quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Atletas se mobilizam por legado ao esporte educacional dos Jogos Olímpicos no Brasil


Instituição Atletas pela Cidadania prepara estratégias de ação ao Ministério do Esporte

A preocupação com o legado social dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro tem mobilizado atletas e ex-atletas olímpicos a se articularem de modo a valorizar ainda mais o esporte educacional. Nesta terça-feira, Raí (futebol), Lars Grael (iatismo), Magic Paula e Pipoca (basquete) propuseram ao secretário nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social do Ministério do Esporte (Snelis), Afonso Barbosa, a criação de uma agenda social e educacional por meio do esporte.

Representando a instituição Atletas pela Cidadania, o documento que detalha a agenda já fora encaminhado à presidente Dilma Rousseff, em outubro do ano passado, com as metas propostas. Uma delas é levar o esporte educacional a 100% das escolas públicas nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo.

- Vamos colaborar usando nossas imagens, nossas ideias para fazer essa mobilização social, para que a população nos dê o retorno e que o objetivo seja alcançado - declarou Raí.

O Atletas pela Cidadania tem como diretora executiva, Daniela de Castro e conta com a participação de vários esportistas que já atuavam individualmente na área social de acordo com sua modalidade. Uma das bandeiras defendidas é que todas as escolas brasileiras tenham professores e estrutura adequada para o ensino do esporte.

- Queremos ajudar, somar, dar subsídios de uma proposta contundente e com conteúdos que se somem ao verdadeiro legado da Olimpíada, mostrando que o esporte tem capacidade de valorizar a juventude, de agregar valor e transformar uma nação - enfatizou o iatista Lars Grael.

A ex-jogadora de basquete Magic Paula defendeu uma mudança na cultura esportiva. Para ela, vencer no jogo é muito bom, mas esporte não significa apenas ganhar medalhas.

- Tudo começa na escola, na ludicidade. Precisamos sim agregar valor à qualidade de vida da juventude. A gente quer usar a nossa imagem para isso - afirmou.

Para Afonso Barbosa, iniciativas como essa resultam em ganho social.

- Trata-se de uma agenda muito positiva - elogiou o secretário, que se comprometeu a acelerar a implementação da proposta, junto com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo
 
Fonte: Portal Ahe

Lars Grael fala sobre a sua superação e apresenta o Projeto Grael




Assista ao vídeo com entrevista do Lars e depoimentos sobre o Projeto Grael.

Gestão Integrada no RJ conclui implantação de sinalização

Brasília (23/02/2012) - Desde 2010, a Gestão Integrada Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim/Estação Ecológica (Esec) da Guanabara tem executado importante ação de consolidação territorial ao conceber e implantar um sistema de sinalização terrestre, fluvial e marinho para os limites das duas unidades de conservação no estado do Rio de Janeiro.


Com a conclusão dos serviços, o sistema conta com 74 estruturas de sinalização, sendo dez bóias marinhas, dez balizas fluviais, 12 placas fluviais, 40 terrestres e duas especiais de sinalização da sede. A implantação do sistema contou com recursos de compensação ambiental, de termo de ajustamento de conduta e da parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, por meio do Fundo Guanabara.

O chefe da Estação Ecológica da Guanabara, Mauricio Barbosa Muniz, explica as dificuldades e a importância da sinalização: “O processo todo foi demorado. Primeiro, porque tivemos que compor recursos de várias fontes, depois pela necessidade de identificar as melhores metodologias de sinalização em ambientes peculiares, como a nossa zona marinha, os rios e o manguezal. Hoje, com o esforço de todos os funcionários e servidores temos o sistema implantado. Como estamos em região de grande expansão urbano-industrial, a sinalização é um importante passo na consolidação territorial das unidades de conservação”, destacou.

Breno Herrera, chefe da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim, ressalta que "dentre os principais objetivos de uma APA está o ordenamento do uso do solo. Com nosso novo sistema de sinalização e demarcação fica muito mais claro para a população onde a APA de Guapimirim começa e termina, sinalizando as áreas com restrições para futuras construções".

Comunicação ICMBio

ICMBio reprime pesca predatória de polvos na APA dos Corais

APA Costa dos Corais comemora sucesso da Operação Oito Braços

Brasília (29/02/2012) – Neste mês, a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, que se estende entre o litoral sul de Pernambuco e norte de Alagoas, realizou a Operação Oito Braços, com o objetivo de combater a pesca predatória de polvos na região costeira dos municípios de Porto de Pedras (AL), Japaratinga (AL), Maragogi (AL), Paripueira e São José da Coroa Grande (PE).

“Contamos com o apoio da Polícia Federal e da Marinha para essa força-tarefa, por meio da qual também notificamos embarcações de transporte turístico que não possuíam licença do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para operar em piscinas naturais”, revela o analista ambiental Pedro Augusto Lins, chefe interino da APA, segundo o qual foram lavrados sete autos de infração por crimes ambientais, bem como a apreensão de equipamentos de pesca utilizados irregularmente, como arpões e nadadeiras.

Além de fiscalizar o impacto ambiental das atividades pesqueira e turística na região, a unidade de conservação (UC) – criada por Decreto Federal em 27 de outubro de 1997 e vinculada à Coordenação Regional 6 (CR 6) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – constitui a primeira UC do ICMBio a incluir os ambientes recifais costeiros em sua área de abrangência, além de abrigar as maiores extensões desse ecossistema no Brasil.

Em seu território de aproximadamente 413.563 hectares, a APA Costa dos Corais também responde pela conservação de toda a flora e fauna que compõem e habitam os recifes coralígenos e de arenito – como algas, corais, peixes, crustáceos, moluscos e até mamíferos como o peixe-boi marinho (Trichechus manatus), ameaçado de extinção. “Agimos em conjunto com a base avançada do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio), em Porto de Pedras (AL), para conservar os peixes-bois que vivem nos manguezais da região”, salienta Pedro.

Os peixes-bois serão, inclusive, tema de reportagens para o programa de TV “Terra da Gente” e a revista homônima, ambos veículos do Núcleo Terra da Gente – controlado pela EPTV, afiliada da Rede Globo em Campinas (SP). A equipe jornalística fará uma visita à sede da UC, em Tamandaré (PE), no dia 5 de março, para divulgar também a biodiversidade marinha da área e o ecoturismo, entre outros temas relacionados.

Parceria

O chefe da APA Costa dos Corais também comemora o acordo firmado entre o ICMBio, a Fundação Toyota do Brasil e a Fundação SOS Mata Atlântica para apoio financeiro à gestão da UC. Oficializada em agosto de 2011, a parceria estabelece para os próximos dez anos o repasse anual de R$ 1 milhão por parte da Toyota, quantia que será aplicada na UC pela SOS Mata Atlântica, executora financeira do contrato.

“De cada R$ 1 milhão anualmente recebido, utilizaremos R$ 500 mil para aplicação imediata, visando ao incremento operacional da unidade, enquanto os outros R$ 500 mil serão depositados em um fundo de perpetuidade para garantir ações de preservação de longo prazo”, explica Pedro.

Fonte: ICMBio

NASA: vídeo de um voo sobre a fratura numa geleira da Antártica.

Flying Through a Crack in the Ice


Imagem adquirida pela NASA em outubro de 2011. No link, uma ótima imagem de um sobrevoo pela fratura na camada de gelo em uma geleira na Antártica.

In October 2011, researchers flying in NASA’s Operation IceBridge campaign made the first-ever detailed, airborne measurements of a major iceberg calving event while it was in progress. Four months later, the IceBridge team has mapped the crack in Antarctica’s Pine Island Glacier in a way that allows glaciologists and the rest of us to fly through the icy canyon.

The above image is a still frame captured from a three-dimensional, virtual flight through the new rift in the Pine Island Glacier. (Web and high-definition versions of the movie are linked below the image.) The animation was created by draping aerial photographs from the Digital Mapping System—a still camera with very precise geolocation ability—over data from the Airborne Topographic Mapper—a scanning laser altimeter that measures changes in the surface elevation of the ice. Both instruments were flown on NASA's DC-8 research airplane, and the data was collected on October 26, 2011.

The crack formed in the ice shelf that extends from one of West Antarctica’s fastest-moving glaciers. The path of the crack in this animation stretches roughly 18 miles (30 kilometers) in length (the actual crack is much longer), with an average width of 240 feet (about 80 meters); it was 820 feet (250 meters) at its widest. The canyon ranged from 165 to 190 feet deep (50 to 60 meters), with the floor being roughly at the water line of the Amundsen Sea. Radar measurements suggested the ice shelf is about 1,640 feet (500 meters) feet thick, with only 165 to 190 feet of that floating above water and the rest submerged.

Scientists have been waiting for the crack to propagate through the rest of the ice shelf and release an iceberg, which they estimate could span 300 to 350 square miles (up to 900 square kilometers). If it does not split off soon, however, the sea ice that forms with the onset of southern winter might keep the ice chunk trapped against the coast for a while.

Pine Island Glacier last calved significant icebergs in 2007 and 2001, and some scientists speculated that it was primed to calve again. But until the IceBridge flight on October 14, 2011, no one had seen any evidence of the ice shelf beginning to break apart. Since then, a more detailed look back at satellite imagery seems to show the first signs of the crack in early October.

Animation by the NASA IceBridge team. Caption by Mike Carlowicz, with reporting from Patrick Lynch and Jefferson Beck.

Instrument: Aircraft Sensors

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Veja o vídeo da NASA

Marina Silva diz que tentativa de ruralistas por mudanças no Código Florestal é farsa


A ex-senadora Marina Silva disse ontem (28) que trata-se de uma farsa a movimentação da bancada ruralista para alterar o texto do novo Código Florestal, aprovado pelo Senado e que terá que ser votado pela Câmara dos Deputados. Ela comparou a decisão da bancada ruralista de apresentar emendas à proposta na Câmara com uma luta de “telequete”.

“No meu entendimento, estão ensaiando uma espécie de telequete, aquela luta que não é de verdade”, disse Marina ao participar do seminário Código Florestal: O Que Diz a Ciência?, promovido pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável e a Frente Parlamentar Ambientalista. O evento reúne pesquisadores e cientistas para discutir os impactos negativos das mudanças propostas para o Código Florestal.

“Se faz uma suposta briga entre as emendas que estão sendo apresentadas para tornar o projeto ainda pior e criar um cenário para que se tenha um discurso de sanção do que foi aprovado no Senado”, disse Marina.

No seminário, foi lançada campanha pedindo à presidenta Dilma Rousseff para vetar os pontos aprovados pelo Senado que, no entender dos ambientalistas, permitem o desmatamento e concedem anistia a quem desmatou. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse, durante o evento, que haverá uma mobilização nacional denominada “Veta, Dilma”.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) também sustentou que a intenção dos ruralistas em apresentar uma série de emendas na Câmara tem mais o objetivo de confundir. “É um jogo de cena, não se mudou na essência o que pra nós é um retrocesso”.

O projeto que altera o Código Florestal (PL 1876/99) foi aprovado na Câmara no ano passado. Como o Senado modificou o texto aprovado pelos deputados, a proposta será votada novamente pela Câmara neste ano.

Reportagem de Luciana Lima, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 29/02/2012.

Lars fala da sua experiência na Sapucaí + mensagem emocionante de uma pessoa da arquibancada

Lars Grael desfila na Acadêmicos do Grande Rio, em um carro alegórico que representa um barco da Classe Star. Foto de Axel Grael. 

Veja as fotos do Lars na Avenida.

O texto abaixo foi postado por Lars Grael em seu próprio site (http://www.larsgrael.com.br/).


Superação é o Carnaval da Grande Rio

27/2/2012 14:19:30

Terminou na noite de sábado, minha experiência única em desfilar numa escola de samba no Carnaval.

Havia recusado convites anteriores de algumas escolas do Rio e de São Paulo, por questões distintas. Este ano, não tive como recusar o convite da Grande Rio com um tema que me toca tão intensamente, como o da SUPERAÇÃO!!!

A Grande Rio através do seu carnavalesco Cahê Rodrigues, saiu do mundo da fantasia e caiu no mundo real ao abordar a superação diária de milhões de brasileiros.

O samba-enredo pode ter chocado a opinião de muitos ao levar para a avenida, cadeirantes e deficientes como eu, assim como, outros exemplos de superação de vida e até do cotidiano comum do proletário brasileiro. A escola pode ter sido julgada como apelativa por uns poucos, mas emocionou muitos outros.

Abordou um valor humano intenso e saiu do abstrato da fantasia. Algo como romper o paradigma de anos atrás quando o genial Joãosinho Trinta chcou o carnaval com o enredo "O LUXO e o LIXO" na Beija Flor de Nilópolis.

Confesso que fiquei emocionado e comparo esta homenagem de destaque com uma ala toda, como a homenagem que recebi há anos atrás do poeta e cronista do esporte brasileiro, o amigo Armando Nogueira.

Estive ao lado de tanta gente com uma energia tão intensa: dos figurantes da agremiação carnavalesca de Duque de Caxias, passando pelo carinho da platéia que ovacionava, até o contato com beldades e celebridades globais.

O calor das arquibancadas é maior recompensa!

A emoção da minha filha Trine, a alegria da minha esposa Renata e o apoio dos meus amigos Vilma, Mariane, Juninho, minha tia Moema, Ingrid, Barbara, Axel, Christa, Pepe, Lúcia, Roberto e Murillo, não tem preço!

Valeu! Parabéns a Grande Rio por homenagear a vida, a esperança e a felicidade!

Do ainda amante de Rock`n Roll

Lars Grael

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A mensagem abaixo foi postada no site do Lars Grael (http://www.larsgrael.com.br/) por Marcelo Loureiro. Um depoimento que deixou Lars emocionado, assim como a família e seus amigos.
Obrigado, Marcelo.

Axel Grael


Nome: Marcelo Loureiro


E-Mail:

Mensagem: Prezado Lars. Sábado , dia 25 de fevereiro de 2012, você passou mais uma vez pela Sapucaí. Talvez não fosse de seu conhecimento exatamente quem você é, ou melhor, o que você significa para nossa população até o momento em que se expôs para mais de 70 mil pessoas ao mesmo tempo. Eu estava lá, fiz sinal pra você e você correspondeu. Não havia muita gente por perto, pretensiosamente só poderia ser pra mim aquele OK do polegar que emergia da mão do velejador mais famoso do país, quiça do mundo. Estou convencido de que, agora sim, você entendeu um pouco mais sobre o que você simboliza, depois de ser o próprio enredo. E dizer que você "entendeu um pouco mais" sobre si mesmo não lhe dá a real proporção das coisas, já que as câmeras de TV têm muitas preocupações a exibir. Pois então darei eu: foi a quarta vez que assisti aos desfiles na Sapucaí, e jamais em tempo algum vi autoridade, artista, personalidade, brother ou popozuda ser tão aplaudido quanto você. Melhor, você não foi aplaudido, foi identificado, foi eleito, foi...sei lá, o verbo está no tempo errado. Deveria eu dizer VOCÊ É. O povo idolatra Lars Grael. A elite também e o intelectual idem. Não é cegamente, eles sabem o que estão vendo, essa é a diferença.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Lars Grael dá entrevista para a Band News sobre a segurança no mar

Foto da Coluna Eu-Repórter,jornal O Globo.


Lars Grael: impunidade e falta de fiscalização ajudam a explicar acidentes no mar

A impunidade, a falta de fiscalização e o despreparo dos condutores explicam o aumento no número de casos de acidentes com embarcações no litoral brasileiro, segundo o iatista Lars Grael.

Em entrevista ao âncora Ricardo Boechat, o esportista lembrou a própria experiência pessoal, quando perdeu a perna ao ser atropelado por uma lancha, em 1998, no mar de Vitória, no Espírito Santo.

De acordo com ele, até hoje o condutor responsável pelo acidente, que estava bêbado, não sofreu nenhuma punição

Ouça a entrevista aqui.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Por um Brasil sem sujeira



Luiza Nagib Eluf - O Estado de S.Paulo

O termo sujeira é amplo, pode-se entendê-lo como oposto de limpeza ou, em sentido figurado, pode se referir à corrupção, à malandragem, aos desvios de dinheiro público. Aqui, porém, será usado literalmente. Embora os problemas de sujeira no Brasil sejam muitos, é preciso escolher as prioridades. Falemos do tratamento de esgoto.

Bons ventos trazem o tema do saneamento básico à discussão, com intensidade nunca antes vista na História do Brasil. Enfim saímos do marasmo para enfrentar com maior determinação uma das necessidades mais prementes da nossa população. O momento também favorece a ampliação da discussão para que contemplemos as questões relacionadas ao meio ambiente diante do abismo de nossas desigualdades sociais, além do muito que falta fazer para alcançarmos a tão almejada sustentabilidade.

Estamos distantes do discurso de que "é preciso deixar aos nossos descendentes os recursos naturais necessários à sua sobrevivência", pois nem sequer conseguimos prover o que há de mais básico em termos de saneamento. Não temos água tratada e própria para o consumo em muitas localidades. Com o vertiginoso aumento populacional no mundo, esse problema, que atinge prioritariamente os países em desenvolvimento, coloca mais de 2 bilhões de pessoas, sobretudo crianças pobres, em situação de risco para a saúde.

No Brasil, são milhares de crianças atingidas por diarreia todos os anos, doença que afeta a saúde de forma perversa e contínua, prejudicando até mesmo o completo aprendizado escolar. Segundo o Ministério das Cidades, 55% da nossa população ainda não está conectada a redes de esgoto - e o índice de tratamento é de apenas 39%, conforme estudo de 2009. Mais impressionante ainda que isso é constatar que a população nem ao menos sabe o que significa saneamento básico e somente 5% das pessoas entrevistadas na mesma pesquisa conseguiram relacionar o saneamento com saúde.

Todo verão, em alguns Estados da Federação, é comum que se publique a avaliação da adequação das praias mais procuradas. As notícias são estarrecedoras, diante dos numerosos locais intensamente frequentados por turistas que se encontram impróprios para o banho por causa da infestação por coliformes fecais - ou seja, esgoto. E a água poluída acaba contaminando a areia da praia, que, por sua vez, passa a significar um risco maior para a saúde do que a própria água.

A lei atribui às prefeituras a responsabilidade pela execução do saneamento básico. O Ministério Público vem acompanhando as licitações, que, em certos casos, precisam ser refeitas, o que recomendaria uma providência para evitar a suspensão de obras: a orientação das autoridades competentes sobre como proceder para não incorrer em erros que tanto atrasam o saneamento.

Apesar da forte e conhecida ligação entre os serviços de esgotamento sanitário e a saúde pública, a comunidade não reivindica seus direitos perante as autoridades e os administradores públicos acabam relegando essa inacreditável sujeira a segundo plano, até porque nossa cultura política é no sentido de que fazer "obras enterradas" não dá voto.

Infelizmente, nossos colonizadores nos deixaram uma herança de descaso com relação ao saneamento básico. Nossa imperatriz Leopoldina, que era austríaca, documentou em cartas, posteriormente transformadas em livro, a forma como os excrementos eram retirados do palácio de dom Pedro I. Os escravos vertiam o conteúdo dos penicos numa grande tina que carregavam nas costas pelos corredores da residência, por vezes sem conseguir evitar acidentes que provocavam quedas desastrosas e malcheirosas. Em seguida, dirigiam-se até os arredores da edificação para despejar o esgoto diretamente no rio que abastecia de água a família imperial ou, dependendo do caso, acabavam deixando os excrementos amontoados em terreno próximo sem nenhum tratamento, enterramento ou isolamento.

Para que se possa superar o legado de ignorância sobre os perigos da falta de saneamento básico e varrer do Brasil essa vergonha, seria importante que se promovessem campanhas nas escolas e nos meios de comunicação para esclarecer a população e conscientizar os governantes. Somente a informação pode trazer as mudanças que o País requer.

Por sua vez, o descumprimento da Lei n.º 11.445/2007, chamada Lei do Saneamento, pode gerar a responsabilização do(a) administrador(a) público(a) por improbidade. Criancinhas brincando em águas contaminadas, favelas com esgoto a céu aberto correndo pelo meio-fio, praias infectadas e doenças de alta gravidade contraídas por incúria de pessoas eleitas pelo voto popular precisam ser varridas de nossa realidade cotidiana.

O corrente ano é muito importante para a população brasileira porque vamos escolher prefeitos e vereadores, justamente os responsáveis pela melhoria ou a piora de nossa situação atual. A oportunidade é ótima para que se possam colher compromissos dos (as) candidatos(as) com metas e prazos no que se refere ao tratamento adequado do esgoto em todas as cidades do País.

O Programa Cidades Sustentáveis vem sendo apresentado pelo Instituto Ethos em parceria com a Rede Nossa São Paulo e outras entidades, como o Instituto Trata Brasil - que luta pela melhoria do saneamento básico no País -, aos partidos políticos e respectivos postulantes a cargos públicos municipais para que se pronunciem sobre a limpeza dos nossos recursos hídricos, tão maravilhosos e tão maltratados no Brasil, a começar pela sua maior cidade, que é São Paulo, a qual se encontra rodeada de rios assassinados pela poluição.

*Membro do Instituto Trata Brasil, procuradora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, ex-secretária nacional dos Direitos da Cidadania do Ministério da Justiça e ex-subprefeita da Lapa, é autora, entre vários outros livros, de 'A Paixão no Banco dos Réus', sobre crimes passionais, e 'Matar ou Morrer - O Caso Euclides da Cunha'.

Fonte: Estadão

Nota: O Projeto Grael é parceiro do Instituto Trata Brasil e Lars Grael é um de seus embaixadores.

SBPC e ABC alertam, mais uma vez, para as consequências da reforma no Código Florestal



A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) acabam de divulgar uma carta na qual alertam para algumas das consequências que poderão resultar da reforma no Código Florestal (CF), na versão aprovada pelo Senado e que deverá voltar à Câmara dos Deputados no início de março. Embora reconheçam avanços no texto aprovado pelo Senado, as instituições apontam graves problemas na proposta. Leia o texto na íntegra.


CARTA ABERTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA (SBPC) E DA ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS (ABC)


A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) vêm alertar para algumas das consequências que poderão resultar do projeto de lei que altera o Código Florestal (CF), na versão que será proximamente votada na Câmara dos Deputados.

A SBPC e a ABC reconhecem os avanços contidos no texto do CF na versão apresentada pelo Senado Federal, em particular o estabelecimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e dos mecanismos de apoio e incentivo à conservação e recuperação do meio ambiente, o condicionamento do crédito agrícola à regularização ambiental, o aumento da proteção ambiental em área urbana, a inclusão dos mangues entre as áreas de preservação permanente, a obrigação de projetos de lei específicos para cada bioma em um prazo de três anos, as novas especificações e instrumentos legais que regulam o uso de fogo e o controle de incêndios e a distinção entre disposições permanentes e transitórias no CF.

Permanecem, no entanto, graves problemas. Para que não se alegue o aval da ciência ao texto ora em fase final de deliberação no legislativo, as associações mais representativas da comunidade científica – a SBPC e a ABC - vêm novamente se manifestar e reiterar suas posições, cujas justificativas científicas já foram apresentadas ao longo de 2011, em um livro e dois documentos, acessíveis no site da SBPC (www.codigoflorestal.sbpcnet.org.br).

Todas as áreas de preservação permanente (APP) nas margens de cursos d’água e nascentes devem ser preservadas e, quando degradadas, devem ter sua vegetação integralmente restaurada. A área das APPs, que deve ser obrigatoriamente recuperada, foi reduzida em 50% no texto atual.

As APPs de margens de cursos d’água devem continuar a ser demarcadas, como foram até hoje, a partir do nível mais alto da cheia do rio. A substituição do leito maior do rio pelo leito regular para a definição das APPs torna vulneráveis amplas áreas úmidas em todo o país, particularmente, na Amazônia e no Pantanal. Essas áreas são importantes provedoras de serviços ecossistêmicos, principalmente, a proteção de nossos recursos hídricos e por isso, objeto de tratados internacionais de que o Brasil é signatário, como a Convenção de Ramsar (Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional).

Reafirmamos que os usos agrícolas praticados pelas comunidades tradicionais e por ribeirinhos devem ter tratamento diferenciado. Em particular, as áreas de pousio devem continuar , sendo reconhecidas apenas à pequena propriedade ou posse rural familiar ou de população tradicional, como foram até o presente.

As comunidades biológicas, as estruturas e as funções ecossistêmicas das APPs e das reservas legais são distintas. Não faz sentido incluir APPs no cômputo das Reservas Legais (RLs) como proposto no artigo 16 do Projeto de Lei .

A SBPC e a ABC sempre defenderam que a eventual compensação de déficit de RL fosse feita nas áreas mais próximas possíveis da propriedade, dentro do mesmo ecossistema, de preferência na mesma microbacia ou bacia hidrográfica. No entanto o projeto em tramitação torna mais ampla a possibilidade de compensação de RL no âmbito do mesmo bioma, o que não assegura a equivalência ecológica de composição, de estrutura e de função. Mantido esse dispositivo, sua regulamentação deveria exigir tal equivalência e estipular uma distância máxima da área a ser compensada, para que se mantenham os serviços ecossistêmicos regionais.

A principal motivação que justifica a RL é o uso sustentável dos recursos naturais nas áreas de menor aptidão agrícola, o que possibilita conservação da biodiversidade nativa com aproveitamento econômico, além da diversificação da produção. Por isso, na recuperação das RLs degradadas, o possível uso temporário inicial de espécies exóticas não pode se transformar em uso definitivo, como fica assegurado pelo texto atual.

A figura de áreas rurais consolidadas em APPs até a data de 22 de Julho de 2008, e a possibilidade dada no projeto de serem mantidas e regularizadas não se justificam. Desde pelo menos 2001, o desmate dessas áreas para uso alternativo do solo já estava explicitamente proibido. Essas áreas devem ser integralmente restauradas com vegetação nativa para que possam fornecer seus serviços ambientais.

Um dos pré-requisitos para o sucesso da restauração da mata ciliar é o isolamento do fator de degradação. Desse modo, recuperar a faixa marginal concomitantemente com a utilização do espaço pelo gado, como fica permitido pelo artigo 62, parágrafo 4º, 5º, 7º e 8º impede os processos de recrutamento de mudas e regeneração da vegetação.

Finalmente, como em várias outras leis, as múltiplas exceções podem desvirtuar a regra. Alguns exemplos são particularmente notáveis. Embora os mangues estejam protegidos no texto do Senado, a permissão de exploração de 35% dos mangues fora da Amazônia (além dos que já estariam em áreas ditas “consolidadas”) e 10% na Amazônia são preocupantes pois os mangues, entre outros serviços importantíssimos, são essenciais na reprodução de várias espécies de peixes de uso comercial.

Outra exceção à proteção dos mangues se refere aqueles cuja função ecológica estiver comprometida. Nesse caso (art.8º, parágrafo 2º), autorizam-se obras habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de regularização fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda. Se a função ecológica do manguezal estiver comprometida, ela deve ser recuperada, uma vez que grande parte dos manguezais contaminados tem elevados índices de metais pesados e petróleo. Manter populações de baixa renda nesses locais seria imoral.

Outras exceções dizem respeito à obrigação de restaurar. O tratamento diferenciado de poder restaurar extensão menor de APPs deveria ser restrito à agricultura familiar. Em vista disto deveriam ser suprimidos os parágrafos 4º, 7º e 8º do artigo 62 do texto aprovado no Senado Federal.

Dadas as regras de tramitação de Projetos de Lei no Congresso Nacional, a maioria dos problemas apontados não vai poder mais ser corrigida no âmbito do Legislativo. São exceção uns poucos dispositivos para os quais uma supressão ainda é viável. Entre eles estão o artigo 16, o parágrafo 7º do artigo 13, os três parágrafos 4º, 7º e 8º do artigo 62 mencionados acima, e o parágrafo 3º do art.68 que diz respeito às espécies exóticas na recuperação das reservas legais. Maiores detalhes se encontram na Tabela anexada a este documento.

A reforma do Código Florestal Brasileiro, tal como vem sendo processada no Congresso, sob a influência de grupos de pressão setoriais, representa a desregulação do setor do agronegócio com sérios riscos para o meio ambiente e para a própria produção agrícola. A proteção de áreas naturais está sendo consideravelmente diminuída e perde-se assim a oportunidade de produzir alimentos com mais eficiência e com sustentabilidade ambiental, o que deveria ser o grande diferencial da agricultura brasileira.



Além da carta, a SBPC e a ABC divulgaram uma tabela comparativa com as principais propostas de alteração: como está no Código Florestal atual e como ficará.

Não é a primeira vez que SBPC e ABC se manifestam contra as alterações no Código Florestal. Leia também:
Para pesquisadores proposta de modificação do Código Florestal contraria o conhecimento científico
SBPC e ABC propõem ao Senado mudanças no projeto de reforma do Código Florestal.

Fonte: ISA, Instituto Socioambiental.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

La NASA descubre que las nubes están bajando de altura


Científicos de la Universidad de Auckland en Nueva Zelanda analizaron los primeros 10 años de mediciones globales de nubes a gran altura (marzo de 2000 a febrero de 2010)

Las nubes de la Tierra están moviéndose un poco más bajas --un 1 por ciento en promedio-- en la primera década de este siglo, según ha constatado un nuevo estudio basado en datos de los satélites de la NASA. Los resultados tienen implicaciones potenciales para el clima mundial en el futuro.

Científicos de la Universidad de Auckland en Nueva Zelanda analizaron los primeros 10 años de mediciones globales de nubes a gran altura (marzo de 2000 a febrero de 2010) a partir del Espectrorradiómetro multi-ángulo de imagen (MISR), un instrumento a bordo de la nave espacial Terra de la NASA.

El estudio, publicado recientemente en la revista Geophysical Research Letters, revela una tendencia general de disminución de la altura de las nubes. La altura de la nube global promedio se redujo en alrededor de un uno por ciento durante la década, de 30 a 40 metros. La mayor parte de la reducción se debió a un menor número de nubes que se producen a gran altura.

El investigador principal, Roger Davies, dijo que si bien el registro es demasiado corto para ser definitivo, proporciona un indicio de que algo muy importante podría estar pasando. Se requiere más largo plazo de seguimiento para determinar la importancia de la observación de las temperaturas globales.

Una reducción constante en la altura de las nubes permitiría a la Tierra enfriarse de manera más eficiente hacia el espacio, reduciendo la temperatura de la superficie del planeta y ralentizando potencialmente los efectos del calentamiento global.

Esto puede representar un mecanismo de "retroalimentación negativa", un cambio causado por el calentamiento global que trabaja para contrarrestarlo. "No sabemos exactamente lo que hace que las alturas de las nubes bajen", dice Davies. "Pero tiene que ser debido a un cambio en los patrones de circulación que dan lugar a la formación de nubes a gran altura."

Está previsto que la nave de la NASA Terra continúe el acopio de datos durante el resto de esta década. Los científicos seguirán de cerca los datos de MISR para ver si esta tendencia continúa.

Fonte: ECOtícias

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Lars Grael fala a colunista da Revista Época sobre mais um acidente de jetski

Grazielly e o jet ski assassino


Ninguém ficará preso pela morte de Grazielly. É a impunidade que estimula barbaridades como essa?


RUTH DE AQUINO

RUTH DE AQUINO
é colunista de ÉPOCA
Era a primeira vez que Grazielly Almeida Lames ia à praia, aos 3 anos. Pais sabem como tudo é festa nesse dia, eternizado em álbuns de família ou vídeos. Crianças brincam com areia, baldinho e água de um jeito maravilhado, que se perde com o avançar dos anos. O primeiro banho de mar de Grazielly também foi o último. Um jet ski desgovernado e em alta velocidade, ligado por um adolescente de 13 anos que caiu ao tentar pilotar a máquina, atingiu a cabeça loura de Grazielly. Deitada de bruços, ela se preparava para fazer um castelinho de areia. E morreu.

“Só vi aquele vulto vindo atrás de mim, batendo na cabeça da menina”, disse a mãe, Cirleide, de 24 anos. “Ela estava tão feliz.” A família é do interior de São Paulo. Mãe e filha tinham viajado para passar o Carnaval na praia de Guaratuba, em Bertioga, num condomínio. O pai, o motorista Gilson, de 33 anos, não estava no momento da tragédia. Ficou transtornado quando soube pelo cunhado. “Um jet ski é um brinquedo assassino” na mão de adolescentes, disse Gilson. “É a mesma coisa que deixar uma arma na mão de uma criança.”

Todos os possíveis culpados fugiram rapidamente sem prestar socorro. O adolescente, o pai, Marciano Assis Cabral, que tem posto de combustível em Mogi das Cruzes. E o dono do jet ski, filho e sócio do empresário José Augusto Cardoso, que hospedava o menino e sua família num condomínio. O depoimento do garoto, previsto para quinta-feira em Bertioga, não aconteceu por “medo do assédio da população e da imprensa”. Não se sabia, até o fechamento desta edição, se o adolescente de 13 anos chegou a pilotar o jet ski ou apenas deu a partida no motor.

Ninguém ficará preso pela morte de Grazielly. Nem os maiores responsáveis, os adultos que permitiram que um menino brincasse com o jet ski como quem brinca de bola na praia. O vídeo familiar mostra a menininha, que poderia ser filha, neta ou irmã de qualquer um de nós, encantada com o mar. Minutos depois, sua vida tinha acabado – e a de seus pais também. É a impunidade que estimula barbaridades como essa?

Conversei com Lars Grael, o velejador e atleta olímpico que amputou a perna num desastre no mar em 1998. “A impunidade no Brasil favorece a negligência criminosa. Pessoas continuam conduzindo embarcações a motor no meio de banhistas, surfistas e remadores porque sabem que nada vai acontecer com elas”, diz Grael.

“A impunidade no Brasil favorece a negligência criminosa. Pessoas continuam conduzindo embarcações a motor no meio de banhistas, surfistas e remadores porque sabem que nada vai acontecer com elas”, diz Grael.

O jet ski é uma motocicleta sobre a água, afirma Grael. “Se um menino pilota uma moto onde há pedestres, a chance é grande de atropelar e matar alguém. Por que há mais conscientização no asfalto que na água?” Um jet ski sofisticado alcança até 100 quilômetros por hora. As regras para seu uso existem, mas a fiscalização é risível.

O piloto de jet ski precisa ser maior de idade e ter habilitação da Capitania dos Portos. Respeitar as regras do tráfego marítimo – entre elas, a distância mínima de 200 metros para a arrebentação e os banhistas. Usar colete salva-vidas. E conectar a chave de segurança, com uma cordinha presa ao pulso. Se o piloto cai na água, a chavinha se solta automaticamente do jet ski e ele é desativado. “Muita gente conecta a chave, mas não a coloca no pulso”, diz Grael. “É um absurdo. Nesse momento, o piloto assume que está gerando um risco para os outros.”
 
“Muita gente conecta a chave, mas não a coloca no pulso”, diz Grael. “É um absurdo. Nesse momento, o piloto assume que está gerando um risco para os outros.”

No caso de Bertioga, pode existir o crime de responsabilidade passiva. Quem aluga ou empresta jet skis para alguém sem os requisitos legais deveria ser condenado por assumir conscientemente um risco. A bagunça é generalizada. Nas praias lotadas do verão, há máquinas em mau estado de conservação. O mais comum é “confiar” na palavra de quem quer alugar o jet ski.

Não são colocadas as boias de delimitação para o jet ski sair da areia e voltar. A coisa está ficando num nível tal que a Marinha passou a dotar algumas Capitanias de bafômetro, para evitar bebuns na direção dessas motos aquáticas. Mas a amostragem é ínfima.

O drama transcende os jet skis. “Todo país desenvolvido com cultura náutica tem uma Guarda Costeira, com poder de policiar, abordar e prevenir”, diz Grael. “Esse debate deveria estar no Congresso. É uma omissão nossa, constitucional. A Marinha exerce voluntariamente esse papel, mas sua função é outra, de proteger a soberania nacional.”

“Todo país desenvolvido com cultura náutica tem uma Guarda Costeira, com poder de policiar, abordar e prevenir”, diz Grael.
Para patrulhar com eficiência mais de 8.000 quilômetros de costa atlântica e mais de 40.000 quilômetros de rios, lagos e represas, o Brasil precisaria, segundo estimativas, de 3 mil embarcações e 100 mil profissionais. Estamos tão atrasados que, para pilotar uma lancha no Brasil, basta acertar metade das perguntas de um exame teórico. Não há prova prática.

Se nada for feito, continuaremos matando criancinhas. Ou chorando por elas.

Fonte: Revista Época

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Saiba mais sobre o assunto acessando outras postagens aqui no Blog: Segurança no mar

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Conferência Rio+20 será vitrine para o trabalho voluntário, diz dirigente do Programa de Voluntários da ONU

Marco van der Ree
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que movimentará a cidade do Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 de junho, será um momento excepcional para que o trabalho voluntário mostre sua força e importância em eventos de grande porte. Essa é a opinião de Marco van der Ree, chefe da Área de Parcerias da Divisão de Parcerias e Comunicação do Programa de Voluntários das Nações Unidas (VNU).


Ampliar o reconhecimento, segundo Ree, é um dos principais desafios que o voluntariado tem pela frente, especialmente quando as discussões sobre a implantação de um modelo sustentável de desenvolvimento ganham força mundialmente. Para o dirigente, a ação voluntária, se melhor reconhecida, estimulada e fortalecida, pode contribuir fortemente com a construção desse novo paradigma.

Clique aqui para ler trechos da entrevista concedida por Ree ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Fonte: Nações Unidas no Brasil

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Iniciativas buscam ampliar cultura de transparência nas ONGs

Em uma época em que organizações não-governamentais sofrem um processo de criminalização pública, causado pelo vínculo suspostamente ilícito de parte delas com o poder público, ações para ampliar a cultura de transparência do setor social avançam no Brasil.A mais recente vem da Abong, que implementou, ao longo de 2011, o projeto “Transparência e legitimidade das organizações da sociedade civil – Fortalecimento da esfera pública no Brasil”.

A iniciativa, que engloba um site referência e um estudo, “Cultura e Práticas de Transparência na Internet – Mecanismos Adotados pelas Associadas da ABONG”, pretende ser uma contribuição para garantir maior legitimidade e credibilidade das associadas e organizações de mesmo perfil político, interferindo positivamente em sua sustentabilidade política e financeira. Mais do que isso, segundo Vera Masagão, integrante da diretoria executiva da Abong, abre-se um espaço de divulgação e análise do conceito de transparência, bem como de troca de instrumentais e experiências de prestação de conta.

Dividido em seis capítulos, o estudo é uma análise sobre a transparência e legitimidade das organizações da sociedade civil brasileira, de autoria de Fabiano Angélico, especialista em transparência, accountability e combate à corrupção pelo Centro de Direitos Humanos da Universidade do Chile. Ao explorar o contexto internacional e brasileiro, além de apostar em um esclarecimento conceitual e metodológico, o trabalho tem como fim democratizar ferramentas de transparência e prestação de contas.

Enquanto isso, o hotsite de transparência tem como foco rebater o contexto de criminalização e tentativas de deslegitimação do trabalho das organizações e movimentos sociais. A idéia, aqui, é motivar um espaço destinado para divulgação e análise do conceito de transparência, além de troca de ferramentas e experiências nesse assunto.

Investidores

Com o objetivo de alcançar uma maior legitimidade do setor de investimento social privado no Brasil, o GIFE tem, nos últimos anos, promovido uma série de iniciativas para elevar os padrões de Governança de seus associados (136). No ano passado, o grupo iniciou um movimento pela Transparência e Prestação de Contas por parte das fundações e institutos.

“A pressão da sociedade, dos indivíduos e dos governos por prestação de contas tem relação direta com dois fenômenos. Em primeiro lugar foi o próprio crescimento e profissionalização do setor, que passou a ter cada vez mais importância econômica. Em segundo lugar a crise de 2009 provocou em vários países uma espécie de ‘consolidação do setor’ na concorrência por recursos cada vez mais escassos”, afirma o secretário-geral do GIFE, Fernando Rossetti.

O GIFE recomenda que as organizações que compõem a rede publiquem, até 30 de junho de cada ano, suas prestações de contas relativas ao ano anterior nos seus respectivos websites. Entende-se Prestação de Contas de forma ampla, ou seja, ela inclui os diversos itens descritos abaixo:

Itens Básicos:

• Missão e Objetivos Estratégicos
• Composição do(s) Conselho(s) - nome de cada integrante
• Composição da Diretoria e Equipe Executiva - nome de cada integrante
• Composição da Assembleia Geral (só p/ Institutos) - nome de cada integrante
• Relatório de Atividades (Ano Anterior)
• Demonstrações Contábeis e Financeiras (Ano Anterior)
• Parecer dos Auditores Independentes (Ano Anterior)

Itens Avançados:

• Critérios utilizados para definição de beneficiários ou público-alvo
• Plano de Ação para o ano corrente
• Indicadores de Impacto e/ou Resultados Atingidos (Ano Anterior)
• Objetivos Estratégicos e Metas para os Indicadores (Ano Corrente)

“Trata-se de uma espécie de auto-regulação. Acreditamos que, num primeiro momento, é possível disponibilizar essas informações publicamente. Com a evolução da prestação de contas, iremos elevar as exigências e a complexidade do que deve ser divulgado”, garante o secretário-geral.

Profissionalização
A profissionalização de gestores para garantir a transparência das organizações sociais também tem sido uma preocupação do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento Social). Desde 2008, a instituição tem implantado, em diversos países, o programa Desenvolvimento de Princípios de Transparência e Prestação de Contas em Organizações da Sociedade Civil. No Brasil, a iniciativa foi concluída em outubro do ano passado com apoio da ONG Parceiros Voluntários, que realizou qualificações em organizações de 82 municípios gaúchos.
“Para o desenvolvimento dos Princípios e a aplicação da metodologia, a ONG criou uma diversificada Rede Colaborativa formada por profissionais dos Conselhos de Administração, Contabilidade, OAB, Ministério Público, entre outros, que tem a função de assessorar, voluntariamente, os dirigentes das organizações sociais que participam do curso Educando para a Transparência, desenvolvido em módulos que somam o total de 80 horas presenciais e 20 horas de atividades semipresenciais”, explicou a Presidente (Voluntária) da ONG Parceiros Voluntários, Maria Elena Pereira Johannpeter.

Segundo ela, após as capacitações, as OSCs recebem o acompanhamento de um consultor especialista e voluntário durante o período de dez meses. “Com a implementação e incorporação dos Princípios de Transparência, muitas instituições capacitadas já apresentaram importantes melhorias em seus processos, alinhados ao efetivo cumprimento de sua Missão e do seu posicionamento perante a comunidade, através da incorporação de três referenciais fundamentais: Responsabilidade de cumprir com seus compromissos; Responsabilidade de prover informações confiáveis e transparentes e; Responsabilidade por suas ações e decisões.

Em tempo

Entre os dias 18 e 20 de maio deste ano, haverá a 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social, conhecida como a Consocial, realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU), pelo decreto presidencial de 8 dezembro de 2010. Para esse evento, estão acontecendo etapas preparatórias desde julho do ano passado e irão até abril deste ano em todo o País, representados por cerca de 1.200 delegados para a etapa nacional em maio, em Brasília.

O tema central do encontro é a Sociedade no Acompanhamento e Controle da Gestão Pública e tem o objetivo de promover a transparência pública e estimular a participação da sociedade no acompanhamento e controle da gestão pública, para contribuir por um controle social mais efetivo e democrático.”Cerca de 60% dos delegados são representantes da sociedade civil, segmento do qual participam as organizações sociais”, pontua o coordenador-executivo nacional da Consocial, Fábio Félix Cunha da Silva. Segundo ele, a principal ideia é identificar propostas e diretrizes prioritárias para subsidiar na construção de um Plano Nacional sobre Transparência e Controle Social.

Leia também:
Fundações e ONGs: transparência para gerar confiançaProposta busca maior transparência entre governo e sociedade civil
Fonte: GIFE

Professor brasileiro promove canoagem e educação na Amazônia peruana

Representante peruano ao lado do brasileiro Evaldo Malato (à direita)


Prof. Evaldo Malato percorre a rios da Floresta Amazônica no Peru promovendo a canoagem e o espírito olímpico

Evalto Malato é personagem conhecido em campeonatos de canoagem por todo o Brasil e grande parte da América do Sul. Presidente da Federação de Canoagem do Estado do Pará e um dos principais estimuladores da prática da Canoagem Tradicional no Norte do Brasil o inquieto professor Evaldo Malato partiu recentemente em mais uma jornada pela perigosa e igualmente bela Floresta Amazônica.

Com o objetivo de estimular a canoagem e procurar novos e jovens talentos da modalidade para futuras competições internacionais Evaldo Malato visita comunidades ribeirinhas na Villa Aguaytía, capital da província de Padre Abad, no Peru.

“Tentamos mostrar aos governantes de ambos os países que o investimento na canoagem, fator de enorme identidade cultural dos povos ribeirinhos amazônicos, que o esporte pode ser sim fundamental para a inclusão social dessas pessoas”, ressaltou Malato que há mais de três anos promove iniciativas semelhantes em regiões de difícil acesso no Pará e Amazonas.

Em cada visita às comunidades peruanas é grande a presença de crianças e adultos nos cursos teóricos e práticas de canoagem e tiro com arco promovidos pelo prof. Malato com o intuito de despertar nos ribeirinhos os valores olímpicos em parceria com a Confederação Brasileira de Canoagem por meio do presidente João Tomasini Schwertner e pelo Comitê Olímpico Peruano.

“O Governo Peruano pretende investir pesado na canoagem. O local é excelente para a prática, pois reúne em um único lugar a junção de três rios, entre eles o Amazonas. Num futuro próximo pretendo me preparar para descer daqui até Belém, entregando donativos, realizando palestras educacionais numa viagem que terá aproximadamente uns três meses”, informou Malato.

Fonte: Confederação Brasileira de Canoagem - Newsletter

Transformações radicais na capital paulista

Livro do Centro de Estudos da Metrópole destaca que a cidade passou por mudanças intensas que transformaram radicalmente suas características sociais e espaciais (Google Maps)

Por Elton Alisson

Agência FAPESP – A cidade de São Paulo passou por intensas mudanças nas últimas décadas, que transformaram radicalmente suas características sociais e espaciais e tornaram o tecido urbano muito mais heterogêneo e complexo.

A avaliação é dos autores do livro São Paulo: novos percursos e atores (sociedade, cultura e política) publicado pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM). Sediado no Centro Brasileiro de Análises e Planejamento (Cebrap), o CEM é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP.

O livro teve origem em uma publicação em espanhol organizada por Lúcio Kowarick e Eduardo Marques, pesquisadores do CEM e professores do Departamento de Ciência Política da USP.
Intitulada Miradas cruzadas: sociedad, política y cultura, foi publicada em 2011 como parte de uma série sobre cidades latino-americanas editada no Equador pela Organização Latino-Americana e do Caribe de Cidades Históricas (Olacchi, na sigla em espanhol), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).

A incumbência dos editores equatorianos para os pesquisadores brasileiros foi a de organizar um livro que quebrasse tabus da literatura latino-americana sobre cidades brasileiras – especificamente sobre São Paulo –, que perduravam nas últimas quatro décadas.

Segundo Marques, na década de 1970 São Paulo foi objeto de uma literatura muito eloquente, que resultou em um diagnóstico bastante perspicaz da cidade. Porém, como efeito negativo da força dessa literatura sobre a metrópole paulista, nos anos posteriores se repetiu o mesmo discurso sobre a cidade e o debate sobre ela ficou desatualizado.

“Há uma série de processos que já não estão ocorrendo em São Paulo há muito tempo e se continua com a mesma impressão e diagnóstico sobre a cidade, datados dos anos 1970, que já não fazem muito sentido”, disse Marques à Agência FAPESP.

De acordo com o pesquisador, um dos mitos que havia sobre a cidade na América Latina, mas que já foi incorporado ao debate local, está relacionado aos processos migratórios que se reduziram muito intensamente nas últimas décadas. “Hoje, poucos assuntos relacionados a São Paulo são fortemente impactados pela questão da imigração”, avaliou.

O panorama de São Paulo apresentado pela nova literatura é de uma cidade que cresce pouco, mas continua se expandindo para as periferias, que se tornaram mais heterogêneas, explica Marques.

Por sua vez, o Estado se faz muito mais presente em todas as áreas da cidade, inclusive nas periferias, embora apresentando grandes diferenças de qualidade de suas políticas. E as desigualdades sociais estão se colocando de forma diferente, mais multifacetadas e menos simples de serem compreendidas.

“As desigualdades de acesso às políticas públicas têm se reduzido, embora tenham se recolocado diferenças de qualidade de serviços públicos, e o tecido urbano tenha ficado mais heterogêneo, assumindo uma forma mais complexa do que era anteriormente”, afirmou.

Os autores avaliam que São Paulo melhorou nas últimas décadas do ponto de vista econômico e urbano, em temos de aumento do poder aquisitivo e do acesso da população a serviços públicos, expresso na maior proporção de domicílios servidos por rede de água e esgoto, coleta de lixo, pavimentação e iluminação.

Apontam também que, embora produzidos fora dos padrões técnicos recomendáveis e construídos ao longo de anos, na medida do possível, a moradia popular, o loteamento clandestino e as favelas paulistas apresentam hoje melhor qualidade habitacional do que nas décadas passadas.

Como consequência desses diversos processos contraditórios, os pesquisadores apontam a existência de uma intensa heterogeneidade territorial da cidade, inclusive nos espaços periféricos, assim como a presença de múltiplas formas de segregação e pobreza nas periferias paulistas.

“O principal recado que o livro traz ao atualizar o debate sobre as dinâmicas de São Paulo em suas diversas dimensões, incluindo habitação, cotidiano, trabalho, desigualdades sociais e representações culturais, é que a cidade tem se transformado imensamente, tornando-se mais heterogênea, inclusive nas formas de sua desigualdade”, afirmou Marques.

Novos temas

A versão em português do livro é maior e tem um enfoque um pouco diferente do original, em espanhol, que é mais voltado para o público latino-americano.

Dividido em 15 capítulos, os ensaios reunidos no livro são em sua maioria originais e abordam desde temas tradicionais da sociologia urbana, como demografia, favelas e periferias, a novos assuntos, como a presença estrangeira na cidade e a representação da metrópole no cinema contemporâneo. “Esses temas são novos e, geralmente, não estão presentes nos compêndios sobre sociologia urbana”, disse Kowarick.

Segundo Kowarick, alguns dos temas ausentes na publicação se referem à representação da cidade na literatura e sobre o consumo de luxo na metrópole paulista, que é um outro aspecto da cidade, que envolve uma parcela significativa da riqueza nacional e contrasta com a maioria dos textos reunidos no livro, que exploram mais os aspectos da pobreza urbana.

Os autores do livro destacam que São Paulo possui uma classe média de alto poder aquisitivo e uma elite que consomem produtos de luxo. E que essa parcela economicamente abastada da população da cidade explica o fato de São Paulo ter a maior frota de jatos particulares do mundo e a terceira maior de helicópteros – atrás apenas de Nova York e Tóquio –, além de possuir um extenso circuito de lojas de luxo.

“Faltou um artigo no livro que enfatizasse esse consumo de luxo que ocorre em São Paulo e outro sobre literatura social. Talvez nós organizaremos outro livro pensando nesses capítulos que faltaram”, disse Kowarick.

São Paulo: novos percursos e atores (sociedade, cultura e política)
Organizadores: Lúcio Kowarick e Eduardo Marques
Lançamento: 2011
Preço: R$ 52
Páginas: 400
Mais informações: www.editora34.com.br/detalhe.asp?id=697

Fonte: Agência FAPESP

USP é universidade que mais forma doutores no mundo

Ranking Acadêmico de Universidades do Mundo aponta Universidade de São Paulo como a primeira colocada em número de doutorados defendidos (Laboratório de Biologia Tumoral/ICB/USP - foto: Marcos Santos/USP Imagens)


Por Elton Alisson

Agência FAPESP – A Universidade de São Paulo (USP) é a universidade que mais forma doutores mundialmente. A constatação é do Ranking Acadêmico de Universidades do Mundo (ARWU, na sigla em inglês) por indicadores, elaborado pelo Centro de Universidades de Classe Mundial (CWCU) e pelo Instituto de Educação Superior da Universidade Jiao Tong, em Xangai, na China, que aponta a universidade paulista como a primeira colocada em número de doutorados defendidos entre 682 instituições globais.

O ranking também indica a USP como a terceira colocada em verba anual para pesquisa, entre 637 universidades, além de a quinta em número de artigos científicos publicados, entre 1.181 instituições em todo o mundo, e a 21ª em porcentagem de professores com doutorado em um universo de 286 universidades.

Na avaliação de Vahan Agopyan, pró-reitor de Pós-Graduação da USP e membro do Conselho Superior da FAPESP, a liderança mundial na formação de doutores, apontada pelo levantamento global, deve-se à tradição da pós-graduação da USP no Brasil.

Em 1965, quando foram definidas as novas diretrizes da pós-graduação no país, baseadas no trabalho de Newton Sucupira (1920-2007) – responsável pela criação do Conselho Federal de Educação, atualmente Conselho Nacional de Educação – a USP já possuía um número muito expressivo de docentes com doutorado, e se destacou como a universidade que viria a suprir a demanda do país por mestres e doutores.

“Nas décadas de 1970 e 1980, praticamente metade dos doutorados no Brasil eram realizados na USP, e hoje mais de 20% dos pós-graduandos no país também obtém o título de doutor aqui. Isso permitiu que a universidade se tornasse um grande centro mundial de pós-graduação, agora confirmado por esse ranking internacional”, disse Agopyan à Agência FAPESP.

Nos últimos dez anos tem diminuído o número de mestrandos e de doutorandos na USP. Em 2011, pela primeira vez o número de doutorandos na universidade, que celebrou em agosto a concessão de 100 mil títulos de pós-graduação, foi maior que o de mestrandos.

“É um reflexo do aumento no número de programas de mestrado oferecidos em todo o país. Em função disso, os pós-graduandos estão preferindo realizar mestrado em sua própria região e procuram a USP para fazer doutorado ou alguma outra atividade mais especial”, avaliou Agopyan.

Por outro lado, o número de estudantes de pós-graduação da USP tem se mantido estável nos últimos anos. Atualmente, a universidade conta com cerca de 23 mil alunos de pós-graduação stricto-sensu e titulou 2.192 doutores e 3.376 mestres em 2011 – números que oscilaram pouco nos últimos 15 anos.

“Nós já somos grandes e estamos trabalhando no máximo da nossa capacidade há vários anos. Cada um dos nossos docentes tem, em média, mais de cinco orientandos, que é um número elevadíssimo”, afirmou Agopyan.

Segundo o pró-reitor, esse fenômeno também é comum às principais universidades no mundo, como as norte-americanas, europeias e chinesas listadas no ranking, cujo número de pós-graduandos também está bastante estável e seus programas de pós-graduação operam no limite de suas capacidades.

Um dos fatores atribuídos por Agopyan para a USP continuar liderando a formação de doutores é a atuação da universidade em todas as áreas do conhecimento, sendo que as universidades no exterior normalmente têm algumas áreas de especialidade. “Somos uma instituição pluridisciplinar”, destacou.

Na avaliação de Agopyan, o desafio agora é ser não apenas a maior, mas a melhor em formação de doutores no mundo. Para isso, a USP tem buscado padrões internacionais de qualidade, por meio da promoção da mobilidade de seus docentes e alunos para outros países, da avaliação e do apoio aos seus programas de pós-graduação. “Não queremos apenas quantidade, mas sim qualidade”, afirmou.

A FAPESP desembolsou R$ 277,3 milhões em 2010 com Bolsas no país, dentro de seu Programa de Bolsas. Desse total, por vínculo institucional do pesquisador responsável pelo projeto ou do bolsista, a USP recebeu R$ 132,7 milhões (ou 47,87%). Em 2010, a FAPESP concedeu 1.362 bolsas de Doutorado e Doutorado Direto.

Destaques das universidades paulistas

Além da USP, o ranking elaborado pela CWCU apontou a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) como a 38ª colocada em número de doutorados defendidos, a 138ª em número de artigos publicados e a 62ª em percentual de professores com doutorado.

Por sua vez, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) obteve a 55ª posição em doutorados concedidos, a 150ª colocação em número de artigos publicados e o 31º lugar em percentual de professores com título de doutor.

Um outro ranking divulgado em janeiro, o Web of the World Universities, conhecido como Webometrics, que mede a visibilidade das universidades nos principais mecanismos de busca da internet, apontou a USP como a 20ª colocada e a primeira da América Latina, seguida na região pela Universidade Nacional Autônoma do México, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Unesp. A Unicamp obteve a 9ª colocação entre as universidades latino-americanas.

Outras universidades brasileiras que figuram entre as dez mais bem colocadas no ranking latino americano são a Universidade Federal de Santa Catarina, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidade de Brasília e a Universidade Federal do Paraná.

Fonte: Agência Fapesp

Exposição excessiva à poluição do ar aumenta em 34% o risco um AVC, diz estudo

Poluição do ar em grandes centros urbanos.


O tom acinzentado do céu, especialmente em grandes cidades, é um dos maiores indícios da má qualidade do ar. A saúde responde em forma de olhos irritados, respiração pesada e um mal-estar indistinto. O acúmulo de partículas nocivas à saúde no ar, contudo, não causa apenas efeitos visíveis como esses.

Reportagem de Gláucia Chaves, no Correio Braziliense.

Segundo dois estudos recentes — um [Ambient Air Pollution and the Risk of Acute Ischemic Stroke] feito pelo Beth Israel Deaconess Medical Center (afiliada da Universidade de Harvard) e outro [Exposure to Particulate Air Pollution and Cognitive Decline in Older Women] conduzido pelo Rush University Medical Center, ambos nos Estados Unidos —, quem se expõe excessivamente a ambientes poluídos corre 34% mais risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). O ar sujo também acelera a ocorrência de doenças ocasionadas pelo declínio das funções cognitivas, como o mal de Alzheimer. Os dois trabalhos foram publicados na edição de fevereiro do Journal of the American Medical Association (Jama).

Greg Wellenius, epidemologista e um dos principais pesquisadores envolvidos no estudo do Beth Israel Deaconess Medical Center, diz que a chance de uma pessoa ser hospitalizada por AVC é cerca de 35% maior em dias de poluição “moderada” — de 15 a 40 microgramas de partículas por metro cúbico —, quando comparado aos dias de poluição “boa” (veja infografia). O médico conta ao Correio que um dos principais motivos para que isso aconteça é a mudança que as partículas promovem “na função dos vasos sanguíneos, no sistema nervoso autônomo que controla a frequência cardíaca e a pressão arterial e nos maiores níveis de inflamação”.

O estudo foi feito com 1,7 mil pacientes com AVC e moradores de Boston, nos Estados Unidos. Ao longo de 10 anos, os pesquisadores analisaram as partículas mais finas, vindas de fontes como centrais elétricas, fábricas, caminhões, automóveis e da queima de madeira — e descobriram que o tamanho dessas impurezas do ar influencia diretamente no risco de derrame. “As partículas maiores ficam presas nas vias aéreas superiores, enquanto as menores podem penetrar mais profundamente no pulmão”, detalha Wellenius. Ele conta que, no trabalho, a equipe se concentrou no estudo das partículas finas, classificadas como material particulado 2,5 (PM, da sigla em inglês), uma vez que possuem 2,5 micrômetros ou menos de diâmetro. “Essas partículas geralmente atingem as vias aéreas inferiores”, completa.

Jennifer Weuve, professora assistente do Instituto de Envelhecimento Saudável do Rush University Medical Center, explica que a exposição crônica às partículas de poluição acelera a perda de habilidades fundamentais, como atenção, memória, percepção, linguagem e raciocínio. Um dos principais motivos para que isso aconteça envolve, inclusive, a descoberta feita pelos epidemologistas liderados por Greg Wellenius. “A exposição à poluição do ar aumenta os riscos de AVC e de doenças cardiovasculares”, enumera. “Os dois fatores estão relacionados aos casos de demências, pois muitas delas são precedidas por um longo período de declínio das funções cognitivas.”

Durante 14 anos, a equipe acompanhou 19.409 mulheres norte-americanas entre 70 e 81 anos. Jennifer conta que outra importante descoberta feita pelos pesquisadores foram evidências de que partículas muito pequenas podem entrar no cérebro e causar inflamações que também contribuem para acelerar o processo de perda de habilidades cognitivas. “Elas ocasionam alterações microscópicas típicas do Alzheimer, que é a causa mais comum de demência”, complementa. Se a exposição for a partículas maiores, com 2,5 a 10 micrômetros de diâmetro, o prejuízo cognitivo é ainda mais intenso.

Soluções

A associação entre ataques cardíacos e poluição é um tema que inquieta pesquisadores já há algum tempo. Krishnan Bhaskaran, epidemiologista da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, concluiu uma pesquisa em 2011 na qual avaliou a exposição de 79.288 pacientes que haviam sofrido ataque cardíaco a níveis de poluição atmosférica. A medição, feita de hora em hora, descobriu que o ar inadequado realmente acelera a probabilidade de o problema vir à tona. “Níveis mais elevados de poluentes estão associados a um maior risco de ataque cardíaco nas seis primeiras horas de exposição”, explica. Com o passar do tempo, o perigo diminuiu — mas, ainda assim, para as pessoas que provavelmente já iriam sofrer o infarto de qualquer maneira, o médico diz que “a poluição do ar antecipou o acontecimento em algumas horas ou dias”.

Ricardo Dias, membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia (SBP) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB), diz que a aglomeração das pessoas em grandes centros urbanos é um dos grandes problemas a serem contornados para minimizar essa exposição ao ar poluído. “O maior poluidor ambiental é o carro”, analisa. O médico acredita que só mesmo uma política em que o transporte individual não é encarado como a única opção é capaz de amenizar o impasse. “Esses poluentes competem com o oxigênio”, explica. “A curto prazo, as pessoas começam a ter infecções respiratórias e doenças alérgicas e, a longo prazo, surgem os quadros de bronquite, enfisema e até câncer de pulmão.”

Exposure to Particulate Air Pollution and Cognitive Decline in Older Women, Arch Intern Med.2012; 172: 219-227.
Ambient Air Pollution and the Risk of Acute Ischemic Stroke, Arch Intern Med.2012; 172: 229-234.
EcoDebate, 23/02/2012

Fonte: EcoDebate

Leia também: Fumaça de queimadas causa a morte de 339 mil pessoas/ano em todo o mundo

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Fumaça de queimadas causa a morte de 339 mil pessoas/ano no mundo


Consequências das queimadas: fumaça é associada a doenças que podem causar mortes.


Fires and deaths from deforestation linked

A new study links smoke from the burning of wood waste from deforestation to deaths from the effects of breathing all that smoke.

Worldwide, smoke from these fires (called landscape fires) contributed to an average of 339,000 deaths per year between 1997 and 2006, according to new research published in Environmental Health Perspectives and released today during the Annual Meeting of the American Association for the Advancement of Science (AAAS).

Sub-Saharan Africa and Southeast Asia were the hardest hit by fire-smoke deaths, with an estimated annual average of 157,000 and 110,000 deaths, respectively, attributable to fire smoke exposure, said researcher Fay Johnston, who represented a global team at the 2012 AAAS Annual Meeting in Vancouver, Canada.

Johnston and her co-authors specifically assessed the health impacts of particulate matter smaller than 2.5 micrometers, an important byproduct of landscape fire smoke. First, they looked at satellite data to gather information on areas burned each year during the study period; particulate matter exposures were estimated using a chemical transport model, satellite-based observations, and other data. They applied an accepted World Health Organization framework for determining annual mortality in different regions, and they used results from previous research on the health effects of smoke-related particulate matter to estimate deaths attributable to fire smoke. They further calculated annual mortality during a La Niña period, and an El Niño period. Worldwide, deaths from fire smoke during those periods were estimated at 262,000 and 532,000, respectively, compared with an estimated 10-year global average of 339,000 deaths.

"Fire emissions are an important contributor to global mortality," the EHP article concludes. "Adverse health outcomes associated with landscape fire smoke could be substantially reduced by curtailing burning of tropical rainforests, which rarely burn naturally. The large estimated influence of El Niño suggests a relationship between climate and the burden of mortality attributable to landscape fire smoke."

Fonte: ENN - Environmental News Network

Consórcio de empresas vai operar antigo hotel no Parque da Tijuca

Hotel das Paineiras, hoje em ruínas, mas que já chegou a hospedar a concentração da Seleção Brasileira de futebol, será restaurado.
 
 
O Estado de S.Paulo

Inaugurado por d. Pedro II em 1884 e abandonado há décadas, o Hotel Paineiras, no Parque Nacional da Tijuca, foi concedido pelo governo federal à iniciativa privada. Um consórcio de três empresas arrematou na quarta-feira a licitação feita pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O edital prevê investimento de R$ 43 milhões pelos concessionários, que poderão explorar por 20 anos os serviços numa área de 20.469 m², que abrange o entorno do antigo hotel. A participação da empresa Cataratas do Iguaçu, que atua no Parque Nacional do Iguaçu, foi considerada internamente a grande novidade. As outras duas integrantes do consórcio já operam no parque da Tijuca. São elas a Estrada de Ferro Corcovado, responsável pelo Trem do Corcovado, e a Bel Tour Turismo e Transporte, que opera o acesso ao Corcovado pela Estrada das Paineiras.

Segundo o coordenador regional do ICMBio, Marcelo Pessanha, como as empresas que hoje operam os acessos ao monumento passarão a atuar juntas, será possível em breve subir de trem e descer de van, e vice-versa.

Fonte: Estadão

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Fotos de Lars Grael na avenida, desfilando pela Grande Rio

Lars Grael interage com o público do Sambódromo, a bordo da bela homenagem da Grande Rio. Foto de Axel Grael 

Lars na avenida, olha para o público de bombordo. Foto de Axel Grael 

Lars, diante do camarote da Grande Rio, saúda o público. Foto de Axel Grael.

Ala "Velejando com Lars Grael" segue o "barco" de Lars. Foto de Axel Grael.

Cadeirantes no carro alegórico reforçam o enredo sobre "Superação", da Garnde Rio. Foto de Axel Grael.

No sambódromo com familiares e amigos, aquecendo os motores. Foto de Axel Grael. 

Trine Grael, filha de Lars, com o namorado Juninho. Foto ded Axel Grael.

Relaxando com a família, antes de ir para o Sambódromo. Foto de Axel Grael.

Veja o que Lars escreveu sobre a sua experiência na Sapucai.