quinta-feira, 28 de julho de 2011
Energia do vento para produzir água potável
Brasil terá tecnologia para produzir água potável a partir dos ventos
Uma tecnologia francesa que promete revolucionar o problema do abastecimento de água em regiões secas pode desembarcar em breve no Brasil. Isso porque a Eole Water, detentora do produto, fechou uma parceria com a Solstice para implantar a novidade no país.
Segundo a empresa, que faz consultoria para geração de energias renováveis, a tecnologia é semelhante a uma turbina eólica comum, porém, utiliza a energia dos ventos para liquefazer o vapor d’água.
Assim, a umidade do ar é aspirada por um sifão e condensada para extração da água, em um fenômeno semelhante ao da chuva. Em seguida, a água é tratada e armazenada, conforme as normas de qualidade fixadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tornando-se adequada para o consumo humano.
O tratamento da água é feito mecanicamente, através da filtração, reconstituindo um processo que ocorre naturalmente no solo para a formação do lençol freático. A água é então armazenada e mantida sempre em movimento, em um tanque de inox alimentar com capacidade de mil litros.
De acordo com a Solstice, em nenhum momento a tecnologia gera resíduos, emite gases ou utiliza componentes químicos.
Potencial brasileiro
Segundo Penélope Valente, consultora da Solstice, o Brasil apresenta as condições climáticas ótimas (umidade relativa do ar, temperatura e qualidade dos ventos) para a produção de água. Com isso, calcula-se que o país tenha uma capacidade de produção diária de água potável de cerca de 1.500 litros (considerando-se uso de 8h por dia) por cada turbina.
Nem as dimensões continentais do país, com suas variações de umidade, nem as estações climáticas influenciam a produção de água potável, diz Penélope. Ela ainda destaca que a turbina pode ser regulada para gerar mais água ou energia, a depender da necessidade do local.
Por enquanto, a Solstice está em busca de parceiros para implantar as turbinas no Brasil. A intenção é levá-la para comunidades isoladas, com deficiência no abastecimento de água ou que ainda precisem de caminhões pipa. De acordo com a consultora da empresa, até o final deste ano eles já pretendem ter locais e datas de implantação encaminhados.
“Essa é uma tecnologia nova que, além de levar água potável para pessoas que não têm (o que no Brasil representa um grande número de pessoas), é um avanço para a economia verde. O Brasil tem recursos climático para levar o mundo inteiro adiante e uma tecnologia dessas é um passo a frente”, afirma Penélope.
Ela ainda destaca que já existe uma torre como essa em pleno funcionamento em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
Fonte: Redação EcoD, em Rematlântico
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