sábado, 31 de agosto de 2024

COMUNIDADE MELHOR: PREFEITURA ANUNCIA O INICIO DAS OBRAS DE INFRAESTRUTURA NA COMUNIDADE DO PAPAGAIO



Em evento realizado no dia 29 de agosto, com a presença do presidente da Federação das Associações de Moradores de Niterói- Famnit, Manuel Amâncio, de lideranças comunitárias e dirigentes da Prefeitura de Niterói, anunciei a Ordem de Inicio para mais uma obra do Programa Comunidade Melhor, de urbanização e infraestrutura, desta vez na Comunidade do Papagaio, no bairro da Venda da Cruz, Zona Norte da cidade. A obra faz parte das intervenções do Plano Niterói 450 Anos, Eixo Comunidades, anunciado em julho de 2022.

A estrutura contempla pavimentação, drenagem, iluminação, mobiliário urbano e equipamentos para práticas esportivas. Com um investimento de R$ 33,2 milhões, a previsão é que as obras sejam concluídas em fevereiro de 2026.

A comunidade do Papagaio receberá revitalização de travessas e escadarias, pavimentação com sinalização vertical, restauração e complemento da drenagem existente, novos pontos de coleta de lixo e a instalação de iluminação pública em LED. Além disso, será construída uma praça escalonada com aparelhos de ginástica para a terceira idade, brinquedos, bancos de concreto e paisagismo.

Também será feito no Papagaio a requalificação de dois campos de futebol e a construção de uma sede para a Associação de Moradores, que incluirá salas de multiuso, oficinas, área administrativa e um terraço para atividades externas. As obras estão à cargo da Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa).

Os investimentos do Programa Comunidade Melhor já ultrapassam R$ 200 milhões beneficiando, dentre outras, as seguintes comunidades.

A previsão é que as intervenções do Comunidade Melhor gerem cerca de 400 empregos diretos e 1000 postos de trabalho indiretos. A prioridade para o preenchimento dos postos de trabalho será dos moradores das comunidades onde serão realizadas as obras.

Saiba como serão as obras no Papagaio:


 






















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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Niterói lança Plano da Mata Atlântica com prioridades para os próximos 10 anos




Em evento realizado na sede do Parque da Cidade (PARNIT), a Prefeitura de Niterói apresentou na manhã de segunda-feira (26) duas publicações relevantes sobre as áreas verdes e a valiosa natureza da cidade: 
  • "Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica - PMMA"
  • "Inventário Florístico dos Parques Urbanos do Município de Niterói". 
As publicações são de iniciativa das secretarias municipais de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade - SMARHS e de Conservação e Serviços Públicos - SECONSER.

O esforço de proteção e recuperação das florestas e demais ecossistemas da cidade é um fator primordial de garantia da resiliência e da qualidade de vida em Niterói. Além disso, a política de conservação tem conferido à Niterói o reconhecimento nacional e internacional como uma referência de cidade verde. O trabalho de Niterói para proteger e recuperar as suas áreas verdes rendeu à cidade o reconhecimento internacional através da publicação "Forests and Sustainable Cities: Inspiring stories from around the world", na qual Niterói e Lima são as únicas cidade citadas na América Latina. Em 2022, a cidade passou a ser uma das oito cidades do país a contar com o selo "Tree Cities of the World". Este prêmio é concedido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e pela Arbor Day Foundation.

O Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis (POP Sirkis) é um dos maiores investimentos municipais para a implantação de uma unidade de conservação municipal no país e a maior aposta em Solução Baseada na Natureza - SBN, considerando as técnicas de drenagem sustentável existentes.

Apresento, a seguir, um pequeno resumo das publicações com algumas considerações e informações complementares:

1- "Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica - PMMA"

O PMMA, elaborado pela equipe da SMARHS, apresenta um diagnóstico das áreas verdes da cidade, consolida várias iniciativas e políticas públicas de conservação e restauração de ecossistemas e apresenta prioridades para o futuro da cidade e suas florestas. O Plano tem como ponto de partida várias políticas públicas já existentes ou em implantação, como os programas Niterói Mais Verde (criou o PARNIT e outras áreas protegidas), Niterói Contra Queimadas, Niterói Jovem Ecosocial e outros.

O PMMA apresenta uma compilação de dados e um diagnóstico sobre as estratégias de conservação e sobre a biodiversidade de Niterói.

FLORA: A equipe que elaborou os estudos que subsidiaram o Plano realizou levantamentos de campo, dentre eles a instalação de 30 parcelas de 500 m² com a identificação de árvores com diâmetro acima de 5 cm, para estimar a composição florística e os "índices de fitossociologia". Dentre as árvores, foram identificadas 168 diferentes espécies, de 44 famílias botânicas, dentre elas as de maior ocorrência foram: Fabaceae, Erythroxylaceae, Myrthacea, Bignoniaceae e Anacardiaceae. Foram encontradas 56 espécies com algum status de ameaça confirmada. 

AVES: Os autores afirmam que estudos registram a presença de 293 espécies de aves  em Niterói, mas considerando-se os municípios vizinhos, o número pode chegar a 523 espécies, ou seja, um aumento potencial de mais 230 espécies. Das 213 espécies endêmicas da Mata Atlântica, 88 ocorrem na região de Niterói. Existem ainda 166 espécies migratórias.

MAMÍFEROS: foram registrados 83 espécies de mamíferos.

HERPETOFAUNA: No total foram registradas 154 espécies da herpetofauna, incluindo 61 espécies de anfíbios e 93 de répteis.

TIPOLOGIAS FLORESTAIS: Foram mapeados os remanescentes de cobertura florestal na cidade, com a predominância de Floresta Ombrófila Densa, tendo sido identificadas as seguintes classificações:

Fonte: Informações obtidas via Ortofotos de 2019 do SIGEO, da Prefeitura Municipal de Niterói; dados georreferenciados sobre brejo e mangue fornecidos pela equipe da SMARHS. In Plano da Mata Atlântica.

ÁREAS PROTEGIDAS

O relatório destacou ainda que Niterói conta com 10 unidades de conservação, sendo duas delas estaduais: o Parque Estadual da Serra da Tiririca - PESET e a Reserva Extrativista Marinha de Itaipu - RESEX Itaipu, cuja maior extensão localiza-se sobre ambiente marinho. As oito áreas protegidas de Niterói são as seguintes:

Unidades de Proteção Integral: Total 3.483,03 hectares
  • Parque Natural Municipal de Niterói - PARNIT (inclui o Morro da Viração, Parque da Cidade, Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis, Praia do Sossego, Ilha da Boa Viagem, Ilha dos Cardos e Pedra da Itapuca): 897 hectares
  • Parque Natural Municipal Dora Hees de Negreiros - Morro do Morcego: 24,03 hectares
  • Parque Natural Municipal Água Escondida: 62 hectares
  • Parque Natural Municipal Floresta do Baldeador: 70 hectares
  • Parque Estadual da Serra da Tiririca - PESET: 2.450 hectares
Unidades de Uso Sustentável: Total 6.500,47
  • Área de Proteção Ambiental das Lagunas e Florestas de Niterói: 5.772 hectares
  • Área de Proteção Ambiental da Fortaleza de Santa Cruz e os Fortes do Pico e do Rio Branco: 117 hectares
  • Área de Proteção Ambiental dos Morros da Guanabara: 496,47 hectares
  • Área de Proteção Ambiental do Gragoatá: 9 hectares
  • Reserva Extrativista Marinha de Itaipu - RESEX Itaipu: 106 hectares
Portanto, a área total protegida em Niterói por categorias de Unidades de Conservação previstas na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei 9.985/2000) chega a 9.983,50 hectares, ou seja, 74,49% do território da cidade. Caso consideremos apenas as unidades de conservação de proteção integral, o percentual chega a 25,99%. A área total legalmente protegida de Niterói representa 204,76 m²/habitante. Caso considerem-se apenas as unidades de proteção integral, a relação é de 71,44 m²/habitante. São médias muito elevadas, principalmente considerando-se o contexto de centralidade metropolitana de Niterói.

Os números acima divergem dos do relatório, pois contabilizamos aqui o PNM Dora Hees de Negreiros - Morro do Morcego. Também foram excluídas as áreas com superposição entre as Unidades de Conservação e não consideramos a Reserva Ecológica Darcy Ribeiro, pela superposição com o PESET e pela categoria não ser reconhecida no SNUC.

O Plano cita ainda que, além das unidades de conservação, Niterói possui ainda 2.331,45 hectares de Áreas de Preservação Permanente - APP e 177,15 hectares de Reserva Legal, perfazendo 18,71%. Ambos os casos são protegidos por legislação ambiental específica.

ILHAS DE CALOR

Foram indicados oito regiões da cidade reconhecidas como Ilhas de Calor: 1) Centro, 2) Fonseca, 3) Barreto, 4) Icaraí (Avenida Roberto Silveira), 5) São Francisco (Avenida Presidente Roosevelt, 6) Largo da Batalha, 7) Trevo de Piratininga e 8) Engenho do Mato. O Plano Diretor de Niterói (2019), em seus artigos 33, 125, 127, 130, 132 e no anexo Quadro 1: Conceitos e Definições, também se refere às Ilhas de Calor, incluindo portanto o tema no planejamento urbano da cidade. 

Uma das medidas mais eficazes para a amenização das ilhas de calor é a arborização urbana. Segundo levantamento realizado pelo sistema Arboribus, desenvolvido pela SECONSER, toda a arborização pública nas vias da cidade foram georreferenciadas o que nos permite saber que a cidade possui 69.244 árvores na rua. Isso gera uma proporção de uma árvore para cada 7 habitantes.

RESTAURAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS

No reflorestamento das encostas, foram mais de 84 mil mudas plantadas nas encostas e outras áreas degradadas de Niterói desde 2013. É uma média de cerca de 7.600 mudas/ano. A cidade conta também com várias frentes de reflorestamento de encostas, sendo a maior no Morro da Boa Vista, no Centro da cidade. Também merece destaque o "PROJETO DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DO MUNICÍPIO DE NITERÓI", com financiamento do BNDES, que investe no reflorestamento de 203 hectares na cidade de Niterói. O projeto inclui a restauração da vegetação na Ilha da Menina, em Itaipu.

Também cabe destaque o Projeto de Renaturalização do Rio Jacaré, uma iniciativa pioneira de recuperação de um rio urbano no país.

2- "Inventário Florístico dos Parques Urbanos do Município de Niterói"

A iniciativa do estudo foi da SECONSER e SMARHS, abordando o acervo de espécies dos chamados parques urbanos, a saber: Campo de São Bento (Parque Prefeito Ferraz), do Horto Botânico do Fonseca e do Horto do Barreto (Parque Palmir Silva). Estas áreas verdes são as mais visitadas e aquelas de maior identificação com a população. Os parques urbanos avaliados apresentam um somatório de 34,4 hectares, representando 0,25% do território municipal. Foram identificados um total de 2.307 exemplares de árvores nativas ou exóticas.
  • Campo de São Bento: Foram inventariados 977 árvores, das quais 829 são adultas e 148 são mudas. As árvores adultas são de 110 espécies e as mudas são 39 espécies. Dentre as espécies, 285 são nativas, 531 são exóticas e 9 são nativas de outro bioma. 72,5% do plantel está em bom estado fitossanitário 23,5% em estado regular, 30 em estado em mal estado. 
  • Horto do Fonseca: Foram inventariados 949 árvores e identificadas 130 espécies. O diâmetro médio (DAP) dos fustes foi de 28,4 cm, sendo que o maior foi de 164,9 cm. Foram identificadas 462 espécies nativas, 401 espécies exóticas, 58 espécies nativas de outros biomas. 51% das árvores estavam em bom estado fitossanitário, 42% em estado regular e 4% em mal estado.
  • Horto do Barreto (Parque Palmir Silva): Foram inventariadas 529 árvores, de 85 espécies diferentes. Em 2016, a Prefeitura iniciou um trabalho de revitalização com o plantio de mais de 600 espécies. Quanto à origem, 239 espécies são nativas, 239 exóticas e 49 nativas de outros biomas.
O estudo não contemplou outras áreas também com características de parques urbanos, como o Horto de Itaipu, Parque das Águas e outras áreas verdes.

3- Outras publicações

A Prefeitura já conta com o Manual Técnico de Arborização Urbana de Niterói, elaborado conjuntamente pela SECONSER e a SMARHS e publicado em 2020. Em 2017, publicamos o Manual de Arborização e Poda Urbana, preparado pela SECONSER. São dois documentos importantes que já orientam os trabalhos e que embasarão o futuro Plano Municipal de Arborização Urbana. Lembramos que também publicamos o Guia Botânico de Niterói, uma bela publicação sobre mapeou as árvores mais exuberantes, raras ou charmosas da cidade, tornando-as parte dos atrativos turísticos do município.

Outra publicação relacionada com os temas aqui abordados é o Guia de Trilhas de Niterói que orienta e estimula a visitação às 45 trilhas mapeadas e georreferenciadas na cidade.


Com mais estas iniciativas, Niterói segue avançando para ser uma referência de sustentabilidade urbana e justiça social.

Sempre a frente!

Axel Grael 
Prefeito de Niterói 


sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Hospital veterinário da UFF recebe apoio financeiro da Prefeitura para atender animais domésticos




Na quinta-feira (22), visitei o Hospital Universitário Veterinário da UFF, onde assinei com o reitor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega um convênio para a execução de atendimentos clínico de cães e gatos tutelados por moradores de Niterói de baixa renda. O prazo de vigência do CONVÊNIO será de 12 (doze) meses, contados a partir da data de publicação do seu extrato no Diário Oficial do Município de Niterói.

Os recursos financeiros necessários para a execução do objeto deste CONVÊNIO totalizam R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). São estimados a execução de cerca de 1 mil atendimentos durante a vigência do convênio.

Plano de trabalho:

1. Justificativa:

A saúde humana está diretamente relacionada à saúde animal e o aumento da população de animais domésticos associado a pandemia tem impactado negativamente na saúde coletiva de todas as cidades brasileiras. Desta forma projetos que visam minimizar este problema por meio diagnóstico de doenças e tratamento de cães e gatos da população que passa por dificuldades socioeconômicas é fundamental para reduzir o sofrimento de milhares de animais e confortar a população carente de assistência médica veterinária e promover o bem-estar animal e a saúde coletiva. Importante salientar que esta iniciativa ajudará a saúde única que visa a integração da saúde humana, saúde animal e saúde ambiental.

2. Objetivo geral:

Proporcionar o acesso aos serviços veterinários básicos, como avaliação clínica e exames complementares para permitir diagnósticos de doenças e, consequentemente, tratamento de cães e gatos tutelados por pessoas de baixa renda moradores da cidade de Niterói.

Objetivos específicos:
  • Realizar avaliação clínica, hematológica e bioquímica de cães e gatos encaminhados pela prefeitura de Niterói;
  • Realizar exame de imagens nos casos que tiverem indicação após a avaliação clínica ;
  • Diagnóstico de agentes causadores de doenças infecciosas e parasitárias (Leishmania spp., Dirofilariaimmitis, Borrelia spp., Babesia spp., Ehrlichia spp., Anaplasmaspp., Bartonella spp., Mycoplasma spp., Hepatozoonspp.,Sporothrixshenckii, Demodex spp., Sarcoptesscabiei, FIV e FeLV) em cães e gatos;
  • Tratamentos das doenças indentificadas por meio da avaliação clínica e exames complementares.
3. Resultados esperados
  • Proporcionar aos moradores de baixa renda de Niterói e à própria administração pública estrutura adequada para atendimentos de cães e gatos de tutores com vulnerabilidade socioeconômico, por meio do convênio realizado com a Universidade.
  • Adequação da estrutura física já existente para atendimento, visando maior efetividade e com isso permitir maior número de beneficiários do projeto.
  • Criação de um banco de DNA e soroteca obtidos a partir do sangue total de cães e gatos, para utilização em trabalhos futuros, de pesquisa de ocorrência de infecções causadas por outros agentes e que sejam de interesse da secretaria de Meio Ambiente de Niterói.
  • Possibilitar a inserção de diversos alunos de graduação e pós-graduação em Medicina Veterinária no estudo e em trabalhos vindouros, formando novos agentes multiplicadores da ciência, ou seja, futuros pesquisadores.
  • Realizar ações educacionais voltadas para a prevenção dessas zoonoses e guarda responsável de animais encaminhados pela prefeitura de Niterói e para visitas escolares agendadas ao local, podendo se estender para escolas municipais e outros centros comunitários, valorizando a saúde humana, animal e do meio ambiente.
  • Divulgar resultados epidemiológicos e das ações realizadas regularmente para prefeitura de Niterói.
4. Descrição dos serviços

• Consultas

Atendimento de média e alta complexidade composto de histórico, anamnese e avaliação clínica (ausculta, inspeção, palpação, coloração de mucosas, tempo de preenchimento capilar e temperatura);

• Hemograma

Compreende da contagem de hemácias, leucócitos e plaquetas, além de avaliar índices de hemoglobina e hematócrito, e serve para confirmar ou auxiliar um diagnóstico.

• Bioquímica

Os exames realizados no setor de bioquímica são relacionados à investigação do funcionamento dos processos metabólicos do organismo. O objetivo é mensurar níveis de glicose, colesterol, triglicerídeos, proteínas, enzimas, função hepática e função renal.

• Citologia

Tem como objetivo realizar a avaliação das células de determinada região do corpo ou fluido, sendo capaz de identificar a presença de sinais de inflamação, infecção, sangramentos ou de câncer por meio da observação da amostra no microscópio.

• Exames de imagem (raio-x e ultrassonografia)

O raio-x compreende em um exame não-invasivo, que funciona usando radiação em baixas doses para identificar rapidamente alterações na estrutura de ossos e de órgãos.

A ultrassonografia consiste em um exame não-invasivo gerado através de ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, em tempo real, as estruturas internas do organismo.

Exames a serem realizados:
  • Consultas
  • Consulta Clínica Geral Canino
  • Consulta Clínica Geral Felino
  • Procedimentos
  • Aplicação Endovenosa (com material e medicação)
  • Aplicação Intramuscular (com material e medicação)
  • Aplicação Subcutânea (com material e medicação)
  • Administração de Medicamento Oral
  • Aplicação Cerenia (valor por mL)
  • Desobstrução Uretral Cão
  • Desobstrução Uretral Gato
  • Abdominocentese
  • Toracocentese
  • Cistocentese Ambulatorial
  • Drenagem de Abscesso
  • Curativo de Orelha
  • Curativo Simples (sem Bandagem)
  • Curativo Complexo (com Bandagem)
  • Dosagem de Glicose (fita / glicosímetro)
  • Fluidoterapia Subcuntânea
  • Fluidoterapia até 04 horas
  • Fluidoterapia até 08 horas
  • Limpeza de Miíase P
  • Limpeza de Miíase M
  • Limpeza de Miíase G
  • Exames laboratoriais
  • Check up canino simples
  • Check up felino simples
  • Perfil Renal 1
  • Perfil renal 2
  • Perfil hepático 1
  • Perfil hepático 2
  • Exames de imagem
  • Radiografia (1 área)
  • Ultrassonografia abdominal


segunda-feira, 19 de agosto de 2024

ESTÁ FICANDO PRONTO! PARQUE ORLA DE PIRATININGA SERÁ ENTREGUE EM SETEMBRO

 




A Região Oceânica de Niterói nunca viu tanta transformação. Mais de 600 ruas estão em obras ou já tiveram a sua urbanização concluída, com intervenções de drenagem, pavimentação, saneamento, arborização, iluminação, implantação de praças, áreas verdes e de convívio comunitário. Também em várias comunidades as mudanças estão acontecendo, como é o caso do Caniçal, Boa Esperança, Barreira, Ciclovia, Iate Clube, comunidades no Jacaré e outras.

Na sexta-feira (16) visitei as obras de implantação do Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis (POP), na Região Oceânica e de saneamento e urbanização nas comunidades do entorno do parque. Fui acompanhado do secretário municipal de Obras, Vicente Temperini, da coordenadora do Programa Região Oceânica Sustentável (PRO Sustentável), Dionê Marinho Castro, e do administrador da Regional Oceânica, Renan Lacerda.

Importante destacar que os investimentos no POP não são apenas na área protegida, mas abrangem também intervenções nas comunidades do entorno para a coleta de esgoto e conexão à rede de saneamento, urbanização com drenagem, pavimentação e implantação de equipamentos públicos, regularização fundiária, jardinagem etc.

O Centro EcoCultural do POP está ficando pronto e está lindo. Será uma grande atração para visitantes e para estudantes que aprenderão muito sobre a Lagoa de Piratininga, sobre o POP e seus equipamentos com Soluções Baseadas na Natureza - SBN e sobre os ecossistemas da Região Oceânica.

Além disso, o EcoCultural terá atrações artísticas e exibições. 

O POP será inaugurado em setembro.

Axel Grael
Prefeito de Niterói


RJ EM CHAMAS. O BRASIL PRECISA VENCER O DESAFIO DAS QUEIMADAS: VIVEMOS UMA REALIDADE INACEITÁVEL


Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, declarou que 1.500 municípios, ou seja 27%, estão em situação de calamidade. Sofrem com inundações, seca severa, incêndios em vegetação, deslizamento de encostas, crise de abastecimento de água ou outras graves situações, quase sempre de origem climática. Trata-se de uma realidade que não está longe de nós: o Brasil está em chamas e isso vem ocorrendo de forma recorrente, ano após ano! 

No último sábado (17), viajei de helicóptero pelo interior fluminense até a Região das Baixadas Litorâneas. Passei por uma região que já foi uma das mais ricas em biodiversidade do estado do Rio de Janeiro: a Bacia Hidrográfica do Rio São João, que já teve uma exuberante Mata Atlântica, com a riqueza dos brejos, matas de baixada, restinga, manguezais. Hoje, sobrou muito pouco e se nada for feito, o que resta estará com os dias contados. 

Com muita tristeza, vi fumaça de queimadas por todos os lados e a destruição causada por elas. Muitos focos de incêndio e grandes extensões de áreas já queimadas. Alguns dos últimos fragmentos remanescentes de florestas estavam rodeados pelo fogo ou já estavam atingidos, com sinais de fumaça.

Nos morros, o que se vê hoje com frequência naquela paisagem são pastos degradados e tomados pela erosão causada pela queima reincidente, pela falta de cobertura do solo e pelo manejo inadequado, com sobrepastoreio. Com exceção de algumas poucas áreas com uma produção mais estruturada, com pecuária e plantios de cítricos e de alguma atividade turística nas margens do reservatório de Juturnaíba, vemos vastas extensões de terras planas e agricultáveis, mas degradadas e quase sempre ociosas. Em outros países carentes de terras para produzir, estas áreas seriam certamente valorizadas, cultivadas e produtivas.

Importante lembrar que a região também é de importância estratégica para o abastecimento de água, principalmente da Região dos Lagos, que tem em Juturnaíba o seu único manancial. A represa foi construída entre 1982 e 1984, inundando a Lagoa de Juturnaíba, então naturalmente existente, para aumentar a capacidade de estocar água dos rios São João, Capivari e Bacaxá. Trata-se do maior reservatório de água doce destinado ao abastecimento humano no estado do Rio de Janeiro (fonte), suprindo a demanda dos moradores de oito municípios, totalizando mais de 500.000 habitantes.

Tesouro natural

A visita e as cenas que vi me fizeram lembrar de algumas leituras que me marcaram.

No início da década de 1980, quando eu ainda era estudante de engenharia florestal, me encantava com a leitura dos livros escritos por um renomado geógrafo, geólogo e engenheiro chamado Alberto Ribeiro Lamego (1896-1985), natural de Campos de Goitacazes, autor da série "O Homem e o Brejo (1945)", "O Homem e a Restinga" (1946), "O Homem e a Serra" (1964) e "O Homem e a Guanabara" (1966). Escreveu também sobre a nossa Niterói em "A Geologia de Niterói na tectônica da Guanabara" (1945) e tantas outras obras importantes sobre a natureza e a históriado estado do Rio de Janeiro.

Certa vez, encontrei o contato do mestre no catálogo telefônico e tive a ousadia de ligar e pedir para conhecê-lo pessoalmente. Para minha alegria e surpresa, Dr. Lamego aceitou receber aquele jovem desconhecido! Fui carinhosamente atendido por ele e sua gentil esposa. O casal, já bem idoso, me recebeu em casa com café e bolo. Fiquei horas em instrutiva, agradável e inesquecível conversa com o casal. Dr. Lamego me mostrou a sua valiosa biblioteca e compartilhou muita informação. 

Falamos principalmente sobre o "O Homem e o Brejo" e "O Homem e a Guanabara" e, claro, sobre Niterói. Ele me contava sobre a riqueza dos ecossistemas estuarinos e brejosos do RJ e como antigos povos indígenas lutavam entre si para defender a supremacia sobre essas áreas. A rica biodiversidade garantia a alimentação farta, portanto, a qualidade de vida de quem ali habitava. No processo de ocupação europeia, estes recursos foram desperdiçados através de processos e práticas inadequadas e perdulárias que duram até hoje. É o caso da prática do fogo.

Outra leitura que lembrei foi o registro feito pelo naturalista britânico Charles Darwin, em 1832, sobre a exuberância das florestas no entorno do Rio São João e o seu efeito sobre a umidade do ar:

"Logo que parou de chover, foi curioso observar a extraordinária evaporação que se começou a processar sobre toda a extensão da floresta. A uma altura de trinta metros, as colinas desapareciam em densa neblina branca que se erguia como colunas de fumaça saindo das partes mais cerradas da mata, especialmente dos vales" (Charles Darwin: "Viagem de um naturalista ao redor do mundo").

A "densa neblina" de umidade que Darwin se refere é um dos mais importantes serviços ambientais que a floresta proporciona. Esta umidade gera chuvas e abastece mananciais, que viabilizam a vida. É a evapotranspiração na Amazônia que garante a produtividade do agro do Cerrado e que umedece uma grande parte da América do Sul. Menos floresta, menos chuva. Menos chuva, mais riscos de incêndio. Um ciclo vicioso. É o que estamos vendo acontecer. Nos últimos dias, tomamos conhecimento de mais um relatório do MapBiomas que alertou que o Brasil ja perdeu 33% das suas florestas.

Lamentavelmente, a cena que Darwin descreveu já não existe mais. A neblina saudável proporcionada pela floresta agora dá lugar à devastação improdutiva e à poluente névoa de fumaça dos incêndios em vegetação. 

Vejam, a seguir, alguns dos registros que fiz durante o voo. Importante observar que o dia estava ensolarado, sem nuvens ou nevoeiro. O que você verá nas fotos é fumaça:

Terras planas com rios retificados pelas intervenções de drenagem iniciadas na década de 1970. Ao fundo, a fumaça densa de uma grande área de queimada. No primeiro plano, canais de drenagem secundários secos.

Área de atividade agrícola avança sobre regeneração de mata de baixada 

Foco de queimada na proximidade de remanescente de Mata Atlântica de Baixada.

A fumaça das queimadas se espalha pela região.

Fumaça se espalha próximo ao solo, aumentando o risco para a saúde humana.

A beleza do pôr-do-sol maculado com a fumaça de muitos focos de fumaça também nas áreas de relevo montanhoso.

No retorno, com a aproximação de Niterói com vento de cauda (vento nordeste), vimos a fumaça sendo levada para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde também vimos vários focos de incêndio em vegetação.

Prioridade mundial para a conservação da biodiversidade

Há um vasto acervo de legislação para proteger as florestas brasileiras e coibir as queimadas (um ato criminoso), como o Código Florestal, Lei de Crimes Ambientais e tantas outras. O grande problema está na capacidade de se implementar a lei.

A região que sobrevoamos está muito próxima de locais de relevância internacional para a conservação da biodiversidade, como a Reserva Biológica de Poço das Antas e a Reserva Biológica União, ambas consideradas como estratégicas para a proteção do mico-leão-dourado, seriamente ameaçado pela redução e fragmentação do seu hábitat, que são as matas de baixada. As duas reservas são administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, subordinado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

A região também conta com a cobertura da Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio São João / Mico-Leão-Dourado, criado pelo Decreto Não Numerado de 2 de junho de 2002 e também sob administração federal pelo ICMBIO. Segundo o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio São João / Mico-Leão Dourado, publicado em maio de 2008, pelo ICMBIO, os marcos geográficos referenciais da APA são: limite da bacia hidrográfica do rio São João excetuando-se as áreas urbanas de Casimiro de Abreu e Silva Jardim, além da região ao sul do rio Bacaxá, na porção sul da bacia, formada por solos degradados ou com intensa interferência antrópica. Também são excluídas do perímetro da APA as Reservas Particulares do Patrimônio Natural e as Unidades de Conservação mais restritivas que a APA: Reserva Biológica de Poço das Antas, Reserva Biológica União, Parque Estadual dos Três Picos e Parque Natural Municipal do Mico-Leão-Dourado.

Mapa da Bacia do Rio São João, indicando a localização das Reservas Biológicas Poço das Antas e União e Fazenda Rio Vermelho, bem como os municípios de influência (Fonte: Associação Mico-Leão-Dourado apud Rambaldi, 2007). Fonte: (Internet)

Conforme consta no Plano de Manejo, o objetivo de criação da APA foi ordenar o uso do solo no entorno das duas Reservas Biológicas, proteger o valioso e complexo sistema hídrico da região e conservar os ecossistemas associados à Mata Atlântica, como: Matas de Baixada, Matas de Morrote, Matas de Encosta, Mangues, Restingas e ambientes lacustrinos.

Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - RBMA

Este instrumento de proteção e planejamento garantiu a relevância mundial para a área, reconhecida pela UNESCO. Os principais remanescentes da Mata Atlântica do Rio de Janeiro foram inicialmente tombados pelo edital da Secretaria do Estado da Cultura do Rio de Janeiro, de 4 de Março de 1991. Posteriormente, obtivemos a homologação como Reserva da Biosfera, em 8 de Outubro de 1992 e recebemos o amparo do Decreto Federal No. 750, de 10 de Fevereiro de 1993. Conforme citado na publicação "A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro" (Conselho da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, 2002), as medidas aqui citadas foram alcançadas quando fui presidente da Instituto Estadual de Florestas - IEF-RJ (1991-1994), órgão estadual que hoje compõe o INEA.

Mosaico da Mata Atlântica Central

Outra iniciativa relevante para a conservação na região é o Mosaico da Mata Atlântica Central Fluminense, criado pela Portaria 350 de 11 de dezembro de 2006, assinada pela ministra de estado do Meio Ambiente, Marina Silva. O mosaico abrange 22 áreas protegidas federais, estaduais e municipais.

Proteção, destruição e queimadas

As cenas desoladoras que vimos no sobrevoo do último sábado não ocorrem por falta de legislação ou forma de monitorar e identificar os responsáveis pelos focos de queimadas. Temos as leis e a tecnologia para isso. Há um enorme desafio que é superar uma prática fortemente disseminada na população urbana e rural de utilizar criminosamente o fogo para diversos fins, como mudança do uso do solo (desmatamento), "limpeza" de terreno, queima de lixo e até a prática ilegal e irresponsável de soltar balões. O problema é agravado pela falta de pessoal, estrutura e meios necessários para que os órgãos ambientais atuem na fiscalização e punição ao uso do fogo.

"A lição sabemos de cor, só nos resta aprender"
Sol de Primavera, Beto Guedes

O Brasil assumiu o compromisso perante a comunidade mundial nas conferências climáticas de controlar o desmatamento e as queimadas, que são responsáveis pela maior parte das emissões de Gases do Efeito Estufa - GEE no país. Também nos comprometemos na nossa NDC a recuperar 12 milhões de hectares de restauração de florestas degradadas, o que não foi sequer iniciado. Enquanto aguardamos o A extensão de terras degradadas ainda cresce aceleradamente no Brasil.

Para se ter ideia do desafio que é a restauração de áreas degradadas, estima-se um custo de cerca de R$20 mil/hectare para a reposição da floresta e, segundo o relatório do Plano Nacional da Recuperação da Vegetação Nativa - PLANAVEG, "análises recentes estimam que o Brasil tem cerca de 21 milhões de hectares de déficit de vegetação nativa situada em APP e RL (Soares-Filho et al 2014)". O PLANAVEG também estimou a criação entre 112.000 e 191.000 empregos rurais diretos (por exemplo, coleta de sementes, gestão de viveiros, plantio), contribuindo assim para a criação de novos postos de trabalhos e redução de pobreza.

Segundo outra estimativa, para cumprir a meta de recuperar 12 milhões de hectares em áreas degradadas na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica até 2030, o investimento que o Brasil deverá fazer será entre US$ 700 milhões e US$ 1,2 bilhão ao ano, dependendo da técnica utilizada. Este é o cálculo para implementar o compromisso brasileiro no Acordo de Paris feito por pesquisadores da The Nature Conservancy (TNC) junto com técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e das universidades de São Paulo e da Califórnia. Veja mais detalhes no estudo What makes ecosystem restoration expensive? A systematic cost assessment of projects in Brazil, publicado na revista “Biological Conservation”.

Responsabilidade do Brasil

Recentemente, após um ciclo governamental genocida que incentivou a destruição das florestas brasileiras, estamos conseguindo reduzir o desmatamento na Amazônia. Mas, estamos vendo o problema crescer com gravidade nos biomas do Pantanal e do Cerrado.

No ano que vem, em 2025, o Brasil receberá a COP-30, conferência em que todos os países farão uma repactuação dos seus compromissos climáticos assumidos perante o Acordo de Paris, em 2015. Portanto, seremos anfitriões de um dos momentos mais importantes na transição para a sustentabilidade e para a segurança climática. Temos a obrigação de apresentar metas ambiciosas e factíveis. E cumpri-las!

Niterói está fazendo a sua parte. Fomos a primeira cidade do país e criar uma Secretaria Municipal do Clima e temos uma política pioneira e eficiente de controle de incêndios em vegetação.

Mas, o Brasil,  que será sede da COP30 no ano que vem, não pode mais seguir sem ter um plano de contingência nacional para desastres climáticos, incluindo incêndios em vegetação. Precisamos ter uma forte estratégia preventiva e um plano de resposta para emergências. Não é possível assistirmos um bioma inteiro se perder como está acontecendo com o Pantanal, que tem sido devastado a cada período de seca.

É preciso fazer do controle do desmatamento e das queimadas uma grande mobilização nacional, não apenas uma ação de governo. Precisa ser entendido como um compromisso das atuais com as futuras gerações. Há que se fazer um grande esforço de comunicação, educação ambiental e de apuração de responsabilidades. Salvo raríssimas exceções, toda queimada tem origem antrópica e quem comete esse crime tem que ser punido.

É inadmissível continuar vendo cenas como descrevi aqui. É preciso agir!

Axel Grael
Prefeito de Niterói


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A matéria abaixo, apesar de se referir ao que está acontecendo no Pantanal, traz uma importante reflexão sobre as queimadas e os seus motivos. Concordo com o especialista entrevistado: as queimadas sempre têm origem antrópica. 

Escrevi sobre isso aqui na postagem: QUEIMADAS: MITOS E VERDADES 

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Incêndios castigam o Pantanal — Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Globo, 28/06/2024

Entrevista: 'Os incêndios são todos por ação humana', afirma cientista da Embrapa-Pantanal

Walfrido Moraes Tomas diz que a cultura que existia para lidar com a principal vitrine da biodiversidade do Brasil está desaparecendo, o que põe em risco a sua preservação

Por Ana Lucia Azevedo

As queimadas deste ano no Pantanal preocupam, mas ainda há tempo e condições para evitar danos maiores à principal vitrine da biodiversidade do Brasil. Quem afirma é Walfrido Moraes Tomas, cientista da Embrapa-Pantanal, em Corumbá (MS), um dos maiores especialistas na biodiversidade pantaneira, terra de onças-pintadas e araras-azuis. Tomas é um dos autores do estudo sobre o impacto das queimadas em 2020 na fauna que estimou em 17 milhões o número de vertebrados mortos. Ele chama a atenção da ação humana nos incêndios, também apontada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Segundo Marina, 85% dos focos de fogo no Pantanal neste ano surgiram em áreas privadas.

Míriam Leitão: As causas do fogo no Pantanal

Qual o impacto até agora do fogo no Pantanal neste ano?

São incêndios muito grandes, mas o Pantanal é imenso. Porém, animais, principalmente os menores, morrem em qualquer incêndio. Por ora, a escala de impacto sobre a fauna nativa é menor do que em 2020. Todo cuidado é pouco e é preciso agir. Não dá para estimar com sobrevoos de avião. Esse é um trabalho para ser feito em solo.

Este ano as condições climáticas favorecem o fogo. Mas qual o peso da ação humana?

Nessa época, mais seca, os incêndios são todos causados por ação humana. A condição atual está muito favorável para o fogo no Pantanal, que ele só vai existir se alguém começar. É só ver que, inclusive, quase a totalidade das áreas incendiadas neste ano está fora das unidades de conservação e das terras indígenas.

O cientista Walfrido Moraes — Foto: Reprodução

E o que se pode dizer da tese do “boi bombeiro”, que voltou a ser mencionada?

A história do boi bombeiro não está correta. Se atearem fogo em situações climáticas críticas, vai queimar com ou sem boi. Há mais focos de fogo onde não tem boi porque são áreas que inundam muito e, por isso, acumulam biomassa vegetal (que seca, se torna inflamável), e não pela ausência de gado. Não é que o boi, ao pisar e pastar, controle incêndios e que a falta dele permita ao fogo se espalhar. Isso é uma invenção que alguns usam para justificar queima injustificável. São as pessoas que começam os incêndios, muitas vezes por práticas de queima de lixo e limpar o campo, e isso tem muito a ver com a erosão da cultura pantaneira.

Pantanal foi o bioma brasileiro que mais secou desde 1985: Superfície de água está 61% abaixo da média histórica
O que chama de erosão cultural no Pantanal?

O Pantanal é uma grande savana úmida inundável, tem uma história moldada pelo fogo e a água. Mas tudo tem um limite e um momento certo. O Pantanal tem passado por muitas transformações. E não apenas climáticas e ambientais, como o desmatamento. Uma delas é que as pessoas desaprenderam a interpretar a paisagem. A cultura pantaneira tem sido erodida. Como resultado, às vezes, queimam campo no momento errado.

E antes, como era?

Havia mais gente que sabia escolher quando queimar ao observar o solo e a vegetação, avaliar a umidade e saber quando era seguro. Os peões pantaneiros verdadeiros estão se tornando mais escassos. Tudo isso impacta.

Quais outros fatores que provocam impacto?

Há várias outras causas. Há o desmatamento e o assoreamento dos rios. As pessoas continuam a pôr fogo depois de tudo o que aconteceu em 2020. Mesmo, por vezes, sendo prejudicadas por isso. Mas existe uma coisa fundamental, que faz toda a diferença.

O que é?

Educação. O Pantanal, e não apenas ele, precisa de educação, muita educação, muito esforço nesse sentido. É preciso compreender que tudo está ligado e um pequeno ato pode se tornar um grande desastre.

Como ocorre agora?

Sim. Há uma grande sinergia. O Pantanal é filhote da Amazônia, depende da umidade que vem dela para existir. É também cria do Cerrado, é lá que nascem os rios que o formam. Ele sofre com a seca na Amazônia, com o desmatamento e a degradação das nascentes no Cerrado. Há o impacto das mudanças climáticas, que reduzem a chuva e aumentam o calor. E das barragens, que seguram a água que deveria escoar pela planície. É nesse cenário que chega uma pessoa que decide pôr fogo. E o incêndio, um fogo nascido pequeno, se espalha e devasta imensas áreas. No momento, a sinergia entre diversos fatores é ruim. Não podemos mudar o tempo, mas podemos mudar as pessoas.

Fonte: O Globo 


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domingo, 18 de agosto de 2024

NITERÓI 450 ANOS: Imprensa repercute "boom" de investimentos privados com a revitalização do Centro feito pela Prefeitura

Jornal Extra, 18/08/2024

Niterói atrai empreendimentos com plano de revitalização

Niterói fica a alguns minutos do Rio e tem praias com vistas privilegiadas da Cidade Maravilhosa — Foto: LUOMAN/GETTY IMAGES

Oportunidades oferecidas resultaram em um boom de lançamentos na região central do município, que se destaca pela farta oferta de transportes

Por Morar Bem

Quando completou 450 anos, em 2023, Niterói ganhou um plano de revitalização da região central, incluindo a reurbanização de ruas, a criação de corredores verdes e a ligação do Centro ao famoso Caminho Niemeyer, além de quadras destinadas a novos empreendimentos residenciais. As mudanças e as oportunidades chamaram a atenção das construtoras e, não por acaso, houve um boom de lançamentos no Centro do município: de projetos econômicos aos de médio padrão.

Um deles é o Green Life, com 752 unidades, lançado em junho pela Novolar. Segundo Waldecy Prado, diretor Comercial da empresa, 20% dos apartamentos das quatro torres do empreendimento, que será erguido em um terreno de 10,5 mil metros quadrados, já foram comercializados.

Parte das unidades (30%) está enquadrada no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), e as restantes (70%) podem ser adquiridas por meio do financiamento SBPE, também da Caixa Econômica Federal. Os apartamentos tipo de dois quartos (com e sem suíte) e varanda estão sendo vendidos por valores que vão de R$ 330 mil a R$ 520 mil, e as 48 unidades garden, de R$ 580 mil a R$ 750 mil.

O executivo diz que esse é o primeiro projeto da Novolar em Niterói, cidade que tem chamado a atenção de pessoas das zonas Norte e Oeste do Rio. Na sua avaliação, esses compradores são atraídos pela localização privilegiada do empreendimento, que fica próximo à Ponte Rio-Niterói, ao terminal das barcas e a supermercados, shopping centers, parque e hospital.

— O empreendimento fica a dez minutos a pé das barcas. As pessoas vão gastar menos tempo para chegar ao Centro do Rio do que se estiverem morando em bairros das zonas Norte e Oeste, por exemplo — destaca.

O diferencial do Green Life, afirma Prado, será o paisagismo que ocupará uma ampla área verde e será projetado por empresa especializada que estudou o bioma local para propor, por exemplo, a replantação de árvores nativas no Centro de Niterói. O projeto ainda terá um rooftop com lazer e vista privilegiada para a Baía de Guanabara em cada torre.

A localização, a facilidade de locomoção por vários meios de transporte, o comércio e a oferta de serviços também fizeram a Cury Construtora desembarcar na região central de Niterói com três projetos de médio padrão. Os primeiros foram o Urban Downtown, já entregue, e o Rio Branco 220, lançado em 2023, totalmente vendidos. Em setembro, será lançado mais um empreendimento na região, com cerca de 500 unidades.

— A facilidade de acesso e uma boa infraestrutura de comércio e serviços passaram a ser mais valorizadas depois da pandemia. E o Centro de Niterói reúne todas essas facilidades, com preços mais em conta, o que atrai pessoas de São Gonçalo, Itaboraí e Maricá — ressalta Leonardo Mesquita, vice-presidente da Cury.

Segundo ele, ainda há espaço para mais oportunidades na área central da cidade, conhecida por reunir um público das faixas de renda A e B, e novos projetos imobiliários na região tornam a cidade um lugar mais plural.

— Faz bem para a economia da cidade essa mescla de público, gera mais potencial de crescimento e contribui para torná-la um lugar com mais oportunidades — comenta.

O membro do Conselho Fiscal da Ademi-Niterói e CEO da Conviva Engenharia, Felipe Romano, defende mais incentivos para empreendimentos econômicos e de médio padrão no município. A construtora dele ainda não fez lançamentos na região pela dificuldade de fechar a conta, por causa do alto custo dos terrenos e da construção.

— Lançamos um projeto de médio padrão no Ingá, bairro próximo ao Centro, com estúdios e unidades de um quarto, a partir de R$ 415 mil. São 92 apartamentos e uma loja.

Construtora prioriza projetos econômicos

Além do Centro, o foco dos lançamentos são os bairros próximos àquela região 


Monumental 450, no Centro, tem unidades enquadradas no MCMV — Foto: MP CONSTRUTORA/DIVULGAÇÃO

AMP Construtora também vem apostando forte em Niterói. Em setembro de 2022, lançou o Monumental Okara, seu primeiro empreendimento na cidade, localizado no bairro de São Lourenço, colado à região central. Cerca de 85% dos 498 apartamentos já foram vendidos.

No ano passado, em outubro, a construtora fincou bandeira no Centro da cidade com o Monumental 450. O empreendimento tem 70% das unidades enquadradas no Minha Casa, Minha Vida, e 30%, no SBPE. O projeto conta com estúdios (a partir de R$ 230 mil) e apartamentos de um quarto (a partir de R$ 320 mil) e de dois quartos com varanda gourmet (por R$ 550 mil).

— Pretendemos lançar outro empreendimento na região, onde temos dois terrenos, em 2025. Os lançamentos vão ser na mesma linha dos dois anteriores — destaca Raphael Vasconcelos, gerente-geral da construtora.

O diferencial do Monumental 450, segundo Vasconcelos, será o rooftop com restaurante e vista privilegiada para a Baía de Guanabara. No próximo mês, a empresa pretende fazer um novo lançamento na cidade, desta vez, no Fonseca, outro bairro colado ao Centro.

Fonte: Extra


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quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Imagens de satélite mostram fumaça das queimadas na Amazônia e Pantanal chegando ao Sul e Sudeste do Brasil

Imagens de satélite mostram fumaça sendo levada em direção ao Sul e Sudeste do Brasil — Foto: Reprodução

Por Luis Felipe Azevedo — Rio de Janeiro

Imagens de satélite divulgadas pelo serviço de monitoramento atmosférico do Programa de Observação da Terra da União Europeia (Copernicus ECMWF) apontam uma "enorme quantidade de fumaça em toda a América do Sul" após o início precoce das queimadas sazonais no Brasil e na Bolívia. Os registros mostram o vapor resultante do fogo na Amazônia e dos incêndios recordes no Pantanal chegando ao Sul e Sudeste do país.

Serviço de monitoramento atmosférico da Terra da União Europeia aponta migração diante do inicio precoce dos incêndios sazonais no Brasil e na Bolívia. Os registros mostram o vapor resultante do fogo na Amazônia e dos incêndios recordes no Pantanal chegando ao Sul e Sudeste do país.

Assista ao vídeo com a imagem da movimentação da fumaça em direção à Região Sul e Sudeste do Brasil.

A imagem mostra o cenário na madrugada de terça-feira (6), revelando o "transporte da fumaça para o Atlântico Sul antes das mudanças de direção do vento".

Como mostrou o GLOBO, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o Pantanal, pela primeira vez desde o crescimento do fogo, na semana passada. A iniciativa ocorreu em um momento em que as ações do governo têm sido insuficientes para conter os incêndios no bioma.

De janeiro a julho, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve 4.696 focos de incêndio, número 11% superior aos 4.218 até julho de 2020, na gestão Jair Bolsonaro. Era o valor mais elevado para o período.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 890 profissionais do governo federal atuam na crise, entre integrantes das Forças Armadas (491), do Ibama e do ICMBio (351), da Força Nacional de Segurança Pública (38) e da Polícia Federal (10). São usadas 15 aeronaves e 33 embarcações. O efetivo é três vezes maior do que o empregado até o dia 28 de junho. Além disso, o governo federal liberou R$ 137 milhões de créditos extraordinários para o combate ao incêndio.

Na região Norte, o número de queimadas na Amazônia no mês de julho foi o maior registrado em duas décadas. Entre os dias 1 e 31, foram localizados 11.145 focos de queimadas no bioma, o maior número para o mês desde 2005, de acordo com dados do Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O registro é 93% maior que os 5.772 focos registrados em julho do ano passado e 111% maior que a média para o mês nos últimos 10 anos (5.272). De acordo com os dados, a situação se agravou na Amazônia nos últimos dias: dos mais de 11 mil focos de queimadas registrados em julho, metade ocorreu nos últimos oito dias do mês.

Em julho, as queimadas na Amazônia se concentraram nos estados do Amazonas (37% dos focos registrados no bioma) e Pará (29%). O Amazonas teve 4.072 focos registrados no mês e o Pará 3.265. Os dois estados são também os que tiveram mais alertas de desmatamento registrados no mês de julho pelo sistema Deter, do Inpe: 182 mil km2 (42%) e 115 mil km2 (27%), respectivamente.

Nos primeiros sete meses do ano, de 1 de janeiro a 31 de julho, a Amazônia acumulou 24.462 focos de fogo, sendo que as queimadas de julho correspondem a 44,8% desse total.

O número de focos de queimadas acumulado em 2024 na Amazônia é também o maior desde 2005. O dado é o quarto maior da série histórica do Deter, iniciada em 1998, sendo superado apenas pelos anos de 2003, 2004 e 2005. Naqueles anos, porém, a Amazônia tinha níveis muito mais altos de desmatamento, que é historicamente associado a queimadas.

Este ano, por outro lado, o desmatamento está em queda.Em julho, as queimadas na Amazônia se concentraram nos estados do Amazonas (37% dos focos registrados no bioma) e Pará (29%). O Amazonas teve 4.072 focos registrados no mês e o Pará 3.265. Os dois estados são também os que tiveram mais alertas de desmatamento registrados no mês de julho pelo sistema Deter, do Inpe: 182 mil km2 (42%) e 115 mil km2 (27%), respectivamente.

Fonte: O Globo


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