sexta-feira, 10 de outubro de 2025

ASSUNÇÃO DO PARAGUAI CONQUISTA O DIREITO DE SEDIAR OS JOGOS PAN-AMERICANOS DE 2031



Fotos: Panam Sports.

Realizou-se, na manhã de hoje (10/10), em Santiago do Chile, a Assembleia Geral Extraordinária da Panam Sports, para a eleição da cidade que sediará a 21ª edição dos Jogos Pan-Americanos, em 2031. Eram duas candidaturas: Rio de Janeiro e Niterói (apresentaram uma proposta conjunta) x Assunção, capital paraguaia. 

Assunção venceu por uma diferença de quatro votos (28 a 24) e conquistou o direto de ser a sede do maior evento esportivo do continente americano.

Como disse Marco Antônio La Porta, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro - COB, pesou a favor de Assunção o fato de ser a primeira vez do Paraguai: "Nós usamos o mesmo argumento para conquistar o Pan 2007 e a Rio 2016". Ou seja, eles tiveram méritos e utilizaram os seus argumentos com eficiência. 

Mas, quase deu certo! Nossa candidatura era forte, mas largamos atrasados! Assunção já estava em campanha há mais de quatro anos, quando se candidatou para sediar o Pan 2027. Perderam para Lima, Peru. A cidade não esmoreceu e manteve a mobilização, buscando votos para conquistar o sonho Pan-Americano. 

Rio de Janeiro e Niterói lançaram a candidatura no início de 2025, com a iniciativa da vice-prefeita de Niterói, Isabel Swan, que tem assento na governança da Panam Sports, onde representa os atletas do continente na organização. Ela viu a oportunidade, acionou o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, que construiu a ideia de uma forte candidatura integrando as duas cidades. A proposição foi fortemente abraçada também pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes. 

Como seria

Pela concepção, Niterói sediaria 20 modalidades esportivas, dentre elas, o vôlei de praia, que seria nas areias de Icaraí, numa arena temporária para 8 mil pessoas. A icônica Praia de Itacoatiara receberia o surfe. A vela ficaria na Enseada de São Francisco, palco histórico da modalidade no país. O Rio de Janeiro receberia 39 modalidades, aproveitando as instalações olímpicas e outros espaços da cidade.

Rio e Niterói apresentaram como legado dos Jogos para as duas cidades, grandes obras estruturantes como a Linha 3 do Metrô, ligando as duas cidades e, posteriormente, se estendendo até Itaboraí. O Rio também ofereceu a conversão dos BRTs (ônibus em corredores exclusivos) na Zona Oeste do Rio em VLT (bondes modernos). Niterói apresentou a obra do VLT, ligando o Terminal João Goulart até o Barreto, cujos recursos já haviam sido garantidos em 2024. 

A proposta também reacendeu uma frustrante promessa de 2007 e 2016: a despoluição da Baia de Guanabara. Dessa vez, é uma meta mais factível, considerando os investimentos em saneamento em execução atualmente, proporcionados pelos contratos de concessão dos serviços. 

Todos esses investimentos seriam legados importantes, mas cá entre nós: são metas alcançáveis mesmo sem o Pan. São indispensáveis e já estão na agenda das cidades há muitos anos. 

Bora fazer!

Nova infraestrutura esportiva viabiliza a ambição de Niterói de atrair mais eventos internacionais

Fiquei feliz que investimentos em obras de infraestrutura esportiva iniciadas nos últimos anos, principalmente na minha gestão como prefeito (2021 e 2024), permitiram que Niterói sonhasse com o Pan 2031

Veja aqui alguns exemplos: 

Implantação da Arena Niterói (capacidade de 2.600 pessoas), que fará parte do Parque Poliesportivo da Concha Acústica.

  • Parque Poliesportivo da Concha Acústica, que inclui a Arena Niterói que está em fase avançada de construção e permitirá receber eventos nacionais e internacionais; 
  • Complexo de Atletismo Aída dos Santos (da UFF) foi modernizado e reformado com projeto e investimento da Prefeitura. Segundo a Confederação Brasileira de Atletismo - CBAt, o equipamento de Niterói é hoje uma das melhores instalações para o esporte do país, 
  • Centro Esportivo da Zona Norte, no Barreto, que foi integrado através da municipalização das instalações do antigo ginásio do Tio Sam.

Além disso, Niterói avançou em instalações esportivas entregues nas comunidades durante a gestão, como os mais de 30 campos e quadras públicas, só na Zona Norte da cidade, construídas para oferecer iniciação esportiva, lazer e socialização nas comunidades. Com este objetivo, cabe destacar também:

  • Parques Esportivos e Sociais do Caramujo, cuja implantação foi coordenada por mim, como vice-prefeito (2013-2016)  
  • Parque Esportivo do Viradouro, entregue em 2024. 
  • Núcleo Avançado de Sustentabilidade, Cultura e Esporte - NASCE, que atua na infraestrutura implantada na Ilha do Tibau, como parte do Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis - POP.
Hoje, estas atividades beneficiam cerca de 10.000 atletas e outros participantes na cidade, cabendo registrar aqui a importância do projeto Niterói Esporte nas Comunidades - NEC, que atua em muitos destes equipamentos esportivos na cidade.

Pan comprova o potencial da parceria Niterói + Rio de Janeiro

Apesar de não lograr sucesso, a candidatura Rio-Niterói serviu para mostrar, mais uma vez, o potencial da aliança das duas cidades, que guardam grande complementariedade econômica, de infraestrutura e serviços, estabelecendo-se como parceiras naturais em ações estratégicas. Vejam aqui a grande sinergia entre as duas cidades, nos exemplos a seguir: 

  • CAPITALIDADE: O Rio de Janeiro é a atual capital do estado e Niterói foi, por muitas décadas, a capital do antigo estado Rio de Janeiro, antes da Fusão;
  • DEFESA: Importância histórica das duas cidades na defesa militar da Baía de Guanabara, que sediam até hoje as mais importantes bases da Marinha do Brasil. Niterói é a sede da Esquadra da Marinha do Brasil;
  • DESPOLUIÇÃO: Liderança na despoluição da Baía de Guanabara, sendo que a Enseada de São Francisco é a mais avançada no esforço de despoluição;
  • PORTOS: As duas cidades compartilham as atividades portuárias na baía
  • OFF-SHORE: Niterói é a cidade mais importante do país na indústria naval e da logística off-shore, atividades compartilhadas com o Rio de Janeiro.
Pelos motivos aqui citados e pela localização geográfica das duas cidades - firmemente posicionadas na entrada da Baía de Guanabara, com um olhar para o horizonte, assim como para o seu cenário interno, considero a cooperação das duas cidades a parceria das "Sentinelas da Baía de Guanabara". 

Parcerias que já deram certo

Cito aqui, apenas três exemplos de parcerias de sucesso entre Rio e Niterói: 

Novos projetos comuns hão de vir pela frente se continuarmos a pensar e trabalhar em cooperação.

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Eventos promovem a cidade, geram empregos e movimentam a economia. Temos outros eventos programados e outros bons em perspectiva.

Enfim, ganhamos mais que perdemos. Niterói confirmou e deu visibilidade à sua capacidade empreendedora e se lança como protagonista para futuros eventos.

Como latino-americanos, sul-americanos e amantes do esporte, torcemos agora para que Assunção faça um excelente Pan 2031! E, por aqui, vamos aproveitar as muitas perspectivas de colaboração que Rio-Niterói têm pela frente. Quem ganha com a união de esforços é a população. 

Que venham mais parcerias!

Axel Grael


2 comentários:

  1. Quem venham mais parcerias! Como bem destacou, talvez seja um grande aprendizado e importante legado dessa candidatura. Axel, parabéns pela sua visão de futuro exitoso para estreita união de propósitos das duas cidades!
    Que, como a Ponte Rio-Niteroi, novas “pontes’ sejam construídas! A UFRJ e a UFF, e outras Instituições de Ensino cariocas e niteroienses, por exemplo, com as suas pesquisas referências no Brasil e no exterior, poderão construir ‘pontes de conhecimento’ que irão acelerar, certamente, o processo de desenvolvimento tecnológico, sócio-econômico e ambiental do Rio e de Niteró… Axel, é a proposta emergente para que seja um dos construtores dessa ‘ponte’ , pela competência e liderança que sempre guiou sua vida pública!

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  2. Paulo Cesar. Muito obrigado pelo seu comentário. A falta de uma instância de gestão metropolitana no Rio de Janeiro foi um grande crime que se cometeu contra as nossas cidades. Recentemente, com um grande esforço pessoal do meu amigo Vicente Loureiro, conseguimos retomar uma instância de governança para a nossa Metrópole, mas que ainda funciona precariamente. Em toda a Região Metropolitana, nenhuma outra cidade tem tanta afinidade e complementariedade com a capital do que Niterói. Precisamos potencializar isso e beneficiar os dois lados, sem esquecer as demais municipalidades. Nenhuma cidade é uma ilha, muito mais num contexto metropolitano. Precisamos andar juntos. Não há outro caminho.

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