Está chegando a hora! Na próxima sexta-feira, dia 02 de outubro, o Comitê Olímpico Internacional (COI) se reunirá em Copenhagem, na Dinamarca, para decidir qual cidade será a sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Confesso que inicialmente fui muito cético quanto às chances do Rio ser escolhido, mas, hoje, vejo que uma vitória do Rio de Janeiro é uma possibilidade muito plausível. Já na terceira candidatura, o Rio conseguiu amadurecer muito e a sua proposição ganhou força e consistência.
Na longa trajetória, o Rio venceu etapas: sediou o Pan 2007, trouxe os jogos mundiais militares (2010), a Copa do Mundo de Futebol (2014) e até promoveu, recentemente, importantes eventos da vela, como o Campeonato Mundial de Optimist, o Mundial da Juventude de Búzios. Tudo isso fez crescer a credibilidade do Rio e do Brasil para promover a milionária festa olímpica. Além disso, a conjuntura ajuda o Rio. Outras cidades candidatas (Tóquio, Madri e Chicago) contavam prioritariamente com investimentos privados e foram prejudicadas pela crise financeira mundial, forçando-as a mudanças de rumo de última hora para atrair investimentos públicos. Isso lá fora não é fácil. A governança do cidadão sobre o orçamento público é muito mais efetiva do que aqui e as prioridades de investimento são pactuadas pela sociedade em complexos e longos processos de negociação. Mudanças nessas prioridades demanda uma repactuação do destino dessas verbas, o que não é uma tarefa trivial.
A maior dependência de recursos públicos afastou o consenso em torno dos Jogos e as candidaturas passaram a enfrentar uma significativa oposição local. Diferente de seus concorrentes, o Rio de Janeiro, desde o início, construiu a sua proposta em torno de recursos públicos e conta com os Jogos para alavancar investimentos e avançar para a solução de seus problemas sociais, ambientais e de infraestrutura. A candidatura do Rio é de fato a mais consensual.
Mas, teremos que torcer bastante, pois a história mostra que nem sempre as decisões dos representantes que votam na Assembléia do COI seguem lógicas muito lineares. Até a sexta feira ainda haverá muito trabalho de bastidor e, para a defesa da Rio 2016, o COB convocou uma verdadeira tropa de elite. De Niterói, partem para Copenhagem os medalhistas olímpicos Torben Grael e Isabel Swan para reforçar o lobby brasileiro. Boa sorte ao Rio.
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Publicado na Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 26/09/09.
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