segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Vídeo contra BELO MONTE: "Defending the Rivers of the Amazon", with Sigourney Weaver

Assista a locução de Sigourney Weaver e a participação de Dira Paes em vídeo da International Rivers sobre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte que o governo federal quer construir no Rio Xingu. O polêmico empreendimento, combatido por ambientalistas, agricultores, ribeirinhos, lideranças comunitárias e grupos indígenas locais, vai inundar terras indígenas e uma grande extensão de floresta amazônica.

Ibama já aplicou cerca de R$ 11,5 milhões em multas por queimada ilegal no Pará


Belém (30/08/2010) – O Ibama já aplicou desde o início do período de estiagem cerca de R$11,5 milhões em multas por queimada ilegal e desmatamento com uso de fogo no Pará. No sudeste do estado, onde acontece desde 9 de agosto a Operação Hefesto, um único proprietário foi multado em R$5,1 milhões por ter derrubado e queimado 683 hectares de florestas no município de Santa Maria das Barreiras. Os fiscais do órgão ambiental ainda embargaram a área, que não poderá mais ser utilizada pelo infrator.

Outras 13 propriedades também foram multadas na região, desta vez por queimadas ilegais em Redenção, Santana do Araguaia e ainda Santa Maria das Barreiras. As multas somaram cerca de R$300 mil e as áreas também foram embargadas.

Segundo o Ibama, o grande número de assentamentos, invasões de terras e empreendimentos agropecuários que vem utilizam ilegalmente as queimadas para manejar suas pastagens, aliado às dificuldades de acesso até as propriedades a serem autuadas, deverá manter a Operação Hefesto por vários meses no sul e sudeste do estado. “Até as pontes estão sendo destruídas pelo fogo”, diz o coordenador da operação, Rômulo Neto.
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Incêndio florestal

O Prevfogo ajuda a combater desde quinta-feira (19/08) um incêndio florestal na Reserva Indígena Xikrin do Cateté, que envolve os municípios de Tucumã, Xinguara e Parauapebas, no sudeste do estado. Os 29 brigadistas em ação vieram da brigada de Cumaru do Norte e da Reserva Indígena Mãe Maria, formada por brigadistas índios. A operação conta também com 10 homens do Corpo de Bombeiros. Dois focos de fogo já estão em fase de extinção e um ainda não foi controlado, justamente o mais isolado, a 32 km da aldeia dos Xikrin. Em São Geraldo do Araguaia, o Prevfogo combate com a brigada instalada no município vários focos de fogo no Parque Estadual da Serra das Andorinhas, na fronteira com o Tocantins.
Nelson Feitosa
Ascom
Ibama/PA

Imagens da NASA mostram a dimensão e a intensidade das queimadas no Brasil

As imagens a seguir foram divulgadas hoje pelo programa Earth Observatory da NASA e mostram a assustadora e lamentável comprovação da dimensão das queimadas que enfrentamos em 2010.
Um grande número de focos de queimada, nas franjas florestais e muitas em áreas de vegetação já alteradas (fazendas) no Mato Grosso. Desta região vem muita da força do lobby no Congresso Nacional a favor do desmantelamento do Código Florestal Brasileiro. O que os ruralistas têm a dizer sobre essa imagem? É este Brasil que defendem? - MODIS(Aqua) image from Aug 22, 2010. Posted on Aug 24, 2010 12:49 PM.


Um impressionante corredor de fumaça se forma ao longo dos Andes, levando a fumaça das queimadas na Amazônia Ocidental para o Sul, sobre a Bolívia, Paraguai e Argentina. De lá se espalha também pelo Sul e Sudeste do Brasil. MODIS(Aqua) image from Aug 23, 2010 - Posted on Aug 25, 2010 1:25 PM.

Lixo marinho e nós: quem pode dar conta?


No mês de Agosto, na coluna sobre Lixo Marinho do Portal EcoD, conversei com o Oceanógrafo Paulo Harkot que atualmente é Secretário Executivo do Projeto Lixo Marinho. No mês marcado pela aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos pelo Congresso Nacional, como destacado por Paulo, temos a oportunidade de conhecer mais sobre o lixo marinho e as políticas públicas nas esferas municipal, estadual e nacional. Apesar do “vácuo legal” e do descaso relacionados ao lixo marinho, existem maneiras para que o problema seja minimizado, ou mesmo combatido, a partir de hoje e de cada um de nós.

Juliana A. Ivar do Sul*
http://www.ecodesenvolvimento.org.br/colunas/lixo-marinho
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Por Paulo Harkot

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Os complexos e interdependentes processos que regem a existência da vida na Terra, a despeito do acidentado percurso que se mostrou responsável por cinco extinções massivas ao longo da sua história, não tiveram, até então, possibilidade de experimentar eventos tão intensos, rápidos e devastadores causados por uma única espécie – os seres humanos – em tão escasso tempo.
Tomando a iniciativa para divulgar esse tema, o Secretariado das Nações Unidas destaca-se por mobilizar a comunidade científica para fins de organizar e divulgar informações capazes de sensibilizar e alertar a população para esse grande feito inconsequente e irresponsável. Nesse contexto, a Avaliação Ecossistêmica do Milênio -
www.millenniumassessment.org –, publicada a partir de 2005, destaca-se como o mais abrangente esforço já realizado por uma instituição preocupada com as questões ambientais. Voltado ao entendimento e mensuração das consequências das alterações ambientais para a saúde e o bem estar dos seres humanos, tal estudo projeta que, em 2050, os principais tipos de serviços naturais estarão significativamente alterados ao se considerar o quadro atual. Espera-se que tão importantes informações sejam incorporadas, com eficácia, nas políticas públicas e nas ações que estão a alterar, de maneira constante e crescente e muitas vezes de maneira irreversível, os biomas e ecossistemas, inclusive o marinho e costeiro.
A título de conclusão, a Avaliação Ecossistêmica do Milênio aponta para a destruição dos ecossistemas e das espécies que os estruturam como o fator mais importante para a alteração e perda dos serviços naturais que sustentam a vida na Terra. As repercussões diretas, ainda não compreendidas, serão preocupantes para os seres humanos.Outro aspecto que se mostra em condições de agravar ainda mais o quadro acima apresentado diz respeito ao impacto causado pelo lixo marinho.
O lixo marinho é caracterizado como qualquer resíduo, material descartado ou perdido que, resultado de atividades humanas, atinge o ambiente marinho. Inclui o material encontrado nas praias, flutuando na coluna d'água ou no substrato dos oceanos e das águas costeiras. Destacam-se, graças a sua abundância e presença cosmopolita, os diversos tipos de plástico que impactam as espécies, ecossistemas e biomas de maneira tão avassaladora quanto, no meu entender, a perda das espécies e a simplificação dos ecossistemas.
Tão sérios problemas têm sido noticiados, cada vez mais, pela divulgação continuada e crescente de informações a respeito das consequências dos materiais não biodegradáveis junto às espécies e ecossistema marinho.
Ao reler as ótimas contribuições de pesquisadores, especialistas e profissionais atuantes com tal temática apresentadas na Coluna Lixo Marinho nos últimos 15 meses, torna-se factível de se constatar que o tema vem ganhando espaço e atenção também junto à comunidade científica. Enfim, um ótimo sinal constatar que o número de pesquisadores e cientistas atuantes com a temática afeita ao lixo marinho está em franca expansão.
Mas, ao considerar que o grande número de acessos a esta Coluna e de replicações dos textos apresentados no conteúdo de outros sites, constata-se que esse expressivo número ainda pode ser considerado como traço, ou muito pequeno, frente ao número de expectadores das grandes redes televisivas e dos tradicionais veículos da mídia impressa.
O espaço conferido ao tema lixo marinho nos veículos de comunicação de massa convencionais tem, também, aumentado e já ganhou, inclusive, espaço no horário considerado nobre. De antemão se considera que a divulgação deveria necessariamente ser muito maior do que a existente face à abrangência, seriedade e urgência do problema representado pelo lixo marinho.
Instrumentos legais e governamentais para enfrentamento do problema representado pelo lixo marinho
O lixo presente nas águas oceânicas brasileiras, seja proveniente dos rios ou do mar, está inserido em um vácuo legal. Não se dispõem, como consequência, de instrumentos jurídicos capazes de enfrentar tão gigantesco e urgente desafio. E é fácil de entender o porquê...
O lixo urbano – principal fonte de lixo marinho na maior parte das situações - é da responsabilidade daquele que o gerou. Como é no território dos municípios que se dá geração de resíduos urbanos, é do município a responsabilidade pela adequada coleta e disposição.
Os rios, por sua vez, estão sob responsabilidade dos estados ou, no caso dos rios que percorrem mais de um estado – rios federais -, da União.
Já o mar territorial, por definição, está afeito à União.
Assim, determinada quantidade de lixo urbano que atinge um rio, seja como resultado da drenagem pluvial, do vento, da disposição inadequada ou mesmo pelo descaso de um cidadão em um dado município, não está mais sob a tutela do município responsável pela sua geração uma vez que – por não atuar na esfera dos recursos hídricos – não tem responsabilidade sobre tal; nem tampouco o estado – que não responde pela geração de resíduos urbanos – e que, portanto, não conta com instrumentos para abordar esse sério problema. Já o lixo que atinge a zona costeira e o mar territorial trazido pelo rio utilizado como exemplo também não é atribuição da União – já que não gera resíduos urbanos – nem do município que, por sua vez, não exerce papel de maior destaque no ambiente marinho.
Assim, nesse vácuo legal e “imbróglio” administrativo que caracteriza o cenário onde se deposita o lixo que chega ao ambiente marinho, em quantidades cada vez maiores e proporcionais à generalização e intensificação do uso de material plástico, as perspectivas são, no mínimo, muito mais que preocupantes e caracterizam uma situação, no mínimo, muito mais que incômoda.
Já as políticas públicas setoriais não apresentam em seu bojo condições de sequer identificar a presença desse novo ente chamado lixo marinho.
Veja, por exemplo, o Relatório de Qualidade do Meio Ambiente – RQMA, um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente. Ao considerar a zona costeira e marinha, considera, apenas, as espécies extintas e sob risco de extinção e não apresenta nenhuma citação a tão sério problema, o lixo marinho.
Ou considere ainda o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC, instituído em 1988 e atualizado em 1997 como PNGC II, que não faz nos seus instrumentos - notadamente no Sistema de Monitoramento Ambiental da Zona Costeira - alusão á questão do lixo marinho.
Nem, tampouco, o Plano de Ação Federal para a Zona Costeira que tem como meta promover a articulação das atividades e ações da União na zona costeira.
Mesmo a Política Nacional de Recursos Hídricos, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e outros instrumentos de políticas públicas federais, estaduais e municipais.
Todo o aparato legal acima citado, a servir de norte para as instituições do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA, não oferece as condições de fazer frente, até o presente, ao sério, permanente e crescente problema representado pelo lixo marinho.
Uma das justificativas para essa inquietante situação pode estar associada ao fato de que os principais instrumentos legais voltados à questão ambiental foram desenvolvidos sob referências que atualmente já se encontram desatualizadas.
Basta lembrar, por exemplo, que o mote e estímulo para a instituição da Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA – principal instrumento norteador da política ambiental brasileira – foi Estocolmo 72. Naquela época, a população da Terra era de cerca de 3,5 bilhões de habitantes, os continentes apresentavam imensas áreas ainda intocadas e grandes vazios populacionais, o plástico não era tão corriqueiramente disseminado e não se dispunham de informações que permitissem inferir o quanto os sistemas ambientais, responsáveis pelo suporte da vida na Terra, se encontravam abalados ou ameaçados.
Nesse contexto, os instrumentos legais desenvolvidos para se contrapor, e orientar, as demandas existentes àquela época não estão preparados, e nem tampouco adequados, para se contrapor às imensas ameaças que descaracterizam e simplificam os ecossistemas dos quais, entre elas, o lixo marinho assume papel que merece destaque.
Vale ressaltar a recente aprovação (agosto de 2010) da Política Nacional para os Resíduos Sólidos. Espera-se que, a partir da sua regulamentação, materializem-se instrumentos passíveis de contribuir para a minimização do lixo marinho e dos sérios problemas decorrentes. Resta-nos apenas acompanhar, participar e monitorar.
Cenários, prospecções e lucubrações
Os pesquisadores científicos, de uma maneira geral, não se sentem à vontade para tecer considerações a respeito de eventuais fatos relacionados ao futuro.
Isso é compreensível já que muitos estudos são normalmente associados à diagnósticos, partem de uma fotografia obtida no presente – os resultados das análises realizadas – para buscar no passado as informações que possibilitem entender os fatores e eventos que originaram o que está sendo medido. Elucubrações a respeito do futuro, portanto, não fazem parte da rotina do trabalho desse grupo de estudiosos e cientistas.
Os pesquisadores da área de saúde pública, por outro lado, fazem uso de técnicas de estudos que utilizam informações obtidas no presente para inferir, com razoável dose de precisão, o que poderá ocorrer no futuro caso não sejam tomadas medidas capazes de alterar o comportamento das causas responsáveis pelo evento estudado. Veja, por exemplo, o caso hipotético de um surto epidêmico ou mesmo uma epidemia. Basta uma pequena alteração nas taxas de incidência desse agravo, eventualmente já presente em uma dada população, como, por exemplo, o aumento do número de doentes ou de óbitos detectados por sistemas de vigilância epidemiológica especialmente desenvolvidos para tal fim, para que sejam deflagradas ações que visem inibir, ou coibir, a disseminação e a ocorrência do agravo considerado junto a um maior contingente populacional.
Em outras palavras, na área de saúde pública não é correto aguardar a eclosão de uma epidemia para que se tenha certeza que de fato tal evento ocorreu e a partir de então desencadear os mecanismos de controle para se contrapor ao avanço do referido agente responsável pelo agravo considerado. A não adoção desse tipo de estratégia de ação poderia infligir, é de se esperar, no sofrimento e morte de elevado número de pessoas.
E com relação ao lixo marinho, objeto principal das nossas preocupações no presente texto, qual seria o comportamento a ser esperado daqueles que atuam com a temática?
Em minha opinião devemos sempre buscar informações e suas interpretações que nos possibilitem ser realistas. Não podemos ser superficiais e deixar de divulgar as informações. Mesmo que tais notícias não sejam boas e possam ser consideradas, em um primeiro momento, como que pessimistas.
Afinal, e à luz da ciência, a possibilidade de cura de um doente é tanto maior quanto mais preciso se mostrar o diagnóstico. A má notícia, portanto não é só necessária; é fundamental para a orientação do tratamento e busca da melhor alternativa de cura para o sujeito que apresentou tal diagnóstico.
E o diagnóstico da situação do lixo marinho, no meu entender, remete a uma situação muito séria, com nítida tendência de agravamento.
Tal afirmação é, apenas, uma tentativa realista de interpretar os resultados e informações atualmente disponíveis.E por que esse diagnóstico com informações tão intranquilizadoras?
São diversos os motivos que contribuem para a formulação desse ponto de vista:
- O consumo é constantemente estimulado e os produtos apresentam obsolescência programada. Esta é a essência da economia que dirige os governos dos países e o comportamento da maior parte da população globalizada;
- Os interesses e lobbies das indústrias petrolíferas e petroquímicas são gigantescos e muito poderosos. Influenciam políticas públicas voltadas para fins de atendimento dos seus objetivos que, nesse caso específico, está focando no aumento da produção de petróleo e de material plástico;
- Aumento do poder aquisitivo de contingentes populacionais que, até então, não tinham acesso a bens de consumo, como está a ocorrer no Brasil;
- Incremento do afluxo de turistas e da ocupação das praias;
- Franca expansão do número de navios, embarcações e de passageiros em turismo embarcado. Estima-se que cerca de um milhão de pessoas esteja em trânsito no mar, diariamente, e seja responsável pela geração de mais de 1.000 toneladas diárias de resíduos sólidos. Quanto desses resíduos são adequadamente dispostos em terra?;
- População não dispõe de informação, conhecimento e cultura – como decorrência da educação inadequada - para avaliar a consequência dos seus atos e das suas ações junto ao ambiente, ao se considerar o descarte inadequado de resíduos sólidos;
- Legislação ambiental, ainda que considerada muito restritiva no Brasil, incapaz de contribuir para a manutenção dos processos estruturais e funcionais dos ecossistemas, em uma perspectiva de médio e longo prazo;
- Tempo demandado para a inclusão de novos critérios e orientações, relacionadas às limitações e fragilidades ambientais, no corpo da legislação ambiental. Qualquer alteração estrutural do aparato legal pode demandar de 20 a 30 anos para ocorrer;
- Falta de propostas ambientalmente fundamentadas nas plataformas dos candidatos aos cargos eletivos, costumeiramente focadas no interesse econômico de curto prazo;
- Modelo econômico que considera o lançamento de resíduos, dejetos e emissões no ambiente como “externalidades” alheios ao processo produtivo considerado;
- Modelo econômico perdulário que faz uso de matéria-prima de altíssima qualidade – como o petróleo que demandou dezenas de milhões de anos para ser formado - para produzir utensílios e embalagens projetados para serem utilizados apenas vez. Como registrado por Paul Hawken, um dos autores da obra Capitalismo Natural, é uma grande burrice “considerar como lucro a destruição do capital natural que caracteriza o principal ativo e sustenta os negócios realizados na Terra”;
- Aparato jurídico relacionado ao direito ambiental utilizado, em diversas situações, para benefícios empresariais específicos em contraposição aos interesses das questões difusas, motivo para o qual surgiu;
- Risco de que as políticas públicas, tanto aquelas voltadas para implantação de unidades de conservação marinhas como, também, os esforços direcionados para a conservação de animais marinhos sob risco de extinção sejam comprometidos e deixem de cumprir as finalidades para as quais foram instituídas como resultado do aumento da quantidade de lixo marinho.
E o que podemos fazer para se contrapor ao sério quadro representado pelo lixo marinho?
Como cidadãos, tomando atitudes que muitas vezes pequenas podem contribuir para se contrapor aos valores vigentes e relacionadas, por exemplo, à diminuição do consumo de embalagens e descartáveis, divulgação de informações a respeito dos malefícios causados pelo modelo econômico vigente e busca de informações a respeito da temática. Bem como ao exercício e uso dos nossos instrumentos, como cidadãos, para escolher os candidatos adequados e tão importantes quanto, cobrar constantemente que ajam de maneira coerente ao propalado e à função que desempenham no âmbito do legislativo, executivo e judiciário.
À comunidade científica atuante com a temática, por sua vez, tem papel destacado nesse processo. É urgente que utilizem os conhecimentos angariados no exercício das respectivas profissões para divulgar, também para o público leigo, informações que demonstrem a seriedade da questão e estimulem a mobilização social para cobrança de ações e atitudes por parte das autoridades do poder público.
Em termos práticos, e adicionalmente, também é importante aproveitar o momento já que o Ministério das Cidades está promovendo a elaboração dos Planos Decenais de Saneamento Básico, que deverão ser finalizados até o final desse ano. Importante também considerar os planos municipais de saneamento e, no âmbito dos Comitês das Bacias Hidrográficas, os planos e projetos que estão em fase de elaboração.
Em todos esses casos, identifique e contate na sua região os técnicos e responsáveis pela elaboração dos referidos planos para sensibilizá-los a respeito da necessidade da inclusão dos tópicos “lixo marinho” e “lixo fluvial” no corpo do documento. Uma vez assegurada a inserção do tema, tornar-se-ão necessários o planejamento e a realização de ações governamentais nos três níveis do executivo para enfrentamento desse sério problema.
Se não aproveitarmos esta oportunidade que hora se apresenta, é possível que tenhamos que aguardar o ano de 2020, no próximo Plano Decenal, para tentar inserir tal questão no rol das políticas públicas brasileiras e nos planos de ação a serem desenvolvidos pelos municípios, estados e federação.
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Paulo Harkot
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Paulo Fernando Garreta Harkot é oceanógrafo e mestre em saúde pública / epidemiologia. Trabalhou com gerenciamento costeiro nos três níveis do executivo e em diversos estados litorâneos, é professor em cursos de pós-graduação na UNISANTOS e SENAC, em Santos e coordenador executivo do Projeto Lixo Marinho.
E-mail:
paulo.harkot@projetolixomarinho.org

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*Juliana Ivar do Sul
é Coordenadora Científica do Projeto Lixo Marinho – Associação Praia Local Lixo Global
E-mail:
juliana.sul@globalgarbage.org

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Texto obtido em: http://www.remaatlantico.org

Nunca antes na história deste país tivemos um presidente tão antiambientalista

Presidente Lula diz que pretende escrever livro sobre impedimentos ambientais que atrasam projetos de infraestrutura

Lu Aiko Otta, de O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Quem passa pela rodovia Régis Bittencourt na Serra do Cafezal, no Sul do Estado de São Paulo, o único trecho não duplicado na viagem entre a capital paulista e Curitiba (PR), mal imagina que o responsável pela falta da pista adicional pode estar na árvore ao lado. O papagaio de peito roxo, que vive na mata atlântica da região, impediu a duplicação daquele trecho.
O Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit) gastou um ano e meio para elaborar um estudo sobre como o papagaio se alimenta e como ele procria para evitar que o traçado da nova pista causasse danos à espécie. O governo enfrentou também temores de danos a sítios arqueológicos na área. No fim, a duplicação não foi feita. A rodovia foi entregue à iniciativa privada em 2008. A concessionária Autopista Régis Bittencourt, do grupo OHL, iniciou a duplicação este ano. Os órgãos ambientais não exigiram nenhuma providência em relação ao papagaio.
No momento, o Dnit empreende outro estudo de fôlego: monitorar o comportamento dos peixes nos riachos que passam na região da BR 319, que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO). O estudo deve cobrir o período de chuvas e de seca, e consumirá pelo menos um ano de observação. Detalhe: a rodovia já existe e na década de 1980 era até pavimentada. O asfalto foi destruído e a intenção do Dnit é pavimentá-la novamente.
São histórias como essa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse colecionar para escrever um livro. Em pelo menos duas ocasiões, na semana passada, em um encontro com empresários na Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e na cerimônia de assinatura da concessão da hidrelétrica de Belo Monte, Lula pediu contribuições de "coisas hilariantes" para seu livro.
Condicionantes impostas pelos órgãos de defesa do ambiente, do patrimônio histórico e pela Fundação Nacional do Índio (Funai) são baseadas em preocupações legítimas, mas o presidente não esconde sua impaciência com a demora que elas provocam. Os atrasos, diz ele, também têm custo para a sociedade.
"Há pessoas que acham uma pedra e acham que parece um machadinho indígena, e para a obra oito meses, ali, para tentar ver, depois descobre que não é nada. E ninguém arca com o prejuízo, com a responsabilidade, ninguém diz quanto o povo brasileiro está pagando por esses atrasos, por essas irresponsabilidades", reclamou. O caso da machadinha ocorreu nas obras de interligação de bacias do São Francisco. Os estudos concluíram que se tratava de uma pedra simples.
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Monumento à perereca
"Os obstáculos para quem quer empreender no Brasil são inúmeros", disse o presidente da Abdib, Paulo Godoy. "Eu defendo que se estabeleçam prazos para essas interrupções." Lula costuma animar suas plateias contando a história da perereca. A obra do viaduto da BR 101 na região de Osório (RS) foi paralisada por seis meses para que se estudasse um anfíbio do alagado sobre o qual o viaduto passa. No fim, concluiu-se que a espécie não estava ameaçada de extinção. "Eu já pedi para o Paulo Sérgio (Passos, ministro dos Transportes) que eu quero fazer um monumento à perereca", brincou o presidente.
Os conflitos do ímpeto investidor de Lula com os animais começou em 2007, quando preocupações do Ibama em relação aos bagres do rio Madeira atrasaram a concessão das licenças para as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio (RO). O problema foi resolvido com a construção de passagem para os peixes.
Havia muitos mitos também em relação à hidrelétrica de Tucuruí (PA), observou o presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz. "Diziam que a água ia ficar salgada, que ia apodrecer por causa da madeira submersa", contou. "Madeira não apodrece na água, pelo contrário, dizem que é boa para fabricar instrumentos musicais." Ele pretende reunir os "causos" de Tucuruí para contribuir com o livro de Lula.
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MINHA OPINIÃO:
Com base em resposta que postei a uma mensagem deixada por Vinicius Baldi, atento leitor do nosso Blog (veja nos comentários abaixo), expresso aqui a minha opinião sobre a notícia aqui reproduzida:
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O problema está no próprio umbigo.

Ao criticar ambientalistas, o IPHAN, a FUNAI e órgãos ambientais, o presidente Lula culpa o termômetro pela febre.

Inicialmente, seria bom qualificar quem são estes “ambientalistas” que provocam a paralisação de obras “por causa de pererecas”: são militantes da sociedade civil, servidores públicos dos órgãos ambientais criados para zelar pela qualidade ambiental, magistrados, procuradores dos ministérios públicos federal e estaduais, pesquisadores universitários, militares vinculados aos setores de meio ambiente das forças policiais de todas as esferas da administração, perversos e incômodos jornalistas, profissionais de várias especialidades (advogados, biólogos, engenheiros florestais, arqueólogos, antropólogos, urbanistas, engenheiros, arquitetos, etc.), políticos de oposição (aliás, muitos políticos hoje governistas e que fazem coro com as críticas aos ambientalistas, também já foram ambientalistas no passado quando eram oposição). Enfim, ambientalistas são cidadãos de vários tipos que fazem parte do contingente de brasileiros governados por Sua Excelência o presidente da República.

As situações de conflito entre empreendimentos públicos (ou privados) e a legislação ambiental, são de um modo geral típicos exemplos da falta de qualidade do planejamento e da precariedade do projeto dessas obras. Os limitantes ambientais e os obstáculos legais à obra já existiam antes dos empreendimentos. Por que não foram levados em consideração? A resposta é: por incompetência! A obra desrespeita a lei, a técnica e o bom senso e a culpa é do fiscal ou do licenciador?

Infelizmente, uma parte considerável dos profissionais responsáveis por desenvolver estes projetos ainda não conseguiu incluir devidamente as variáveis ambientais nos seus critérios de planejamento. Sem contar com as obras que são desenhadas sob forte influência política em detrimento de critérios técnicos. As obras do PAC são um exemplo disso.

Para ilustrar o problema da falta de qualidade ambiental dos projetos públicos e privados, uma estimativa feita na FEEMA em 2008, indicava que cerca de 70% dos projetos que chegavam ao órgão ambiental fluminense para análise e aprovação precisavam de ajustes ou revisão devido à incompatibilidade com a legislação ambiental.

Não eximo os órgãos ambientais de erros e defeitos. Existem e não são poucos. A minha atuação como dirigente de órgãos ambientais (fui presidente da FEEMA, do IEF e subsecretário de meio ambiente do RJ) é publicamente reconhecida pelo esforço de desburocratizar, de aumentar a eficiência e a eficácia dos órgãos ambientais e de modernizar os procedimentos e a legislação ambiental. Há muito que melhorar, mas para aperfeiçoar a ação dos órgãos ambientais e não para imobilizá-los, como quer o presidente. Luto para que as regras sejam mais eficientes e os órgãos ambientais possam cumprir melhor o seu papel de garantir a qualidade ambiental e a maior sustentabilidade do processo de desenvolvimento.

Portanto, defendemos regras mais exequíveis, sem relaxar no zelo pelo meio ambiente.
E, não custa lembrar que planejar obras em cumprimento às leis que o próprio presidente sanciona é uma obrigação de todo brasileiro, quanto mais do governo, que tem a obrigação de dar o exemplo e deveria estar se esmerando em difundir a melhor técnica de planejamento e de execução de obras.

Também, é bom lembrar que ambientalistas, ministérios públicos e os órgãos ambientais exercem o seu papel democrático de influenciar a aprovação da legislação e de políticas públicas, mas a bancada ambiental ainda é de flagrante minoria no Congresso Nacional, nos legislativos estaduais e municipais, bem como no CONAMA, que exerce o papel de regulamentar a legislação ambiental no país. Portanto, é indevido culpar órgãos ambientais e ministérios públicos pela legislação ambiental. Eles apenas cumprem as leis aprovadas, no exercício das suas missões institucionais, honrando assim o dinheiro público que os sustenta.

Então, em vez de falar mal e ridicularizar ambientalistas, o que o presidente Lula deveria fazer é zelar por mais qualidade nas suas políticas de infraestrutura e cobrar mais competência de seus planejadores. Com isso estariam afastados muitos dos obstáculos ambientais ao avanço das obras de infraestrutura.

Axel Grael

domingo, 29 de agosto de 2010

Queimadas também prejudicam a navegação


Qual a relação entre as queimadas e a navegação?

As queimadas são uma grande ameaça para a navegação, veja os motivos:


O fogo tem sido uma das principais ferramentas e causas históricas do desmatamento e um dos maiores problemas decorrentes da perda de floretas é a erosão do solo e, consequentemente, o assoreamento dos rios. Rios assoreados, por sua vez, dificultam ou impedem a navegação. Nas últimas semanas, o número de queimadas registrado em todo o Brasil foi um dos mais intensos. Um relato que chegou de Rondônia foi um dos mais impressionantes. O suprimento de alimentos e outros produtos essenciais chegam ao estado por transporte hidrográfico, pelo Rio Madeira, sendo a principal rota o trecho Porto Velho – Manaus. Nos últimos dias, por motivo de segurança, os operadores de embarcações tiveram que interromper as suas atividades. A fumaça tirou em quase 100% a visibilidade de quem trafega no rio. Aliadas ao baixo nível do rio, a fumaça transforma as viagens no Madeira em uma aventura extremamente perigosa. Para se ter uma ideia, gigantescas balsas estão encalhando nas areias e batendo nas pedras que, geralmente, ficariam submersas. Além disso, pelas águas do rio Madeira descem cerca de 20.000 toras de madeira por ano, de onde vem o nome do rio. A falta de visibilidade impede que as embarcações desviem dessas toras, tornando a navegação impossível.

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Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 28 de agosto de 2010.

Portal do Mar

Ambientalistas e militantes dos movimentos sociais reunidos no Fórum em Defesa da Zona Costeira do Ceará aproveitaram a realização da Oficina de Justiça Climática do Nordeste para apresentar o Portal do Mar - Observatório de Direitos da Zona Costeira.
O recurso está disponível na internet (www.portaldomar.org.br) desde 2005 e reúne “os saberes e lutas das populações costeiras”. O portal é uma boa fonte de informações e é bem inspirador para aqueles que se preocupam e atuam em defesa do litoral.
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Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 28 de agosto de 2010.

Europa repensa a ocupação do seu litoral

Vulnerabilidade costeira da Europa à elevação do nível do mar: a área em vermelho ficaria submersa com uma elevação de apenas 2 metros. A área amarela seria com o mar elevando-se 25 metros. Países como a Holanda, Bélgica e a Dinamarca seria varridos do mapa.

Ocupação da Almeria, na Espanha. Imagem à esquerda representa a área em 1974 e à direita a com a intensa expansão urbana verificada no local já no ano 2000.

A foto acima parece uma cena bem familiar, não é mesmo? Poderia ser em muitas praias brasileiras. Mas, não é. A construção sobre a areia da praia é em La Manga, Castela, Espanha.


Com frequência, o modelo turístico adotado na região costeira da Europa é apontado como um modelo para o Brasil e, com esta bandeira, chegam muitas propostas de investimentos em resorts e outras infraestruturas oferecidas por empresas daqueles países.
O Brasil tem um litoral rico em belezas e atrações e o aproveita muito mal. Nossa costa é quase um deserto em marinas e em serviços turísticos de qualidade. Investimentos em infraestrutura costeira poderiam ser uma importante opção de desenvolvimento para o país, mas é importante que estejamos alerta. A Europa, hoje, vive um processo de revisão da sua política de ocupação do litoral. Metade da população europeia vive próximo ao litoral e, assim como no Brasil, na faixa litorânea concentram-se as zonas urbanizadas, indústrias, além das principais áreas turísticas e de recreação.
A Agência Ambiental Europeia acaba de publicar um estudo sobre o nível de degradação dos ecossistemas e sobre o estado da biodiversidade na Zona Costeira e concluiu que os impactos da erosão, poluição, mudanças climáticas, urbanização e o turismo estão comprometendo não só o meio ambiente, mas também a economia e a qualidade de vida da população. O estudo preocupa-se também com as consequências da elevação do nível do mar e a consequência para o meio ambiente e a população.
A Agência admite que a perda da metade das áreas úmidas costeiras (4.500 km2) devido às alterações climáticas já é quase irreversível.

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Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. O Fluminense, 28 de agosto de 2010.

Vela nos Jogos Olímpicos da Juventude

Os Jogos Olímpicos da Juventude, realizado em Cingapura entre os dias 14 e 26, reuniu 3.600 atletas com idades entre 14 e 16 anos, que representaram 204 países. A vela estava entre as 26 modalidades esportivas que participaram do evento e contou com cem atletas. As regatas foram disputadas nas classes Techno 293 (masculino e feminino) e Byte CII (masculino e feminino). No entanto, como as classes não eram conhecidas pela delegação brasileira, não conquistamos medalhas. Mesmo assim, o nível técnico da competição foi considerado muito equilibrado, o que pode ser verificado pelo quadro de medalhas. As 12 medalhas em disputa foram conquistadas por velejadores de 11 países. Uma grata surpresa foi a ótima atuação dos jovens velejadores asiáticos, mostrando que esses países - de pouca tradição na vela - estarão cada vez mais presentes no cenário náutico mundial. Eles já haviam mostrado isso no Campeonato Mundial da Classe Optimist, realizado em Niterói, no ano passado. Na ocasião, a garotada oriental já mostrava domínio do leme, dominando o evento.
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Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 28 de agosto de 2010.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Torben Grael fala sobre a tecnologia de roupas para velejar

Torben, mais falante do que nunca, dá entrevista sobre a tecnologia de vestimentas para velejar e a sua importância para garantir a performance e o conforto a bordo.

Entrevista com velejador Lars Grael

Lars Grael aborda os temas: carreira, esposte, política, deficiência física, família, Projeto Grael.

Construção sustentável: revisitando o conto dos três porquinhos


Leia um interessante e criativo texto sobre construção sustentável, usando a fábula dos Três Porquinhos para comparar as técnicas de construção verde com as tradicionais.

Clique no link abaixo:

Dia do Profissional de Educação Física


terça-feira, 24 de agosto de 2010

V Competição de canoas a vela de São Fidelis


Você sabia que ainda se veleja no Rio Paraíba do Sul?
Pescadores de São Fidelis e das cidades próximas ainda o fazem e todo ano organizam uma competição. É imperdível. Prestigie!!!
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O PROJETO GRAEL APOIA!!!

MMA quer agilizar Licenciamento Ambiental - ambientalistas são céticos

Texto do Portal EcoDebate (www.ecodebate.com.br)
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Licenciamento de obras terá novas regras. O governo federal vai rever o processo de licenciamento ambiental para obras de infraestrutura no país. A ideia, diz o Ministério do Meio Ambiente, é tornar os licenciamentos mais rápidos e eliminar exigências consideradas desnecessárias. O resultado do trabalho feito pela pasta será apresentado amanhã a entidades estaduais de licenciamento, em Brasília. O governo nega que queira flexibilizar os procedimentos para empreendedores.
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Reportagem de Estelita Hass Carazzai, na Folha de S.Paulo.
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Hoje, segundo Ana Lucia Leite, técnica do ministério que está à frente de 4 dos 6 grupos de estudos criados para propor mudanças, os projetos devem cumprir exigências que, em alguns casos, “não fazem sentido”.
“Quem quiser fazer uma linha de transmissão de energia não precisa estudar a incidência de radiação solar na região. O que é necessário [saber] é se tem muito vento, por exemplo”, afirma ela.
Mas ambientalistas se mostram receosos. “Como um governo que não respeita as atuais regras vai ter credibilidade para revê-las?”, questiona a antropóloga Cecília Mello, da ONG Rede Brasileira de Justiça Ambiental.
Impedimentos ambientais recentes em obras de infraestrutura provocaram reclamações públicas do presidente Lula, que critica exigências de órgãos licenciadores.
O caso mais emblemático foi o da usina de Belo Monte, cujo longo processo de licenciamento foi marcado por pressões diretas do governo e pela demissão de funcionários ligados ao processo.
Segundo o último balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), uma das vitrines da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, ao menos nove obras importantes estão atrasadas ou paralisadas devido a problemas ambientais.
O ministério trabalha nas novas regras desde março, quando seis grupos foram montados para debater o licenciamento de portos, hidrovias, hidrelétricas, linhas de transmissão de energia, rodovias e parques eólicos.
Órgãos estaduais de licenciamento e empreendedores participaram dos debates.
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O objetivo é alterar os termos de referência desses projetos -uma espécie de sumário dos estudos que precisam ser feitos pelo empreendedor para o licenciamento.
Segundo Ana Lucia Leite, a retirada de “sobre-exigências” não quer dizer que o licenciamento será mais flexível, já que outros tópicos serão acrescentados. “De jeito nenhum. Ele vai ser bastante exigente”, diz.
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PATINHO FEIO
“Nós, órgãos licenciadores, sempre somos o patinho feio da história”, diz a presidente da Associação das Entidades Estaduais de Meio Ambiente, Maria da Glória Abaurre, que participou das discussões.
“Dizem que nós somos contra o desenvolvimento, que atrapalhamos. Na verdade, a gente reconhece que precisa ser mais eficiente.”
Ambientalistas dizem temer efeito da mudança
Um dos receios é o da “pressa eleitoral” para liberar obras de grande impacto
Para Carlos Young, da UFRJ, simplificar o licenciamento nos torna mais vulneráveis a problemas futuros
A alteração das normas de licenciamento ambiental de grandes obras, como hidrelétricas, apesar de considerada necessária, é vista com desconfiança por ambientalistas ouvidos pela Folha.
Baseados no histórico recente do governo, eles temem que as mudanças sejam para pior.
“Simplificar o licenciamento como se ele fosse um entrave burocrático é uma estupidez, porque nos torna mais vulneráveis a problemas”, afirma o economista da UFRJ Carlos Eduardo Young, especialista em ambiente.
Para Young, há uma “pressa eleitoral” no governo para que grandes projetos de infraestrutura saiam do papel.
Assim, o licenciamento ambiental, pelo tempo que exige, acaba sendo visto como um “inimigo”, e não como forma de evitar futuros problemas, diz ele.
“Não existe isso de acelerar [o licenciamento], porque a natureza do impacto precisa ser estudada”, diz.
Para ele, mudar as regras é “tapar o sol com a peneira”, já que o necessário é melhorar a estrutura dos órgãos licenciadores, que estão “depreciados” e têm poucos técnicos para a demanda atual.
Para o também economista Henri Acselrad, o atual governo dá a entender que o licenciamento “é algo a ser removido” e que o interesse é “flexibilizar a regra”.
A antropóloga Cecília Mello, da ONG Rede Brasileira de Justiça Ambiental, diz que as populações atingidas pelas obras deveriam ter prioridade no processo de licenciamento e ser consultadas sobre os possíveis impactos.
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“COISA ARCAICA”
Já o especialista em direito ambiental Nivar Gobbi acha a iniciativa boa. “A legislação é uma coisa arcaica, que precisa ser mexida.” Formado em biologia e consultor na área, Gobbi afirma que a influência eleitoral é pequena. “Se não for num ano eleitoral, sabe quando isso vai mudar? Nunca.”
Há um ano, o presidente Lula disse que gostaria de poder “anunciar uma obra e ela acontecer”. “É preciso que a gente encontre um jeito de permitir que as coisas aconteçam neste país”, disse na ocasião. (EHC)
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MMA: Nota de esclarecimento sobre licenciamento de obras
Em relação à matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, na data de 23 de agosto de 2010, intitulada “Licenciamento de obras terá novas regras”, o Ministério do Meio Ambiente esclarece:
Considerando que o Termo de Referência constitui um passo fundamental para que os respectivos estudos ambientais alcancem o fim desejado e a qualidade esperada, foram realizadas rodadas que tiveram como objetivo a discussão e proposição de Termos de Referência Padrão para elaboração de EIA/Rima das seguintes tipologias: Rodovias, Portos, Linha de Transmissão e Usinas Hidrelétricas (UHE). Para tanto, foram organizados grupos técnicos específicos para cada tipologia de empreendimento que contou com a participação de técnicos dos estados – indicados pelos respectivos secretários de Meio Ambiente -, Ibama, MMA/PNMA, e representantes de outras instituições governamentais e não governamentais. Os grupos tiveram a coordenação técnica dos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Reuniram-se em Brasília, separadamente em três momentos e conjuntamente em um momento para discussão de temas comuns a todas as tipologias, onde todos técnicos, dos quatro grupos, discutiram a uniformização dos mesmos.
Nesta terça-feira (23/8) será apresentado o resultado deste trabalho na reunião da Abema. Este grupo discutiu especificamente os termos de referência para os empreendimentos que a lei exige EIA/Rima e não uma proposta para o licenciamento ambiental.
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Nota emitida pela ASCOM/MMA
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MINHA OPINIÃO
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O Licenciamento Ambiental realmente pode melhorar muito, tornando-se mais eficiente, mais ágil e mais cidadão. Como diz a matéria, são exigidos muitos documentos e procedimentos desnecessários, que não agregam qualidade na tomada de decisão e não necessariamente tornam o empreendimento mais ambientalmente seguro. No entanto, quanto à pertinência do debate, faço as seguintes considerações:

ASPECTOS POSITIVOS

  • O debate é necessário
  • Temos na ministra Isabella Teixeira uma ótima interlocutora. Ela é do ramo, profunda conhecedora do assunto e tem boas ideias sobre o licenciamento.

ASPECTOS NEGATIVOS

  • ELEIÇÕES: O momento é péssimo, por estar sob influência do processo eleitoral.
  • HOSTIL: O atual governo mostra-se totalmente hostil ao meio ambiente, a começar pelo atual presidente da República, com seus discursos anti-órgãos ambientais, recheados de críticas (muitas vezes até de alto teor desrespeitoso) e de jocosas referências a bagres e pererecas, que já fazem parte do anedotário das suas gafes antiecológicas. Segundo divulgou-se na mídia, o presidente Lula já teria inclusive declarado: "se eu pudesse acabaria com o Ibama" ("O bagre de Lula", de Ricardo Noblat. Jornal O Globo, 23/04/2007). Não sei se teremos um cenário melhor pela frente, mas a correlação de forças atual é muito desfavorável ao meio ambiente. Corremos o risco de ver acontecer com a legislação do licenciamento ambiental a mesma tentativa de desmonte que estamos presenciando no Congresso Nacional, com relação ao Código Florestal.

PONTOS A SE PENSAR PARA A REVISÃO DO LICENCIAMENTO

  • TRANSVERSALIDADE: A primeira coisa a se pensar é que não podemos continuar a ter no governo um Ministério do Meio Ambiente e todos os demais contra o meio ambiente. Os debates e divergências são naturais, mas o governo tem que ter uma orientação mais clara, que alcance as outras pastas de forma transversal.
  • PROJETOS DE MÁ QUALIDADE: O que mais atrasa as licenças ambientais é a péssima qualidade dos projetos, principalmente no que se refere ao conteúdo ambiental. Normalmente, quando o empreendedor protocola o pedido de licença prévia, por exemplo, o nível de planejamento da obra ainda não conta com o detalhamento necessário para a análise dos técnicos dos órgãos ambientais. Portanto, temos um problema de planejamento: meio ambiente não pode ficar para a última hora, como temos observado. Por isso, verifica-se tanta pressão sobre a licença ambiental. Alguns defendem o fim das Licenças Prévias. Acho o contrário: temos que ter um documento ainda mais prévio, que ateste a viabilidade legal e locacional preliminar do empreendimento.
  • SISNAMA: Fortelecer o Sisnama (IBAMA, órgãos estaduais e municipais de meio ambiente) como agentes do licenciamento ambiental.
  • AUDIÊNCIAS PÚBLICAS: Rever o papel das audiências públicas e ampliar a sua aplicação para outras situações que não apenas nos licenciamentos mediante EIA/RIMA. Esta distorção faz com que a sociedade cobre a realização de EIA/RIMA´s mesmo quando a metodologia não se aplica como processo de análise e tomada de decisão. Apenas o fazem para poder contar obrigatoriamente com a realização de audiências públicas. Isto banaliza e desmoraliza o instrumento e gera um processo desnecessariamente lento.
  • ESCOPO: Para simplificar as licenças ambientais é preciso balizar o seu escopo, estabelecendo claramente a sua abrangência legal, evitando a superposição com outras ações autorizativas governamentais. Como o procedimento de licenciamento ambiental - mesmo com todos os seus defeitos - ainda é um dos mais elaborados e participativos de toda a administração pública, há uma tendência de aprovarem-se normas que atribuem ao licenciamento ambiental aspectos diversos, como, por exemplo, os referentes a patrimônio histórico e cultural, arqueológico, urbanístico, etc. Concordo que é muito importante que esses aspectos devem ser levados em conta, mas o problema é que o licenciamento ambiental tornou-se um "check list" de formalidades e de políticas públicas, o que também repercute em complexidade de análise e extensão de prazos.
  • MEDIAÇÃO: O licenciamento ambiental deve migrar de uma lógica formalista, academicista e tecnicista, que o caracteriza atualmente, para uma lógica mais voltada à mediação de conflitos. Para isso, deverão ser fortalecidos os mecanismos de compensação ambiental, mudar completamente a prática e a cultura dos órgãos ambientais e preparar o seu quadro técnico para o exercício desta atribuição.
  • PROPOSITIVO: Os EIA/RIMAs devem ter uma ênfase maior na análise de impactos e na proposição de planos, programas e ações preventivas e mitigatórias. Hoje vemos nestes documentos, extensas pilhas de papel com conteúdo descritivo (descrição do empreendimento e diagnóstico ambiental), quase sempre com base em dados secundários, e a parte propostiva - que é o que mais importa - costuma ser muito atrofiada e composta por aqueles "programinhas de receita de bolo". Na Europa e nos EUA a ênfase é na adequação do empreendimento ao ambiente e ao cenário regulatório. Precisamos seguir esse exemplo também.
  • ESTRATÉGICO: Deve ser dada especial atenção ao fortalecimento do instrumento da Avaliação Ambiental Estratégica, que agrega uma análise em escala mais ampla. Caso fosse mais adotada, a AAE poderia ter evitado muitos dos conflitos do PAC com a legislação ambiental.

Axel Grael

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Lars Grael e Rony Seifert terminam em quinto no Norte Americano de Star


Marina del Rey, Califórnia - A dupla brasileira formada por Lars Grael e Rony Seifert finalizou em quinto lugar geral o Campeonato Norte-Americano da Classe Star, que foi disputado na Marina del Rey, em Los Angeles (EUA). Após sete regatas, Lars e Rony, que chegaram a liderar a competição, terminaram com 38 pontos perdidos após um 26º na última prova, neste final de semana. O campeão mundial de 2009, George Szabo e seu proeiro Frithjof Kleen, que vinham disputando com Lars e Rony cabeça a cabeça, terminaram a 7ª regata em 21º e faturaram o título.
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"Não foi exatamente o que esperávamos no final. Se nós não tivéssemos liderado e ficado na vice-liderança por tanto tempo, o quinto lugar seria comemorado, afinal na raia havia seis estrelas douradas de campeões mundiais, mas confesso que ficou uma pontinha de frustração. Na última regata o George Szabo veio para o tudo ou nada e fez um match race fatal conosco. Para ele o 21º servia, tanto que ele foi campeão. Para nós o 26º nos empurrou para o quinto. De qualquer foi um belíssimo campeonato e estar na raia com velejadores de tão alto nível e ficar no top 5 é sempre bom", declarou o bicampeão sul americano da classe Star.
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Além de Lars Grael e Rony Seifert, o Brasil foi representado na competição por mais duas duplas : o campeão mundial grã-máster, Gastão Brun, e seu proeiro Gustavo Kunze, que terminaram em oitavo na classificação geral e os paulistas Fábio Bodra e Tutu Lopes, que ficaram em 11º.
Lars Grael e Rony Seifert têm o patrocínio da Light Serviços de Eletricidade S/A.

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Fonte: Velassessoria

Amazônia vira fumaça: queimadas deste ano são um desastre


Imagem do programa Earth Observatory, da NASA. Imagem de 20 de agosto de 2010, mostrando região do Pará totalmente coberta pela fumaça das queimadas.

As queimadas no Brasil aumentaram mais de duas vezes em comparação a 2009. Em algumas regiões da Amazônia os focos de quimada se multiplicaram por cinco!!!
Estamos enfrentando uma das mais destruidoras temporadas de queimadas da história recente.

Onde está o governo? Onde estão as lideranças ruralistas para explicar isso? E esses incendiários criminosos ainda querem mudar o Código Florestal para poder queimar mais e ainda ter anistia de multas.

E o Brasil ainda quer se fazer de protagonista climático??? Com as queimadas, as emissões de Gases do Efeito Estufa de Mato Grosso superam as de São Paulo, a maior região industrial do país.
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Isso é uma vergonha!!!

Acordo abre polêmica sobre fiscalização de entidades sociais

Um acordo realizado pelo Ministério da Justiça (MJ) e o Ministério Público Federal (MPF), anunciado no dia 6 de agosto, prometia dar mas transparência sobre os recursos públicos destinados para as organizações sociais. No entanto, uma análise mais aprofundada na iniciativa mostra que, além de ineficiente, a proposta pode ser falaciosa.O que se propôs a fazer é o seguinte: o MJ compartilhará seu banco de dados do Cadastro Nacional de Entidades de Utilidade Pública (CNEs) com o MPF. Como, anualmente, essas entidades sociais devem prestar contas ao MJ, a partir dessas informações, o Poder Público poderá escolher onde investir o dinheiro.
Até o momento, estão cadastradas a 17.681 entidades, das quais, 3.963 são organizações da sociedade civil de utilidade pública (Oscips), 11.954 são entidades sociais de utilidade pública federal (UPF), 90 são organizações estrangeiras e 1.674 são associações ou fundações não tituladas ou qualificadas.
Em caso de desvio do recurso público a entidade poderá ser descadastrada e os envolvidos poderão ser condenados de forma mais fácil e rápida. “Os dados serão disponibilizados aos procuradores nacionalmente, ou seja, o procurador terá mais uma ferramenta disponível para o controle e uma eventual fiscalização sem as práticas demoradas e burocráticas anteriores”, afirmou o secretário-geral do Ministério Público Federal, Lauro Pinto Cardoso Neto, quando o acordo foi divulgado.
No entanto, o advogado especialista em terceiro setor, Eduardo Szazi, é restritivo a respeito da iniciativa. Segundo ele, o acesso aos recursos governamentais não requer a prévia qualificação como OSCIP ou UPF.
“É falacioso imaginar que o instrumento ajudará o poder público a escolher onde investir o dinheiro, pois, como se sabe, a quase totalidade é feita por convênios e não por termos de parceria, inclusive por resistência do próprio poder público, que não quer fazer concurso de projetos ou mesmo submeter os ajustes aos conselhos de política pública”, critica.
O especialista também alega que a iniciativa irá submeter ao MPF entidades que não recebem financiamento público. “Ora, essas entidades são privadas e, não havendo dinheiro do governo, esse controle é ilegal”, denuncia. Enquanto isso, o secretário nacional de Justiça, Pedro Abramovay, afirma que a transparência é necessária depois do “alarmismo” em relação à participação da sociedade civil junto às ações de governo depois da CPI das ONGs. Embora defenda que não se possa criminalizar a sociedade civil, Abramovay endossa o acordo mostrando que a culpa recai sempre sobre a ela.
"É sempre louvável a busca de qualificação da relação do Estado com as organizações da sociedade civil. Mas a perspectiva do governo em relação à transparência tem sido mais de controle e cerceamento do que de fortalecimento das organizações. As estratégias para ampliar essa transparência deveriam evitar a burocratização de organizações, que são ricas exatamente pela sua organicidade e articulação nas questões em que estão envolvidas", acredita o secretário-geral do GIFE, Fernando Rossetti.
“Infelizmente, é mais uma iniciativa que investiga a pia quando devia investigar a torneira. É no gestor público e seus critérios de escolha da entidade que deve se focar a fiscalização”, acredita Szazi.
Questionada sobre o tema a Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (ABONG) ainda não tinha opinião formada. Tão logo avaliem o assunto, o redeGIFE trará aos seus leitores sua conclusão.
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CPI das ONGs confunde e arranha imagem do terceiro setor

Por Rodrigo Zavala


Informações errôneas, politicagem e acusações veladas foram apenas alguns dos motivos que tumultuaram os bastidores da instalação da Comissão Parlamentar de Inquéritos (CPI), que investigará o mau uso do dinheiro público repassado a variadas organizações não-governamentais, vinculadas ao governo federal.


Conhecida como CPI das ONGs, a comissão tem sido criticada por uma série de especialistas, convictos de que levará, invariavelmente, a uma criminalização generalista das entidades. "A instalação é uma iniciativa política para fustigar o governo e não para trazer melhoria no relacionamento público-privado na área social", afirma o advogado, especialista em terceiro setor, Eduardo Szazi.


Segundo ele, hoje, existem diversos instrumentos de controle do uso dos recursos governamentais, pois as ONGs que recebem investimentos federais devem licitar todas as contratações que fazem (desde 2005). Nesse contexto, as prestações de contas são submetidas ao crivo do Tribunal de Contas da União (TCU).
A Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), também questiona a criação da CPI. Em nota divulgada ao redeGIFE, a Abong levanta alguns pontos. O primeiro refere-se "ao estranho recorte de tempo abordado pela CPI, a qual propõe investigar convênios do governo federal com ONGs apenas a partir de 2003". Segundo o TCU, as irregularidades no repasse começaram em 1999, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando o PFL era partido governista, hoje oposição, o DEM.
O documento também cita "a criminalização das entidades, uma vez que se propõe a tratar em uma CPI questões relativas a irregularidades, para as quais o TCU tem instrumentos cabíveis de ajuste e que não necessariamente relacionam-se à má fé no trato do dinheiro público". Nesse sentido, acusa a CPI de ser generalista, pois as irregularidades foram apontadas em 29 convênios realizados entre o governo e 11 ONGs, distante do universo de quase 300 mil existentes no país.
Para o secretário-geral do GIFE, Fernando Rossetti, esses casos não devem ser encarados como regra, já que não refletem o diverso trabalho realizado pelas organizações sociais. "O corruptor nesse caso é o Estado, que criou canais para que isso ocorresse", critica.
O Estado, na visão de Rossetti, deve criar regras e acordos de como prestar contas de maneira mais transparente possível, porém, sem dificultar o trabalho das organizações sociais. "Quando o Estado se mete a controlar, ele burocratiza o sistema. Isso poderia trazer conseqüências para o trabalho de pequenas entidades, que se tornariam inviáveis sem um amplo respaldo jurídico", afirmou.
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Acusações - As discussões sobre a criação da comissão começaram há mais de um ano, quando a ONG Contas Abertas fez uma denúncia ao jornal Folha de S.Paulo. Na reportagem, veiculada no dia 17 de setembro de 2006, a organização apontava que a ONG UniTrabalho - que tinha como colaborador o ex-petista Jorge Lorenzetti - teria recebido mais de R$ 18 milhões da União desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Na época, também pretendia-se incluir nas investigações a denúncia de que a Petrobras teria repassado pelo menos R$ 31 milhões para ONGs ligadas ao PT. "A idéia não é promover nenhuma caça às bruxas, mas fazer um trabalho que ajude a preservar as entidades que têm prestado relevantes serviços ao País, das que apenas se aproveitam do dinheiro público", explicou o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), de quem partiu a idéia da CPI.
Nesse meio tempo, o PT acendeu as luzes vermelhas quando tornaram-se públicas as denúncias que ligam a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), a supostas fraudes na Fedraf-Sul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul). De acordo com reportagem publicada na "Veja", a Fedraf-Sul recebeu R$ 5,2 milhões, entre 2003 e 2007, da União.
Ideli negou as acusações de envolvimento com as irregularidades, mas confirmou manter ligação com a entidade. O PT teme, agora, que as investigações comprometam a senadora.
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Política - Para a presidência da CPI, foi eleito o senador Raimundo Colombo (DEM-SC), sem impasses com a base aliada - uma vez que fecharam acordo para que a oposição ficasse com o comando da comissão, enquanto os governistas, com a relatoria. "Fui buscar um nome sem impasses, que vai conduzir essa comissão com seriedade", disse o senador Fortes.
A disputa entre partidos da base aliada, no entanto, adiou para amanhã a escolha do relator da comissão. O PMDB havia indicado o senador Valter Pereira (PMDB-MS) para o cargo, mas o PT brigou e agora tenta emplacar o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) como relator.
O PT trabalhou para tirar Pereira da relatoria por temer que o senador adotasse uma postura de oposição no cargo, uma vez que é um dos líderes dos chamados "franciscanos do PMDB" - que na semana passada derrubaram a medida provisória do governo que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, chefiada pelo filósofo Mangabeira Unger. Os petistas também querem evitar pressões do PMDB sobre o Palácio do Planalto, já que os "franciscanos" reivindicam uma série de pedidos ao governo.
"O grande líder do PMDB, que se chama Luiz Inácio Lula da Silva, mandou vetar meu nome", resmungou o senador Valter Pereira, no Painel da Folha de S. Paulo, revoltado por ter sido preterido pelo PT para o cargo de relator. A frase repercutiu também na seção Veja Essa, da Revista Veja, nesta semana.
Outro efeito da indignação do senador sul-matogrossense é que ele pode migrar para a ala independente do partido - da qual fazem parte Pedro Simon (RS), Mão Santa (PI) e Jarbas Vasconcelos (PE). Valter diz que vai estudar a possibilidade. "Ainda vou consultar o travesseiro", teria dito, segundo o site Congresso em Foco.
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Falta de informação - Outro detalhe que tem intrigado pessoas ligadas à área social é o fato de que o senador Colombo não parece ter qualquer familiaridade com o tema. A página pessoal do senador de Santa Catarina na internet não menciona proximidade com o chamado terceiro setor. Mesmo assim, tira conclusões, no mínimo, polêmicas.
O senador afirma que as prefeituras estão sob os olhos de diversos fiscais, como os tribunais de contas, o Ministério Público e o eleitor, a cada quatro anos. No entanto, "as ONGs não têm fiscalização nenhuma". A consideração soa equivocada ao lembrar a análise de Eduardo Szazi, que advoga o contrário, ao dizer que elas devem ter cada vez mais transparência.
"Ademais, para infelicidade do setor, o nome da CPI, pela sua amplitude, coloca em dúvida a reputação do setor sem fins lucrativos que notoriamente tem contribuído para a construção de um país social e ambientalmente sustentável e economicamente justo", critica Szazi.
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SYZ Moth Euro 2010 - European Championship Day 1

Mais uma do Europeu de Moth.

Syz Moth Euro 2010 - European championship Day 3

Essa eu colei do Blog do Murillo Novaes. O vídeo é sobre o Moth, verdadeiros barcos voadores, que deslizam sobre foils. As imagens são do Campeonato Europeu.

http://murillonovaes.wordpress.com/2010/08/21/moth_video/

Belo Monte será "uma vergonha"?

Artigo de Washington Novaes, publicado no jornal O Estado de São Paulo.
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O noticiário dos últimos dias sobre o projeto de implantação da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, torna ainda maior a perplexidade diante da indiferença, surdez mesmo, com que os órgãos do governo federal envolvidos no projeto recebem as numerosas exigências de esclarecimentos que a sociedade tem feito.


Na sexta-feira da semana passada, enquanto índios, ribeirinhos, pequenos agricultores e pescadores, além de especialistas da Universidade do Pará, manifestavam sua inconformidade com o projeto – e chegavam, os acadêmicos, a afirmar que ele não é necessário nem mesmo em termos de energia -, anunciava o Ministério de Minas e Energia (amazônia.org, 13/8) que o contrato de concessão para a “usina de 11.233 MW” pode ser assinado ainda este mês, ou seja, antes mesmo que o Ibama conceda a licença de instalação. Também se anunciava que o contrato de concessão com 11 construtoras – agora incluindo três das maiores do País – “terá seu valor reduzido em cerca de R$ 4 bilhões, para R$ 15 bilhões” (Estado, 15/8). Ou seja, o valor estimado da obra já passou de R$ 9 bilhões para R$ 15 bilhões, para R$ 19 bilhões, para R$ 30 bilhões e agora retorna a R$ 15 bilhões. Que precisão! Quanta confiabilidade desperta no cidadão que paga impostos e no contribuinte dos fundos sociais que bancarão os custos!


Em artigos anteriores neste espaço (25/9/2009 e 5/2/2010, entre outros) já foram mencionados muitos argumentos que questionam a obra. A começar pela sua desnecessidade, deduzida de estudo da Unicamp/WWF que mostra a possibilidade de o Brasil poder ganhar metade da energia que consome hoje se fizer programas de conservação e eficiência energética, redução das perdas nas linhas de transmissão e repotenciação de geradores antigos. A subestimação dos custos ambientais, sociais e financeiros da obra na licitação. A superestimação – apontada por um painel de 38 especialistas – do potencial da usina, onde a produção poderá cair para apenas 1 mil MW na estiagem. A destinação de praticamente toda a energia ao setor de eletrointensivos exportados, que exige subsídios. O próprio Ipea, que pertence ao governo federal, em seu Boletim Regional, Urbano e Ambiental de julho de 2009, questiona projetos como esse, que não contribuem “para reduzir desigualdades regionais e sociais, não internalizam todos os custos, contribuem para o inchaço de cidades desprovidas de infraestruturas, para o desflorestamento, para perdas da diversidade biológica e cultural, para redução do fluxo hídrico, para a geração de contaminantes do solo, da água e do ar”.


Nada disso comove. O ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão chegou a atribuir a “intenções demoníacas” tais questionamentos. E o presidente da Empresa de Pesquisas Energéticas, Maurício Tolmasquim, continua a afirmar (Estado, 28/7) que o País precisa agregar 63 mil MW à sua potência instalada, em cinco anos – embora o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues diga (Estado, 11/6) que o Brasil desperdiça energia equivalente a três usinas de Belo Monte com o não-aproveitamento do bagaço de cana.


Agora, mais um grave questionamento. A edição de junho/julho de 2010 do Jornal do Instituto de Engenharia de São Paulo traz, em duas páginas, uma “Opinião” na qual afirma que “a construção do referido aproveitamento hidrelétrico está longe de ser do interesse nacional”. Com base em números expostos pelo engenheiro Walter Coronado Antunes, ex-presidente da Sabesp e ex-secretário de Obras e Meio Ambiente do Estado, mostra o boletim que em anos de vazões mínimas, nos meses de julho a dezembro, estas podem ficar entre 444 m3 e 1.417 m3 por segundo; nos anos de vazão média, nesses mesmos meses, elas podem situar-se entre 1.066 m3 e 3.730 m3 por segundo.


Surge o primeiro problema, já que é preciso manter vazão mínima de 1 mil m3/segundo no leito original do Rio Xingu para “assegurar a sobrevivência das populações ribeirinhas indígenas e não indígenas ali radicadas”. Para tanto será indispensável que funcionem seis máquinas da casa de força complementar, com o uso de vazão total de 1.920 m3/segundo. Mas as vazões previstas tanto para anos de vazão média quanto de vazão mínima não asseguram a manutenção do fluxo mínimo do rio necessário para aquelas populações. Chega-se a um quadro complicado: “Nos anos de vazões médias a casa de força complementar, nos meses de agosto a novembro, será obrigada a gerar energia com todas as suas turbinas, a plena carga, para manter as vazões aceitáveis ambientalmente no trecho morto da Grande Curva do Rio Xingu”; nesses meses “a casa de força principal não terá água para funcionar nenhuma turbina (estarão parados os 18 grupos de turbinas-geradores, no total de 11 mil MW)”; por isso, “nos anos em que ocorrerem vazões mínimas, Belo Monte será desastroso; durante oito meses a água não será suficiente para acionar a plena carga nem mesmo a casa de força complementar; ficarão paradas todas as unidades geradoras da casa de força principal, com 11 mil MW de potência instalada, durante esses oito meses”!


E a “conclusão final” é de que, com o custo de implantação de Belo Monte chegando a pelo menos três quartos do custo de implantação da Usina de Itaipu, mas gerando “apenas um quarto da produção anual de Itaipu (…), não é possível viabilizar-se a construção do aproveitamento hidrelétrico de Belo Monte, em razão da sua baixíssima produtividade, sem que o Tesouro Nacional seja levado a investir, a fundo perdido, por meio das empresas públicas que compuserem a parceria público-privada que for vencedora do leilão e operação do pior projeto de engenharia da história de aproveitamentos hidrelétricos do Brasil e talvez da engenharia mundial. Uma vergonha para nós, engenheiros”.


É grave, muito grave. Não podem continuar sem resposta os questionamentos. Principalmente este, partindo de um órgão que expressa pensamento da engenharia.


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Washington Novaes é jornalista. E-mail: wlrnovaes@uol.com.br

Texto obtido do Portal EcoDebate

Oportunidade para o desenvolvimento institucional de ONGs

O Instituto C&A lança este mês o Fundo de Apoio a Iniciativas de Desenvolvimento Institucional. Com parceria da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), o fundo disponibilizará, de maneira inovadora, recursos para organizações sociais que desejem promover ações de fomento ao desenvolvimento institucional.Podem se inscrever as organizações que já participam do programa Desenvolvimento Institucional, do Instituto C&A. Os projetos poderão ser elaborados individualmente por essas ONGs ou por meio de parceria que reúna, no total, até três outras organizações - sendo ao menos uma delas apoiada pelo programa. Ao todo, serão disponibilizados R$ 200 mil.Com o fundo, as organizações poderão promover reflexões sobre o tema desenvolvimento institucional, por meio da realização de seminários, pesquisas e articulações interinstitucionais. As atividades sugeridas nas propostas podem também gerar o compartilhamento de experiências e fortalecimento de capacidades no campo de desenvolvimento institucional.As propostas podem ser enviadas até o dia 23 de setembro para o e-mail fundopdi@cese.org.br e instituto.res@cea.com.br. O valor de cada proposta não deve ultrapassar R$ 20 mil. O projeto deverá ser executado entre outubro de 2010 e setembro de 2011.
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(Fonte: Pauta Social, 19 de agosto de 2010)

sábado, 21 de agosto de 2010

Inauguração da Biblioteca Náutica Ingrid Schmidt Grael

Foto de Fred Hoffman.


Na terça feira (10) o Projeto Grael promoveu uma festa para a inauguração da Biblioteca Ingrid Schmidt Grael, que teve como as principais atrações a apresentação da cantora Bia Bedran e a presença do velejador Torben Grael. A Biblioteca, que é aberta também à comunidade, já conta com um acervo de cerca de 3 mil volumes, tendo como temas prioritários a náutica, as profissões a ela relacionadas, assim como educação, meio ambiente, gestão de ONGs, literatura em geral, dentre outros assuntos de interesse dos alunos. Em breve, o acervo estará disponível na internet.

Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 21 de agosto de 2010.

Queimadas: o Brasil arde


O Brasil enfrenta uma das maiores incidências de queimadas da história. Do início do ano até o último dia 13, o INPE registrou 204,8 mil focos de incêndio em todo o país, o que representa um crescimento de 179% em comparação ao mesmo período do ano passado. O Rio teve 424 focos de queimada, contra 126 em 2009. O campeão das queimadas é o Estado de Mato Grosso, onde o número de ocorrências registradas foi de 5.173, o que corresponde ao quíntuplo do que foi registrado no ano passado. Com os incêndios, Mato Grosso emite 20 vezes mais monóxido de carbono na atmosfera que a cidade de São Paulo, maior polo industrial do país. Naquele estado, a maior parte dos focos (59%) registrados entre julho e início de agosto ocorreu em propriedades rurais, sendo 13% em áreas cadastradas no Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental (SIMLAM) e 46% em propriedades não cadastradas. Sendo assim, o fogo ocorre principalmente naquelas propriedades que resistem a se adequar à legislação ambiental. Vale lembrar a forte pressão que os ruralistas exercem sobre o Congresso Nacional para forçar a mudança do Código Florestal Brasileiro, afrouxando as regras sobre o desmatamento e anistiando as multas já aplicadas pelos órgãos ambientais.

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Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 21 de agosto de 2010.

Rio polui menos

Transporte: a principal fonte de poluição do ar no Rio de Janeiro.


O município do Rio é o primeiro a atualizar o seu Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa. O novo relatório, que teve como base o ano de 2005, compara os seus resultados com o inventário anterior que teve o ano de 1998 como referência. A comparação indicou que as emissões anuais per capita de CO2 diminuíram de 2,3 toneladas (1998) para 2,17 toneladas (2005).
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A principal forte de gases poluentes no Rio é a geração de energia, responsável por 63% das emissões. No cálculo da energia inclui-se o transporte, com mais da metade destas emissões. A seguir estão o lixo (31%), indústria (3%) e queimadas (2%).
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Para comparar os dados do Rio com outras cidades, podemos citar: Washington (DC) tem índice de 19,7 t/hab/ano; Nova York, 7,1 toneladas. Pequim tem índice per capita de 6,9; Londres, na Inglaterra, de 6,2; Roma, de 5,2; e Tóquio, de 4,8. Entre os estados brasileiros, o Rio de Janeiro tem índice de 4,5; e Minas Gerais, de 6,38. A taxa total no Brasil é de 9,4 t/hab/ano.
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Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 21 de agosto de 2010.

Copa América: meio ambiente pode ser obstáculo para São Francisco

Torben Grael (à esquerda) a bordo do Luna Rossa, barco italiano na America´s Cup, 2006.


A equipe americana BMW Oracle Racing Team, campeã da última Copa América, sonha em promover a próxima edição da regata (2013-2014) em São Francisco, Califórnia, onde localiza-se o Golden Gate Yacht Club, clube sede da equipe. Conforme a tradição, a escolha do local é uma prerrogativa da equipe campeã mas, hoje, a mais importante competição da vela é também um negócio milionário. São Francisco estima que o impacto da competição em sua economia será de US$ 1,4 bilhões, gerando 9 mil empregos.
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Ocorre que a cidade de Valência, Espanha, e uma cidade italiana cujo nome ainda não foi revelado, apresentaram ofertas generosas para sediar a regata, caso São Francisco não viabilize a sua candidatura. Comenta-se que os italianos teriam oferecido US$ 645 milhões.
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O maior obstáculo dos californianos é o meio ambiente. A seis semanas do prazo para apresentar a proposta oficial da cidade, há um impasse com as autoridades ambientais, comprometendo as obras de infraestrutura. Para superar o impasse, o legislativo analisa uma proposta de isenção excepcional das obras das obrigações do licenciamento ambiental.
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Os ambientalistas, compreensivelmente, não aceitam a medida alegando que o precedente desmoralizaria a Lei da Qualidade Ambiental da Califórnia e abriria uma brecha para futuras postulações.
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Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 21 de agosto de 2010.

Classe Dingue apóia o Projeto Grael

Dingue veleja em frente ao Projeto Grael. Foto de Axel Grael.


Velejadores da equipe Estrelas do Mar, da qual fazem parte os melhores atletas do Projeto Grael, foram convidados para disputar o Campeonato Sudeste Brasileiro da Classe Dingue, que será realizado em Vitória/ES entre os dias 4 e 6 de setembro. A participação dos alunos acontecerá graças à iniciativa da organização do evento e de alguns velejadores, que se empenharam em levantar recursos para cobrir as despesas. Segundo estes, a presença dos velejadores do Projeto Grael é importante considerando-se a qualidade técnica que agregam à competição.

O fato é comemorado no Projeto Grael, pois comprova que o objetivo da instituição de desmistificar a vela como esporte elitista está sendo conquistado pela qualidade dos velejadores e pelo reconhecimento da comunidade náutica.

As duas tripulações representantes do Projeto Grael serão: Leonardo Santana da Costa Reis (do Colégio Estadual Sizínio Soares Pinto), Paulo Eduardo Alves Ferreira, Ramon Nascimento de Oliveira e Jonathan Oliveira Coutinho, todos do Colégio Estadual Fernando Magalhães. O técnico da equipe será Thiago Alcântara, instrutor de vela do Projeto Grael.

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Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 21 de agosto de 2010.