Atualmente são 300 guardas-municipais atuando no município. Meta do prefeito é dobrar esse número até 2016. Foto: Arquivo / Márcio Oliveira |
Prefeitura de Niterói vai aumentar o efetivo até o fim do ano. Neste semestre, 149 novos agentes serão convocados. Setenta e quatro estarão se graduando em março
“Meu desejo é que Niterói termine 2015 com a menor taxa de homicídios do Brasil”. O projeto audacioso é do delegado Fábio Barucke, titular da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNISG) que, com pouco mais de um mês à frente da especializada, apresentou projetos para os municípios e uma avaliação dos índices de criminalidade nessas regiões. Em 2014 foram registrados 480 homicídios. Para mudar o quadro, ele garante que o foco está em combater o tráfico de drogas, que ele garante ser o responsável por 80% das mortes, e criar parcerias com as distritais e prefeituras.
Segundo o delegado, um mapeamento possibilitou identificar que dos homicídios registrados nos três municípios – que juntos têm aproximadamente 1,8 milhão de pessoas – 65% acontecem em São Gonçalo, 18% em Itaboraí e 17% em Niterói. Além disso, a motivação dos crimes também foi analisada pela especializada.
“Em Niterói nós temos facções diferentes dominando morros em uma distância muito curta. Existe golpe de estado dentro das facções, existe dívida de viciados, o que ocasiona as mortes. Cerca de 80% das mortes são por causa do tráfico, outros 20% se dividem em latrocínio (10%), atos de grupos de extermínio (5%) e crimes passionais (5%)”, disse Barucke.
Em 2014 foram registrados 480 homicídios em Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, o que dá uma média de 16 casos por mês. Para o delegado, o objetivo é chegar a 10 casos por mês, atingindo os mesmos índices de países como a Suíça.
Ele aponta que Niterói tem a segunda menor taxa de homicídios no Brasil, com 14. Em primeiro lugar está Santa Catarina, com a média de 13. Para ele, é possível que Niterói chegue a 10 casos até o final deste ano.
“Estou pedindo para nosso Serviço de Inteligência fazer um mapeamento de todas as comunidades dominadas por tráfico de drogas que estão sob a atuação da DH. A Organização das Nações Unidas descreve como tolerável o número de 10 mortes por ano para um grupo de 100 mil habitantes. Os nossos números hoje são de 26 mortes por ano para esse mesmo grupo. Por mais que seja mais do que o dobro, temos que entender que isso acontece por causa da atuação de traficantes”, disse.
Parcerias – O delegado contou que, além do patrulhamento ostensivo nas comunidades, as parcerias com prefeituras e delegacias possibilitarão a diminuição dos homicídios. Para isso, Fábio Barucke contou que tem planos já traçados e que ele espera colocá-los em ação em breve.
“Eu tenho um plano de ação que será apresentado em breve à Chefia de Polícia que consiste em uma parceria com a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), para que façamos um trabalho preventivo de crime passional, ajudar no cumprimento de mandados de prisão, verificar inquéritos de ameaças contra as mulheres, para que possamos evitar os crimes, que em Niterói chega a 2% dos homicídios”, disse.
Além disso, o núcleo de crimes contra homofobia, inaugurado pelo então titular Wellington Vieira, será mantido. Para esse ano, foi criado um grupo de investigação complementar chamado Zeus, composto por 10 policiais, que tem como objetivo cumprir mandados de prisão. Já as parcerias com as delegacias alimentarão o banco de dados com informações sobre roubos.
“Quando a criminalidade percebe que a polícia está atuando, ela começa a colocar o pé no freio. Estou dando andamento ao georeferenciamento para identificarmos a atuação de bandidos da zona norte de Niterói, como Fonseca e Caramujo, assim como os líderes dessas facções. Faremos ações determinadas nesses locais. Cerca de 90% dos homicidas têm entre 15 e 29 anos nos nossos três municípios de atuação. O estado não deveria reprimir e sim acolher esses jovens, investindo em capacitação, prática de esportes. Eles não têm parâmetros. Os ídolos são os traficantes. O caminho deveria ser inverso, fazendo o trabalho da prevenção e não da repressão”, analisou.
Barucke afirmou que nos próximos meses, todos os dados serão levados para as prefeituras.
“Tentaremos criar alguns programas específicos para as comunidade dominadas por traficantes. É um trabalho a longo prazo, mas acredito que consigamos colocar Niterói, Itaboraí e São Gonçalo a nível da Suíça, em relação à criminalidade. Sozinho ninguém faz nada. Tenho planos a curto, médio e longo prazo”, finalizou.
Fonte: O Fluminense
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