quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

El Niño agrava impacto da seca em águas subterrâneas na Amazônia e eleva risco de incêndio, constata estudo

 

A ilustração mostra o impacto do El Niño nos níveis de água subterrânea do solo superficial (sfsm), da zona das raízes das árvores (rtzsm) e das águas subterrâneas (gws), e a relação com o risco de incêndio (crédito: Bruno Conicelli)


Pesquisadores conseguiram demonstrar relação entre o fenômeno climático e a propensão ao fogo, criando uma ferramenta que pode, no futuro, auxiliar em ações preventivas

Luciana Constantino | Agência FAPESP 

O risco de incêndio na Amazônia é maior em regiões onde o armazenamento de água subterrânea está comprometido, principalmente se o El Niño estiver agravando a seca. Usando imagens de satélite e dados de queimadas, pesquisadores conseguiram demonstrar a relação entre o fenômeno climático e a propensão ao fogo, criando uma ferramenta que poderá, no futuro, auxiliar em ações preventivas.

Os resultados do estudo, com base em informações de 2004 a 2016, revelam uma diminuição nas condições de umidade em três níveis – do solo superficial (sfsm), da zona das raízes das árvores (rtzsm) e das águas subterrâneas (gws), sendo este último o que apresenta maior severidade de aridez. São esses “reservatórios” que demoram mais para se recuperar quando afetados por secas consecutivas e extremas decorrentes do El Niño, um dos fenômenos climáticos de maior impacto na Terra.

Nas últimas décadas, incêndios florestais provocados pelo homem (antropogênicos) alteraram significativamente a dinâmica da vegetação na região amazônica. Essas atividades humanas são consideradas “ignições” para o fogo na floresta tropical, sendo que a escalada das queimadas está ligada às condições climáticas.

Somente em 2024, o total de focos de incêndio registrado de janeiro a 20 de novembro na Amazônia é o maior desde 2010 – foram 132.211 em pouco menos de 11 meses, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com uma metodologia diferente da usada pelo Inpe, o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), alerta que já foram queimados cerca de 128 mil km2 do bioma neste ano, o que corresponde ao território da Inglaterra.

“Resolvemos investigar o impacto da seca meteorológica e hidrológica dos incêndios na Amazônia com atenção no papel das águas subterrâneas e eventos do El Niño dentro do projeto Sacre, que tem foco maior em áreas urbanas, mas também olha para zonas rurais e florestas. E conseguimos demonstrar a relação”, comemora o professor Bruno Conicelli, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP), autor correspondente da pesquisa.

Publicado na revista Science of the Total Environment, o artigo tem como coautor o pesquisador Ricardo Hirata, coordenador do “Sacre: Soluções Integradas de Água para Cidades Resilientes”. Um dos maiores projetos de pesquisa aplicada em recursos hídricos no Brasil, o Sacre tem como tema central as águas subterrâneas e o objetivo de reduzir a vulnerabilidade de cidades e do campo em crises associadas às mudanças climáticas globais. Recebe apoio da FAPESP por meio de um Projeto Temático.

Base de dados

Para a caracterização da seca hidrológica, os pesquisadores utilizaram informações de satélite da missão GRACE, sigla em inglês para Gravity Recovery and Climate Experiment, que permite detectar o armazenamento de água terrestre integrando umidade do solo, água superficial e a subterrânea.

Cruzaram com dados sobre a gravidade da seca em cada local analisado. Com isso, conseguiram identificar áreas com menor concentração de umidade no nordeste da bacia amazônica, além de uma diminuição da umidade em direção ao leste.

As maiores áreas queimadas coincidiram com regiões que enfrentaram seca durante eventos extremos do El Niño, com um aumento entre 2015 e 2016. À época, o fenômeno foi considerado um dos três mais intensos já registrados (juntamente com 1982/83 e 1997/98). O de 2023/2024 está entre os cinco mais fortes, segundo a Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês).

O El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal da superfície do oceano Pacífico devido à diminuição da intensidade dos ventos alísios. Os padrões da circulação atmosférica sobre o Pacífico são alterados, com mudança também na distribuição de umidade e das temperaturas em várias partes do planeta. Relatórios internacionais apontam que haverá um crescimento na frequência e intensidade desse evento nas próximas décadas.

“Sabemos que as queimadas na Amazônia têm origem antrópica. No entanto, quando há o registro de um El Niño mais intenso, como ocorreu em 2016, que investigamos, e novamente em 2024, as secas meteorológicas e hidrológicas tornam-se mais severas na floresta. Nessas condições, a vegetação depende intensamente da água subterrânea para sobreviver. As árvores menores, com raízes menos profundas, são as primeiras a sofrer com a falta de água”, diz Conicelli, que foi orientador da primeira autora do artigo, Naomi Toledo. Quando a pesquisa começou, ela era aluna de graduação da Universidad Regional Amazônica Ikiam, no Equador, onde Conicelli foi professor durante quatro anos.

Em agosto, um grupo internacional publicou o primeiro relatório State of Wildfires, mostrando que os incêndios na Amazônia Ocidental – que inclui Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia – entre março de 2023 e fevereiro de 2024 foram impulsionados por secas prolongadas ligadas ao El Niño. Aliadas às condições meteorológicas, as secas explicaram 68% desses incêndios, seguida da influência de ações antrópicas, como desmatamento, agricultura e fragmentação de paisagens naturais (leia mais em: https://agencia.fapesp.br/52493).

Sistema de alerta

Com base no resultado do trabalho, o grupo desenvolve um índice de risco de incêndios adaptado à região amazônica, incluindo tanto indicadores meteorológicos (ligados às chuvas) quanto hidrológicos (água no solo, rios, aquíferos e outras reservas). O modelo pode ser aplicado em outros ecossistemas.

Ao demonstrar a interconexão entre as condições meteorológicas e hidrológicas e o agravamento dos incêndios florestais, os resultados podem contribuir com estratégias destinadas a mitigar o risco de queimadas e ações de prevenção. “Estudos como esses são importantes também para a conscientização do quanto a floresta fica vulnerável com eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes e intensos”, completa o pesquisador.

Segundo Conicelli, a expectativa é no futuro acrescentar dados coletados em campo para que o sistema sirva como um alerta quando as águas subterrâneas ficarem em níveis baixos.

O artigo Dynamics of meteorological and hydrological drought: The impact of groundwater and El Niño events on forest fires in the Amazon pode ser lido em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0048969724067688.

Fonte: Agência FAPESP



Mundo ultrapassa a marca de 1,6°C: entenda o que isso significa para o clima e quais os impactos para o Brasil

Primeiro dia sem gelo no Ártico pode acontecer em 2027, alerta estudo

Especialistas explicam que calor recorde afeta mais países subdesenvolvidos e tropicais, como o Brasil, e expõe à população a extremos. Dados do Cemaden mostram que, em 2024, regiões no país ficaram até 2,2°C mais quente.

Por Poliana Casemiro

O mundo está ficando mais quente e isso está acontecendo muito antes do esperado. O ano de 2024 foi o mais quente já registrado na Terra e, pela primeira vez, a temperatura média global aumentou 1,6ºC em relação aos níveis pré-industriais, superando o que é considerado limite seguro para o planeta.

➡️ Você pode pensar que o ano ser o mais quente já visto pode não ser uma novidade – e não é. Há uma década, os anos vêm marcando recordes de temperatura. Por exemplo: 2023 já tinha sido considerado o ano mais quente vivido na Terra.

🔴 O problema é que, agora, esse aumento chegou a um patamar acima do limite do que é considerado seguro. A previsão dos pesquisadores há quase uma década para quando isso acontecesse é que sofreríamos extremos de chuva, seca e mortes. E foi o que vimos em 2024:
🔴 Chuvas intensas como as que devastaram cidades inteiras no Rio Grande do Sul e na Espanha, que viveu a pior tempestade da história;
🔴 A pior temporada de furacões da história dos Estados Unidos;
Chuvas que mataram centenas de pessoas na África e mudaram a paisagem do deserto;
🔴 Ao mesmo tempo, secas extremas, deixando pessoas sem água e isoladas, como vimos no Norte do Brasil;
🔴 Incêndios florestais de grandes proporções, como os que aconteceram no Brasil e cobriram o país de fumaça por meses.

O que especialistas dizem é que todo esse cenário pode ser apenas uma amostra do que podemos esperar no futuro caso a Terra continue tão quente como está.

➡️ O 1,5°C foi definido no Acordo de Paris, em 2015, após pesquisas indicarem que esse seria o “limite seguro” das mudanças climáticas. Isso porque, se o índice atingisse a marca de 2°C, que era o que estava sendo previsto com o avanço das emissões, a Terra estaria em risco.

Para que esse limiar fosse mantido, no entanto, era necessário conter o avanço das emissões de gases do efeito estufa, causadores do aquecimento global. Esses gases, como o dióxido de carbono, fazem parte do dia a dia do mundo e de operações que são pilares da economia – o que torna tudo mais difícil.

O que os especialistas dizem é que ter chegado a 1,6°C mais quente em relação aos níveis pré-industriais em 2024 é um indício de que podemos estar mais perto dos 2°C.

"A indústria e os países estão fracassando no compromisso de reduzir as emissões e, agora, superamos um marco limite. Se a gente não reduzir rapidamente, vamos bater os 2°C em breve e isso vai ser um suicídio ecológico"

— Carlos Nobre, climatologista e referência mundial em estudos sobre mudanças climáticas.

🔴 É importante lembrar que o cálculo é uma média, que leva em conta as temperaturas registradas no mundo todo, que tem lugares mais quentes que outros. Os países mais vulneráveis são os tropicais, como o Brasil. Um levantamento feito pelo Cemanden a pedido do g1 mostra que há locais no país que ficaram 2,2°C mais quentes nos últimos 80 anos. (Leia mais abaixo)

O g1 conversou com Carlos Nobre, climatologista e referência mundial em estudos sobre mudanças climáticas; Paulo Artaxo, pesquisador e membro do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU; e José Marengo, membro do IPCC e coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para explicar o que esse cenário pode causar e o que devemos esperar do futuro.

O que significa ultrapassar 1,6°C na temperatura para o clima?

Cientistas no mundo todo vêm alertando sobre o aumento da temperatura global. O calor é um risco à saúde humana e à natureza, muda o clima e pode até fazer países desaparecerem, como as Ilhas no Pacífico que podem sumir com o aumento do nível das águas – consequência do aquecimento global.

Quando foi feito o Acordo de Paris, em 2015, o que as pesquisas apontavam era que seria necessário reduzir essas emissões para evitar que o planeta chegasse aos 2°C de aquecimento. Ou seja, o esperado era que a Terra chegasse a temperatura atual apenas décadas de 2025.

No entanto, desde o acordo, a transição energética — para que o mundo usasse menos combustíveis fósseis em sua produção — andou a passos lentos. As emissões continuaram a subir. (Veja o gráfico abaixo)

Dados mostram que 2024 atingiu recorde de emissões de gases do efeito estufa — Foto: Arte/g1

À época do acordo, o ano de 2015 tinha sido o mais quente já registrado na Terra e a temperatura média global tinha aumentado em 0,90°C – o que já era considerado um alerta. Mas não parou por aí: os últimos 10 anos seguiram batendo recordes, ano a ano. Com isso, ficando mais perto do limite.

🔥 Por exemplo: em 2021, o aumento da temperatura média global tinha sido de 1,11°C em relação aos níveis pré-industriais. Em 2022 esse número foi para 1,15°C, superado em 2023 para 1,48°C e, agora, 2024 ultrapassa todos os índices ao chegar a 1,6°C.

Ou seja, enfrentamos “uma década de calor mortal”, como declarou a Organização das Nações Unidas (ONU) e esse calor significa que podemos estar mais perto de atingir níveis em que não é mais possível reverter.

Para Paulo Artaxo, membro do IPCC, painel ligado à ONU, o índice pode indicar que chegamos ao limite, avançando décadas em relação ao que a ciência havia previsto.

"O que estamos observando é que estamos ultrapassando todos os limites e isso significa que podemos já estar no caminho dos 2°C, o que não pode acontecer. Isso significa um colapso, principalmente para países tropicais como o nosso".

— Paulo Artaxo, pesquisador e membro do IPCC, o painel sobre mudanças climáticas da ONU.
Carlos Nobre, referência mundial em estudos sobre mudanças climáticas, também reforça que o índice indica que, caso as emissões não sejam reduzidas, é possível que não consigamos impedir a Terra de chegar a uma temperatura de “colapso”.

Rio Madeira em meio á seca — Foto: DNIT

Como isso afetou o Brasil e quais os riscos para o país?

De acordo com o centro europeu Copernicus, todos os continentes pelo mundo foram afetados pelas altas temperaturas. No Brasil, análises de órgãos locais como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que o país viveu o ano mais quente de sua história.

Um levantamento do Centro Nacional de Desastres Naturais (Cemaden), órgão do governo federal que apoia na tomada de decisões sobre extremos climáticos, feito a pedido do g1 mostra que nos últimos 80 anos há regiões no país que ficaram até 2,2°C mais quentes.

A análise usou os dados do Copernicus, mas com o recorte nacional, por bioma, representando as regiões do país, e observou a diferença de temperatura entre 2024 e o que foi observado em 1940, início da série histórica.

Veja os índices por bioma:

🔥 No Pantanal, o aumento da temperatura nos últimos 84 anos foi de 2,2°C, o que abrange regiões do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por exemplo.
🔥 Na Mata Atlântica, que fica na região Sudeste, o índice foi de 1,72°C.
🔥 No Cerrado, que cobre parte do Centro-Oeste e Nordeste, as temperaturas ficaram 1,61°C mais altas.
🔥 Na Caatinga o aumento foi de 1,3°C no período de 80 anos;
🔥 No Pampa, que fica na região Sul, o aumento foi de 0,62°C.

O aumento das temperaturas também causou extremos. Em 2024, o país viveu a pior seca já registrada em sua história recente. A estiagem fez a terra aparecer em meio aos rios do Norte, maior bacia do mundo. A falta de chuva fez a vegetação secou e vivemos incêndios recordes que cobriram parte do país de fumaça e tornou difícil respirar por meses.

Prédios praticamente somem no horizonte devido à camada de poluição e fumaça em São Paulo — Foto: Paulo Pinto/Agencia Brasil

Isso tudo aconteceu ao mesmo tempo em que na outra ponta do país, no Rio Grande do Sul, chuvas torrenciais se formassem, devastando cidades que ficaram completamente alagadas e matando dezenas de pessoas.

O que José Marengo, um dos principais especialistas do país sobre clima, explica é que o Brasil experimentou dos extremos que eram previstos quando a terra aquecesse além do patamar limite.

O Rio Grande do Sul foi prejudicado pelo grande volume de chuva que atinge o estado — Foto: Reprodução/TV Globo.

Marengo alerta que o Brasil é um dos países vulneráveis a esses extremos com o aumento das temperaturas e que se o patamar não for revertido, será como cair de um “penhasco alto”.

"O calor altera o clima e nos deixa expostos a desastres como ondas de calor intensas, seca, chuvas difíceis de conter os estragos. Passar desse patamar é como cair de um penhasco alto".

— José Marengo, pesquisador sobre o clima.

Um relatório recente do Cemaden, que faz o alerta de desastres no país, levando em conta desastres ligados às chuvas, aponta que apesar das oscilações, o volume de ocorrências chegou a patamares elevados. Em 2024, foram 1,6 mil ocorrências. (Veja o gráfico abaixo)

Os pesquisadores alertam que nesse período houve melhorias no monitoramento, o que fez com que os números crescessem. Ainda assim, o aumento das ocorrências de desastres se tornou uma realidade. Reforçam ainda que os dados são de ocorrências e não representam a magnitude. O caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, é um dos piores desastres na história do país, o que faz de 2024 um marco quando se fala em tragédias por extremos.

Cestas de alimentos foram destinadas às famílias ribeirinhas afetadas pela seca extrema — Foto: Divulgação

Para além do risco à saúde e à vida, ainda há o risco para a economia. De um lado, há um gasto dos cofres públicos que precisam encontrar verba em meio às crises para apoiar as cidades afetadas. Entre 2011 e 2023, o governo federal perdeu R$485 bilhões com desastres naturais.

De outro, as perdas econômicas aos setores produtivos no país. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em um balanço que reuniu dados apenas de 2024 sobre a seca nos estados do Norte, região mais afetada pela crise, os prejuízos financeiros chegam a R$ 2 bilhões.

E se a média global superar os chegar aos 2°C mais quentes que a era pré-industrial?

O que os especialistas apontam é que as previsões são de que cidades pelo país fiquem até 4°C mais quentes. Isso significa um calor insuportável.


Fumaça de queimadas contribuem para o aquecimento do globo — Foto: REUTERS/Adriano Machado

O que é preciso fazer para frear o avanço das temperaturas?

A única maneira de conter o avanço das temperaturas e evitar que o mundo atinja a marca de risco de 2°C é frear as emissões de gases do efeito estufa.

De acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Copernicus, as emissões vem aumentando em 2024 e podem ter chegado a patamares maiores dos que já registrados antes.

🔴 Você pode se perguntar: como isso acontece se há um acordo internacional para redução desses índices? Isso acontece porque o compromisso não vem sendo cumprido e não é uníssono entre os países.

Empresas têm anunciado há alguns anos projetos de redução de emissão, mas especialistas apontam que isso não está sendo feito na velocidade que o mundo precisa.

A humanidade como um todo, em particular os países desenvolvidos e a indústria do petróleo, fracassou em reduzir as missões e acabar com a exploração de combustíveis fósseis.

— Paulo Artaxo, membro do IPCC.

Na COP 30, que acontece no Brasil, os países vão ter que anunciar as novas metas, atualizando o acordo de Paris. Para Carlos Nobre, essa edição da conferência, em que novas metas são estabelecidas, acontecendo depois de um anúncio como esse, torna o evento no Brasil um dos mais importantes desde a sua criação, mas é também um desafio.

“Os desafios do país são muito grandes para essa COP. A edição vai ser muito estratégica para mudar o patamar do aquecimento global que estamos observando atualmente”, reforça Carlos Nobre.

País é o sexto maior emissor de gases do efeito estufa — Foto: Reprodução/TV Globo

O Brasil já anunciou uma atualização do seu compromisso do Acordo de Paris e afirmou que prevê reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035.

No entanto, o que especialistas citam é que, com os índices atuais do clima, já não seriam o suficientes. Segundo o Observatório do Clima, o Brasil deveria se comprometer a reduzir as emissões líquidas em 92% até 2035. Isso significa chegar até a metade da próxima década emitindo, no máximo, 200 milhões de toneladas de gases de efeito estufa.

Para se ter ideia, atualmente, a emissão líquida do Brasil é de cerca de 2,3 bilhões de toneladas de gases – o país é o sexto maior emissor do planeta.

China, Estados Unidos, Índia, União Europeia (UE), Rússia, Brasil, Indonésia, Japão, Arábia Saudita e Canadá foram os 10 maiores emissores de gases de efeito estufa (GEE) em 2023 de acordo com o relatório mais recente do EDGAR (Emissions Database for Global Atmospheric Research) da União Europeia.

Um ponto de atenção para o país é a questão da Foz do Amazonas. No ano passado, a Petrobras descobriu uma acumulação de petróleo em águas ultraprofundas da Bacia Potiguar, no poço exploratório Anhangá, na margem equatorial brasileira.

➡️ A margem equatorial se estende por mais de 2.200 km ao longo da costa entre o Rio Grande do Norte e o Oiapoque, no Amapá. A região é considerada a mais nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas, e já foi chamada de "novo pré-sal".

A possibilidade de explorar petróleo nessa região é criticada por ambientalistas que apontam riscos de tragédias ambientais, afetando o território amazônico. A exploração depende da autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – o que a Petrobras ainda não teve. Segundo o órgão, a empresa ainda não retornou ao último pedido de esclarecimentos para a avaliação, que estava em aberto desde 2024.

A possibilidade de explorar petróleo em meio à transição pode parecer contraditória em meio ao anúncio de redução de emissões – e foi exatamente isso que Lula disse em uma entrevista em junho de 2024. E completou que “o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo”.

Fonte: G1






segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Mais de 80% das espécies de árvores exclusivas da Mata Atlântica estão ameaçadas de extinção

 

Árvores como a araucária, espécie do Sul do Brasil antes bastante comum, tiveram declínio de pelo menos 50% e foram classificadas como “Em Perigo” (foto: Anderson Kassner-Filho/Floresta SC)

Estudo publicado na revista Science aponta, pela primeira vez, grau de ameaça de todas as espécies arbóreas do bioma, que mostrou ainda que 65% do total destas espécies está nas categorias de risco. Pesquisadores afirmam que dados são conservadores e quadro pode ser ainda mais preocupante

André Julião | Agência FAPESP – Um estudo liderado por pesquisadores brasileiros e publicado hoje (11/01) na Science aponta que 82% das mais de 2 mil espécies de árvores exclusivas da Mata Atlântica sofrem algum grau de ameaça de extinção. Do total de 4.950 espécies arbóreas presentes no bioma (incluindo as que ocorrem também em outros domínios), 65% estão com suas populações ameaçadas.

É a primeira vez que todas as populações das quase 5 mil espécies arbóreas da Mata Atlântica têm seu grau de ameaça avaliado segundo os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), maior referência global em espécies ameaçadas.

“O número [de 82% de espécies endêmicas ameaçadas] foi um susto para nós, porque usamos uma abordagem conservadora. Levamos em conta se as espécies tinham ou não floresta disponível, independentemente de ser ou não uma floresta saudável, por exemplo. Mas nem todas as espécies conseguem se manter em fragmentos degradados. É possível, portanto, que a realidade seja ainda mais preocupante”, conta Renato Lima, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), em Piracicaba, e coordenador do estudo.

Parte do trabalho é fruto do pós-doutorado do pesquisador no Instituto de Biociências da USP, financiado com bolsa da FAPESP.

O levantamento foi realizado em mais de 3 milhões de registros de herbários e inventários florestais. Os pesquisadores adicionaram ainda o maior número possível de informações, como usos comerciais das espécies e séries temporais de perdas de hábitat, entre outros. Os dados dos inventários florestais foram armazenados no repositório TreeCo, administrado por Lima.

Outro dado preocupante encontrado é que apenas 7% das espécies endêmicas tiveram declínio populacional abaixo de 30% nas últimas três gerações. A IUCN considera que, acima desse patamar, a espécie já pode ser considerada “Vulnerável”, a primeira categoria de ameaça de extinção. Acima dessa estão “Em Perigo” e “Criticamente em Perigo”.

Entre as ameaçadas, 75% estão na categoria “Em Perigo”. Já o emblemático pau-brasil (Paubrasilia echinata) foi listado como “Criticamente em Perigo”, dada a redução estimada de 84% das suas populações selvagens.

Árvores antes comuns, como a araucária (Araucaria angustifolia), o palmito-juçara (Euterpe edulis) e a erva-mate (Ilex paraguariensis), tiveram declínios de pelo menos 50% e por isso foram classificadas como “Em Perigo”.

Espécies exclusivas da Mata Atlântica, entre elas a canela (espécies como Ocotea odorifera e O. porosa), sofreram reduções de 53% a 89%, sendo classificadas como “Em Perigo” ou “Criticamente em Perigo”.
A Ocotea porosa foi uma das espécies de canela listada no levantamento (foto: Anderson Kassner-Filho/Floresta SC)

Levantamento inédito

A IUCN conta com uma série de critérios para definir o grau de ameaça de uma espécie, seja animal ou vegetal, divididos entre A, B, C e D. No estudo atual, os pesquisadores observaram que, quanto mais dados eram inseridos, o grau de ameaça aumentava.

Em linhas gerais, o critério A avalia o declínio da população nas últimas três gerações; o critério B, o tamanho da área ocupada pela espécie; e os C e D se a população é pequena e em declínio ou muito pequena, com menos de 10 mil indivíduos adultos.

“Quando preenchemos menos critérios da IUCN nas avaliações, o que geralmente tem sido feito até então, temos seis vezes menos espécies ameaçadas. O uso de critérios que incorporam os impactos do desmatamento aumenta drasticamente o nosso entendimento sobre o grau de ameaça das espécies da Mata Atlântica, que é bem maior do que pensávamos anteriormente”, explica Lima.

Para ilustrar a diferença, o grupo separou um conjunto de espécies que possuía dados para todos os critérios e avaliou o grau de ameaça. Levando em conta todas as espécies desse subgrupo, se considerado apenas o critério A, 91,4% do total de espécies estariam ameaçadas e 90,3% das exclusivas da Mata Atlântica.

Ao utilizar apenas o critério B, muitas vezes o único usado em levantamentos do tipo, só 10,7% das espécies ou 16,6% das endêmicas estariam ameaçadas. Tendo os critérios C e D como referência, então, 3,2% das endêmicas seriam consideradas ameaçadas e, no máximo, 2,5% do total.

O método inovador será utilizado a partir de 2024 para avaliar o grau de ameaça das cerca de 12 mil espécies vegetais presentes exclusivamente no Brasil e que ainda não passaram por esse tipo de avaliação. O trabalho é realizado pelo Centro Nacional de Conservação da Flora, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde atuam alguns dos coautores do estudo.

Os autores propõem ainda que o método possa ser utilizado em escala global. Em uma simulação usando dados de outras florestas tropicais, os pesquisadores atestaram que 30% a 35% das espécies de árvores do planeta podem estar ameaçadas apenas pelo desmatamento.

“Informações desse tipo são primordiais para a criação de políticas públicas de conservação e reflorestamento. Pode-se priorizar áreas mais degradadas e espécies mais ameaçadas, sem deixar de considerar locais em que há florestas que podem não ser mais viáveis no longo prazo se algo não for feito agora”, comenta o pesquisador.

A boa notícia é que cinco espécies consideradas extintas na natureza foram redescobertas no estudo. Por outro lado, 13 espécies de árvores exclusivas da Mata Atlântica foram reclassificadas como possivelmente extintas.

O artigo Comprehensive conservation assessments reveal high extinction risks across Atlantic Forest trees pode ser lido por assinantes em: www.science.org/doi/10.1126/science.abq5099.

Fonte: Agência FAPESP



sábado, 4 de janeiro de 2025

PRAÇAS DO POP HOMENAGEIAM PERSONALIDADES RELACIONADAS À LAGOA DE PIRATININGA E À CRIAÇÃO DO PARQUE

 

Praças do Parque Orla de Piratininga Alfredo Siris recebem nomes em homenagem a pessoas relevantes 

No dia 21 de dezembro de 2024, publiquei o Decreto 15.664/2024 para "Nominar as praças que compõem o conjunto arquitetônico, paisagístico, e urbanístico do espaço denominado Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis". Estas praças foram criadas ou requalificadas no processo de urbanização e estruturação de equipamentos públicos por ocasião da implantação do parque, que protege o entorno da Lagoa de Piratininga.  

Ao todo, seis praças receberam nomes que homenageiam personalidades que contribuíram para a criação do Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis (POP), uma das iniciativas do Programa Região Oceânica Sustentável (PRO Sustentável), para a proteção da Lagoa de Piratininga ou tiveram importância para as comunidades do entorno do parque.

Saiba, a seguir, quais são as seis praças e os respectivos homenageados:

Recanto Boechat.

Ao centro, a Sra. D. Mercedes Boechat, mãe de Carlos Boechat.

Engenheiro Carlos Boechat próximo a um dos acessos ao POP.

1- Praça Recanto Boechat

Carlos Alberto Boechat (1950 - 2020) 

Engenheiro e ex-secretário regional da Região Oceânica. Servidor público, valoroso profissional empenhado na administração cidade tendo contribuído no desenvolvimento, planejamento, execução e finalização das obras e projetos da Região Oceânica de Niterói. Foi fundamental no processo de planejamento, estruturação e diálogos com a sociedade para a implantação do Parque Orle de Piratininga Alfredo Sirkis. Como engenheiro dos quadros da Prefeitura de Niterói, participou de muitas obras de infraestrutura da cidade. Grande liderança política e comunitária, com personalidade marcante, seu grande sonho era ser eleito vereador de Niterói, o que aconteceu nas eleições municipais de 2020. Infelizmente, Boechat faleceu de COVID-19, aos 70 anos, no dia 12 de dezembro de 2020, dias antes de tomar posse. Em reverência à sua imagem, a Justiça Eleitoral o diplomou como vereador post-mortem. A Praça Recanto Boechat foi inaugurada no dia 17 de junho de 2023


Angelino Conceição, importante liderança nas comunidades Ciclovia e Barreira.

Angelino Conceição.

2- Praça Angelino Conceição (Osiris)

Angelino Conceição (1986 – 2020) 

Produtor cultural, liderança comunitária na Comunidade da Ciclovia, diretor do projeto "A juventude Viva", desenvolveu diversos serviços sociais para crianças, jovens e idosos da Comunidade da Ciclovia/Barreira. Angelino foi importante interlocutor entre a equipe da Prefeitura, principalmente os técnicos do Programa Região Oceânica Sustentável (PRO Sustentável) e as comunidades, nos diálogos e esclarecimentos sobre o POP, os benefícios do parque.


Paulo Sérgio Manhães Peixoto

3- Praça Paulo Peixoto (Arrozal) 

Paulo Sérgio Manhães Peixoto (1950 - 2020) 

Servidor público, fundou o Grupo Espírita Paz e Renovação (GEPAR) e Creche Meimei, ambos nos limites do POP. Dedicou a vida para caridade, transformação social através do acolhimento e educação, atuando intensamente na Comunidade da Ciclovia/Barreira. Foi liderança muito atuante no movimento ecumênico de Niterói.


Lejeune Henriques Pacheco de Oliveira.

4- Praça Lejeune de Oliveira (Centro de Esporte e Lazer do Camboatá) 

Lejeune Henriques Pacheco de Oliveira (1915 - 1982) 

Médico, pesquisador em Parasitologia e Limnologia, professor, conferencista e escritor, tendo publicado vários trabalhos resultantes de excursões cientificas pelo Estado do Rio de Janeiro, especialmente nas baias de Ilha Grande, Sepetiba e Guanabara. Publicou interessantes estudos sobre as lagoas/lagunas do estado do Rio de Janeiro, inclusive sobre Piratininga e Itaipu. Saiba mais sobre Lejeune de Oliveira.


Patrícia Bello (Tia Paty). Foto cedida por familiares.

5- Praça da Tia Paty 

Patrícia Bello (1971 - 2021) 

Professora, dedicou sua vida ao bem-estar das crianças e aos cuidados com a comunidade, onde instalou brinquedos infantis para o lazer dos pequenos, sendo este espaço conhecido como Praça da Tia Paty.


6- Praça Omar Serrano (Cotovelo) 

Omar Serrano ( - 2010) 

Líder comunitário, ambientalista, que recebeu o título de cidadão niteroiense em 1990 por sua atuação na preservação do patrimônio socioambiental do município de Niterói. Atuou na Federação das Associações de Moradores de Niterói - FAMNIT, no Movimento de Resistência Ecológica - MORE e Movimento Cidadania Ecológica - MCE, tendo participado ativamente de mobilizações pela Baía de Guanabara, pela criação do Parque Estadual da Serra da Tiririca - PESET, pela proteção do Sistema Lagunar de Piratininga e Itaipu e debates no Legislativo Municipal por ocasião da aprovação da Lei Orgânica de Niterói, do Plano Diretor de Niterói (1992) e outras leis.

-------------------------------------------

Além das praças, o POP também homenageia outras duas personalidades importantes para a causa ambientalista e de proteção ao patrimônio ambiental do Brasil e de Niterói:


Alfredo Hélio Sirkis

Sirkis e Al Gore em evento internacional sobre mudanças climáticas.

Alfredo Sirkis (1950 - 2020)

O Parque Orla de Piratininga (POP) recebeu o nome de Alfredo Sirkis em homenagem à importância e ao trabalho deste para a causa ambiental e das mudanças climáticas. Ambientalista, político, jornalista e escritor, Sirkis foi um dos pioneiros na luta pela preservação do meio ambiente no Brasil, e um dos fundadores do Partido Verde. Sirkis foi um dos pioneiros na luta pela preservação do meio ambiente no Brasil, e um dos fundadores do Partido Verde, em janeiro de 1986. Em 1991, assumiu a presidência nacional do partido.

Como o primeiro secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, em 1996, foi o responsável pelo reflorestamento de 660 hectares (mais de 6 milhões de m2 de área desmatada), em 47 comunidades da capital fluminense. Por sua orientação, foram construídos 80 quilômetros de ciclovias no Rio de Janeiro. Entre outubro de 2016 e maio de 2019, foi o coordenador Executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima (FBMC), até o colegiado ser extinto pelo presidente Jair Bolsonaro. Fundou e foi diretor executivo do Centro Brasil no Clima, que hoje tem a liderança do seu filho, Guilherme.

Autor de nove livros, ganhou o Prêmio Jabuti de 1981, por "Os Carbonários" (1980). A minha última oportunidade de estar com ele foi por de forma on-line, poucos dias antes do seu falecimento, por ocasião do lançamento do seu último livro, intitulado "Descarbonário" (2020), uma obra importante onde conta histórias interessante e com muito humor da sua própria trajetória, mas também debate o papel e como o Brasil pode se beneficiar de um mundo em descarbonização. Outro livro valioso é "Pólis ou Babel: Megalópolis: reflexão e ação em grandes cidades" (2012), onde debate a importância e a responsabilidades na crise climática global.


Centro EcoCultural Sueli Pontes, sede do Parque Orla de Piratininga.

Sueli Pontes (  - 2020)

Sueli Pontes era ambientalista e arquiteta. Moradora do Jardim Imbuí (Tibau) foi uma ativa defensora da proteção e recuperação da Lagoa de Piratininga. Seu nome foi escolhido para homenagem no Centro EcoCultural Sueli Pontes, sede do Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis (POP), oferecendo um programa de educação ambiental focado no próprio POP e seus equipamentos, como os jardins filtrantes, contando com uma exposição permanente sobre os ecossistemas da Lagoa de Piratininga e da Bacia Hidrográfica da Região Oceânica de Niterói. O Centro EcoCultural (chamado pela população de  EcoPOP) também é o primeiro equipamento cultural público da Região Oceânica.

--------------------------------------------

Um outro equipamento público do POP disponível para o uso da população é a Ilha do Tibau, onde a Prefeitura desenvolve o Núcleo Avançado de Sustentabilidade, Cultura e Esporte - NASCE. O POP também oferece trilhas e passeios como o da Rua Estrela, que se estende até às margens da Lagoa de Piratininga, a trilha do Pontal e como é limítrofe ao Parque Natural Municipal de Niterói - PARNIT, Setor Morro da Viração, há ainda a oportunidade de muitas atrações de ecoturismo a ser explorada pelos visitantes.

Axel Grael
Prefeito de Niterói
(2021-2024)
 

-----------------------------------------------------

LEIA TAMBÉM:

Alfredo Sirkis: a despedida de um campeão da sustentabilidade 




quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Clin retira cerca de 90 toneladas de resíduos da orla no pós-Réveillon


A Companhia de Limpeza de Niterói (CLIN) recolheu cerca de 90 toneladas de resíduos das vias públicas e praias no pós-Réveillon. Deste total, cerca de 50 toneladas foram retiradas apenas da praia de Icaraí. A operação foi iniciada às 6h e a limpeza foi concluída antes das 10h do dia primeiro de janeiro de 2025.

Foram cerca 800 funcionários realizando o serviço de limpeza das vias, sendo cerca de 600 concentrados na área da praia de Icaraí. Os materiais mais encontrados foram: garrafas pet, garrafas de vidro e latas de alumínio.

Para auxiliar o trabalho manual a CLIN utilizou diversos equipamentos específicos. Foram disponibilizados para a operação, 200 contêineres e cerca de 100 equipamentos, entre caminhões basculantes, pás mecânicas, retroescavadeiras, além de pipa d’água, utilizando água de reuso, para 2 lavagens que concluíram a limpeza com desodorizador de eucalipto.

Fonte: Prefeitura de Niterói


DISCURSO NA TRANSMISSÃO DE CARGO PARA RODRIGO NEVES E ISABEL SWAN





Hoje, com muita emoção e sentimento de dever cumprido, transmiti o cargo de prefeito a Rodrigo Neves e dei as boas-vindas à querida Isabel Swan, que assume a vice-prefeitura. Encerrei o ciclo que considero o mais importante da minha trajetória de vida, de militância ambiental, social e profissional. Foram 12 anos dedicados a transformar a cidade de Niterói na direção daquilo que sempre sonhamos: uma cidade com qualidade de vida, inclusiva, com justiça social, de oportunidades para todos e uma referência de sustentabilidade urbana, de resiliência climática, de zelo pela sua cultura e seu patrimônio histórico.

Para isso, dedicamos todos os nossos esforços nos últimos 12 anos, principalmente no período que tive a honra de ser o prefeito da cidade, entre 2021 e 2024.

O prefeito não é o dono da cidade nem manda sozinho, enfrenta muitas dificuldades e avança de acordo com a mediação de forças que faz com a sociedade. Mas tem muitas ferramentas nas mãos para promover a transformação. Assim, chegamos a este momento podendo olhar para o legado que deixamos e ter a sensação que a cidade agora tem muito da nossa cara. Muito do que sempre sonhamos.

Sonhos alcançados...! Foi a ênfase do discurso que fizemos e que reproduzimos aqui.

O nosso agradecimento a todos que estiveram conosco nessa caminhada e ajudaram a construi-las.

A nossa eterna gratidão!

Viva Niterói!!!!!

Axel Grael
Prefeito de Niterói
(2021-2024)


---------------------------------------------------


Senhoras e senhores,

Neste momento em que encerro o mais encantador desafio da minha vida pública, SER PREFEITO DE NITERÓI, olho para trás e me permito sentir orgulho dos passos que me trouxeram até aqui.

Minha luta pelo desenvolvimento com respeito ao meio ambiente e justiça social teve início ainda nos anos 70, quando comecei a estudar engenharia florestal. Em 1980, fundei o Movimento de Resistência Ecológica – MORE, organização histórica do movimento ambientalista. Nosso foco inicial era combater a poluição da Baía de Guanabara. Na época, pouco se falava de meio ambiente, sobre mudanças climáticas ou mesmo em sustentabilidade, termo que só se tornou mais conhecido 20 anos depois. Sequer era usual o termo “ambientalista”. Éramos chamados de “ecologistas”.

Há 26 anos, tive a satisfação de ver o Projeto Grael se tornar realidade. Hoje, mais de 20 mil crianças e jovens estudantes da rede pública de educação já foram beneficiados por este programa que tive oportunidade de implantar com meus irmãos, Torben e Lars Grael. O Projeto Grael me aproximou ainda mais da Educação e das outras causas sociais.

Foram décadas de trabalho e dedicação, seja como militante, voluntário, como servidor público concursado, ou em diferentes cargos públicos, como presidente da FEEMA, do IEF, ou como subsecretário de Meio Ambiente do estado do RJ. Sempre estive na defesa dos preceitos legais, dos conceitos éticos e valores morais para a construção de uma sociedade cada vez mais sustentável, livre, justa e igualitária.

Apesar de tão longa caminhada, os últimos 12 anos foram os mais produtivos em termos de realizações e conquistas. De 2013 a 2020, estive ao lado do prefeito Rodrigo Neves em seus dois primeiros mandatos.

Com o apoio do PDT, do prefeito Rodrigo Neves, do nosso grupo político, dos demais partidos que compuseram a nossa aliança e de muitas pessoas que acreditaram em nosso projeto, fui eleito prefeito de Niterói com 62,5% dos votos, no primeiro turno, tendo ao meu lado o vice-prefeito Paulo Bagueira. Servi como prefeito à cidade que eu amo de 2021 a 2024 com muito empenho, dedicação e vontade de dar continuidade à construção da Niterói que sempre idealizamos.

Assim, muitos sonhos antigos foram conquistados:
  • Como disse, comecei a minha militância ambientalista na década de 1970, defendendo a Baía de Guanabara. Portanto, como cidadão, como profissional e como ambientalista lutei contra a poluição e a favor do saneamento. Como vice-prefeito e depois como prefeito, ajudei Niterói a se aproximar da universalização da coleta e tratamento do esgoto e se tornar uma das melhores cidades do país no assunto. Destaco aqui os resultados do programa Ligado na Rede: só na comunidade da Boa Esperança e na Bacia do Rio Jacaré, fizemos 550 ligações à rede coletora de esgoto, beneficiando 2 mil pessoas e evitando que 7,1 milhões de litros de esgoto sem tratamento chegassem à Lagoa de Piratininga. Com o programa, a comunidade do Boa Esperança passa a ser a primeira 100% saneada em Niterói.
  • Como engenheiro florestal e ambientalista lutei pela criação do Parque Estadual da Serra da Tiririca e pela criação de mais parques em Niterói. Hoje temos mais de 56% do território da cidade protegido e temos o Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis, o mais inovador e premiado parque natural municipal do país. Como prefeito, criei ainda o Parque do Morro do Morcego Dora Negreiros, o Parque das Águas Escondidas, da Floresta do Baldeador, de Pendotiba e o Monumento Natural do Morro da Pedreira, em Icaraí. Fomos reconhecidos pela FAO como referência mundial em florestas urbanas. Só nas ruas da cidade, temos uma arborização com 55 mil árvores catalogadas no SIGEO, através do projeto Arboribus.
  • Outra grande prioridade dos tempos de ambientalista era a recuperação do Sistema Lagunar de Piratininga e Itaipu: uma agenda que esperamos mais de 40 anos para conseguir tirar do papel. Idealizei e como prefeito inaugurei o POP Sirkis, com os seus jardins filtrantes – que é o maior investimento nas Américas em Soluções Baseadas na Natureza - SBN. Os jardins filtrantes evitam que a lagoa de Piratininga continue a se degradar, retendo sedimentos, nutrientes e outros poluentes. Como parte dos cuidados com a Lagoa de Piratininga, fizemos a renaturalização do Rio Jacaré, a primeira iniciativa de recuperação de um rio urbano no Brasil. Iniciamos também a obra de estabilização do Canal de Itaipu, desenvolvemos o projeto e licitamos a obra de recuperação do Túnel do Tibau e implantamos o Centro Ecocultural Sueli Pontes, o primeiro equipamento cultural público da Região Oceânica e um grande e belo espaço dedicado à educação ambiental e à compreensão dos ecossistemas da Bacia das lagoas de Piratininga e Itaipu.
  • Na década de 1980, lutei também por ciclovias em Niterói, organizando “bicicleatas” pela cidade. Era como pregar no deserto. Diziam que ninguém ia andar de bicicleta em Niterói. Mas, como vice-prefeito e prefeito implantamos o programa Niterói de Bicicleta e chegamos a 86 km de ciclovias. Somos referência no país, temos a ciclovia mais movimentada do Brasil, implantamos as já famosas “roxinhas”, que segundo o site da NitBike já proporcionou mais de 530.000 viagens, prevenindo a emissão de 214,65 t de CO2. Temos ainda a maior proporção de mulheres e idosos pedalando no país.
  • Como ambientalista e profissional de meio ambiente, acompanho desde a Rio-92 os debates sobre a evolução da emergência climática. Somos a primeira cidade a se preparar para enfrentar os desafios das mudanças climáticas! Como prefeito, criei a primeira Secretaria Municipal do Clima e Niterói se tornou uma referência nacional e internacional sobre políticas climáticas locais. Desenvolvemos o Plano de Mitigação, Adaptação e Resiliência Climática, estabelecendo as metas de redução das emissões líquidas de CO2e em 34% até 2030, 40% até 2040 e 100% até 2050. Uma referência de compromisso climático local. No aspecto da resiliência climática, lembro que quando assumimos em 2013, ainda éramos conhecidos como a cidade da tragédia do Morro do Bumba. De lá para cá, fizemos o maior investimento em resiliência no país, com 1 bilhão de reais investidos em contenção de encostas nos últimos 12 anos. Só na atual gestão, foram investidos 700 milhões em obras de contenção de encostas. Estamos muito perto de resolver os principais problemas de drenagem de Niterói. Na Região Oceânica já realizamos quase 100% das iniciativas planejadas e estamos executando agora a maior de todas estas obras, que é a drenagem do Barreto/Engenhoca. Os investimentos em drenagem e pavimentação na atual gestão alcançaram mais de 367 milhões de reais. Deixamos para a nova gestão o estudo já contratado e que está em andamento para a solução da última das grandes pendências da cidade: a drenagem do Rio Icaraí, que afeta a Avenida Roberto Silveira.
  • Como gestor público me aproximei, na época da FEEMA, das políticas de emergências e riscos ambientais. Como vice-prefeito e prefeito uma boa parte da minha atenção esteve em construir a melhor Defesa Civil do país. Hoje, temos uma equipe de competência reconhecida e bem treinada, um radar meteorológico (o mais moderno do país), uma rede de pluviômetros, uma rede de monitoramento hidrológico, além de estações meteorológica e rede de monitoramento da qualidade do ar.
  • Pertencendo a uma família de atletas, tendo a clara convicção da importância do esporte em todas as suas dimensões – inclusão social, educação, saúde e economia - viabilizei a implantação do Parque Esportivo e Social do Caramujo, do Parque Esportivo de Niterói, na Concha Acústica – que em breve ganhará a Arena Poliesportiva -, a reforma do Complexo de Atletismo Aída dos Santos, em parceria com a UFF, além do Parque Esportivo do Viradouro e os equipamentos esportivos nas comunidades. Implantamos o Niterói Esporte na Comunidade - NEC, que atende quase 2.000 alunos e inauguramos recentemente o Educação Joga em Rede, proporcionando mais um espaço esportivo de qualidade para a cidade. No POP implantamos o NASCE, na Ilha do TIBAU, para tambem oferecer oportunidades de esportes, recreacao e cultura.
  • Com a experiência do Projeto Grael, sempre quis avançar mais na união do meio ambiente, formação profissionalizante e inclusão social num mesmo projeto: concebemos então o Niterói Jovem Ecosocial, uma das mais belas e inovadoras iniciativas em desenvolvimento pela Prefeitura e que já beneficiou 1.500 jovens das comunidades de Niterói.
  • Como militante do PDT, inspirado na experiência de ter trabalhado com Brizola e Darcy Ribeiro, no segundo governo Brizola, implantei projetos sociais como a Moeda Social Arariboia – que hoje já beneficia 45 mil famílias e já injetou R$ 500 milhões na economia. O somatório das políticas sociais atingiu 868 milhões no atual governo. Também iniciamos o maior programa de obras de infraestrutura em comunidades de Niterói, beneficiando 15 comunidades e investindo cerca de R$ 150 milhões. Iniciamos o que talvez seja o maior programa de regularização fundiária em curso no país, que entregará 10.000 títulos. Na educação, o grande tema dos trabalhistas, entregamos 31 escolas em 12 anos, fizemos concurso para professores, climatizamos todas as escolas e avançamos muito.
  • Sempre tive um olhar especial para a cultura, para as artes e para o patrimônio histórico da cidade. Praticamos na atual gestão o maior investimento da história na proteção patrimonial, com a entrega da Ilha da Boa Viagem, do Mercado Municipal, da Casa Norival de Freitas, do Castelinho do Gragoatá e demos início à restauração do Cinema Icaraí, além de desapropriar e iniciar as obras de restauro da Cantareira e do Casarão da Alameda. Estes investimentos somaram 63 milhões de reais. Com os editais de fomento apoiamos as artes e a cultura na cidade e com o Projeto Aprendiz Musical, saímos de 2.400 alunos em 2021 para 10.000 alunos aprendendo a tocar um instrumento musical em Niterói.
  • Preocupado com a questão ambiental, da qualidade de vida e das características urbanas de cidade, sempre participei ativamente dos processos de planejamento urbano de Niterói. Após a aprovação do novo Plano Diretor de Niterói, em 2019, fizemos um amplo debate sobre a Lei Urbanística de Niterói, que foi finalmente aprovada no início de 2024. A nova lei traz muito do nosso sonho de ver a cidade desenvolver-se nas próximas duas décadas sob conceitos de sustentabilidade, resiliência e das melhores soluções urbanísticas. A Lei Urbanística garante definitivamente a proteção dos parques e das áreas ambientalmente mais sensíveis.

Poderia ficar muitas horas aqui falando - com orgulho - sobre os muitos sonhos alcançados. Os desafios são enormes e, sem sonhos e ideologia a nos impulsionar não há como superar todas as dificuldades. A vida pública, quando levada a sério, é de muito trabalho, dedicação e perseverança e precisamos dessa motivação. O amor por Niterói não nos deixa esmorecer.

------ ## ------

“FELICIDADE É VIVER AQUI!” diz o slogan da nossa última campanha publicitária. Ajudar a construir a felicidade dos niteroienses através de políticas públicas e serviços eficientes também faz parte dos sonhos de qualquer gestor que ama a cidade e o seu povo. Na primeira reunião de secretariado, estabelecemos um prazo para que cada dirigente apresentasse a avaliação dos serviços prestados pela sua pasta. Isso desdobrou num Portal de Serviços ao Cidadão, que possibilitou atendimentos mais rápidos e eficientes.

Nunca se ouviu tanto o cidadão como nesses últimos 12 anos. Foram audiências públicas, consultas pelo COLAB, diálogos com lideranças sociais, pesquisas de opinião e muita conversa pelas ruas. Priorizamos aquilo que o cidadão demandou.

Na segurança pública, liderados pelo prefeito Rodrigo Neves e com o Niterói Presente e investimentos estratégicos como o CISP e o Pacto Niterói Contra a Violência, reduzimos os indicadores de violência e criminalidade para índices históricos. De longe, os melhores da Região Metropolitana. Interferências político-eleitoreiras tentaram atrapalhar, mas não deixamos que acontecesse e mantivemos a nossa cidade protegida.

Na Saúde, enfrentamos a COVID-19 e coube à atual administração enfrentar alguns dos momentos mais difíceis da pandemia, superando uma conjuntura política criminosamente negacionista, mas sem deixar de proteger a população. Coube-nos a responsabilidade de proceder a vacinação e desenvolver as políticas de retomada econômica, com destaque para o Plano Niterói 450 Anos.

Desapropriamos, em 2022, o Hospital Oceânico, que recebeu o nome de Dr. Gilson Cantarino, em homenagem ao grande médico e gestor público niteroiense. Modernizamos a gestão do Hospitais Carlos Tortelli e Mário Monteiro, reformamos e entregamos novas unidades de saúde. A Maternidade Alzira Reis está com as suas obras civis prontas restando apenas a instalação de equipamentos e poderá ser inaugurada em poucas semanas. Mas, igualmente importante foi o concurso público para o ingresso de mais de 1.000 profissionais de saúde, resolvendo o problema histórico da precariedade das relações de trabalho que era baseado há muitos anos em contratações por RPA. Com isso, temos um novo serviço de atenção básica, com um Médico de Família renovado e mais eficiente.

Uma das principais demandas da sociedade sempre foi o trânsito e a mobilidade. Aprovamos recentemente o subsídio para as passagens de ônibus, de forma a fortalecer e a incentivar o uso do transporte coletivo. Buscamos soluções estruturantes para a mobilidade e para o trânsito. Foi o caso dos recursos garantidos para a primeira fase da implantação do VLT de Niterói e a aquisição dos ônibus elétricos, já licitados. Fizemos obras importantes para resolver problemas pontuais, como a Praça Stuessel Amora (conhecida como a Rotatória de Camboinhas) e a Praça José Bedran, em Icaraí. Ambas resolveram gargalos do trânsito de Niterói. Também cabe repetir aqui a aposta de Niterói no transporte ativo por bicicletas, que já nos referimos aqui.

O Centro da cidade recebe obras que transformarão a sua realidade. O Novo Centro (entre a Visconde do Rio Branco e o Caminho Niemeyer), o Projeto Orla, a Nova Praça Arariboia, a Casa Norival, o Mercado Municipal e ganhará a Cantareira, além da já licitada recuperação da Avenida Amaral Peixoto. O Parque Esportivo do Centro, na Concha Acústica, e a pista de atletismo Aída dos Santos, na UFF, marcam a nova vocação do Centro de Niterói.

Outras iniciativas de grande impacto na economia da cidade é a dragagem do Canal de São Lourenço, que é um investimento de 150 milhões de reais da Prefeitura e a Parceria Público Privada que estruturamos para o funcionamento do Porto Pesqueiro de Niterói. As atividades fortalecerão os setores da construção naval, a logística offshore e a atividade portuária e o Porto Pesqueiro tem potencial para fazer com que atividade da pesca seja uma das mais fortes na economia de Niterói.

Enfim, foram 4,3 bilhões de reais investidos na infraestrutura de Niterói, no que eu chamo da Década de Ouro do Investimento Público em Niterói. Deste total, 2,6 bilhões de reais foram investidos só na gestão que se encerra. Quase 1 bilhão só em 2024, em mais de 500 frentes de obras em toda a cidade.

Nada disso teria sido possível sem o trabalho incansável dos profissionais da Prefeitura de Niterói. Quero aqui registrar meu especial agradecimento a cada um que se dedica a esta cidade, que faz com que a cada dia ela fique ainda mais bonita, bem cuidada, pujante e encantadora.

Também quero agradecer a parceiros fundamentais, como a Universidade Federal Fluminense, este patrimônio de Niterói, a Organizações Não-Governamentais, a Federação das Associações de Moradores, Câmara de Dirigentes Lojistas e demais organizações representativas, que tanto contribuem com a Prefeitura de Niterói.

Não posso deixar de dedicar especial agradecimento ao meu vice-prefeito, Paulo Bagueira, aos deputados e lideranças políticas niteroienses. Agradeço ao Poder Judiciário e à Câmara de Vereadores de Niterói pelo relacionamento cooperativo, alicerçado em valores republicanos, que pudemos manter nos últimos quatro anos.

Meu muito obrigado também a cada cidadão niteroiense pela confiança, apoio e até pelas cobranças, tão essenciais para o avanço de nossa sociedade. Como costumo dizer, se não fosse a busca pelo melhor, nós – seres humanos - ainda estaríamos vivendo nas cavernas... Por isso, o que desejo é que esta cidade continue sendo crítica, democrática e consciente.

Quero pedir licença a todos para fazer um agradecimento especial à minha esposa, sempre a meu lado como fonte de energia e inspiração. Christa, te amo.

Gente, ser prefeito de Niterói é bom demais! É um sonho administrar a cidade que a gente ama! No entanto, não é uma tarefa fácil. É uma corrida sem linha de chegada. A cidade não fica pronta nunca. Quanto mais a gente faz, mais é preciso fazer. Surgem novos desafios, novas realidades, novas expectativas que precisam ser atendidas.

Deixo hoje o cargo de prefeito de Niterói com a certeza do dever cumprido. Deixo para meu sucessor, meu amigo e irmão Rodrigo Neves, uma cidade ainda mais conectada às demandas dos niteroienses e pronta para enfrentar os novos desafios.

Mas, não vou parar por aqui. Niterói, o Estado do Rio e o Brasil podem ter certeza de que continuarei minha trajetória de luta por meus ideais democráticos, de sustentabilidade e igualdade social. Continuarei trabalhando para preparar nossa cidade, o País e o mundo para a nova realidade que já chegou.

Rodrigo, como costumamos brincar, você me entregou a cidade com o sarrafo lá no alto. Com muito trabalho, conseguimos colocá-lo mais acima. Estou deixando um superavit financeiro projetado de 2.9 bilhões de reais, 240% maior do que eu recebi. Só o valor acumulado pelo Fundo Previdenciário, Fundo Financeiro, Fundo de Oscilação de Riscos e Fundo da NiteróiPrev chega a 1,985 bilhão de reais. O crescimento patrimonial de 2012 a e 2024 chegou a 150 mil vezes. O FER superou a marca de 1,2 bilhões de reais.

Agora, tenho convicção de que, com toda sua experiência, espírito público, competência, obstinação e amor por nossa gente, implantará mais um ciclo de investimentos que fará de Niterói o melhor lugar do Brasil pra se viver e ser feliz!

Bons ventos a você, Rodrigo, a toda sua equipe e a Niterói!

Viva Niterói!

Discurso proferido por Axel Grael, no Teatro Municipal de Niterói, no evento de transmissão de cargo para o prefeito Rodrigo Neves e Isabel Swan, no dia 01 de janeiro de 2025.



segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Prefeito Axel Grael vistoria obras da Estação Cantareira

 

O prefeito de Niterói, Axel Grael, visitou nesta segunda-feira (30) as obras de reforma do prédio da Estação Cantareira, localizado em São Domingos. O local sediará um novo Distrito de Economia Criativa e Inovação da cidade e espaço multiuso para eventos, com flexibilidade para diferentes tipos de aproveitamento. O local faz parte de um pacote de obras de recuperação do patrimônio histórico da cidade, que inclui a Casa Norival de Freitas, no Centro, e o Castelinho do Gragoatá.

“Esse prédio é um patrimônio da nossa cidade, e foi desapropriado pela Prefeitura. Eu fiz questão de vir aqui, fazer a última vistoria deste ano, para que pudéssemos verificar o andamento das obras, e já pude constatar que muita coisa mudou e as obras aceleraram bastante. Quem conheceu antes sabe que havia várias construções dentro e tudo foi retirado. Estamos preparando tudo. Haverá espaços para o funcionamento de startups, de atividades voltadas para a economia criativa em Niterói. Um espaço versátil e mais um patrimônio histórico restaurado, recuperado para o uso dos cidadãos. Aqui também teremos, com certeza, restaurantes e espaços que o cidadão poderá frequentar. Estou muito feliz com o que está acontecendo aqui na nossa cidade”, disse o prefeito Axel Grael.

A obra está orçada em cerca de R$ 40 milhões e deve durar 18 meses. O projeto da Cantareira foi planejado para ter flexibilidade, para que o novo espaço possa também receber eventos, shows e feiras. O projeto arquitetônico foi pensado para privilegiar a manutenção das linhas originais da fachada da antiga estação das barcas. No entorno do prédio, ficará o Museu do Cinema, que, junto ao complexo do Reserva Cultural, completará a grande vocação da região para atividades criativas.




domingo, 29 de dezembro de 2024

"CAMINHABILIDADE": uma reflexão para seguir avançando para a sustentabilidade urbana em Niterói

PLANEJAR A CIDADE PARA O PEDESTRE

O artigo abaixo é o resultado de uma reflexão que fiz com o arquiteto e urbanista Filipe Simões e o jornalista Leo Rivera, do jornal O Dia. Apresentamos a ele o conceito de "Caminhabilidade", que é um dos avanços que precisamos seguir buscando no planejamento da mobilidade de Niterói, estimulando o deslocamento pedonal. Este seria o passo seguinte rumo à sustentabilidade diante dos avanços que tivemos na mobilidade da cidade nos últimos anos. Esta mesma reflexão já tive várias vezes com o secretário municipal de Urbanismo e Mobilidade, Renato Barandier, que sempre defendeu com entusiasmo este conceito e, pelas suas mãos, hoje está contemplado no Plano de Mobilidade Urbana Sustentável - PMUS, no novo Plano Diretor de Niterói (2019) e na recém aprovada Lei Urbanística (2024).

AVANÇOS NA MOBILIDADE DE NITERÓI

Niterói experimentou nos últimos anos o que chamamos da Década de Ouro dos Investimentos Públicos, com mais de R$ 4,3 bilhões investidos pela Prefeitura em infraestrutura. Uma grande parte destes investimentos foram em mobilidade e melhoria da infraestrutura viária, com destaque para a TransOceânica (inclui o túnel Charitas-Cafubá); o Centro de Controle Operacional da Mobilidade (CCO Mobilidade), que controla a sinalização semafórica da cidade, e o programa Niterói de Bicicleta, que elevou a malha cicloviária de Niterói quase nada a 86 km de ciclovias. Importante lembrar que Niterói conta hoje com a ciclovia mais movimentada do país, que é o eixo cicloviário das avenidas Roberto Silveira, Marquês do Paraná a Amaral Peixoto.

Na atual gestão (2021-2024), tivemos avanços importantes, como: 

  • VLT: Avanços no planejamento e garantia dos recursos do Novo PAC, do Governo Federal, para iniciar a implantação do VLT de Niterói.
  • ÔNIBUS ELÉTRICOS: Também com recursos do PAC, concluímos a licitação para a aquisição dos primeiros ônibus elétricos da cidade, iniciando a transição energética e descarbonização da frota do transporte coletivo da cidade. Lembramos que o transporte é a principal fonte de emissão de Gases do Efeito Estufa em Niterói. Com a atual licitação a Prefeitura poderá adquirir até 50 ônibus.
  • SUBSÍDIO: Encaminhamos mensagem executiva para o Legislativo Municipal para a aprovação do subsídio para o transporte coletivo, para mantê-lo mais atraente para os usuários.
  • NOVO TERMINAL: Demos início às obras de implantação do Terminal Rodoviário no Caramujo, que resultará numa maior eficiência do transporte público na Alameda São Boaventura, reduzindo os congestionamentos.
  • OBRAS PONTUAIS: seguindo a orientação do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável - PMUS, fizemos obras que reduziram pontos críticos que causavam engarrafamentos. Foram os casos da Rotatória de Camboinhas (Praça Stuessel Amora), que melhorou o acesso às praias, e a Praça José Bedran, em Icaraí, que melhorou o trânsito na Av. Roberto Silveira. A obra da Avenida Visconde do Rio Branco está remodelando a importante via do Centro da cidade e requalificando os acessos aos principais terminais rodoviários da cidade.
  • NOVA AMARAL PEIXOTO: desenvolvemos o projeto e licitamos as obras da nova Avenida Amaral Peixoto, que hoje é muito árida, será totalmente remodelada e passará a ter arborização e jardins.
  • CARROS ELÉTRICOS: aquisição de carros elétricos para o início da descarbonizaçção da frota de veículos de serviço da Prefeitura de Niterói.
  • MOBNIT: Demos início e concluímos o desenvolvimento do Sistema de Gestão da Mobilidade de Niterói - MobNit.
  • NITERÓI DE BICICLETA: Consolidação do Niterói de Bicicleta, quase triplicando a disponibilidade de ciclovias, com a implantação da Malha Cicloviária da Região Oceânica (viabilizada através do Programa Região Oceânica Sustentável - PRO Sustentável) e outras em outras regiões da cidade.
DESCENTRALIZAÇÃO E CAMINHABILIDADE

Com o Niterói de Bicicleta demos um enorme salto para o transporte ativo na cidade. O próximo passo é na mesma linha, avançando para fazer de Niterói uma cidade amiga e atraente para o pedestre. 

Num olhar de sustentabilidade para a nossa cidade e considerando as mudanças que estão ocorrendo, com a descentralizações de muitas atividades (aceleradas pelo advento do 'home office') e que levaram à Lei Urbanistica a definir novas centralidades urbanas para Niterói, as distâncias tendem a diminuir, com a redução do movimento pendular diário dos bairros para o Centro pelas manhãs e o contrário no fim das tardes. As pessoas não dependerão tanto dos bairros que concentram mais serviços e estes tendem a se deslocar mais para próximo aos bairros. Com isso, haverá o crescimento dos deslocamentos pedonais, ou seja, a pé. Isso é um grande ganho para a cidade que se humanizará ainda mais, com mais pessoas usufruindo das ruas.

Para estimular esta tendência, idealizamos o conceito da Caminhabilidade, para fazer as caminhadas mais aprazíveis e prazerosas. Para isso, é preciso avançar na política e legislação para as calçadas de Niterói, priorizar a arborização urbana e iluminação das vias, bem como repensar o padrão do desenho das esquinas e, obviamente, segurança. Também pensamos em implantar o projeto com alguns eixos pilotos, como os seguintes: a ligação entre Ingá e Centro pela Rua São Sebastião, a conexão entre a Praça do Rink e a Prefeitura de Niterói, o eixo ao longo da Gavião Peixoto, em Icaraí, e o trajeto Marquês do Paraná – Barreto, pela São Lourenço. 

Não tivemos tempo de desenvolver e muito menos implantar a política pública como um todo, embora o Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis, os projetos de reurbanização das avenidas Marquês do Paraná (na gestão do prefeito Rodrigo Neves), Visconde do Rio Branco e no projeto da nova Amaral Peixoto já sigam esta lógica. Mas, deixamos aqui como contribuição de reflexão sobre o futuro urbano da cidade de Niterói, que sempre acreditamos que tem vocação para ser um modelo de sustentabilidade urbana.

A cidade não fica pronta nunca! Há 12 anos estive dedicado a implantar as políticas públicas que vem transformando Niterói. Certamente, o trabalho continuará com a liderança novamente do prefeito Rodrigo Neves e estas ideias sempre encontraram o apoio entusiasmado dele. Niterói seguirá avançando!

Axel Grael
Prefeito de Niterói

-----------------------------------------------------------


Prefeito Axel Grael: incentivando a mobilidade ativa, através de projetos sustentáveis como 'Niterói de Bicicleta' e 'Caminhabilidade'. Foto Lucas Benevides

Prefeito Axel Grael lança projeto que incentiva a caminhada pela cidade

Ação inclui a realização de intervenções urbanísticas para priorizar o deslocamento de pedestres em várias travessias

Niterói – Será lançado na próxima segunda-feira (30) o projeto de requalificação urbana Caminhabilidade – que vai incentivar o cidadão no uso do deslocamento a pé pela cidade. Com a ação, o prefeito Axel Grael pretende deixar um legado de reflexão sobre a usabilidade dos espaços públicos de Niterói.

Axel Grael incentiva este desenvolvimento urbanístico e explica que a descentralização das cidades é uma realidade pós-Covid. “É importante construir uma nova cidade, com menos engarrafamento, menos poluição e as pessoas curtindo mais o lugar que moram. Esta é uma adaptação muito interessante e é uma preocupação que nós temos que ter, e já faz parte do Plano Diretor e na Lei Urbanística que aprovamos este ano”, explicou ele. “Precisamos estimular as pessoas a se deslocarem a pé – isso é uma tendencia nas principais cidades do mundo. É mais rápido, mais cômodo, entre 1km e 1km e meio. É uma distância razoável para ser feita a pé, desfrutando das ruas da cidade. A ideia é retomar o espaço público para as pessoas, em um desenho universal que estabelece prioridades para que as pessoas possam caminhar nas ruas com arborização, iluminação e rampas de acesso, por exemplo”, disse Axel.

O projeto faz parte das estratégias de mobilidade desenvolvidos nos últimos doze anos – como o Túnel Charitas-Cafubá e a transoceânica, entre outros. “Deixo de legado a aprovação e boa parte do financiamento para implementação do VLT (Veículo Leve sob Trilhos), dentro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da mobilidade. Realizamos um estudo da viabilidade técnica e econômica do VLT em parceria com uma agência francesa de desenvolvimento”, disse Axel, que também conseguiu realizar em seu governo as licitações para aquisição dos ônibus elétricos e a transição energética da frota de veículos elétricos da Prefeitura.


No programa Niterói de Bicicleta, do qual um dos eixos é foi a criação da NitBike, o sucesso foi grande. Filipe Simões, coordenador do programa, disse que “a ação do poder público vem de forma solida e direcionada, incentivando o uso da bicicleta – além das potencialidades que o território e a morfologia urbana de Niterói já têm, com densidade e distâncias curtas. Toda cidade foi iniciada num cenário onde não havia automóvel, que foi introduzido de forma traumática ao tecido urbano, a partir de um projeto ideológico onde as ruas foram dilaceradas pelo projeto rodoviarista. Estamos trabalhando muito para reverter esta herança”, disse Simões.

“Desde 2013 saímos de zero para 86 km de ciclovia na cidade. Uma das coisas que a população mais reconhece da nossa gestão é a mobilidade urbana através das bicicletas”, explicou o prefeito Axel Grael. “Os temas da sustentabilidade, nas pesquisas de opinião, vem mostrando que o esforço que nós fizemos. Agora vamos avançar ainda mais na mobilidade ativa com a caminhabilidade, que é uma tendência nas cidades sustentáveis”, contou Axel.

Todos os projetos de requalificação urbana adotados na cidade nos últimos anos utilizam essa premissa da sustentabilidade. “A Marquês do Paraná, a Avenida Rio Branco, a rotatória de Camboinhas e a Praça José Bedran são alguns exemplos. Mas o que tenho debatido com o Prefeito é que devemos levar este olhar para as ruas internas dos bairros. Pequenos ajustes, numa escala intermediária, podem melhorar muito a qualidade urbanística e a experiência do pedestre. Com isso é possível atrair para a caminhada aquele cidadão que tem medo da rua, ou não se sentia confortável em caminhar, além de valorizar quem já praticam caminhadas naquelas ruas. Ter um aspecto de governança é fundamental para articular todos os órgãos envolvidos na gestão do espaço público e estruturar o projeto de maneira estratégica”, explicou Filipe Simões.

“Quando falávamos no uso de bicicletas em Niterói como alternativa de mobilidade na década de 80, achavam que nos éramos ETs. O apelo comercial e as propagandas dos automóveis na TV eram muito fortes. As pessoas diziam, quando fazíamos bicicleatas, que não havia espaço para bicicletas, que a cidade é muito quente. Só que hoje nos temos a ciclovia mais movimentada do Brasil, entre a Marques do Paraná e o bicicletário Araribóia”, contou Axel Grael. “Não é que a pessoa tenha que andar a pé ou de bicicleta, mas se quiser, que o morador o faça com conforto, segurança e qualidade. A cidade precisa estar planejada para que o cidadão tenha esse acesso”, disse Axel.

O prefeito explicou que apenas 15% das ruas da Região Oceânica eram pavimentadas, após décadas de espera. “Começamos a urbanizar e padronizar aqueles bairros todos. A parte mais antiga da cidade não possui essa padronização. Para fazer essa necessária transformação é preciso estimular as pessoas a caminhar e, aos poucos, é criada uma demanda política pela uniformização das calçadas”, diz Axel. “O Prefeito Rodrigo ainda está definindo sua equipe, mas sempre apoiou essa causa, acredito que ele terá toda sensibilidade para desenvolver as ações. Apresento esse projeto como um legado do que viemos fazendo nos últimos anos. É um olhar, um ideal de cidade”, conclui Axel.

Transformar a mobilidade da cidade foi um desdobramento natural e um compromisso do Prefeito Axel. Na prática o projeto Caminhabilidade tem a ver com a visão de futuro e o diálogo com a população sobre o desenvolvimento de Niterói. “Para ter uma adesão positiva, é preciso mudar a cultura da cidade neste quesito. Na formação acadêmica dos arquitetos e engenheiros, por exemplo, ainda se tem uma visão rodoviarista muito forte”, completa Filipe Simões.

MOBILIDADE ATIVA

O projeto Caminhabilidade vai considerar as principais ligações entre bairros e centralidades urbanas, como a ligação entre Ingá e Centro pela Rua São Sebastião, a conexão entre a Praça do Rink e a Prefeitura de Niterói, o eixo ao longo da Gavião Peixoto, em Icaraí, e o trajeto Marquês do Paraná – Barreto, pela São Lourenço.

Esses eixos serão complementados por melhorias em ruas internas de cada bairro, priorizando áreas com maior demanda pedestre e potencial de impacto. Será feito um redesenho de esquinas e travessias com intervenções urbanísticas, além de ajustes no raio de curvatura de esquinas para reduzir a velocidade dos veículos e ampliar a segurança dos pedestres. Também haverá a instalação de rampas largas e acessíveis, sinalização horizontal bem destacada e travessias elevadas onde possível.

O projeto prevê campanhas educativas voltadas para o respeito ao pedestre, incentivando a parada de veículos nas faixas de travessia, independentemente de semáforos; parcerias com escolas, empresas e organizações comunitárias para ampliar a conscientização sobre os direitos dos pedestres; plantio de árvores ao longo dos eixos prioritários para proporcionar sombra e conforto térmico; modernização da iluminação pública, com foco no pedestre, garantindo visibilidade e segurança noturna; implementação de princípios de desenho universal em todos os projetos, assegurando que rampas, calçadas e travessias sejam acessíveis para todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas; retomada de espaços públicos subutilizados para a criação de pequenos espaços de permanência, como pocket squares, oferecendo mobiliário urbano, arborização e áreas de convivência; utilização de urbanismo tático para obter feedback da população, ajustar projetos e promover aceitação das mudanças; instalação de contadores automáticos de pedestres para medir o fluxo e identificar demandas; realização de diagnósticos participativos para elencar prioridades e definir metas claras para a mobilidade a pé; integração e cooperação entre os diversos órgãos responsáveis pela gestão do espaço público, incluindo transporte, obras, meio ambiente, iluminação pública e segurança viária; e a criação de um núcleo de gestão intersetorial para acompanhar e coordenar as intervenções, assegurando agilidade e eficiência.

Fonte: O Dia