same reservoirs that supply drinking water.

Most of all, researchers say, what’s needed is a change of culture within the rarefied world of A.I. development. Generative A.I.’s creators need to focus beyond the technical leaps and bounds of their newest creations and be less guarded about the details of the data, software, and hardware they use to create it.

Some day in the future, Dodge says, an A.I. might be able — or be legally obligated — to inform a user about the water and carbon impact of each distinct request she makes. “That would be a fantastic tool that would help the environment,” he says. For now, though, individual users don’t have much information or power to know their A.I. footprint, much less make decisions about it.

“There’s not much individuals can do, unfortunately,” Ren says. Right now, you can “try to use the service judiciously,” he says.

Fonte: Yale Environment360