domingo, 24 de setembro de 2023

NITERÓI NA ROTA DO ECOTURISMO: RECEBEMOS AQUI O CONGRESSO BRASILEIRO DE TRILHAS



Entre os dias 20 e 24 de setembro, Niterói foi a casa do 2º Congresso Brasileiro de Trilhas, o maior evento da América Latina voltado para este segmento! No emblemático Caminho Niemeyer, recebemos com muita alegria milhares de gestores públicos, movimentos sociais, pesquisadores e empreendedores para uma extensa programação com debates, seminários e oficinas. Niterói é uma grande referência quando se fala em estratégia de gestão sustentável focada em preservação ambiental e incentivo ao ecoturismo! Por isso, foi com muito orgulho que apresentamos toda a nossa experiência e estrutura nesta agenda.

Na abertura do evento, defendi a importância do Congresso de Trilhas para o debate sobre as políticas públicas voltadas à valorização dos parques e conectividade entre os territórios protegidos. Em meus mais de 30 anos de experiência nesta área, um dos aprendizados que considero mais importantes é sobre o papel estratégico que as trilhas podem ter para formar uma massa crítica a favor das áreas verdes. Ainda existe uma falsa dicotomia como se desenvolvimento e conservação ambiental caminhassem em lados opostos. Precisamos trabalhar para reverter essa concepção equivocada, uma vez que esses espaços têm grande potencial como instrumentos de geração de oportunidades e de emprego e renda. O melhor caminho é termos as pessoas frequentando - e consequentemente defendendo - os parques. Falo mais sobre este assunto aqui.

No ano passado o Congresso aconteceu em Goiânia, ocasião em que pude apresentar um pouco da gestão de Niterói e iniciativas que garantem a proteção de aproximadamente 56% do nosso território. Este ano foi a nossa vez! Foi muito bacana mostrar presencialmente para tantas pessoas, aqui em nossa cidade, tudo que estamos fazendo. Os participantes do Congresso puderam, por exemplo, conhecer o trecho niteroiense da Rota Charles Darwin, que conecta unidades de conservação como o Parque Natural Municipal de Niterói (Parnit) e o Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset).

Os participantes do Congresso também puderam se encantar com o recém-inaugurado Parque Natural Municipal do Morro do Morcego, um atrativo chave na estratégia da Prefeitura de Niterói para o ecoturismo. Com uma das melhores redes de trilhas do País, paisagens exuberantes e a apenas 14 km de uma das principais portas de entrada do Brasil, nossa cidade tem um potencial extraordinário para o turismo voltado ao meio ambiente. Nosso Guia de Trilhas, lançado em 2020, em breve ganhará uma nova edição, ainda mais robusta. O Parque do Morro do Morcego tem a marca dos esforços que viemos desenvolvendo desde 2013: com gestão qualificada e planejamento para preservação do ecossistema aliada a geração de renda, niteroienses e visitantes poderão aproveitar uma joia antes tão distante para a maioria.

Um relatório recente do US News & World Report colocou o Brasil como principal destino de aventura do mundo entre 78 nações. Precisamos promover o entendimento das unidades de conservação como um patrimônio com potencial de uso sustentável em benefício da população, e não como desperdício de verbas públicas. As mais de 3 mil pessoas que participaram do Congresso sinalizam que, apesar de ainda termos muito a fazer, estamos avançando e existe muita gente neste País disposta a contribuir com a mobilização pelos parques, pelas trilhas e pela conservação ambiental.

Deixo aqui registrado minha gratidão a todos que vieram a Niterói para o 2º Congresso Brasileiro de Trilhas, especialmente à secretária nacional de biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Rita Mesquita, ao presidente da Rede Brasileira de Trilhas, Hugo Castro, e ao Diretor da Rede Brasileira de Trilhas, Pedro da Cunha. Parabéns e minha gratidão também à toda a equipe da Prefeitura de Niterói envolvida na organização deste evento. Niterói já está na rota do ecoturismo! Temos orgulho de nossa tradição ambientalista e seguimos trabalhando com a convicção de que nossa cidade tem vocação para o avanço e para o pioneirismo.

Axel Grael
Prefeito de Niterói


sábado, 23 de setembro de 2023

Artigo da Universidade de Yale alerta sobre a poluição causada pelo desgaste dos pneus


Os problemas causados pelos veículos automotores não estão relacionados apenas com a poluição causada pela emissões de gases e ruído dos motores, além da saturação do sistema viário das cidades pelo excesso de automóveis. Há outras graves preocupações que não têm tido a devida atenção.

Na semana que várias cidades do mundo celebram o Dia Mundial Sem Carro, o site da Escola de Meio Ambiente da Universidade de Yale, de New Haven, Connecticut, EUA, publicou um importante alerta sobre uma dimensão pouco conhecida da poluição urbana: o impacto ambiental causado pelos pneus e freios dos veículos. A legislação e padrões de controle da poluição focou nas emissões de gases veiculares e se omitiu quanto às chamadas emissões não-atmosféricas (Non-Exhaust Emissions), que inclui o pó causado pelo desgaste dos pneus.

O artigo, assinado por Jim Robbins, informa que 78% dos microplásticos nos oceanos é composto por borracha sintética proveniente do desgaste dos pneus nas ruas e que são carreados pela drenagem urbana e de estradas chegando aos rios e ao mar. A poluição também é propagada pelo ar na forma de particulados que podem ser inalados oferecendo um grande risco àsaude humana. 

Os pneus são constituídos de mais de 400 compostos químicos, muitos deles cancerígenos. Preocupado com os riscos à saúde, ao meio ambiente e à biodiversidade, o governo da Califórnia estabeleceu um prazo até 2024 para que os fabricantes de pneus substituam o mais perigoso dos componentes que é o 6PPD-q. A Europa, por sua vez, está regulando as emissões automotivas através da norma Euro 7, que encontra grande resistência das montadoras.

Os quatro pneus de um carro emitem coletivamente 1 trilhão de micropartículas (menores do que 100 nanômetros) por quilômetro! No mundo são vendidos anualmente cerca de 2 bilhões de pneus. Segundo o autor, caso empilhados deitados, alcançariam a distância da terra para a lua. O mercado estima que em 2030, essa quantidade chegará a 3,4 bilhões/ano. Bicicletas também liberam partículas dos seus pneus, mas em quantidades muito menores. A produção anual por veículo de microresíduos de pneus é maior nos EUA do que na Europa, pois os veículos europeus percorrem distâncias menores.

Segundo o artigo, carros elétricos desgastam 20% mais os pneus do que os demais, pois são mais pesados e possuem mais torque.

Outra publicação, da Revista dos Pneus, informa que "as partículas de desgaste dos pneus e das estradas são uma mistura de fragmentos do piso dos pneus e elementos da superfície da estrada, tais como minerais e pó de estrada, aproximadamente 50% cada um. Estas partículas são geralmente consideradas microplásticos devido à sua dimensão e composição". A publicação informa ainda que a poluição causada pelo desgaste dos pneus é 1.000 vezes pior que as emissões atmosféricas dos automóveis. Atualmente, acredita-se que as Non-Exhaust Emissions - NEE constituam a maioria do material particulado primário dos transportes rodoviários, 73% das PM10 (partículas inaláveis menores do que 10 micra) e 60% das PM 2,5 (menores do que 2,5 micra), partículas ainda mais perigosas à saúde.

Voltando ao artigo de Robbins, um estudo realizado em Vancouver, Canadá, estimou que jardins de chuva (rain gardens) - um tipo de solução utilizada em drenagem sustentável, que compõe um conjunto de técnicas conhecidas como Soluções Baseadas na Natureza - previnem que mais de 90% dos micro resíduos de pneus cheguem aos corpos hídricos. Soluções como essa estão sendo implantadas pelo Programa Região Oceânica Sustentável (Pro Sustentável), da Prefeitura de Niterói, principalmente no premiado Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis (POP Sirkis) e seu entorno. 

Axel Grael
Prefeito de Niterói



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Highway traffic in Colombo, Sri Lanka. THILINA KALUTHOTAGE/NURPHOTO VIA AP


Road Hazard: Evidence Mounts on Toxic Pollution from Tires

Researchers are only beginning to uncover the toxic cocktail of chemicals, microplastics, and heavy metals hidden in car and truck tires. But experts say these tire emissions are a significant source of air and water pollution and may be affecting humans as well as wildlife.

BY JIM ROBBINS • SEPTEMBER 19, 2023

For two decades, researchers worked to solve a mystery in West Coast streams. Why, when it rained, were large numbers of spawning coho salmon dying? As part of an effort to find out, scientists placed fish in water that contained particles of new and old tires. The salmon died, and the researchers then began testing the hundreds of chemicals that had leached into the water.

A 2020 paper revealed the cause of mortality: a chemical called 6PPD that is added to tires to prevent their cracking and degradation. When 6PPD, which occurs in tire dust, is exposed to ground-level ozone, it’s transformed into multiple other chemicals, including 6PPD-quinone, or 6PPD-q. The compound is acutely toxic to four of 11 tested fish species, including coho salmon.

Mystery solved, but not the problem, for the chemical continues to be used by all major tire manufacturers and is found on roads and in waterways around the world. Though no one has studied the impact of 6PPD-q on human health, it’s also been detected in the urine of children, adults, and pregnant women in South China. The pathways and significance of that contamination are, so far, unknown.

Seventy-eight percent of ocean microplastics are synthetic tire rubber, according to one estimate.

Still, there are now calls for regulatory action. Last month, the legal nonprofit Earthjustice, on behalf of the fishing industry, filed a notice of intent to sue tire manufacturers for violating the Endangered Species Act by using 6PPD. And a coalition of Indian tribes recently called on the EPA to ban use of the chemical. “We have witnessed firsthand the devastation to the salmon species we have always relied upon to nourish our people,” the Puyallup Tribal Council said in a statement. “We have watched as the species have declined to the point of almost certain extinction if nothing is done to protect them.”

The painstaking parsing of 6PPD and 6PPD-q was just the beginning of a global campaign to understand the toxic cocktail of organic chemicals, tiny particles, and heavy metals hiding in tires and, to a lesser extent, brakes. While the acute toxicity of 6PPD-q and its source have strong scientific consensus, tire rubber contains more than 400 chemicals and compounds, many of them carcinogenic, and research is only beginning to show how widespread the problems from tire dust may be.

While the rubber rings beneath your car may seem benign — one advertising campaign used to feature babies cradled in tires — they are, experts say, a significant source of air, soil, and water pollution that may affect humans as well as fish, wildlife, and other organisms. That’s a problem because some 2 billion tires globally are sold each year — enough to reach the moon if stacked on their sides — with the market expected to reach 3.4 billion a year by 2030.

Tires are made from about 20 percent natural rubber and 24 percent synthetic rubber, which requires five gallons of petroleum per tire. Hundreds of other ingredients, including steel, fillers, and heavy metals — including copper, cadmium, lead, and zinc — make up the rest, many of them added to enhance performance, improve durability, and reduce the possibility of fires.

Both natural and synthetic rubber break down in the environment, but synthetic fragments last a lot longer. Seventy-eight percent of ocean microplastics are synthetic tire rubber, according to a report by the Pew Charitable Trust. These fragments are ingested by marine animals — particles have been found in gills and stomachs — and can cause a range of effects, from neurotoxicity to growth retardation and behavioral abnormalities.

Tire emissions from electric vehicles are 20 percent higher than those from fossil-fuel vehicles.

“We found extremely high levels of microplastics in our stormwater,” said Rebecca Sutton, an environmental scientist with the San Francisco Estuary Institute who studied runoff. “Our estimated annual discharge of microplastics into San Francisco Bay from stormwater was 7 trillion particles, and half of that was suspected tire particles.”

Tire wear particles, or TWP as they are sometimes known, are emitted continually as vehicles travel. They range in size from visible pieces of rubber or plastic to microparticles, and they comprise one of the products’ most significant environmental impacts, according to the British firm Emissions Analytics, which has spent three years studying tire emissions. The company found that a car’s four tires collectively emit 1 trillion ultrafine particles — of less than 100 nanometers — per kilometer driven. These particles, a growing number of experts say, pose a unique health risk: They are so small they can pass through lung tissue into the bloodstream and cross the blood-brain barrier or be breathed in and travel directly to the brain, causing a range of problems.

According to a recent report issued by researchers at Imperial College London, “There is emerging evidence that tyre wear particles and other particulate matter may contribute to a range of negative health impacts including heart, lung, developmental, reproductive, and cancer outcomes.”



The report says that tires generate 6 million tons of particles a year, globally, of which 200,000 tons end up in oceans. According to Emissions Analytics, cars in the U.S. emit, on average, 5 pounds of tire particles a year, while cars in Europe, where fewer miles are driven, shed 2.5 pounds per year. Moreover, tire emissions from electric vehicles are 20 percent higher than those from fossil-fuel vehicles. EVs weigh more and have greater torque, which wears out tires faster.

Unlike tailpipe exhaust, which has long been studied and regulated, emissions from tires and brakes — which emit significant amounts of metallic particles in addition to organic chemicals — are far harder to measure and control and have therefore escaped regulation. It’s only in the last several years, with the development of new technologies capable of measuring tire emissions and the alarming discovery of 6PPD-q, that the subject is receiving much needed scrutiny.

Recent studies show that the mass of PM 2.5 and PM 10 emissions — which are, along with ozone and ultrafine particles, the world’s primary air pollutants — from tires and brakes far exceeds the mass of emissions from tailpipes, at least in places that have significantly reduced those emissions.

Tires release 100 times the amount of volatile organic compounds as a modern tailpipe, says an analyst.

The problem isn’t just rubber in its synthetic and natural form. Government and academic researchers are investigating the transformations produced by tires’ many other ingredients, which could — like 6PPD — form substances more toxic than their parent chemicals as they break down with exposure to sunlight and rain.

“You’ve got a chemical cocktail in these tires that no one really understands and is kept highly confidential by the tire manufacturers,” said Nick Molden, the CEO of Emissions Analytics. “We struggle to think of another consumer product that is so prevalent in the world, and used by virtually everyone, where there is so little known of what is in them.”

“We have known that tires contribute significantly to environmental pollution, but only recently have we begun to uncover the extent of that,” said Cassandra Johannessen, a researcher at Montreal’s Concordia University who is quantifying levels of tire chemicals in urban watersheds and studying how they transform in the environment. The discovery of 6PPD-q has surprised a lot of researchers, she said, because they have learned that “it’s one of the most toxic substances known, and it seems to be everywhere in the world.”

Regulators are playing catch up. In Europe, a standard to be implemented in 2025, known as Euro 7, will regulate not only tailpipe emissions but also emissions from tires and brakes. The California Environmental Protection Agency has passed a rule requiring tire makers to declare an alternative to 6PPD-q by 2024.

Tire companies are conducting their own studies of 6PPD, which they have long considered critical for tire safety, and seeking alternatives. In response to new regulations and the emerging research on tire emissions, 10 of the world’s large tire manufacturers have formed the Tire Industry Project to “develop a holistic approach to better understand and promote action on the mitigation” of tire pollution, according to a statement by the project. The group has committed to search for ways to redesign tires to reduce or eliminate emissions.

One critical area of research is how long tire waste, and its breakdown products, persist in the environment. “A five-micron piece of rubber shears off the tire and settles on the soil and sits there a while,” said Molden. “What, over time, is the release of those chemicals, how quickly do they make their way into the water, and are they diluted? At the system level, how big of a problem is this? It is the single biggest knowledge gap.”

Another area of research centers on the impacts of aromatic hydrocarbons — including benzene and naphthalene — off-gassed by synthetic rubber or emitted when discarded tires are burned in incinerators for energy recovery. Even at low concentrations, these compounds are toxic to humans. They also react with sunlight to form ozone, or ground-level smog, which causes respiratory harm. “We have shown that the amount of off-gassing volatile organic compounds is 100 times greater than that coming out of a modern tailpipe,” said Molden. “This is from the tire just sitting there.”

Scientists found that rain gardens could prevent more than 90 percent of a dangerous tire pollutant from entering streams.

When tires reach their end of life, they’re either sent to landfills, incinerated, burned in an energy-intensive process called pyrolysis, or shredded and repurposed for use in artificial turf or in playgrounds or for other surfaces. But as concern about tire pollutants grows, so do concerns about these recycled products and the hydrocarbons they may off-gas. There is ongoing debate over whether crumb rubber, made from tire scraps, poses a health threat when used to fill gaps in artificial turf. Based on several peer-reviewed studies, the European Union is instituting stricter limits on the use of this material. Other studies, however, have shown no health impact.

Besides California’s requirement to study alternatives to 6PPD, there are a number of efforts worldwide to redesign tires to counter the problems they pose. More than a decade ago, tire makers hoped that dandelions, which produce a form of rubber, and soy oil could provide a steady and sustainable supply of rubber. But tires made from those alternatives didn’t live up to expectations: they still required additives. The Continental Tire Company, based in Hanover, Germany, markets a bicycle tire made of dandelion roots. Tested by Emission Analytics, it emitted 25 percent fewer carcinogenic aromatics than conventionally made bike tires, but the plant-powered tire still contained ingredients of concern.

Other companies are searching for ways to address the problem of tire emissions. The Tyre Collective, a clean-tech startup based in the U.K., has developed an electrostatic plate that affixes to each of a car’s tires: The plates remove up to 60 percent of particles emitted by both tires and brakes, storing them in a cartridge attached to the device. The particles can be reused in numerous other applications, including in new tires.

In San Francisco, scientists studying the pollutants in storm runoff found a potential solution: Rain gardens, installed in yards to capture stormwater, were also trapping 96 percent of street litter and 100 percent of black rubbery fragments. In Vancouver, B.C. researchers found that rain gardens could prevent more than 90 percent of 6PPD-q from running off roads and entering salmon-bearing streams. Tire waste particles, says Molden, of Emissions Analytics, are finally getting the attention they deserve, thanks in part to California’s rule requiring a search for alternatives to 6PPD. The legislation “is groundbreaking,” he says, “because it puts the chemical composition [of tires] on the regulatory agenda.” For the first time, he adds, “Tire manufacturers are being exposed to the same regulatory scrutiny that car manufacturers have been for 50 years.”




sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Marisqueiros de Niterói são reconhecidos como comunidade tradicional e agora têm prática legalizada nas praias da cidade

 


Foi com muito orgulho que assinei, no início desta semana, um decreto que reconhece os marisqueiros de Niterói como comunidade tradicional no município. Essa nova medida é muito importante porque, além de legalizar a prática nas praias da nossa cidade, permite uma maior fiscalização do manuseio dos mariscos. Os marisqueiros compõem um grupo que é marca da cultura niteroiense e o reconhecimento de sua atividade é fruto do trabalho em parceria da Prefeitura de Niterói com a Universidade Federal Fluminense (UFF), através do Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados (PDPA).


Recebi um grupo de lideranças dos marisqueiros, a subsecretária de Cidadania e Economia Criativa, Walkiria Nichteroy, e a coordenadora do PDPA no Escritório Escola de Engenharia e Design (E3D) da UFF, Suzana Hecksher, para a assinatura da nova legislação e para uma boa conversa sobre a importância da prática da maricultura em nossa cidade. O reconhecimento da atividade dos marisqueiros como tradicional, além da importância simbólica, também vai permitir que esses trabalhadores sejam formalizados, viabilizando sua inclusão em diversos serviços públicos.

Fiquei especialmente feliz com a fala da Dona Salete Ferreira, liderança marisqueira que falou da importância de poder trabalhar de forma legalizada, em seu espaço, garantindo seu sustento e de sua família. Para a Prefeitura de Niterói, é fundamental que este grupo tenha condições de avançar em sua qualidade de vida, enquanto preserva a sua identidade. Acompanho há muitos anos a prática da maricultura. Quando realizada de forma correta e sustentável, é positiva até para a fauna marinha, que pode ser atraída pela boa oferta de alimentos.

O projeto desenvolvido através do PDPA - O reconhecimento da atividade dos marisqueiros é fruto de um trabalho em parceria da prefeitura de Niterói com a Universidade Federal Fluminense (UFF), que desenvolveu o projeto “Futuro Próspero da Produção de Mexilhões em Niterói: da Tradição ao Dinamismo”. Através da proposta, pesquisadores da universidade atuam no desenvolvimento econômico e social da maricultura. A iniciativa faz parte do Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados (PDPA) e conta com o apoio da Fundação Euclides da Cunha (FEC).

Entre os principais objetivos do PDPA, destacam-se o monitoramento da qualidade higiênico-sanitária dos mexilhões produzidos no município de Niterói, a disseminação de informações, também sobre empreendedorismo e de caráter financeiro, para o grupo de marisqueiros, além da criação de uma unidade de beneficiamento de moluscos.


MAIS UM RECONHECIMENTO: PARQUE ORLA PIRATININGA CONQUISTA PRÊMIO FIRJAN DE SUSTENTABILIDADE 2023



Pode parecer notícia repetida, mas é mais uma vitória: o já multipremiado Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis (POP) conquistou um novo reconhecimento! Desta vez, o projeto levou o Prêmio Firjan de Sustentabilidade 2023, na categoria Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. Recebi o troféu durante o Rio Construção Summit, que por uma feliz coincidência aconteceu na última terça-feira, 19, Dia Mundial pela Limpeza da Água.

Com o Parque Orla, apostamos em um projeto arrojado e de caráter inovador. Desde sua concepção, é uma iniciativa muito estratégica, porque reúne o esforço de recuperação da Lagoa de Piratininga e do entorno, com requalificação do espaço e oferecimento de um espaço de lazer e recreação para a população. Por isso, trabalha com princípios de sustentabilidade ambiental e justiça social. O primeiro trecho do POP foi entregue em junho, o Centro de Esporte e Lazer na Ilha do Tibau foi entregue em julho, e em breve vamos entregar o parque completo, com resultados ainda mais impactantes.

Recebi o prêmio acompanhado da coordenadora do Programa Pro Sustentável, Dionê Marinho Castro, peça fundamental para a construção do Parque Orla. Como ela comentou, transformamos uma área por muitos anos degradada em um grande jardim. Tenho muito orgulho de apresentar o Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis como o maior projeto de soluções baseadas na natureza do país!

Esse é o terceiro prêmio do POP apenas este ano. Em maio, o projeto foi vencedor na categoria “Desenvolvimento Urbano Sustentável e Mobilidade” do LATAM Smart City Awards 2023, entregue no México. Em junho, foi escolhido pelo “Prêmio Cidades Sustentáveis: acelerando a implementação da Agenda 2030” como o melhor projeto ambiental do País

O parque - O POP integra o Programa Região Oceânica Sustentável (PRO Sustentável), financiado pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). Com investimento de R$ 100 milhões, o equipamento conta com jardins filtrantes que limpam as impurezas das águas pluviais e das três principais bacias hidrográficas que desaguam na Lagoa de Piratininga, devolvendo água de qualidade para a Lagoa de Piratininga.

O Parque Orla tem uma área de 680 mil metros quadrados, incluindo as ilhas do Modesto, Pontal e do Tibau. O projeto também conta com quatro píeres de contemplação e seis de pesca, 10.6 km de ciclovia, 17 áreas de lazer, 3 mirantes e um centro ecocultural voltado para educação ambiental.

Estamos animados e trabalhando incansavelmente para vermos o POP em breve completamente entregue à população. Vamos em frente!

Axel Grael


terça-feira, 19 de setembro de 2023

MOMENTO HISTÓRICO: ASSINAMOS O CONTRATO DAS OBRAS DE DRAGAGEM DO CANAL DE SÃO LOURENÇO

 





Um dia histórico para Niterói! Na última segunda-feira (18), assinei o contrato para a aguardada obra de dragagem do Canal de São Lourenço. Ao lado do ex-prefeito e secretário Executivo, Rodrigo Neves, e do secretário de Desenvolvimento Econômico, Luiz Paulino Moreira Leite, além de representantes do setor de petróleo e gás, da pesca e de atividades portuárias da cidade, sacramentei a execução da intervenção, que começará em dezembro. Com investimento de R$ 138 milhões da Prefeitura de Niterói, a obra será um divisor de águas para a cidade, alavancando setores estratégicos do município, gerando emprego e renda.

As intervenções da dragagem do Canal de São Lourenço começam após a finalização do projeto básico de engenharia e serão executadas pelo Consórcio Fluminense, vencedor da licitação e formado pelas empresas DTA Engenharia Ltda e SK Infraestrutura Ltda. Esperada por 30 anos, a obra vai ampliar o acesso da infraestrutura aquaviária ao Complexo Industrial e Portuário de Niterói, revitalizando todo o segmento. É mais uma iniciativa que integra o projeto Niterói 450 anos, voltado para Economia do Mar, alavancando toda a produção dos setores e gerando cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos.

O início da dragagem do Canal de São Lourenço acontece após seis anos de trabalho árduo, muito planejamento e mobilização da Prefeitura de Niterói. Resgato aqui um breve histórico:

2017: Prefeitura de Niterói publica o edital e posteriormente o resultado do procedimento licitatório para Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (Rima) para a dragagem do canal de São Lourenço.

2018: Começa a fase de estudos, com investimento de R$ 772.598,53 por parte da Prefeitura de Niterói.

2019: A Prefeitura de Niterói entrega o EIA/Rima para análise do Instituto Estadual do Ambiente. A aprovação prévia do estudo saiu no mesmo ano. Prefeitura e o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) realizam audiência pública para apresentar o estudo.

2020: A Comissão Estadual de Controle Ambiental (Ceca) do Inea, aprova, por unanimidade, o relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).

2021: A dragagem do Canal de São Lourenço é incluída no pacote de obras do Plano Niterói 450 Anos, de R$ 2 bilhões, para impulsionar a retomada econômica da cidade pós-pandemia.

2022: Inea aprova dragagem do Canal de São Lourenço e entrega todas as licenças para realização da obra. Prefeitura prepara o edital de licitação para execução das intervenções.

2023: Em fevereiro, a Prefeitura lança edital para dragagem do Canal de São Lourenço. Em setembro, é assinado o contrato para execução das obras.

A obra de dragagem do Canal de São Lourenço

O desassoreamento do trecho da Baía de Guanabara acontecerá entre a Ilha da Conceição e a Ponte Rio-Niterói e aumentará de 7m para 11m a sua profundidade (calado), o que permitirá o aumento da função operacional dos estaleiros, o estímulo a novas construções de embarcações e a movimentação do setor de reparos e offshore.

Antes de iniciar a dragagem, que será acompanhada pelo INPH, é necessária a retirada de um material acumulado que não pode ser aproveitado. Para isso, serão instaladas geobags, em uma técnica que armazena e desidrata a retenção de sólidos ou lodo da água, sem devolvê-la ao mar. Em outra etapa, a obra se concentrará na parte de trás dos estaleiros, onde já foi feita, há alguns anos, uma intervenção, mas não deste porte. Também será feito estudo geométrico e de sinalização náutica.

Desde 2013, buscamos caminhos para retomar em Niterói a atividade naval, que já foi uma das maiores arrecadações do município. O maior desses esforços é a dragagem do Canal de São Lourenço, mais uma obra por muito anos aguardada que este governo tira do papel porque acreditamos no potencial de impacto da indústria naval e da pesca na economia da cidade. Como se sabe, é uma intervenção que seria de responsabilidade do Governo Federal, mas não poderíamos ficar de braços cruzados diante da grande crise que afeta os dois setores.

Niterói segue mostrando sua vocação para o avanço e para o pioneirismo. Nenhuma outra Prefeitura no Brasil realiza, neste momento, uma intervenção desta proporção. Seguimos em nossa missão de ampliar a infraestrutura, oportunidades, sustentabilidade, mais empregos e mais qualidade de vida para os niteroienses. Vamos em frente!

Axel Grael
Prefeito de Niterói


terça-feira, 12 de setembro de 2023

NITERÓI É A CIDADE MAIS INTELIGENTE DO PAÍS ENTRE MUNICÍPIOS DE MÉDIO PORTE





Município ainda também subiu no ranking nacional e assumiu a quinta posição

Na segunda-feira (04), estive em São Paulo para receber mais uma boa notícia para Niterói! Nossa cidade voltou a subir no Ranking Connected Smart Cities 2023 e se tornou a mais inteligente do País entre municípios de 100 mil a 500 mil habitantes. O novo levantamento traz, ainda, a cidade em quinto lugar no ranking geral e na primeira posição nacional em Governança.

Niterói vem, nos últimos anos, escalando posições no ranking de Smart Cities. Na primeira edição do levantamento, em 2015, a cidade estava em 17° lugar nacional. Em 2021, foi 9° lugar; em 2022, 8° lugar. Agora, em 2023, ficou entre as cinco mais inteligentes do País — sendo a única não-capital do grupo. Além do indicador de Governança, a cidade se destacou em Urbanismo (2ª colocação), Tecnologia e Inovação (9ª colocação) e Meio Ambiente (10ª colocação).

Esse resultado reconhece o trabalho que estamos desenvolvendo na Prefeitura de Niterói com práticas voltadas ao governo mais digital, inteligente e inclusivo. Temos a firme convicção de que a cidade inteligente é aquela que utiliza as ferramentas tecnológicas para melhorar a qualidade de vida do cidadão. Somos quinto lugar nacional porque usamos a tecnologia para para levar mais inclusão social, mais sustentabilidade, mais resiliência, mais serviços, mais oportunidades para o niteroiense. Estamos investindo muito em comunicação com a população, em governança, em modernizar a gestão e sempre buscando a transparência.

Desde 2013, acumulamos iniciativas de sucesso como o Sigeo, o Colab, além do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) e o Centro de Controle e Operação (CCO). No último ano tivemos avanços muito interessantes, como o lançamento do Plano Municipal de Cidade Inteligente, Humana e Sustentável e a Estratégia de Governo Digital. O Portal de Serviçosoferece 48 opções e crescemos a taxa de novos processos abertos em meio digital.

Recentemente foram publicados em Diário Oficial decreto de regulamentação da utilização do SandBox Regulatório e de Living Labs, além de decreto que estabelece medidas de incentivo através de parcerias com startups, visando apoiar o empreendedorismo inovador a partir de soluções tecnológicas e do ecossistema de inovação da cidade. Em breve lançaremos o Acelera Niterói, com 30 startups dos eixos de inovação prioritários. A Moeda Social Arariboia foi recentemente ampliada para atender mais famílias. Como vocês podem ver, estamos avançando em muitas frentes.

Na quarta-feira (06), Niterói ainda recebeu o Selo Connected Smart Cities Prata, iniciativa para premiar iniciativas eficientes em cidades inteligentes e incentivar o desenvolvimento.

A Niterói inovadora que queremos tem como desafio o fomento à instalação de startups, o incremento da movimentação econômica do setor de tecnologia e a ampliação da infraestrutura tecnológica da nossa cidade. Sempre com o foco em entregar mais qualidade nos serviços ao niteroiense. Vamos em frente!

SOBRE O CONNECTED SMART CITIES - O Ranking Connected Smart Cities, desenvolvido pela Urban Systems, mapeia todas as cidades com mais de 50 mil habitantes com o objetivo de definir aquelas com maior potencial de desenvolvimento.

Axel Grael
Prefeito de Niterói


sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Parque Orla Piratininga é destaque em evento do Banco de Desenvolvimento da América Latina





Com o presidente da CAF, Sérgio Diaz Granados.

Parque Orla Piratininga é destaque em evento do Banco de Desenvolvimento da América Latina

Niterói é a única cidade brasileira no lançamento do Relatório de Economia e Desenvolvimento "Desafios globais, soluções regionais: América Latina e Caribe enfrentando a crise climática e da biodiversidade", que acontece nesta quinta-feira e sexta-feira (07 e 08), na Colômbia. Durante o evento, promovido pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina - CAF, o prefeito Axel Grael apresentou resultados de projetos da cidade voltados à sustentabilidade, como o Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis (POP) e o Programa Região Oceânica Sustentável (PRO Sustentável).

O evento de lançamento reuniu líderes como a vice-ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, Sandra Vilardy, e o Presidente Executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados. O relatório "Desafios globais, soluções regionais: América Latina e Caribe enfrentando a crise climática e da biodiversidade" aborda os desafios da região na preservação dos ecossistemas e da biodiversidade e na adaptação e mitigação das alterações climáticas. O documento se propõe a contribuir com a concepção de políticas públicas que permitam o desenvolvimento sustentável nos países.

Prefeito de Niterói e vice-presidente de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Axel Grael destacou a experiência de Niterói em projetos de sustentabilidade e voltou a pontuar a importância das ações locais contra as mudanças climáticas.

“As políticas públicas que desenvolvemos em Niterói ao longo dos últimos anos foram muito norteadas pela certeza de que as cidades precisam assumir um protagonismo e agir pela sustentabilidade. O POP, por exemplo, que é o maior projeto de soluções baseadas na natureza do País, protege o meio ambiente, trata as águas dos rios e de escoamento superficial, promove a recuperação de uma área por muitos anos degradada e disponibiliza novos equipamentos de cultura e esportes”, disse Axel Grael, que viajou à Colômbia a convite da CAF.

Projeto que integra o Programa Região Oceânica Sustentável (PRO Sustentável), financiado pela CAF, o Parque Orla teve seu primeiro trecho inaugurado em junho. Com investimentos de R$ 100 milhões, o equipamento conta com jardins filtrantes que limpam as impurezas das águas pluviais e das três principais bacias hidrográficas que desaguam na Lagoa de Piratininga: Bacia do Rio Cafubá, Bacia do Rio Arrozal e Bacia do Rio Jacaré, devolvendo água de qualidade para a Lagoa de Piratininga. No total, o Parque tem uma área de 680 mil metros quadrados, incluindo as ilhas do Modesto, Pontal e do Tibau. O projeto também conta com quatro píeres de contemplação e seis de pesca, 10.6 km de ciclovia que se integrará ao Sistema Cicloviário da Região Oceânica, 17 áreas de lazer, 3 mirantes e um centro ecocultural voltado para educação ambiental.

Durante o evento, o prefeito ainda defendeu uma união de forças locais para avançar nas políticas de preparação para as emergências climáticas que se aproximam.

“A América Latina e Caribe é muito diversa e os impactos das mudanças climáticas serão variados em cada País. Por nossas características de uma região com muitas desigualdades sociais, uma parte significativa da população pode sofrer ainda mais com as chuvas torrenciais, os incêndios e as ondas de calor. Justamente por isso, precisamos ser mais ambiciosos nas nossas iniciativas. É nas cidades onde vive grande parte da população mundial e é nelas onde devemos agir”, finalizou.