terça-feira, 9 de agosto de 2022

POLÍTICA CLIMÁTICA: Niterói terá programa Carbono Comunitário no bairro do Caramujo.

 

É com orgulho que vejo a repercussão positiva do programa-piloto de Neutralização de Carbono Comunitário no Caramujo. Um projeto pioneiro e inovador em um local bem simbólico de Niterói e que possui uma área com potencial elevado, que vem se transformando. Ainda na gestão Rodrigo Neves, levamos infraestrutura, fizemos obras de urbanização, contenção de encostas e criamos o Parque Esportivo e Social do Caramujo, que está transformando a realidade daquela comunidade. Além do esporte e das atividades culturais do Parque Esportivo, estamos trazendo oportunidades para a população local através da agenda do clima. 

Estamos implantando agora esse projeto de resiliência climática, que nasceu na construção coletiva com a comunidade. As famílias que alcançarem as metas de redução de emissões de gases terão direito a receber recursos em forma de "arariboias", a Moeda Social de Niterói. É um trabalho que vai incentivar famílias do Caramujo a buscarem uma vida mais sustentável e de resiliência climática, com a redução de emissões e outras medidas de responsabilidade climática em suas rotinas domésticas. Uma iniciativa pioneira! 

Importante lembrar que a região do Caramujo foi uma das mais afetadas pelas chuvas de 2010, que sofreu com vários deslizamentos de encostas e lamentavelmente teve vítimas fatais naquele episódio que ficou marcado pela tragédia do Morro do Bumba.

Orgulho. Niterói está no caminho certo, assumindo a nossa responsabilidade climática e social, enquanto torna-se uma referência de sustentabilidade e resiliência urbana.

Axel Grael


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Niterói inaugura programa para neutralizar emissão de carbono em favelas

Comunidade do Caramujo, com uma população de quase oito mil pessoas, foi escolhida para receber o piloto do projeto

Por Roberta de Souza*

A Secretaria Municipal do Clima de Niterói deu início a um projeto-piloto que pretende neutralizar a emissão de carbono na comunidade do Caramujo, uma das maiores favelas da cidade. Por meio de oficinas de capacitação, o projeto vai habilitar moradores para se tornarem agentes do clima. As famílias que conseguirem reduzir as emissões de gases entre 2% e 10% serão compensadas com uma transferência de renda mensal a partir de janeiro de 2023, que pode chegar a R$ 750. O secretário do clima, Luciano Paez, diz que a ideia do projeto é contemplar as 120 comunidades da cidade.

De acordo com o prefeito da cidade, Axel Grael, o Caramujo tem o mais baixo índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Niterói. A comunidade tem uma média de cinco pessoas por domicílio e uma população de quase oito mil pessoas, com renda média entre R$ 700 e R$ 1.000, segundo informações da secretaria.

— Essa ação, além de prover um impacto importante na educação e na conscientização dos cidadãos para sustentabilidade, vai proporcionar mais uma oportunidade de renda para as famílias — conta o prefeito.

Para a moradora Ana Maria Cyrino, o projeto vem em um momento de emergência climática. Ela mora no Caramujo há 52 anos e sente que a comunidade sofre com os eventos extremos. Para ela, a redução do carbono vai ajudar a evitar novos deslizamentos em encostas e ajudar outras favelas. "O planeta também agradece", reforça a professora.

O projeto funcionará em quatro frentes: mobilidade, redução no consumo de energia, reciclagem e reflorestamento. Na mobilidade, a secretaria pretende efetuar parcerias público-privadas para incentivar o uso do transporte público. Além disso, estuda implantar um sistema de bicicletas compartilhadas na comunidade.


Luana Santos durante demonstração do projeto na comunidade do Caramujo — Foto: Divulgação/Douglas Macedo


Para incentivar a redução de resíduos, a coleta de materiais recicláveis será feita de porta em porta por meio de uma parceria com a empresa Clin (Companhia de Limpeza de Niterói). As famílias que colaborarem com o processo receberão pontos em um sistema de bonificação, que será compatibilizado para estimar a compensação financeira a ser recebida.

— Estamos atrelando a redução de carbono à transferência de renda pela moeda social da cidade. A ideia é que cada família reduza, no máximo, 10% da emissão de carbono por mudanças no consumo de energia, mobilidade e reciclagem. Os outros 90% serão compensados com replantio. Para cada tonelada de carbono na atmosfera, sete mudas serão plantadas em áreas de risco. Com isso, ainda vamos ajudar a reduzir riscos de desmoronamento — conta Luciano Paez.

Pelo menos 15 agentes comunitários serão formados para trabalhar no projeto, que vai ser revisado semestralmente. O secretário do clima diz que, por se tratar de um programa piloto, ainda em fase de desenvolvimento, alguns pontos e especificidades só poderão ser aperfeiçoados durante a implementação do projeto.

A estudante Luana Santos, de 18 anos, é nascida e criada na comunidade do Caramujo. Para ela, a importância da iniciativa está no aspecto de formação cidadã dos moradores.

— Esse programa está ajudando as crianças a terem noção do que é a mudança climática e do que faz mal para o planeta. Eles já vão crescer sabendo discutir esse assunto de maneira consciente — diz Luana.

Fonte: O Globo



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