segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Compartilhar: a chave para economia verde



Cresce no mundo iniciativas de Consumo Colaborativo, no qual o uso é mais importante que posse do bem

Luciana Casemiro

RIO — Buscar formas de compartilhar, trocar, vender produtos ou serviços: essa é a base do chamado consumo colaborativo, listado pela revista americana “Time” entre uma das “Dez ideias que podem mudar o mundo”. A prática, que já é popular nos Estados Unidos, Europa e Austrália, vem ganhando adeptos no Brasil. São iniciativas para organizar caronas, promover o compartilhamento de carros e bicicletas ou a troca de moradias para as férias, bem como os já manjados sites que fazem intermediação da venda de objetos usados, os brechós e as casas de aluguel de roupas.

— As cidades, especialmente as europeias, que já têm uma maturidade de planejamento urbano diferente, com o sofrimento advindo da crise tiveram de repensar o consumo. E o sistema colaborativo, além de trazer economia, traz outras vantagens. A dificuldade é o tempo de busca e acesso a acervos para troca, o que vem sendo driblado com aplicativos e sites, como um americano que permite saber o que está disponível para compartilhamento no raio de um quilômetro da sua casa. Quando se alcança escala, pode-se chegar a um modelo de negócios lucrativo, tanto para o empreendedor quanto para o meio ambiente — diz Camila Haddad, uma das mentoras da Cinese, site voltado ao compartilhamento de conhecimento.

Resgate das relações interpessoais

Camila já trabalhava com consumo consciente quando decidiu se debruçar sobre o modelo colaborativo em seu mestrado na Universidade de Londres. A confiança, maior entrave ao novo sistema, foi seu objeto de estudo.

— Nos centros urbanos, há um isolamento, você não conhece sequer seus vizinhos, como abrir a porta e emprestar o carro? Fui estudar como impulsionar a confiança e observei que, quanto maior o engajamento das pessoas em consumo colaborativo pela internet, maior no mundo real, e vice-versa — explica Camila. — Nas entrevistas percebi que, nesse tipo de consumo, quando a primeira experiência é boa, há um impacto positivo na confiança no ser humano de forma geral, e isso faz com que as pessoas ampliem seu comportamento de compartilhamento. Essa mudança altera a forma como nós nos relacionamos com os outros e com a sociedade, e também como os negócios são feitos. O importante passa a ser o uso e não a posse, e as empresas têm de passar a pensar mais a longo prazo, até em formas de fazer um upgrade no produto sem que seja necessário o descarte. É um mundo novo.

João Paulo Amaral, pesquisador do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), ressalta que o novo modelo demandará também uma nova postura mercadológica das empresas, que pressupõe transformar produto em serviço. Um modelo de negócios muito próximo à sustentabilidade, diz:

— Pelo lado das empresas, é preciso enfatizar a continuidade do uso daquele produto. E pelo lado da sociedade, é necessária uma mudança de conceito. O mais importante é o desafio de resgatar relações interpessoais. O consumo colaborativo não traz só redução de despesas e de recursos naturais, mas a necessidade de estabelecer relações de confiança, de respeito. E o compartilhamento não deve ser só de bens, mas também de experiências.

Sustentabilidade com conforto

Segundo Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, que defende o consumo consciente, essa mudança de modelo levará a uma transição de uma sociedade fortemente industrializada para uma sociedade de serviços.

— O importante no consumo é o que dá bem estar, não o valor, a posse. É preciso repensar a vida, é uma mudança de cultura ao longo do tempo. Os varejistas de hoje, que pensam apenas em vender bens, vão começar a pensar em aluguel, na prestação de serviços de manutenção. E a demanda por mais serviços significa mais emprego e menos uso de recursos naturais. Hoje consumimos 50% a mais do que o planeta é capaz de renovar. O compartilhamento é uma solução, sem perda de conforto e de conveniência — afirma Mattar.

Ele acrescenta que adotar o consumo colaborativo pode trazer benefícios com pequenas mudanças:

— Um exemplo são os produtos e equipamentos para manutenção doméstica usados raramente, como furadeira, alicate, martelo, que poderiam ser compartilhados com vizinhos ou alugados. Outro são as máquinas de lavar, que em prédios americanos ficam concentradas numa lavanderia: ganha-se em durabilidade, com aparelhos mais robustos e serviços de manutenção que não o deixam na mão, além de a maior capacidade das lavadouras proporcionar economia de água.

Jaqueline Santos não conhecia o conceito de consumo compartilhado, mas já o pratica há três anos. Em frente a sua papelaria, em Niterói, ela criou um ponto de compartilhamento de livros:

— Comecei com os livros do meu sobrinho. Coloquei numa caixa para doar e logo apareceram pessoas perguntando se podiam trazer livros para a gente. Acabou que o bairro todo comprou a ideia. Negócio sem dinheiro é sempre muito bom, muito saudável — conta Jaqueline.

A professora Isabela Brandão já era cliente da papelaria de Jaqueline e passou a ser uma das colaboradoras e usuárias mais frequentes da “biblioteca”.

— É uma forma de fazer a cultura girar. E ninguém tem mais lugar para guardar livro em casa. Além disso, essa experiência abre a visão de comunidade e as portas para outros compartilhamentos — afirma.


Fonte: O Globo

domingo, 30 de dezembro de 2012

Uma crítica filosófica sobre a Responsabilidade Social Empresarial

Adam Smith
Lo nuevo y lo viejo

Por Josep M. Lozano

La historia de la filosofía, de la literatura y de la teología está llena de frases más o menos ingeniosas en las que se habla de lo nuevo y lo viejo de muy diversas maneras, siempre jugando con su contraposición. Les ahorro empezar con una de estas citas y voy al grano.

Mi impresión es que el problema de la Responsabilidad social de las Empresa (RSE) no reside en el nombre ni en nada que se le parezca. El problema central es que, mayoritariamente, ha consistido en introducir un nuevo lenguaje y unas nuevas prácticas sin modificar sustancialmente la comprensión convencional de la empresa. Esto se constata cuando se analizan los planteamientos de la RSE no en base a lo que se dice ni a lo que se hace, si no en base a cómo se argumenta. Entonces, el argumento se resume casi siempre en lo siguiente: la RSE es hoy la manera más adecuada (o más inteligente, o más racional, o más avanzada, o más oportuna, o más…) de conseguir lo que ya sabemos desde siempre que debe hacer la empresa. A veces pienso que Lampedusa estaría contento con la Responsabilidad social de las Empresas: es necesario que todo cambie para que todo siga igual.

Debería corregirme i objetarme a mí mismo, claro está. A veces una suma constante de pequeños cambios convertidos en una dinámica sostenida en el tiempo dan como resultado una realidad sustancialmente distinta de la que teníamos al comienzo aunque a lo largo del proceso, paso a paso, los cambios parezcan poco significativos. Bueno, pues en estos tiempos de paradojas aceptemos que las dos afirmaciones pueden ser plausibles a la vez. Y tomémosnos las dos igualmente en serio

Pero volvamos a la primera de las afirmaciones: no se trata de cambiar para que todo siga igual, sino de decidir qué lugar quieren ocupar las empresas en los cambios sociales que se están produciendo y cómo quieren contribuir a ellos. De hecho, hay que volver a A. Smith: la pregunta que se hacía Smith – la que está en el título de su libro - era sobre la naturaleza y la causa de la riqueza de las naciones… no de la riqueza de las empresas. Lo primero quizá requiere lo segundo, pero lo segundo no garantiza necesariamente lo primero. Y, en cualquier caso, no es la primera pregunta que debemos hacernos.

Así como se dice que hay entrenadores que leen bien los partidos, la RSE presupone leer bien el partido social. Porque se puede cambiar el lenguaje y llevar a cabo nuevas prácticas (que sin duda muy a menudo son mejores que las viejas) sin leer bien el partido. Por eso resulta tan escandaloso que hoy el debate sobre la RSE, al menos en España, no tenga como primer punto en el orden del día los seis millones de parados. O el reparto de la carga impositiva entre empresas y ciudadanos. O el fraude fiscal. O la corrupción.

La diferencia de nuestro tiempo para enfocar la pregunta de Smith es que el foco ya no puede ser solo la riqueza de las naciones, sino que debe ser un foco a la vez global y local. Pero, en cualquier caso, olvidemos el mantra de que las empresas, por si mismas y por el mero hecho de existir, contribuyen a… crean… son indispensables para… y veamos empíricamente por sectores, por territorios, por tamaños a qué contribuyen realmente, qué crean realmente, y para qué son realmente indispensables. Porque el supuesto de partida no es la atención a la empresa, sino la sociedad en la que la empresa opera y actúa.

Disculpas por la palabreja: es un debate sobre la legitimidad de las empresas. No sobre su poder y su influencia, que lo tienen, y mucho. Que es un debate sobre legitimidad significa que cada vez más no les bastará para conseguirla el cumplir con los viejos parámetros de eficiencia, calidad y productividad. Por supuesto, dichos parámetros continuarán, porque si no no hablaríamos de empresas. Pero no serán suficientes porque la sociedad querrá saber contribuyen con su actividad a la construcción del espacio público común. Y esto no tiene nada que ver con la estúpida objeción de que ésta no es misión de la empresa. Porque lo que se les está pidiendo no es que dejen de ser empresas sinó que lo sean de manera más completa, y que integren todas las dimensiones de su actividad. Entre otras cosas porque las empresas, como las personas, no viven y actúan en mercados sino en sociedades. Y la respuesta a la pregunta sobre la importancia y el valor de los mercados reside en la sociedad que contribuyen a configurar. Por eso éste es o debería ser su punto de partida. (Una persona responsable del área de estrategia económica de una empresa muy importante me decía que lleva tiempo solicitando incorporar a un politólogo/sociólogo a su equipo, sin éxito: valga como símbolo de cómo debe –también- leerse el partido, y de las resistencias que hay a hacerlo).

En un mundo interdependiente, las empresas deberán desarrollar inteligencia social y competencia social, algo por lo que no están acostumbradas ni a preocuparse ni a ocuparse. Porque su legitimidad no dependerá únicamente de sus resultados. Como se recogía en un diálogo de un chiste de El Roto: "los números nos salen bien… ¡quien fuera cifra!" Si la percepción y la experiencia social es que para reflotar a las empresas (o a algunas empresas) no queda más remedio que hundir a las personas, el conflicto de legitimidad está servido, aunque los números salgan bien. No se trata por supuesto del angelismo de pensar que con la RSE no habría crisis, ni conflictos ni nada parecido, ya somos mayorcitos. Se trata de que no hay una única y mecánica manera de abordar, explicar y justificar el enfoque que se da la crisis y a los conflictos.

En el sempiterno debate sobre la Responsabilidad Social de las Empresas cada vez estoy más convencido de que, si se trata de debatir sobre el nombre, el problema no es el término sino el olvido de un prefijo: co. Se trata de la co-responsabilidad. Se trata de partir de la asunción de que en una sociedad interdependiente las responsabilidades son siempre, en un grado u otro, compartidas… y abordadas desde la especificidad de cada institución. La pregunta no es qué es la RSE sino de qué cuestiones sociales son co-responsables las empresas, en función –insisto- de su tamaño, su sector y su contexto.

Volvamos a Smith: preguntémonos primero sobre el desarrollo de las naciones para poder entender y plantear como contribuyen las empresas a resolver los retos que tienen planteados nuestras sociedades, (o, al menos, a no a empeorarlos); y no al revés. Y, a eso, llámenle como quieran y les apetezca.

Pero háganlo.  


Fonte: Diário Responsable

Colunista Tetê Suzuki repercute homenagem a Ingrid Grael




Tetê Suzuki, que tem um trabalho jornalístico relevante e muito reconhecido na cidade, é uma antiga amiga e apoiadora das minhas ações ambientalistas. O apoio de Tetê vem desde o tempo em que eu militava como ambientalista no MORE -Movimento de Resistência Ecólogica, antiga e pioneira organização ambientalista de Niterói, fundada por mim e um grupo de militantes em 1980. As filhas de Tetê, Cristiane e Elzinha Suzuki fizeram parte da diretoria do More.

Aproveitando a nota na Coluna da Tetê, apresento um pouco da história de Ingrid Grael.

Ingrid Schmidt Grael, nos tempos de Miss.

Ingrid Schmidt Grael posa para foto.

Ingrid Grael cumprimenta Getúlio Vargas.

Um pouco da história de Ingrid Grael
"Ingrid fez história desde cedo. Em 1953, aos 15 anos, foi eleita a Rainha dos Jogos da Primavera. Os Jogos da Primavera foram idealizados e promovidos pelo jornalista Mário Filho, para promover o esporte nas escolas do Rio de Janeiro. O concurso da Rainha dos Jogos da Primavera, associado ao evento esportivo, reunia as qualidades atléticas e a beleza da candidata, procurando atrair, bem ao estilo da época, a participação feminina nas atividades esportivas. Vale lembrar que o esporte para as mulheres não era muito praticado e nem bem visto, a ponto de anos antes, em 1941, um Decreto-Lei ter vedado a participação feminina em vários esportes, por considerar “inapropriado à condição feminina”. O concurso pretendia mostrar que as mulheres poderiam sim praticar esportes e ainda serem bonitas. Antes de Ingrid, sua irmã mais velha Margret Schmidt, foi eleita duas vezes (1949-1950)a Rainha dos Jogos da Primavera e, então, mudaram a regra. Não era mais possível a reeleição. Seguindo os passos de Margret, Ingrid também se candidatou, em 1953, concorrendo pelo Colégio Anglo-Americano, do Rio de Janeiro. A beleza marcante, associada ao seu desempenho esportivo na vela, natação, saltos ornamentais e esgrima, fez com que conquistasse o título com facilidade. Depois, em 1955, foi eleita Miss Icaraí, Miss Niterói, Miss Rio de Janeiro e terminou em segundo lugar no concurso Miss Brasil. Mas ela era muito mais do que bela. Com temperamento forte e decidido, foi a grande referência da família, inclusive em momentos difíceis, como na ocasião do acidente que custou a perna direita de seu filho Lars. Na época, suas declarações firmes na imprensa mobilizaram a opinião pública a torcer pela recuperação de Lars e a exigir a punição do culpado pelo acidente. Como uma rainha nunca perde a majestade, Ingrid faleceu no primeiro dia da primavera e agora veleja lá em cima em ventos muito melhores".
O texto acima é parte de uma nota publicada na Coluna Rumo Náutico, no dia 27 de setembro de 2008, logo após o falecimento de Ingrid Schmidt Grael. A Coluna Rumo Náutico era escrita por mim e foi publicada aos sábados, no Jornal O Fluminense, entre setembro de 2008 e agosto de 2010.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Organização ambientalista formada por velejadores fortalece compromissos em defesa do mar


Paises onde a organização Sailors for the Sea já atua.

A organização náutico-ambientalista Sailors for the Sea (Velejadores pelo Mar), com sede em Newport, Rhode Island, nos EUA, continua crescendo e fortalecendo o compromisso dos navegadores com a proteção dos Oceanos. A organização promove o envolvimento de velejadores com campanhas ambientais, com a proteção de espécies marinhas, com a certificação de regatas, iate clubes e marinas.

No balanço anual (2012) que acaba de ser divulgado pela organização, foram destacados os seguintes aspectos:
  • A organização Sailors for the Sea já atua em 13 países - dentre eles o Brasil - e em 27 estados dos EUA.
  • 80% dos recursos rrecadados são investidos em campanhas conservacionistas, conforme comprovado por auditorias independentes.
  • 80 instituições organizadoras de regatas promovem mais de 170 Clean Regattas (Regatas Limpas, certificadas como ambientalmente corretas, vide critérios), reunindo mais de 80.000 participantes. 70% dessas reatas foram certificadas no nível Ouro ou Prata, um crescimento de 50% com relação a 2011.
  • 14 Programas de educação ambiental (Rainy Day Kits) beneficiaram 20.000 crianças em 110 localidades diferentes.
Conheça as dicas do Sailors for the Sea para tornar o seu barco amigo do meio ambiente: Clean Boating Resourses

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Mais dicas do Blog do Axel Grael:
A poluição dos barcos
Projeto Grael conclui o I Workshop de Energia Solar
Demonstração de barcos solares no ICRJ
Barco solar do Projeto Grael é vice-campeão do Desafio Solar 2009
Barcos mais verdes
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Saiba mais sobre o Sailors for the Sea em http://www.sailorsforthesea.org/

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Pesquisa revela a perda da diversidade bacteriana do solo em desmatamento da Amazônia


La deforestación del Amazonas conlleva la pérdida de las comunidades microbianas

"Hemos encontrado que después de la conversión del bosque en pastos agrícolas, las comunidades bacterianas fueron significativamente diferentes de las de los suelos forestales"

Un equipo internacional de microbiólogos liderados por Klaus Nüsslein, de la Universidad de Massachusetts Amherst (Estados Unidos), ha descubierto que una pérdida en la diversidad de los organismos microbianos responsables del funcionamiento de los ecosistemas acompaña la deforestación de la selva amazónica.

"Hemos encontrado que después de la conversión del bosque en pastos agrícolas, las comunidades bacterianas fueron significativamente diferentes de las de los suelos forestales". Según Nüsslein, experto en las comunidades microbianas del suelo de la selva tropical, esto es importante porque la combinación de especies forestales perdidas y la homogeneización de las comunidades de pastos señalan que este ecosistema "es ahora mucho menos capaz de lidiar con el estrés adicional externo".

Él y su equipo estudiaron un emplazamiento en una granja durante los últimos cuatro años en la frontera, donde los agricultores impulsan la agricultura en la selva virgen en Rondonia, Brasil, para convertir los bosques en usos agrícolas.

Los hallazgos validaron en parte investigaciones anteriores que muestran que las bacterias del suelo se diversificaron después de la conversión a pastizales, pero detectaron que los cambios en la diversidad microbiana se produjeron en grandes escalas geográficas, conclusiones que publica 'Proceedings of National Academy of Science'.

Los resultados muestran la pérdida de rangos restringidos para diferentes comunidades de bacterias como resultado de una homogeneización biótica y la pérdida neta de la diversidad en general. Los científicos temen que la pérdida de variación genética en las bacterias a través de un bosque convertido podría reducir la resistencia del ecosistema.

El biólogo y primer autor Jorge Rodrigues, de la Universidad de Texas en Arlington ha resaltado los hallazgos de la investigación. "Hemos sabido durante mucho tiempo que la conversión de la tierra en la selva del Amazonas para la agricultura produce una pérdida de la biodiversidad en flora y fauna. Ahora sabemos que las comunidades microbianas que son tan importantes para el ecosistema también sufren pérdidas significativas", ha señalado.

La Amazonia representa la mitad de la selva tropical del mundo y es el hogar de un tercio de las especies de la Tierra, si bien tiene una de las tasas más altas de deforestación. "Que la diversidad bacteriana se recupere completamente dependerá en parte de si los taxones perdidos por la conversión se han extinguido localmente o si están presentes en los sitios de pasto pero con baja abundancia de forma que no son detectables en nuestro estudio", han concluido.  

Fonte: Ecoticias

Editorial da Folha de São Paulo: "ONGs na linha".




QUE O NOVO MARCO LEGAL DO TERCEIRO SETOR, ORA EM DEBATE, TRAGA A DESEJADA MORALIZAÇÃO E A NECESSÁRIA SEGURANÇA JURÍDICA, NÃO APENAS MAIS BUROCRACIA...!!!

ONGs NA LINHA: PODER PÚBLICO NA LINHA, ... SOCIEDADE TAMBÉM.

EM 2013, UM BRASIL MAIS ÉTICO. MAIS PROSPERIDADE, COM SUSTENTABILIDADE E JUSTIÇA SOCIAL.

Axel Grael

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ONGs NA LINHA

Fruto de discussões envolvendo a Secretaria-Geral da Presidência, a Casa Civil e outros sete ministérios, chegou à presidente Dilma Rousseff uma minuta de projeto de lei para regulamentar as relações entre governo e ONGs.

A iniciativa vem depois da "faxina" promovida em 2011 pela presidente, quando os então ministros do Esporte, do Turismo e do Trabalho foram exonerados em meio a denúncias de uso desse tipo de entidade para fins ilícitos.

Não é de agora que a convivência do setor público com organizações não governamentais traz preocupações. Em 2006, por exemplo, relatório do Tribunal de Contas da União apontou que mais da metade dos R$ 150 milhões repassados pela União a ONGs contemplou associações consideradas incapazes de prestar os serviços contratados. Casos análogos também já vieram à tona em Estados e municípios.

O projeto a ser enviado pelo Executivo ao Congresso irá reunir-se a outros já em tramitação. Trata-se de regular um universo amplo e confuso. Levantamento do IBGE, em 2010, apontou 556,8 mil entidades sem fins lucrativos no país -categoria que reúne, por exemplo, partidos, cartórios e entidades religiosas.

No caso das ONGs, foram identificadas pelo instituto 290,7 mil fundações e associações privadas sem fins lucrativos. Destas, 30% dedicam-se à defesa de direitos e interesses dos cidadãos. Nas áreas tradicionais de políticas públicas -saúde, educação, pesquisa e assistência social-, chegou-se a 54,1 mil organizações (18,6%).

Entre as medidas propostas, destacam-se a exigência de que os dirigentes de ONGs interessadas em receber verbas tenham "ficha limpa" na Justiça e concordem que seus salários observem normas fixadas pelo governo. Além disso, as entidades não poderão transferir outros recursos a seus integrantes.

"... os dirigentes de ONGs interessadas em receber verbas tenham "ficha limpa" na Justiça e concordem que seus salários observem normas fixadas pelo governo. Além disso, as entidades não poderão transferir outros recursos a seus integrantes".
É saudável que o Executivo se preocupe em instituir regras para dificultar a prática de irregularidades nas relações com as ONGs.

Leis, entretanto, não bastam para evitar desvios. Muitas vezes criadas para demonstrar rigor, acarretam excesso burocrático e intervencionista.

"Leis, entretanto, não bastam para evitar desvios. Muitas vezes criadas para demonstrar rigor, acarretam excesso burocrático e intervencionista".


A desmedida incidência da corrupção no Brasil não se deve à inexistência de leis, mas ao predomínio da impunidade num ambiente político marcado pelo loteamento fisiológico de cargos e pelo desprezo com as fronteiras entre as esferas pública e privada. Tais práticas, antes de tudo, é que precisam ser combatidas e banidas.
 
Fonte: Folha de São Paulo

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Saiba mais sobre: O Marco Regulatório da Sociedade Civil

Pinta e Nina, navios de Colombo, voltam a navegar nas Americas

Columbus's ships, Nina and Pinta, sail America again

'Replicas Pinta and Nina, visiting America, one port at a time'

Morgan Sanger started a project of reproducing the three ships sailed by Christopher Columbus to America in 1992 as part of the 500th anniversary commemoration of Columbus' voyage. Now he and his son Stephen are proudly sailing replicas of two of Columbus's ships, visiting various ports in the United States to educate young Americans on their history.

Their mission is to 'bring history to life' by visiting one port at time. The father and son are captains of the Pinta and Nina, replicas of the ships on which Christopher Columbus sailed on his 1492 voyage.

The ships pulled into one of the ports, Pensacola, this week with dozens of onlookers gathered to welcome them. 'You realize how tiny they are compared to today's ships. To realize that people came across that huge ocean in such tiny ships and helped to build our country, it is just an amazing thing,' said Jim Taylor, a Pensacola man who was among those watching as the vessels made their approach in Pensacola Bay.  
Spectators watch the two ships arrive.
'These ships aren't much bigger than shrimping boats we use today,' Taylor said.

The Nina is an exact scale replica, at 65 feet long by 18 feet wide. The Pinta is slightly larger than its famous namesake.

The Sangers are from the British Virgin Islands, and Morgan Sanger's inspiration to build the ships stemmed from his time working at a shipyard there in the late 1980s. The original plan was to finish the three replicas in time for the 500th anniversary of Columbus' journey.

'It was a wooden boat shipyard where we repaired very expensive yachts. We got this idea for the quincentennial to build the ships, all three ships from 1492.' Morgan Sanger said.

However Sanger says funding became a problem and he no longer has plans to reproduce the third ship in the fleet — the Santa Maria.


Fonte: Sail-World Cruising

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Solidariedade: Lars Grael participa no Rio de evento de campanha contra o câncer.

Entrevista com Lars Grael na Corrida com você pela Vida 2012




O velejador Lars Grael dedica sistematicamente uma boa parte do seu tempo para colaborar com iniciativas filantrópicas e de caráter social.

Emissões por desmatamento caem 16% na Amazônia



O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) concluiu as estimativas de emissão por desmatamento na Amazônia em 2012. De acordo com o sistema INPE-EM, foram emitidas 352 MtonCO2/ano (milhões de toneladas de dióxido de carbono), o que representa queda de 16% nas emissões em relação a 2011.

Os dados foram calculados a partir dos resultados do PRODES 2012, que estimou 4.665 km2 de corte raso na Amazônia Legal no último período.

O atual cálculo das emissões também revela a redução de 64% em relação aos valores estimados para 2004, ano em foram desmatados quase 28 mil km2 na Amazônia Legal.

As estimativas do INPE-EM serão atualizadas após a divulgação dos dados consolidados do sistema PRODES, oportunidade em que serão apresentados também os resultados da emissão por Estados em 2012.

INPE-EM

Desenvolvido por pesquisadores do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) em parceria com a Coordenação de Observação da Terra (OBT) e o Centro Regional da Amazônia (CRA), além de instituições colaboradoras nacionais e internacionais, o INPE-EM gera resultados a partir dos dados do PRODES, sistema baseado no monitoramento de satélites do próprio INPE que calcula o quanto a Amazônia perde de floresta primária a cada ano.

Cerda de metade da biomassa florestal é composta por carbono, que é liberado na forma CO2 pelas queimadas, desmatamentos ou outras alterações no uso da terra. A velocidade da transferência de CO2 para a atmosfera está relacionada às causas do desmatamento – exploração madeireira, estabelecimento de pastagens para pecuária, agricultura mecanizada de larga escala, agricultura familiar, etc. Os resultados do INPE-EM são imprescindíveis para quantificar os impactos da perda da floresta para o balanço global de gases na atmosfera, assim como para monitorar os efeitos de ações para reduzir as emissões.

Fonte: INPE, in Amazônia

Obrigado, Dona Canô




Uma nota triste no Natal foi a perda da Dona Canô, aos 105 anos. A notícia me fez recordar do episódio que me permitiu conhecer a mãe de Caetano e Bethânia.

Em agosto de 2011, viajei com uma equipe do PROJETO GRAEL pelo interior da Bahia como parte do estudo que realizamos para a implantação de unidades do nosso projeto esportivo e educacional na região do Baixo Sul da Bahia, em parceria com o IDES - Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia, uma organização relacionada à Fundação Odebrecht.

Tínhamos acabado de acompanhar o emocionante espetáculo dos tradicionais saveiros na Regata Aratu-Maragogipe (veja também) e seguíamos para o Baixo Sul da Bahia. Estávamos acompanhados da Liliana Leite, diretora executiva do IDES, quando passamos por Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, conhecida por ser a cidade de Dona Canô e da família Veloso. Como qualquer turista e fã da família Veloso, fomos à casa de Dona Canô para a tradicional foto.

Para nossa surpresa e enorme sorte, Liliana Leite é amiga da família e ao chegarmos ao endereço, nos orientou a ir entrando pela porta da casa, que fica sempre aberta! Constrangidos e mal-acostumados com as manias da cidade grande, pedimos à Liliana que verificasse se podíamos entrar: a resposta dos da casa foi um hospitaleiro "claro que sim".

Passando-se pelos quartos que ficam ao longo do corredor da casa, chegamos à sala da casa e lá encontramos, majestosa e muito simpática, Dona Canô. A mãe dos Veloso, estava sentada diante da televisão, mas prestava atenção mesmo era no caderno cultural de um jornal. Lia e comentava...

Na casa, muito movimento. Entre parentes e amigos, algumas pessoas trabalhavam com aquela deliciosa pressa baiana na preparação dos ingredientes dos pratos que seriam servidos na festa de 104 anos de Dona Canô, que aconteceria em poucos dias. A hospitaleira família Veloso nos ofereceu uma provinha de camarão seco e refresco natural de tamarindo, que acabara de ficar pronto.

Na casa de Dona Canô, todos são bem vindos. Enquanto lá estávamos, vizinhos e afortunados moradores de Santo Amaro entravam pela porta para pedir a benção de Dona Canô.


"PURIFICAR O SUBAÉ..."

Ao me apresentar, falei sobre os planos do Projeto Grael na região e disse que era ambientalista.

Diante da minha afirmação, os familiares me contaram que quando o presidente Lula esteve com Dona Canô, ela pediu-lhe que despoluisse o Rio Subaé, que corta a sua cidade e que hoje agoniza com os problemas da falta de saneamento e, principalmente, pela contaminação por metais pesados, em particular o chumbo e o cádmio, resultado do passivo ambiental de uma antiga mineradora. Vide relatório do CETEM e matéria: "A herança maldita na terra de Caetano e Bethânia".

A influência de Dona Canô mais uma vez rendeu frutos. Fui presenteado com uma cópia do Projeto de Despoluição do Rio Subaé.

Nas matérias na TV, por ocasião de seu falecimento, vi que Dona Canô ao ser perguntada por um repórter sobre qual a sua música preferida dentre as composições de Caetano, respondeu: o hino ecológico "Terra". Em seguida, a sábia e centenária senhora, ainda conectada com o seu tempo, falou da importância de se proteger o meio ambiente.

Resta agora que se faça a vontade de Dona Canô e que o projeto de Despoluição do Subaé saia do papel e se concretize.

Obrigado, Dona Canô. Que a senhora continue abençoando a todos.

Axel Grael

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Um Natal "a ver navios": o mistério do Solent



Passei o último fim de semana curtindo esse belo visual (acima), em Itaipuaçu, Maricá (RJ). Um belo e aprazível local para o descanso natalino com a família.

Ontem, na véspera de Natal, ao observar o horizonte, reparei intrigado a movimentação de um navio cargueiro (graneleiro) que parecia navegar em círculos. Reparei no navio pela primeira vez, por volta de 8:30h.

Fiz o seguinte comentário no Facebook:
Estou em Itaipuaçu, Maricá (RJ). Desde o início da manhã, vejo um navio (um graneleiro?) no horizonte, ao Sul da entrada da Baía de Guanabara, navegando em círculos, no sentido anti-horário.

Estou intrigado com o motivo para a manobra tão inusitada e persistente.

Seria uma operação de teste de máquinas, aguardo de alguma coisa (mas navegando em círculos?) ou outro motivo meramente operacional? Vejo o navio ao longe, lá no horizonte e, portanto, não tenho motivo para afirmar nada, mas espero que não esteja limpando os seus porões, lançando ao mar água de lastro ou cometendo qualquer outra irregularidade.
Um grande número de pessoas (cerca de 40) passou também a acompanhar a movimentação do navio e publicaram comentérios no Facebook. Diante da estranheza do fato, muitos - talvez precipitadamente, eu também acabei estimulando a suspeita - levantaram a possibilidade do navio estar fazendo algo errado, como a lavagem dos tanques. Provavelmente, tratou-se de uma suspeita injusta, mas como manchas de óleo no mar da Baía de Guanabara e ao longo do seu litoral têm sido uma coisa recorrente, somos induzidos rapidamente a esta hipótese. É o DNA ambientalista!

O velejador dinamarquês Jan Nikolaj Jensen, "baixou a bola" entrou no nosso debate feicibúquico e afirmou corretamente:

Feliz Natal e navios nao precisa navegar para limpar poroes. Talvez esta a deriva esperando piloto e preguisa abordo.

É verdade. A suspeita do crime ambiental era por demais precipitada...


UMA BELA DICA: APRENDA A DESCUBRIR QUEM SÃO E ONDE ESTÃO OS NAVIOS!!!

Mas, um comentário do velejador, blogueiro e divulgador da vela, Murillo Novaes, deu a dica que valeu pelo episódio todo: postou o link de um site sensacional que permite que se observe o deslocamento de navios no mundo todo, em tempo real!!!

Não deixe de conferir. Trata-se do Marine Traffic: www.marinetraffic.com

Através do site descobrimos quem era o navio que navegava à distância ao largo da Baía de Guanabara. Tratava-se do Solent, navio de bandeira maltesa. Dados do navio:

Navio: Solent
Bandeira: Malta
Tipo de Navios: Carga
Estado: A navegar
Velocidade/trajecto: 6.5 kn / 178˚
Comprimento x largura: 189 m X 27 m
Calado: 9 m
Destino: RIO DE JANEIRO
ETA: 2012-12-24 10:00 (UTC)

Através do site Marine Traffic, chegamos à rota do Solent e confirmamos que o navio navegava em círculos, como se aguardasse algo. Veja abaixo:

Registro da rota do navio Solent, diante da Baía de Guanabara, de acordo com o site Marine Traffic.

Enfim. O site é de fato um excelente instrumento para órgãos ambientais e para quem fica de olho no que acontece no mar, como eu!

Persiste a curiosidade. O que fazia o Solent?


Aproveito para desejar um FELIZ NATAL aos leitores do BLOG do AXEL GRAEL. Bons ventos para todos!

Axel Grael

sábado, 22 de dezembro de 2012

Rodrigo cortará cargos e fará reforma administrativa



Prefeito eleito diz que Município tem órgãos com a mesma função e que não há sistema de informação. Empregos comissionados na Prefeitura de Niterói também serão cortados, afirmou

O prefeito eleito de Niterói, Rodrigo Neves (PT), anunciou, na sexta-feira, que vai fazer cortes em cargos comissionados com o objetivo de equilibrar as contas do município. O pronunciamento foi feito durante uma reunião na Associação Conselho Empresarial e Cidadania (ACEC), no Centro da cidade.

O evento teve o objetivo de firmar uma parceria entre o novo governo e representantes de 21 das principais empresas e instituições da cidade, em prol do desenvolvimento econômico, urbanístico, social e ambiental de Niterói.

Rodrigo Neves explicou que o choque de gestão terá como primeira medida uma reforma administrativa, além de outras ações relacionadas à qualidade da gestão pública. “A atual situação é de muita dificuldade, mas nosso objetivo é colocar a administração pública municipal no patamar que a sociedade espera. Para isso vamos implantar um programa de melhoria da qualidade da gestão pública em parceria com o Movimento Brasil Competitivo (MBC) e com a Falconi Consultoria. Estou aqui para pedir o apoio da Acec a esse programa”, disse o prefeito eleito.

De acordo com Rodrigo Neves, as principais dificuldades encontradas no diagnóstico realizado, do ponto de vista da gestão, foram sobreposição de órgãos com funções semelhantes, excessivo número de cargos comissionados e ausência de sistemas integrados de informação. “Além da área de gestão, temos problemas graves na saúde, na segurança pública e na mobilidade.“O choque de gestão também será muito importante para melhorar a qualidade de vida dos niteroienses. Porque se melhorarmos a qualidade da gestão e retomarmos a capacidade de investimento, a prefeitura terá condições de prestar serviços de qualidade à sociedade”, afirmou Rodrigo Neves.

“Minhas prioridades são saúde, segurança pública e mobilidade, como falei durante minha campanha, mas para que cheguemos a um resultado satisfatório em cada área precisamos realizar uma reforma administrativa e para isso é fundamental firmarmos parcerias. Essa será a marca do meu governo. Teremos parceria com o governo do estado, Presidência da República, sociedade civil e o setor privado. Por isso viemos pedir aos empresários o apoio para esse choque administrativo”, disse.

O presidente da ACEC, o empresário Robson Gouvêa, afirmou que as empresas irão contribuir com ideias, números, investimentos e o que for necessário para o desenvolvimento da cidade. “Nós entendemos o momento difícil que Niterói está passando, será um desafio muito grande. Mas ficamos tranquilos, pois a equipe (do novo governo) é muito qualificada e estamos animados e dispostos a contribuir no que for necessário”, disse.

Robson disse ainda que os empresários de Niterói podem contribuir muito para melhorar a cidade. “Podemos contribuir com nossas ideias e fazendo parcerias público-privadas para melhorar segmentos do setor produtivo”, afirmou o empresário.

Diagnóstico – Na ocasião, sem a presença da imprensa, o prefeito eleito e os futuros secretários de Fazenda, César Augusto Barbiero; Planejamento Controle Interno e Modernização da Gestão, Patrícia Audi; de Administração, Moacir Linhares Soutinho da Cruz; de Desenvolvimento Econômico, Fabiano Gonçalves, que também é presidente da CDL; e o futuro procurador-geral do município, Carlos Raposo, apresentaram um diagnóstico da situação fiscal e administrativa da prefeitura e um panorama das ações prioritárias da nova administração.

A ACEC congrega 21 instituições consideradas significativas na composição do Produto Interno Bruto (PIB) de Niterói. São elas: Associação Comercial e Industrial do Estado (ACIERJ); Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário de Niterói (ADEMI); Anhanguera Educacional; Águas de Niterói; Ampla; Casa de Saúde Nossa Senhora Auxiliadora; CDL-Niterói; CEG; Gimenez, Andrade Arquitetos Ltda.; Lojas Leader; Patrimóvel; Pinto de Almeida; Ponte S/A; Sindilojas Niterói; Sociedade Técnica de Engenharia (Soter); STX Brasil Offshore; Universidade Estácio de Sá (UNESA); Unimed Leste Fluminense; Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO); Viação Ingá; e Viação Pendotiba.

Fonte: O Fluminense

O marco regulatório da sociedade civil

Seminário realizado em 24 de maio de 2012, em Brasília, abordou a necessidade de um novo marco regulatório para as relações entre governo federal e organizações da sociedade civil.

 Presidenta Dilma Rousseff analisa texto de projeto de lei para regularizar a relação das ONGs com o poder público

Por Paulo Itacarambi*

A reivindicação por um marco legal para regular as relações entre o Estado e as organizações da sociedade civil é bem antiga no país. Remonta aos anos 1980, quando o movimento ainda engatinhava e não se previa o seu crescimento e a relevância de sua atuação para o avanço dos direitos e da cidadania no país.

Ainda em 2002, foi levada a reivindicação de um marco regulatório para o setor ao então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que se dispôs a criá-lo, mas não foi adiante. Durante a campanha presidencial de 2010, um conjunto de movimentos sociais, entidades religiosas, institutos, fundações privadas e ONGs criou a Plataforma por um Novo Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil (OSCs), que foi apresentada aos dois candidatos no segundo turno da eleição presidencial, destacando a insegurança jurídica que a falta de regulação trazia ao setor.

Dilma Rousseff, como José Serra, comprometeu-se a promover esse marco regulatório, caso fosse eleita. Por isso, entre 2011 e 2012, foi constituído um grupo de trabalho, liderado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, para consolidar o projeto de marco regulatório contido na plataforma, o qual sugere os parâmetros de como pode ser feito o repasse de recursos do governo para as entidades, por meio de chamada pública, com controle e sem burocratização.

Infelizmente, esse grupo de trabalho só foi criado depois dos escândalos envolvendo ONGs que mantinham contrato de parceria com o governo. As organizações já tinham presente há muito tempo essa situação de insegurança jurídica vivida não só por essas ONGs, mas também pelos os ministros envolvidos.

A plataforma apresentada promove, em resumo, um controle maior sobre o repasse de recursos, menor burocracia para ter acesso a ele e maior transparência na prestação de contas, com a parceria adquirindo a forma de “contrato” com o Estado. As regras também ajudam as organizações a buscar financiamento junto a outros mecanismos da sociedade.

As denúncias envolvendo justamente esse tipo de repasse de recursos aceleraram a elaboração do projeto de lei e o grupo de trabalho conseguiu mobilizar um conjunto relevante de gestores públicos, juristas e líderes sociais, que elaboraram propostas para melhorar a relação das entidades sem fins lucrativos com os órgãos do Estado.

O que diz o projeto

A grande conquista desse projeto de lei é criar um regime diferenciado para reger contratos entre o poder público e as organizações da sociedade civil. Até agora, a figura jurídica que rege essa relação é o convênio. Mas ele não é adequado, porque foi feito para regular a relação do governo federal com os Estados e municípios. Assim, as OSCs, nesse tipo de contrato, são obrigadas a cumprir as regras dos municípios, como licitar três fornecedores antes de qualquer compra e não poder usar a verba recebida para custeio.

Não reconhecendo que a natureza de uma OSC é diferente, o convênio não permite, por exemplo, o pagamento de pessoal com a verba recebida e nem mudança de rubrica, engessando suas ações. Com o marco legal específico, haverá regras próprias para esse tipo de contrato, as quais darão maior flexibilidade, bem como maior controle, o que resultará no fortalecimento dessas organizações.

Algumas regras constantes do PL as OSCs já precisam cumprir, como por exemplo: salários regulados pelo governo, não podendo ultrapassar o teto constitucional do serviço público, que é de R$ 26,7 mil; mudança nos estatutos das organizações que permitem distribuir entre a diretoria as sobras de caixa; para projetos acima de R$ 600 mil, auditoria externa e criação, no ministério que repassa a verba, de comissão para monitorar a parceria; o patrimônio da ONG não poderá ser distribuído a seus membros e, se ela fechar, esse patrimônio deverá ser repassado para outra instituição.

Entre as novas exigências estão a de a diretoria ser toda constituída por “fichas limpas”. Os dirigentes que já tenham alguma condenação não poderão receber o dinheiro até oito anos após cumprir a pena. Além disso, deverá haver uma auditoria externa para as contas e transparência na informação das ações e dos gastos ao público.

Aliás, essas medidas poderiam valer para todos os entes jurídicos que se utilizam de recursos públicos ou recebam concessões.

O PL já foi encaminhado à Presidência da República para assinatura. Vamos pressionar para que ele seja aprovado pelo Congresso Nacional ainda em 2013.

A importância do terceiro setor no país

De 2008 até hoje, as ONGs receberam do governo R$ 6 bilhões, distribuídos a mais de 8.000 convênios. Destes, 80% receberam valores abaixo de R$ 600 mil, mas representaram 20% dos repasses. Por outro lado, 20% dos convênios receberam quantias superiores a R$ 600 mil e representaram 80% dos repasses.

Segundo a Abong, existem no Brasil, atualmente, 290 mil organizações do terceiro setor, 70% das quais sem empregados registrados. Elas têm desempenhado um importante papel na história do país, seja na luta pela redemocratização ou na defesa da cidadania e dos direitos difusos, seja em experiências relevantes que resultaram em políticas públicas na área de saúde, educação, meio ambiente, consumo e outros mais, complementando a ação do Estado ou prestando serviços que ele não tem conseguido disponibilizar com eficiência. Assim, o PL vai trazer segurança jurídica para a relação entre as OSCs e o poder público.

Se queremos um desenvolvimento efetivamente sustentável para a sociedade e para o país, precisamos reconhecer o trabalho realizado pelas organizações da sociedade civil, permitindo distinguir as que fazem um trabalho realmente sério daquelas que não o fazem.

Existe um outro tipo de relação que também é importante para o desenvolvimento do país e que está fora desse marco legal: é a relação das OSCs com o setor privado.

Um próximo passo será, portanto, contribuir para a criação de incentivos fiscais que promovam o desenvolvimento de uma “cultura de doação” no setor privado, seja para sustentar um projeto de assistência social, seja para levar à frente a defesa de um direito de algum segmento da sociedade, seja para financiar atividades artísticas e culturais

A cultura de doação é muito forte nos países europeus e nos EUA. As grandes orquestras sinfônicas, os melhores museus do mundo, os centros mais avançados de pesquisa, as universidades e incontáveis projetos de assistência social são basicamente sustentados por doações da iniciativa privada.

* Paulo Itacarambi é vice-presidente executivo do Instituto Ethos


Fonte: Ethos

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Fotos da Regata Preben Schmidt 2012


A bordo do Lady Lou, com Andrea Grael no leme, esteve Rodrigo Neves (direita), prefeito-eleito de Niterói. Marcelo Ferreira e Axel Grael atentos às velas do barco. Foto de Marcelo Feitosa. 

Marcelo Ferreira, medalhista olímpico na vela, dá orientações para o prefeito-eleito de Niterói, Rodrigo Neves. Foto de Leonardo Simplício.

Lady Lou, no com vento no través, disputa posições. Foto Leonardo Simplício.

Ventos fracos atrapalharam, mas a festa foi boa, como sempre. Foto de Leonardo Simplício.

Axel Grael comemora a vitória ao cruzar a linha de chegada. Foto de Leonardo Simplício.

Tripulação do Lady Lou relaxa após cruzar a linha de chegada. Foto de Leonardo Simplício.

Axel Schmidt no comando do Barbra. Foto de Leonardo Simplício.

Como sempre, a Regata Preben Schmidt reúne gerações de velejadores. Na foto, Bobby Higgin, Paes Leme e outros. Foto de Leonardo Simplício.

Axel Grael, Rodrigo Neves, Carlos Eduardo e o medalhista olímpico Marcelo Ferreira. Foto de Leonardo Simplício.

Prefeito-eleito de Niterói, Rodrigo Neves, a bordo do barco Aileen com Torben, Lars e Axel Grael. A Regata Preben Schmidt 2012 foi uma comeoração ao centenário do barco Aileen, barco que pertenceu ao dinamarquês Preben Schmidt, pioneiro da saga da família Schmidt-Grael na vela. Foto de Leonardo Simplício.


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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Torben Grael compete com a filha em barco do avô: 'Sala de aula da família'


Medalhista olímpico faz homenagem ao patriarca da família, Preben Schmidt, e participa de regata de barcos clássicos, no Rio, com o centenário Aileen

Preben Schmidt ensinou os netos Lars e Torben Grael a velejar desde pequenos (Foto: Reprodução/SporTV)
Aileen não é um barco qualquer. É uma relíquia que faz parte da história de uma família inteira e, sem exageros, da vela brasileira. Foi com ele que Preben Schmidt, um dos pioneiros do iatismo no país, ensinou o esporte a outras gerações da família. Isso inclui os netos Torben e Lars Grael que, juntos, somam sete medalhas olímpicas. Aileen já completou 100 anos e continua nos mares. Não poderia faltar na regata que homenageou Schmidt. Para deixar o momento ainda mais especial, Torben competiu com a filha Martine (assista ao vídeo).

- Foi (o Aillen) a maior sala de aula para a família toda, né? Nós todos aprendemos a velejar a bordo do Aileen - contou o velejador, dono de dois ouros (Atlanta 1996 e Atenas 2004), uma prata (Los Angeles 1984) e dois bronzes (Seul 1988 e Sidney 2000) em Jogos Olímpicos.

Ele e a filha terminaram a regata em segundo lugar. Mas o que valeu mesmo foi ter feito esta homenagem a Schmidt, que deu nome à regata disputada na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Fazer uma viagem no tempo foi inevitável.

- Íamos velejar para Paquetá, para fora da Baía, na volta da Ilha Rasa... velejamos muito com ele... na época tinha água bem mais legal que na Baía de Guanabara - recorda.   Ciente da importância do Aileen, a família sempre preservou o barco adquirido pelo patriarca. Carregado de história, ele têm no "currículo" até uma medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos de 1912, em Estocolmo, que ainda o acompanha. Se depender dos Grael, Aileen terá vida longa e novos capítulos virão.

- Tenho certeza que as futuras gerações vão cuidar igualmente dele - disse Torben, responsável pela mais recente reforma do barco.  

Fonte: SporTV

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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Desaceleração global debilita desempenho exportador da América Latina em 2012



México, América Central e países Andinos conseguiram aumentar suas exportações ao mercado estadunidense em recuperação

Depois de registrar taxas de dois dígitos entre 2010 e 2011, o crescimento das exportações latino-americanas sofreu um declínio notório, alcançando apenas 1,5% em 2012, a um nível próximo a US$ 1 bilhão, segundo o estudo Estimativas das tendências comerciais – América Latina 2012 (em espanhol), que o Setor de Integração e Comércio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) acaba de publicar.

O desempenho do ano significou o final da fase de crescimento expansivo do comércio que seguiu a crise financeira de 2008-2009, período no qual as exportações regionais apresentaram uma impressionante recuperação alcançando uma taxa média de crescimento de 26% no biênio 2010-2011. Entretanto, à metade de 2011, as vendas externas começaram a paralisar e seguiram diminuindo durante 2012.

Apesar da perda generalizada de dinamismo das exportações, os resultados foram muito díspares entre distintos países, segundo explica o relatório do BID. As exportações do Chile e do MERCOSUL (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela) sofreram uma contração estimada de 6% e 2%, respectivamente. Em contraste, no México e América Central as exportações cresceram a uma taxa estimada de 6%, enquanto que os países andinos registraram um aumento de 5%.

Estes resultados refletem as condições desiguais que atravessam os principais parceiros comerciais da América Latina. A adversa situação na Europa resultou em uma queda das exportações latino-americanas a este destino em 5%, enquanto o menor crescimento na República Popular da China e na República da Coreia provocou uma forte desaceleração dos envios regionais à Ásia, passando a uma taxa de crescimento de 25% em 2011 a uma estimativa de apenas 1% para este ano. Com isto, os países mais relacionados comercialmente com Europa e Ásia, como o MERCOSUL e Chile, tiveram um desempenho mais pobre.

Por outro lado, as boas notícias vieram da incipiente recuperação nos Estados Unidos, que está impulsionando o crescimento das vendas latino-americanas a este mercado, com uma estimativa para o ano de 3%. Esta situação está sendo aproveitada pelos países com vínculos mais estreitos com o mercado norte-americano, como México, os centro-americanos e, em menor medida, os andinos.
As estimativas do comércio internacional de 2012 publicadas no relatório do Setor de Integração e Comércio do BID, são baseadas em dados parciais trimestrais e mensais de 16 países latino-americanos, provenientes de fontes oficiais nacionais e internacionais, assim como pelo sistema de informação sobre comércio internacional do BID, o INTrade.

Fonte: BID

Gov. Sérgio Cabral: META É DESPOLUIR 80% DA BAÍA DE GUANABARA ATÉ 2016





Para cumprir a meta de despoluição de 80% das águas da Baía de Guanabara até os Jogos Olímpicos de 2016, o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), está agindo. As obras de implantação da Unidade de Tratamento (UTR) do rio Irajá, na zona norte, já estão em andamento. A previsão de término é entre agosto e setembro de 2013. A partir daí, as águas do rio, responsável por 12% da poluição que chega à Baía de Guanabara, receberão tratamento.

Atualmente, 36% do esgoto despejado na Baía de Guanabara são tratados, 24% a mais do que em 2006, e 64% chegam in natura. Para atingir o objetivo, serão construídas mais cinco Unidades de Tratamento: nos rios Pavuna, Sarapuí e Imboaçu, e nos canais do Mangue e do Cunha. O rio Irajá nasce no Morro do Juramento e passa por cinco bairros até desaguar na Baía de Guanabara.

- Essa obra atenderá não só a população local, como também aos compromissos assumidos no caderno olímpico. Estamos fazendo uma antecipação da qualidade da água da Baía de Guanabara para uma geração inteira que foi condenada a conviver com a sua poluição. Esta Unidade de Tratamento é adaptável e flutuante. Assim que as águas do rio Irajá estiverem tratadas, poderemos retirar os equipamentos e levá-los para outro local – explica o subsecretário de Projetos e Intervenções Especiais da SEA, Antônio da Hora.

De acordo com dados divulgados pela SEA, a Unidade de Tratamento removerá do rio Irajá 70% da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO); 65% da Demanda Química de Oxigênio (DQO); 90% de sólidos em suspensão; 90% de turbidez e cor; e 98% de coliformes. Os investimentos de R$ 40 milhões para as obras foram obtidos através de uma medida de compensação ambiental.

- Fizemos um processo de renovação da licença ambiental da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) que, no último período de licenciamento, não conseguiu construir uma estação de tratamento de esgoto. Com isso foi possível viabilizar esse tratamento no rio Irajá. Acreditamos que esse investimento começará a dar resultados principalmente em uma zona muito crítica, que fica atrás do Aeroporto Internacional. O objetivo é ter um verdadeiro cinturão sanitário no entorno da Baía de Guanabara – ressalta a presidente do Inea, Marilene Ramos.

A colaboração da população neste processo de despoluição da Baía de Guanabara é fundamental para a presidente do Inea. Ela destacou que esta ajuda começa na simples ação de jogar o lixo em lugares adequados, sem jogá-lo nos rios. Marliene adiantou ainda que outros investimentos estão sendo captados para contemplar os moradores.

- A Unidade de Tratamento vai melhorar a qualidade de água na Baía de Guanabara. O principal objetivo é aumentar a pesca, reduzir o mau odor, possibilitar uma melhoria na qualidade de vida. Mas queremos ter a universalização da coleta e do tratamento de esgoto em toda a bacia contribuinte à Baía. Para isso estamos buscando investimentos para fazer o programa de saneamento ambiental dos municípios do entorno da Baía de Guanabara. A bacia do rio Irajá também está contemplada neste programa para que possamos conseguir uma rede de esgoto na porta de cada casa. Assim poderemos desativar todas essas estações de tratamento – conclui Marilene.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Exposição celebra 20 anos de pesquisa sobre mamíferos aquáticos do RJ




Exposição promovida pelo MAQUA, divulga os resultados de 20 anos de pesquisa sobre mamíferos aquáticos da Baía de Guanabara e litoral do Rio de Janeiro.

O Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores (MAQUA), do Departamento de Oceanografia da UERJ, desenvolve desde 1992, ações e pesquisas que visam ampliar o conhecimento acerca dos mamíferos marinhos que ocorrem no Estado do Rio de Janeiro, bem como sua preservação. As espécies de cetáceos (golfinhos e baleias) são o principal alvo das ações do MAQUA.

As atividades consistem em pesquisas em ambiente natural, análises dos animais encontrados mortos na costa e trabalhos de educação ambiental.

Além de levantar informações básicas sobre a ocorrência e biologia das espécies, o MAQUA realiza estudos nas áreas de ecologia, comportamento, bioacústica, ecotoxicologia, genética e osteologia.

Saiba mais sobre o MAQUA em:

Site do MAQUA
Projeto Grael recebe pesquisadores do MAQUA
Participantes de programa ambiental do Projeto Grael registram um lobo-marinho na Baía de Guanabara
Baía de Guanabara: Mar de lixo não tem peixe
Projeto Grael faz parceria para estudar a Baía de Guanabara

domingo, 16 de dezembro de 2012

Brasil melhora em ranking de percepção de corrupção



Levantamento da Transparência Internacional envolvendo 176 países não capta as iniciativas da sociedade civil brasileira por maior transparência.

Por Paulo Itacarambi*

Este domingo, 9 de dezembro, foi o Dia Mundial de Combate à Corrupção. E nesta segunda, dia 10, comemorou-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Então, nada melhor do que tratar do Índice de Percepção de Corrupção 2012, o novo ranking divulgado pela ONG Transparência Internacional (TI) sobre a percepção da corrupção no setor público.

Segundo avaliação da própria entidade, o ranking de 2012 mostra que os governos ainda têm um longo caminho a percorrer até se tornarem mais transparentes e confiáveis em suas prestações de contas. A entidade ressalta que por trás das estatísticas de corrupção existe um custo humano e histórias reais de abuso de poder e de opressão contra bilhões de seres humanos, que vivem sem acesso a serviços públicos, sem oportunidades de melhorar de vida e, principalmente, sem direitos básicos de cidadania.

Na mensagem encaminhada ao público, no dia do lançamento do ranking de 2012, a presidenta da TI, Huguette Labelle, destacou que dois terços dos 176 países analisados obtiveram pontuação inferior a 50, numa escala de 0 (alta percepção de corrupção) a 100 (baixa percepção de corrupção). Para ela, a pontuação abaixo de 50 indica que ainda existe um grande esforço desses países em ampliar a transparência e que os funcionários em cargos de poder devem prestar contas mais rigorosas à sociedade. Entre as medidas sugeridas pela TI para ampliar a transparência estão a aprovação de leis mais efetivas sobre lobby e sobre financiamento de campanhas políticas, bem como a adoção de mecanismos que garantam a prestação de contas sobre todos os atos dos governos.

A TI consulta analistas, investidores e especialistas externos para elaborar o ranking. Em 2012, houve mudanças na metodologia. Em primeiro lugar, foram atribuídas notas de 0 a 100 para cada item pesquisado. Em segundo, a TI avaliou apenas a informação mais recente no período de um ano – e não todo o período, como anteriormente. A avaliação segue os seguintes passos: escolha de fontes confiáveis que trabalhem com dados sobre percepção da corrupção; estandardização dessas fontes, ou seja, cada fonte dará uma nota de 0 a 100 para o mesmo item analisado; cálculo da média; estabelecimento de um “fator de incerteza”, que pode abaixar ou aumentar a nota, como nas pesquisas eleitorais.

A pontuação obtida mostra a percepção que as fontes têm da corrupção do setor público num determinado território. A posição no ranking significa o lugar que o país ocupa em relação a outros que foram avaliados pelos mesmos critérios, mas por fontes diferentes. Para mudar a percepção, as fontes precisam mudar a avaliação do país. Para mudar de posição, basta que o número de países aumente ou diminua.

No Índice de Percepção de Corrupção 2012, Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia dividem o primeiro lugar, com 90 pontos. Segundo a TI, essa posição foi alcançada devido aos sólidos sistemas de acesso à informação que esses países possuem e às normas que regulam a conduta dos ocupantes de cargos públicos. Os últimos lugares ficaram com Afeganistão, Coréia do Norte e Somália, com 8 pontos, pela ausência de instituições públicas eficazes e de líderes políticos que prestem contas de sua atuação.

O lugar do Brasil

O Brasil melhorou quatro posições em relação a 2011, subindo do 73º lugar para o 69º. Com isso, o país está à frente da Itália, da China, da Argentina e do México, mas atrás de Cuba, de Gana, da África do Sul, do Uruguai e do Chile. Somou 43 pontos.

A TI considera o Brasil um exemplo positivo, por conta da aprovação da Lei da Ficha Limpa, que limita o acesso à política de pessoas com processos judiciais pendentes. Para Jorge Sanches, presidente da Amarribo, que representa a TI no Brasil, a nota e a posição do país tendem a melhorar nos próximos rankings, quando os efeitos da Lei de Acesso à Informação puderem ser mais percebidos.

Por outro lado, uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, (UFMG) e do Instituto Vox Populi mostra que atitudes ilícitas estão tão enraizadas na cultura do brasileiro que acabam sendo encaradas como parte do cotidiano. O desvio privado não é visto como corrupção. A pesquisa apontou dez atitudes que os brasileiros mais adotam sem refletir se são corruptas:
  • Não dar nota fiscal;
  • Não declarar Imposto de Renda;
  • Tentar subornar o guarda para evitar multas;
  • Falsificar carteirinha de estudante;
  • Dar/aceitar troco errado;
  • Roubar TV a cabo;
  • Furar fila;
  • Comprar produtos falsificados;
  • No trabalho, bater ponto pelo colega;
  • Falsificar assinaturas.
Mas a sondagem também mostra dados positivos, como o fato de 84% dos pesquisados afirmar que, em qualquer situação, existe sempre a chance de a pessoa ser honesta.
A importância da sociedade civil

A própria TI reconhece que o ranking do Índice de Percepção de Corrupção é limitado, pois revela apenas a percepção da corrupção no setor público do ponto de vista de empresários e especialistas. Não avalia a atuação da sociedade civil que, no caso brasileiro, tem sido imprescindível para o avanço da transparência.
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Muitos podem pôr em dúvida esse papel, ao verificar a pesquisa da UFMG. De fato, ela demonstra que o “jeitinho” ainda prevalece no cotidiano e que uma transformação cultural é necessária e pode estar a caminho.
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Com a maior atuação da Polícia Federal, do Ministério Público, da Controladoria-Geral da União (CGU) e de parte do Judiciário, as denúncias e processos contra corruptos estão aumentando. Ainda falta passar a mensagem de que acabou a tolerância com a impunidade para todos, e não apenas para alguns.
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Com isso, será possível combater com maior eficiência a “pequena corrupção”, como definiu o economista John Kenneth Galbraith, aquela que não exige nota fiscal, por exemplo, sem avaliar o impacto dessa atitude na sonegação fiscal do país.
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O fato de a Lei da Ficha Limpa ter sido aprovada por pressão da sociedade – por meio de uma iniciativa popular com mais de 1 milhão de assinaturas – mostra uma mudança de “humor” na sociedade brasileira que ainda não foi apontada por pesquisas da forma como deveria.

Desde as lutas pela redemocratização do Brasil, o tema da corrupção esteve presente e ganhou foro próprio a partir do início dos anos 2000, com iniciativas da sociedade civil que pressionaram os três poderes da República, em todas as suas instâncias.

Além da Lei da Ficha Limpa, que ajudou o país a melhorar sua posição no ranking da TI, tivemos a Lei de Acesso à Informação também aprovada por pressão da sociedade civil sobre os parlamentares. E continua a mobilização para sua completa implementação nos órgãos federais, estaduais e municipais.

De modo específico, as empresas e o Instituto Ethos também vêm se mobilizando para melhorar o ambiente de negócios e as relações público-privadas.

Uma de suas iniciativas é o projeto Jogos Limpos Dentro e Fora dos Estádios, que na semana passada reuniu quinze grandes empresas dos setores de energia e tecnologia da saúde para construírem acordos setoriais que garantam a transparência nos orçamentos das grandes obras para a Copa do Mundo de 2014 e para a Olimpíada de 2016.

No início de novembro, foi lançado o Índice de Transparência Municipal, com indicadores construídos por vários movimentos sociais que ajudam a verificar o nível de implementação da Lei de Acesso à Informação nas cidades-sede da Copa do Mundo. Esse índice também pode ser aplicado em qualquer município do país.

Outra iniciativa voluntária em prol da transparência é o Cadastro Pró-Ética, da CGU e do Instituto Ethos, que avalia e divulga as empresas voluntariamente engajadas na construção de um ambiente de integridade e confiança nas relações comerciais, inclusive naquelas que envolvem o setor público.

Também vale lembrar o Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção, iniciativa pioneira que reúne mais de 300 empresas comprometidas voluntariamente com diretrizes de ética e transparência em seus negócios com o mercado e com o setor público.

Com a mobilização das empresas e maior atuação das instituições públicas, com Polícia Federal, Ministério Público e CGU, o país não só vai melhorar a percepção da corrupção como avançar num comportamento cidadão enraizado em nossa cultura.

É a isso que aspiramos.

* Paulo Itacarambi é vice-presidente executivo do Instituto Ethos.

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Fonte: Ethos