Fui convidado por Jourdan Amóra, um dos maiores nomes do jornalismo de Niterói, para uma animada conversa na sede dos jornais "A Tribuna" e "Jornal de Icaraí", na Rua Prof. Heitor Carrilho, no Centro de Niterói. Jourdan é uma verdadeira "enciclopédia" da política e da história da cidade e ouvir os seus relatos sobre episódios da cidade é um prazer e um grande aprendizado.
Com a presença dos seus filhos, Dandan e Gustavo Amóra, diretores da empresa, e jornalistas da sua equipe, conversamos longamente sobre ideias para a cidade, projetos em desenvolvimento pela Prefeitura, desafios, soluções para problemas e ainda sobre o Projeto Grael, esportes e a família Grael.
Jourdan ainda me surpreendeu com uma foto lá do "fundo do baú" dos arquivos de A Tribuna, em que eu apareço de barba. O registro deve ter sido feito na década de 1980, quando eu voltei de uma viagem do Rio de Janeiro à Grécia, na veleiro "Shaitan", um maravilhoso Swan 65 pés.
Axel Grael. Foto do arquivo de "A Tribuna", provavelmente da década de 1980. |
Aliás, no acervo de Jourdan Amora, certamente estão um dos mais valiosos registros da história recente de Niterói (recente, mas que já reúne muitas décadas) que ele exibe com muito orgulho. Alguns dos volumes de edições de A Tribuna e Jornal de Icaraí podem ser vistos atrás de mim na foto lá em cima, que ilestra a matéria publicada hoje em A Tribuna.
O meu agradecimento à família Amóra pela amizade, pela acolhida e pela ótima matéria publicada hoje em A Tribuna.
Axel Grael
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Uma gestão eficiente e meio ambiente
Quando se ouve o nome Grael, as primeiras palavras que nos vêm à mente são mar e medalhas. Irmão dos medalhistas olímpicos Torben e Lars, e tio da também campeã Martine, Axel Grael decidiu navegar nas raias da gestão pública. Engenheiro ambiental e militante do meio ambiente, já foi presidente da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) e propôs a criação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Desde 2013 faz parte da gestão do prefeito Rodrigo Neves e atualmente é secretário municipal de Planejamento, Modernização da Gestão e Controle. Em visita à redação de A TRIBUNA, Axel falou detalhadamente sobre a recuperação da Lagoa de Piratininga, que faz parte do Programa Região Oceânica Sustentável – idealizado por ele – e que tem a criação do Parque Orla de Piratininga (POP) como principal iniciativa, que será apresentado no próximo dia 21, dentro das comemorações do aniversário da cidade. Outro presente para a população, que também teve a participação direta de Axel, é o Parque Esportivo do Caramujo, que será entregue ainda este mês.
O projeto Parque Orla Piratininga (POP) será apresentado pelo prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, no próximo dia 21. Serão cerca de 10 quilômetros de sistema cicloviário ao longo de toda a orla da Lagoa, quatro píeres de contemplação e seis píeres de pesca, três mirantes e 17 áreas de lazer, sendo três delas com quadra de esporte, além de brinquedos e academia de ginástica. A iniciativa contempla, ainda, a recomposição vegetal da orla da Lagoa, abrangendo uma área de mais de 150 mil metros quadrados.
Um dos grandes diferenciais do POP será a implantação de um sistema de gestão de águas pluviais composto por bacias de sedimentação, jardins filtrantes, jardins de chuva e biovaletas para a captação e tratamento das águas provenientes dos rios e da rede de drenagem das principais bacias contribuintes à Lagoa de Piratininga, contribuindo diretamente para sua despoluição. Para isso, Axel explica que estão sendo sendo implementadas soluções baseadas na natureza. Além disso, a conscientização da população é fundamental.
“Um dos grandes problemas da Lagoa é a quantidade de nutrientes e sedimentos que chegam nela. Além disso, a falta de saneamento durante décadas também contribuiu para o problema. Num processo natural, esse material foi decantando no fundo da lagoa. O primeiro passo já foi dado, que é o Programa Ligado na Rede, onde estamos indo de lote em lote notificando os proprietários dos imóveis a fazer a conexão da casa ou da loja na rede de esgoto, pois muita gente acaba ligando na rede de águas pluviais. Isso vai evitar a chegada de muito esgoto na Lagoa. Mas mesmo que você consiga que todo mundo se conecte, você ainda continua tendo muitos poluentes que vai para a Lagoa. Esses equipamentos do POP reproduzem o ambiente natural como se eles fossem um brejo na beira da lagoa. A água dos rios e da drenagem das ruas, antes de chegar na Lagoa, passam por esta vegetação, que tem uma capacidade grande de retenção de sedimentos, e a água vai sendo filtrada e chega na lagoa bem mais limpa. Você estanca o processo de eutrofização (excesso de matéria orgânica), que causa todo o desequilíbrio que temos lá”, explicou.
Para a limpeza do fundo da Lagoa de Piratininga, Axel diz que a prefeitura está estudando soluções experimentais, baseadas no próprio ecossistema, para que se tenha o resultado esperado.
“A solução tradicional seria a dragagem, mas se isso for feito, onde será colocado esse material? A dragagem é altamente impactante, mesmo que você use as técnicas mais modernas, ela acaba revirando todo o fundo, e o lodo que está no fundo acaba indo para o espelho d´água. O lodo é matéria orgânica, que é alimento para as bactérias. As bactérias consomem muito oxigênio, e a medida em que você disponibiliza muitos nutrientes, elas se reproduzem mais rapidamente, consomem o oxigênio da água, que acaba faltando para os peixes. Então precisamos buscar uma solução que não crie essa reviravolta no fundo. Vamos usar técnica de micro-oxigenação, que vai aos poucos jogando oxigênio no fundo, criando ambiente para as próprias bactérias comerem esse lodo. É um processo lento, mas efetivo. Todas as soluções que estamos buscando são baseadas na Natureza. Estamos criando meios de fazer uma gestão mais eficiente no sistema lagunar da Região Oceânica. Acredito que entre cinco e seis anos com certeza já vamos começara perceber uma reação do ecossistema”, afirma Axel.
A sede do parque será no Iate Clube Piratininga, terá um centro de visitantes, restaurante, espaços para realização de atividades relacionadas à Lagoa. O acesso ao Parque será favorecido para pedestres e ciclistas, prevendo baixo fluxo de carros. Cerca de cinco minutos de caminhada vão separar os pontos da TransOceânica às principais entradas do POP. A cada, no máximo, 15 minutos de caminhada, os visitantes encontrarão pontos de informações, lazer e contemplação.
“A criação do Parque vai possibilitar restabelecer novo equilíbrio ecológico no entorno da Lagoa, manter e fomentar a atividade pesqueira na região, a abertura de espaços multifuncionais com equipamentos de lazer para a população; áreas de contemplação e de aproximação da população com a Lagoa de Piratininga, sua fauna e flora; além de intensificarmos questões voltadas para a educação ambiental, ecoturismo e gestão de resíduos sólidos”, reforça Grael.
Fonte: A Tribuna
O projeto Parque Orla Piratininga (POP) será apresentado pelo prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, no próximo dia 21. Serão cerca de 10 quilômetros de sistema cicloviário ao longo de toda a orla da Lagoa, quatro píeres de contemplação e seis píeres de pesca, três mirantes e 17 áreas de lazer, sendo três delas com quadra de esporte, além de brinquedos e academia de ginástica. A iniciativa contempla, ainda, a recomposição vegetal da orla da Lagoa, abrangendo uma área de mais de 150 mil metros quadrados.
Um dos grandes diferenciais do POP será a implantação de um sistema de gestão de águas pluviais composto por bacias de sedimentação, jardins filtrantes, jardins de chuva e biovaletas para a captação e tratamento das águas provenientes dos rios e da rede de drenagem das principais bacias contribuintes à Lagoa de Piratininga, contribuindo diretamente para sua despoluição. Para isso, Axel explica que estão sendo sendo implementadas soluções baseadas na natureza. Além disso, a conscientização da população é fundamental.
“Um dos grandes problemas da Lagoa é a quantidade de nutrientes e sedimentos que chegam nela. Além disso, a falta de saneamento durante décadas também contribuiu para o problema. Num processo natural, esse material foi decantando no fundo da lagoa. O primeiro passo já foi dado, que é o Programa Ligado na Rede, onde estamos indo de lote em lote notificando os proprietários dos imóveis a fazer a conexão da casa ou da loja na rede de esgoto, pois muita gente acaba ligando na rede de águas pluviais. Isso vai evitar a chegada de muito esgoto na Lagoa. Mas mesmo que você consiga que todo mundo se conecte, você ainda continua tendo muitos poluentes que vai para a Lagoa. Esses equipamentos do POP reproduzem o ambiente natural como se eles fossem um brejo na beira da lagoa. A água dos rios e da drenagem das ruas, antes de chegar na Lagoa, passam por esta vegetação, que tem uma capacidade grande de retenção de sedimentos, e a água vai sendo filtrada e chega na lagoa bem mais limpa. Você estanca o processo de eutrofização (excesso de matéria orgânica), que causa todo o desequilíbrio que temos lá”, explicou.
Para a limpeza do fundo da Lagoa de Piratininga, Axel diz que a prefeitura está estudando soluções experimentais, baseadas no próprio ecossistema, para que se tenha o resultado esperado.
“A solução tradicional seria a dragagem, mas se isso for feito, onde será colocado esse material? A dragagem é altamente impactante, mesmo que você use as técnicas mais modernas, ela acaba revirando todo o fundo, e o lodo que está no fundo acaba indo para o espelho d´água. O lodo é matéria orgânica, que é alimento para as bactérias. As bactérias consomem muito oxigênio, e a medida em que você disponibiliza muitos nutrientes, elas se reproduzem mais rapidamente, consomem o oxigênio da água, que acaba faltando para os peixes. Então precisamos buscar uma solução que não crie essa reviravolta no fundo. Vamos usar técnica de micro-oxigenação, que vai aos poucos jogando oxigênio no fundo, criando ambiente para as próprias bactérias comerem esse lodo. É um processo lento, mas efetivo. Todas as soluções que estamos buscando são baseadas na Natureza. Estamos criando meios de fazer uma gestão mais eficiente no sistema lagunar da Região Oceânica. Acredito que entre cinco e seis anos com certeza já vamos começara perceber uma reação do ecossistema”, afirma Axel.
A sede do parque será no Iate Clube Piratininga, terá um centro de visitantes, restaurante, espaços para realização de atividades relacionadas à Lagoa. O acesso ao Parque será favorecido para pedestres e ciclistas, prevendo baixo fluxo de carros. Cerca de cinco minutos de caminhada vão separar os pontos da TransOceânica às principais entradas do POP. A cada, no máximo, 15 minutos de caminhada, os visitantes encontrarão pontos de informações, lazer e contemplação.
“A criação do Parque vai possibilitar restabelecer novo equilíbrio ecológico no entorno da Lagoa, manter e fomentar a atividade pesqueira na região, a abertura de espaços multifuncionais com equipamentos de lazer para a população; áreas de contemplação e de aproximação da população com a Lagoa de Piratininga, sua fauna e flora; além de intensificarmos questões voltadas para a educação ambiental, ecoturismo e gestão de resíduos sólidos”, reforça Grael.
Fonte: A Tribuna
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