| Niterói lidera na implementação de políticas para a bicicleta na América Latina. |
A prioridade para o transporte ativo tem sido uma prioridade em muitas cidades do mundo e é considerado uma das alavancas para a transição para a sustentabilidade urbana. O esforço de algumas cidades tem sido emblemático. É o caso de Paris, citada com o 5° lugar no ranking, que é a cidade com um dos maiores investimentos em adaptação climática no mundo, como já detalhamos aqui no Blog.
Em novembro de 2024, o Conselho de Paris aprovou o Plano Climático 2024-2030, com a preocupação com as previsões de um aumento da temperatura da cidade nos próximos anos, com o trânsito e a poluição. Com a inspiradora palavra de ordem: "Mais rápido, mais justo e mais local", o plano declara guerra aos automóveis principalmente na área central da cidade, substituirá 60 mil vagas de estacionamento por espaços verdes, para pedestres e ciclovias, e também anunciou a implantação de 300 hectares de florestas urbanas até 2030, sendo que 10% já estará implantado até 2026. O objetivo é reduzir a poluição e enfrentar as ilhas de calor e os efeitos das ondas de calor que tem afetado a cidade de uma forma crescente. Também será possível evitar alagamentos, por permitir melhores soluções de drenagem e a infiltração no solo dos canteiros e áreas verdes.
No dia 23 de março de 2025, os parisienses aprovaram, num referendo, um salto a frente ainda maior: com 66% dos votos, os eleitores decidiram retirar o acesso dos carros em mais 500 ruas. O objetivo é fazer de 5 a 8 ruas por bairros para pedestres e áreas verdes e a população local dos bairros será consultada novamente para definir quais ruas. A prioridade é para as ruas onde existem escolas para incentivas o deslocamento dos alunos a pé ou de bike. A ideia geral é que a requalificação do espaço público aconteça numa proporção de 2/3 de áreas de calçadas e pavimentadas para 1/3 de áreas plantadas. Cada rua terá um orçamento médio de 500 mil euros. Saiba mais aqui.Avaliar o uso da bicicleta é uma forma de medir o esforço de uma cidade pela sustentabilidade, conforme expresso no documento da Copenhagenize:
"o Índice existe por que a bicicleta é mais do que uma forma de transporte, mas uma lente através da qual se pode perceber como uma cidade funciona. Avaliar a performance cicloviária revela como cidades gerenciam o espaço, priorizam o as pessoas e como equilibram mobilidade e qualidade de vida. Ao mirar no uso da bicicleta, o Índice Copenhagenize captura o microcosmo do planejamento urbano em plena implementação: cidades que permitem o deslocamento por bicicleta seguro e confortável normalmente são aquelas que funcionam melhor para todos os seus cidadãos, independentemente de como cada um decide se deslocar".
Metodologia
A metodologia conta com 13 indicadores, distribuídos em 3 pilares, e as notas são atribuídas de 0 a 100, de acordo com as informações obtidas de cada cidade. Os pilares e indicadores adotados podem ser traduzidos da seguinte forma:
Pilar I: Segurança e Conectividade da Infraestrutura (Nota de Niterói no pilar: 44,9)2- Bicicletários
3- "Traffic calming"
4- Segurança
5- Participação do modal da bicicleta na mobilidade da cidade
6- Crescimento do modal da bicicleta
7- Percentual das mulheres nos deslocamentos por bicicleta
8- Sistema de bicicletas compartilhadas
9- Bicicletas de carga
10- Compromisso político
11- "Advocacy"
12- Imagem da bicicleta
13- Planejamento Urbano
A nota geral de Niterói foi de 45,3.
O relatório publicado apresenta o resultado para as 100 melhores cidades analisadas. Na listagem geral, Niterói está em 43° lugar, sendo que Fortaleza ficou em 69° lugar, Curitiba ficou em 92° e Rio de Janeiro em 93°. Veja, no quadro abaixo, o comparativo das notas que Niterói obteve em cada um dos pilares em comparação com outras cidades:
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| Quadro produzido pelo autor com base nos dados do relatório do Copenhagenize Index. |
O relatório dá destaque a Niterói também por outro motivo importante:
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| O relatório aponta que Niterói é uma das cinco cidades, dentre as 100 monitoradas, que não teve acidente fatal entre 2020 e 2024. |
Saiba mais sobre o trabalho de Niterói e de outras cidades no mundo pela sustentabilidade urbana, acessando: CIDADES NA TRANSIÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE E RESILIÊNCIA CLIMÁTICA: conheça a experiência de Niterói e de outras cidades
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Niterói é considerada a cidade mais amiga da bicicleta na América LatinaNiterói ficou em primeiro lugar na América Latina em um dos índices globais mais importantes da atualidade, o Copenhagenize, que avalia as cidades mais amigas da bicicleta. O município ficou na frente de Bogotá, Fortaleza, Guadalajara e Buenos Aires e alcançou o sétimo lugar entre as cidades não europeias. Já no ranking geral, Niterói ficou na 43° posição.
O Índice Copenhagenize é divulgado a cada dois anos. Em 2025, analisou 100 cidades de 44 países, por meio de uma metodologia baseada em diversos dados. Ao todo são três pilares: infraestrutura segura e conectada; uso e alcance; e políticas de apoio.
“É muito importante o reconhecimento do Índice Copenhagenize 2025. Isso reafirma a escolha de Niterói por um futuro mais sustentável e inclusivo, reconhecendo a bicicleta como elemento central da mobilidade urbana. Vamos seguir avançando, com investimentos que melhorem a vida de quem pedala na cidade”, destacou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.
Nos últimos 12 anos, Niterói se consolidou como referência em mobilidade sustentável. A Prefeitura expandiu a malha cicloviária que hoje alcança 90 quilômetros, incluindo ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e calçadas compartilhadas. A Avenida Marquês do Paraná tem a ciclovia mais movimentada do Brasil. Na quarta-feira passada (12), a ciclovia bateu mais um recorde diário de passagens: quase 7.500 ciclistas.
O NitBike, sistema gratuito de bicicletas compartilhadas, já ultrapassou 1,7 milhão de viagens, possui cerca de 150 mil usuários cadastrados e é um dos sistemas mais movimentados do país. O município também conta com o Bicicletário Arariboia, primeiro bicicletário público gratuito do Brasil, com 815 vagas, que também sedia o Polo Cicloviário Arariboia, focado na educação e cultura da bicicleta.
“Esse reconhecimento internacional confirma a consistência das políticas cicloviárias de Niterói ao longo dos últimos anos. Investimos em infraestrutura conectada, cultura da bicicleta, serviços públicos a quem usa a bicicleta, lazer e esporte. O resultado mostra que a cidade avançou de forma estruturada e segue sendo referência para o Brasil e para a América Latina na pauta”, afirmou o coordenador do Niterói de Bicicleta, Filipe Simões.
Fonte: Prefeitura de Niterói



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