Entre outubro e novembro de 2014, a bióloga e empresária Ana Elisa Silveira fez uma viagem técnica para o estado americano de Maryland, com a colaboração do Comitê Maryland-Rio de Janeiro da organização Companheiros das Américas.
A organização, há mais de 50 anos, promove a colaboração entre cidadãos e instituições dos estados de Maryland e Rio de Janeiro. O intercâmbio entre estudantes e pesquisadores é uma das mais ativas áreas de colaboração e as Universidade Federal Fluminense - UFF, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e a University of Maryland são também parceiras e das maiores beneficiárias da parceria.
A bióloga Ana Elisa Silveira, estudante de Pós-graduação na UFF e moradora de Niterói, desenvolve pesquisa sobre impactos ambientais de dragagens, com especial ênfase na Baía de Guanabara. Ana Elisa visitou parques e outras áreas protegidas na Baía de Chesapeake, acompanhou operações de dragagens, visitou empresas e órgãos públicos responsáveis pela gestão do Porto de Baltimore.
A seguir, segue o resumo do relato da visita da Ana Elisa, conforme foi publicado no site do Comitê Maryland-Rio (Maryland-Rio Partners of the Americas).
Axel Grael
Presidente
Comitê Rio de Janeiro-Maryland
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Brazilian Graduate Student Studies in Maryland
Ana Elisa Silveira, a graduate student at Universidade Federal Fluminense in Niteroi, Brazil, traveled to Maryland in late 2014 to learn about research being conducted on the Chesapeake Bay by the University of Maryland Center for Environmental Science. In her own words, she briefly describes her experience below.
“I was in Maryland from October 15 to November 25, 2014. It was an amazing experience for me. I had the opportunity to visit many different places and to see different sampling techniques and analyses being conducted on Chesapeake Bay that will improve my research in Brazil that is focused on Guanabara Bay.
“During my stay in Maryland, I worked in the Horn Point Laboratory of the University of Maryland Center for Environmental Science, in Cambridge, Maryland. My interest in visiting Horn Point and Chesapeake Bay was to learn more about different ways of disposal of dredged material, beneficial uses of dredged sediments, monitoring programs, and sampling techniques and analyses of contaminated and non-contaminated sediments. I achieved my goals.
“I took part in a meeting between the Laboratory, the Port of Baltimore, and the Maryland Environmental Service where many important issues were discussed about the dredging that would begin in a few weeks and the research that took place in Chesapeake Bay during the past year. The results and the new targets were also discussed.
“I had the opportunity to watch three PhD defenses in geochemistry and biology, and it was very nice to see how dissertation defenses are conducted in an American University. They were very high level expositions.
“Thanks to Dave Nemazie of the University of Maryland, I took part in a Dredging Material Management Program Annual Meeting. Definitely, it was a very important experience to understand the policy and the popular participation in the dredging process.
“I visited Hart-Miller Island and collected sediments and water samples. Hart-Miller is an artificial island built for disposal of contaminated sediments dredged from access channels to the Baltimore Harbor. Nowadays, it is not being used as a confined disposal facility. There are some environmental issues, such as a very low pH effluent. The low pH makes the water discharge very slow. Many procedures have been implemented to correct this problem, which is related to oxidation of a high level of Fe in the sediments in anoxic condition.
“I also visited Cox Creek and Masonville Cove, each a Dredged Material Confined Facility (DMCF) used by the Port of Baltimore for disposal of contaminated sediments. I had seen the project plans and could discuss the monitoring program, environmental permits, and other issues with the Maryland Environmental Service team.
“I had a very important meeting with David Blazer, the Harbor Development Director of the Maryland Port Administration, about the dredging of Baltimore Harbor, the policy, prices, equipment, community and other issues related to the harbor.
“I saw a Water-Sediment Interface Analyses in the laboratory and helped to collect some samples in the field.
“I visited Poplar Island in Chesapeake Bay, which is being built up with dredged sediments. This is a very interesting project that involves a huge and multidisciplinary team to restore an island.
“Another interesting project has been taking place in the Oyster Lab at Horn Point, where researchers work to improve oyster production in Chesapeake Bay. Two benefits of this work are improved production of oysters and decreased nitrogen level in the water. High nitrogen and phosphorus levels are environmental concerns in Chesapeake Bay.
“I read many papers to prepare myself for discussions with professors and a great specialist, Jeffrey Hankla, and also with non-governmental organizations that work in a monitoring program in the creeks.
“I had the unique opportunity to be on board with the US ARMY Corps of Engineers in two dredges. By that time we could discuss many issues that are so important in Brazil; many Brazilian standards are based on their studies.
“In return for such hospitality, I prepared a presentation of an overview of Guanabara Bay about the main environmental aspects, and depollution projects in the past and for the future.
“It was an unforgettable trip and I have many thanks for some very special people, hoping to be back soon. From the University of Maryland, I thank Mike Roman, Jeffrey Cornwell, Dave Nemazie, Lorie Staver who kindly shared her room with me, Lowell Adams who made it all come true, and Debbie Hinkle. From the Port of Baltimore, I thank David Blazer and Holly Miller. From the Maryland Environmental Service, I thank Kenna Oseroff and Jeffrey Hankla. From the US ARMY Corps of Engineers, I thank Kevin Brennan and Willie Pack. From Brazil, I thank my advisor Edison Bidone, and Willian Zamboni and Elisamara Sabadini, all of Universidade Federal Fluminense. The personal connections of Ronald Hees, Axel Grael, and Lowell Adams of Rio-Maryland Partners of the Americas made it all possible.”
Fonte: Maryland-Rio Partners of the Américas
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Versão em português do relatório da bióloga Ana Elisa Silveira:
Eu estive em Maryland de 15 de outubro a 25 de novembro de 2014. Foi uma experiência surpreendente. Eu tive a oportunidade de visitar vários lugares diferentes e ver diferentes amostragens e análises que melhoraram muito a minha pesquisa aqui no Brasil.
Durante minha estada em Maryland, eu trabalhei no laboratório de ciências ambientais de Horn Point no Campus de Cambridge em Maryland. Meu interesse em visitar Horn Point e a baía de Chesapeake era aprender mais sobre diferentes maneiras de dispor o material dragado, os usos benéficos deste material, programas de monitoramento e amostragem e análises de sedimentos contaminados e não contaminados. Agora eu posso dizer: Eu atingi os meus objetivos e fui além.
Eu participei de uma reunião entre o Laboratório, o Porto de Baltimore e o Serviço Ambiental de Maryland, onde várias questões importantes foram discutidas sobre a dragagem que iria acontecer em poucas semanas e a pesquisa que vinha acontecendo na baía de Chesapeake no último ano. Os resultados e as novas metas também foram discutidas.
Eu tive a oportunidade de assistir a 3 defesas de doutorado, em geoquímica e biologia, foi muito bom ver como as coisas acontecem numa universidade americana, além do alto nível das exposições.
Graças a Dave Nemazie, da Universidade de Maryland, eu participei da Reunião Anual do Programa de Gestão de Material Dragado. Definitivamente, esta foi uma experiência muito importante para entender a política e a participação popular no processo de dragagem.
Estive em Hart-Miller, coletando amostras de sedimento e água. Hart-Miller é uma ilha artificial construída para dispor sedimento contaminado do canal de acesso ao Porto de Baltimore. Hoje em dia, não é mais utilizada como CDF ( Cava de Disposição Final), entretanto, existem alguns inconvenientes de ordem ambiental, como um efluente com pH muito baixo. O Baixo pH da água faz com que a descarga para o mar seja muito lenta, vários procedimentos têm sido tomados para corrigir este problema, que está associado a oxidação dos altos teores de ferro no sedimento em condições anóxicas.
Eu também estive em Cox Creek e Masonville, ambos estão sendo usados com DCMF (Unidade de Disposição de Material Dragado) pelo Porto de Baltimore para dispor sedimento contaminado. Eu vi o projeto, pude discutir sobre o programa de monitoramento, as licenças ambientais e visitei toda a área com a equipe do Serviço Ambiental de Maryland.
Eu tive uma reunião muito importante com David Blazer, Diretor de Desenvolvimento do Porto, sobre a dragagem, políticas, preços, equipamentos, comunidade e o porto como líder deste processo.
Eu pude ver uma análise em laboratório da interface sedimento-água e participei de algumas coletas em campo.
Estive em Poplar Island, um projeto muito interessante que envolve uma equipe grande e multidisciplinar para restaurar uma ilha que está sendo construída com sedimentos de dragagem.
Outro projeto interessante acontece no laboratório de ostras onde há um estudo para melhorar a produção de ostras na baía de Chesapeake com dois benefícios: melhorar a produção e diminuir a quantidade de nitrogênio na água. Os índices elevados de nitrogênio e fósforo na baía de Chesapeake são uma preocupação ambiental.
Eu precisei ler muitos artigos para me preparar para tudo isso e tive a oportunidade de discuti-los com os professores de lá e com um grande especialista o Dr. Jeffrey Hankla e também com uma ONG que trabalha com programa de monitoramento nos rios de lá.
Eu tive uma oportunidade única de estar a bordo com o Corpo de Engenheiros do Exército Americano em duas dragas. Na ocasião pudemos discutir várias questões que são tão importantes no Brasil já que muitas das nossas normas são baseadas nos estudos desenvolvidos por eles.
Como retorno a tanta hospitalidade, eu preparei uma apresentação geral da baía de Guanabara sobre os principais aspectos ambientais, projetos de despoluição do passado e do futuro.
Esta foi uma viagem inesquecível, eu tenho muito a agradecer a algumas pessoas muito especiais, esperando voltar em breve: da Universidade de Maryland: Mike Roman, Jeffrey Cornwell, Dave Namezie, Lorie Staver que gentilmente dividiu sua sala comigo, Lowell Adams que fez tudo isso virar realidade, Debbie Hinkle, Laura; Porto de Baltimore: David Blazer and Holly Miller; Serviço Ambiental de Maryland: Kenna Oseroff and Jeffrey Hankla; Corpo de Engenheiros do Exército Americano: Kevin Brennan and Willie Pack. Do Brasil, agradeço ao meu orientador Edison Bidone, ao coordenador Willian Zamboni, Elisamara Sabadini, todos professores da Universidade Federal Fluminense. E aos amigos Ronald Hees, Axel Grael e Lowell Adams do Companheiros das Américas Rio-Maryland, que tornaram tudo isso possível.
Ana Elisa Silveira
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LEIA TAMBÉM:
Informações sobre a parceria RJ - Maryland no Blog do Axel Grael: Companheiros das Américas - Comitê RJ-Maryland
DESPOLUIÇÃO DAS BAÍAS DE GUANABARA E CHESAPEAKE: uma comparação das experiências, reflexões e algumas lições
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