quinta-feira, 31 de março de 2011

Governador Sérgio Cabral discursou ontem para empresários americanos convidando-os a investir no RJ

Leia, a seguir, o discurso do governador Sérgio Cabral proferido ontem (30/03/2011), em Washington (DC), para um grupo de empresários reunidos pelo US Chamber of Commerce, em evento organizado pelos jornais Washington Post e Valor Econômico.

No discurso, o governador fez uma explanação sobre o momento atual do Rio de Janeiro e sobre os atrativos que o estado oferece para investidores.

Veja a íntegra do discurso a seguir, conforme publicado no Portal do Governo do Estado do Rio de Janeiro:

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Senhoras e senhores,
Bom dia.

Em primeiro lugar, quero expressar minha alegria de participar deste seminário e agradecer ao Brazil-U.S. Business Council e, em especial, a US Chamber of Commerce, por organizar este excepcional evento.

É uma grande honra dirigir-me a vocês neste local, o Hall of Flags, pelo qual já passaram diversos presidentes norte-americanos como também importantes líderes internacionais. Para aqueles que não sabem, as bandeiras deste salão levam exatamente os nomes dos doze grandes exploradores que desbravaram os caminhos do comércio internacional plantando as primeiras sementes da revolução industrial e comercial no Novo Mundo.

A primeira vez que estive aqui foi em abril de 2007, logo após assumir o Governo do Rio de Janeiro e, hoje, quatro anos depois, em minha primeira missão internacional de meu segundo mandato, nada mais adequado que retornar a este imponente salão para falar sobre a nova realidade que vivemos atualmente no Rio e no Brasil.

Devo destacar que o momento dessa minha visita não poderia ser melhor.

Há duas semanas atrás, o Presidente Barack Obama visitou o Brasil.

A presidenta Dilma e o presidente dos EUA ampliaram ainda mais as nossas parcerias históricas foi nos setores econômico, comercial e político.

Mas especial mesmo, devo confessar, foi a honra de receber a primeira família na minha terra, no Rio de Janeiro.

O povo do Rio foi às ruas saudar o Presidente Obama. A primeira-dama e suas filhas demonstraram um enorme apreço e consideração pela nossa terra. E o presidente Obama teve a oportunidade de se dirigir ao povo brasileiro ressaltando a importância da conquista da democracia em nosso pais e de reconhecer o Brasil como um importante ator no cenário internacional.

Além disso, não poderia haver melhor público para se falar sobre oportunidades de negócios no Rio de Janeiro que os distintos convidados do Brazil-U.S. Business Council e da US Chamber of Commerce.

Meu objetivo aqui hoje é ajudar a intensificar ainda mais esse tradicional relacionamento de negócios entre os Estados Unidos e o Rio de Janeiro. Vou contar a vocês hoje um pouco sobre a realidade promissora de um país, o Brasil, que se desenvolve a passos largos e sobre a trajetória do Rio de Janeiro, que vive um grande momento de sua história.

Não é novidade que o Brasil tem alcançado uma posição cada vez mais relevante no mundo. Recentemente, a BBC divulgou pesquisa realizada em mais de 27 países, na qual ficou comprovada a percepção do crescimento da influência do Brasil no mundo: o país foi o que mais cresceu em popularidade global.

Temos o orgulho de dizer que, depois de um longo período vivendo sob regimes autoritários, somos hoje uma sólida democracia. As instituições funcionam normalmente, o judiciário é soberano, a imprensa é livre e há alternância de poder entre os diversos partidos políticos.

Depois de um período marcado por fortes turbulências econômicas e pela reorganização política pós-redemocratização, foi possível vencer a inflação e retomar os rumos do desenvolvimento. O governo federal adotou o chamado “tripé” de políticas macro-econômicas, caracterizado pela responsabilidade fiscal, pelas metas de inflação e pelo câmbio flutuante, que proveu as condições básicas para que pudesse haver o progresso social pelo qual estamos passando agora.

O Brasil é hoje a oitava economia do mundo com um PIB de mais de US 2 trilhões, com a possibilidade de, nos próximos 5 anos, se tornar a quinta. Desde 2003, no período de Governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, mais de 20 milhões de pessoas saíram da miséria no Brasil, entrando para o mercado de consumo e ajudando a alavancar ainda mais o crescimento econômico.

Atualmente, o Brasil possui níveis de reservas recordes de mais de 310 bilhões de dólares, fato impensável há alguns anos. O país recebeu mais de 48 bilhões de dólares em investimentos estrangeiros diretos em 2010, o maior da história, o que comprova que os investidores internacionais continuam com excelentes expectativas sobre a economia brasileira.

A dívida líquida do Governo Brasileiro é de cerca de 40% do PIB, tendo como meta de chegar a 30% nos próximos anos. A sociedade brasileira, após tanto sofrer, tem clareza que o país precisa incessantemente combater o fantasma da inflação.

Um sistema bancário eficiente, em conjunto com medidas anticíclicas acertadas, permitiu que o Brasil fosse um dos últimos países a entrar e um dos primeiros a sair da pior crise financeira desde 1929. Também é importante frisar o crescimento do PIB em 2010 foi de 7,5%, e a projeção para os próximos anos é de taxas superiores a 4,5%, demonstrando a capacidade de desenvolvimento sustentado do país no longo prazo.

Um fato notável e exemplar da economia brasileira é a matriz energética. Cerca de 50% de toda oferta interna de energia é composta de energia renovável. O desenvolvimento do etanol de cana é um exemplo a ser observado pelo mundo na busca da sustentabilidade ambiental. Por outro lado, as reservas recém descobertas na camada do pré-sal são uma alternativa na sempre delicada questão geopolítica do suprimento de petróleo.

Esse panorama extremamente positivo da economia brasileira tem seus reflexos em nível regional e local. É nesse contexto positivo observado no plano nacional que este novo capítulo da história do Estado do Rio de Janeiro está sendo escrito.

Entre os 27 estados brasileiros, o Rio de Janeiro é o terceiro menor, com uma área de cerca de 44.000 Km2, extensão territorial semelhante à da Dinamarca. Possui uma população de 16 milhões de habitantes e um PIB de cerca de US 187 bilhões de dólares, o que corresponde a uma economia maior do que países como Chile ou Israel. Possui localização estratégica, que permite acesso a mais de 50% do PIB nacional em um raio de apenas 500 Km da capital.

Capital do Brasil por quase 200 anos, até 1960, a cidade do Rio de Janeiro sofreu, nas últimas décadas, um flagrante esvaziamento econômico que repercutiu em todo o Estado. Atualmente, contudo, é possível constatar que a tendência é exatamente oposta. O ciclo econômico do país, os alinhamentos políticos entre as três esferas de governo e a nova forma de gestão do Estado têm possibilitado um fantástico ciclo de novos investimentos. Cabe registrar, como exemplo, o fato de que o Rio de Janeiro passou de penúltimo para o primeiro lugar no recebimento de recursos do Governo Federal entre as 27 unidades da Federação.

Estamos gerindo o Estado do Rio de Janeiro utilizando as mesmas técnicas de gestão da iniciativa privada. Planejamento, metas de desempenho, remuneração variável são instrumentos que utilizamos no nosso dia a dia.

Como um dos maiores exemplos do sucesso da nossa administração podemos citar a obtenção, pelo Estado do Rio de Janeiro, do grau de investimento estabelecido pela agência de risco Standard and Poor’s, o primeiro obtido por um estado sub-nacional na América do Sul. O Governo do Rio ficou dez anos sem obter financiamentos. Em quatro anos, conseguimos autorização para captar cerca de 5 bilhões de dólares, dos quais mais de 2 bilhões já foram utilizados em investimentos. Nos próximos quatro anos, aumentaremos nossa capacidade de endividamento para mais de 8 bilhões de dólares, para viabilizar importantes projetos nas áreas de transportes, infraestrutura, segurança, desenvolvimento econômico, meio ambiente e turismo.

Além disso, o esforço para a desburocratização também vem dando bons resultados: conseguimos diminuir o tempo para a abertura de empresas em nosso Estado. Também, através do aumento da eficiência administrativa, reduzimos o tempo de emissão de licenças ambientais, sem, contudo, nos descuidarmos da sustentabilidade e da proteção ao meio ambiente, que são valores fundamentais em nosso Governo.

O Rio de Janeiro é sede de algumas das maiores empresas brasileiras. É o caso da Petrobrás, maior petrolífera do Brasil e detentora do recorde de maior capitalização da história mundial; da Vale, maior mineradora brasileira; da Globo, maior empresa de mídia do país; da Eletrobrás, maior brasileira no setor elétrico e da EBX, holding do empresário Eike Batista, um dos mais importantes empreendedores brasileiros.

A economia do Estado do Rio de Janeiro é bastante diversificada. O petróleo, sem duvida, destaca-se por produzirmos mais de 80% do óleo e 40% do gás natural do Brasil. As oportunidades de investimento nesse Setor são extraordinárias tendo em vista as novas descobertas na camada do pré-sal. Estimam-se entre US 600 bilhões a US 1 trilhão os investimentos previstos para as áreas já licitadas. 60% das áreas do pré-sal são confrontantes ao Estado do Rio de Janeiro.

Como consequência desses investimentos na área do petróleo e com a política do Governo Federal e da Petrobras de induzir o conteúdo local, há uma relevante demanda no Brasil na área da construção naval. O Estado do Rio de Janeiro é o que possui a maior capacidade nessa área com mais de 70% dos empregos nessa indústria. Está sendo implantado no Estado um novo estaleiro que tem com um dos parceiros a marinha brasileira destinado a construção de submarinos, incluindo nucleares, com uma carteira que monta a cerca de US 5 bilhões.

O Rio de Janeiro tem uma capacidade de produção de aço de cerca de 15 milhões de toneladas, sediando empresas nacionais e internacionais como a Companhia Siderúrgica do Atlântico, do Grupo Thyssen, a mais recente siderúrgica integrada brasileira. A expectativa é que dobremos a capacidade de produção de aço no Estado nos próximos 5 anos através da expansão das siderúrgicas existentes e da implantação de outras como a Ternium, com investimento previsto de US 5 bilhões, que está prestes a iniciar a implantação de uma nova siderúrgica integrada de 5 milhões de toneladas.

O ciclo de grande demanda de commodities no Brasil vem propiciando inúmeros investimentos em portos no Rio de Janeiro. A expansão do Porto da Cidade do Rio de Janeiro e do Porto de Itaguaí, dois dos principais portos brasileiros, dobrarão a capacidade de manuseio de contêineres . Está sendo implantado um grande complexo portuário no norte do Estado, denominado Super Porto do Açu, cujo maior acionista é o empresário Eike Batista, que ancorado pelo porto de 24m de calado, propiciará, em torno dele, siderúrgicas, montadoras de automóveis, termoelétricas e demais tipos de indústria. Ainda, do mesmo grupo, porém na região de Itaguaí, está sendo construído um novo porto, denominado Porto do Sudeste, com capacidade para manuseio de 120 milhões de toneladas por ano de granéis sólidos.

Nas área de refino e da petroquímica, a Petrobras está fazendo o maior investimento individual da sua história, de cerca de US 20 bilhões, denominado Comperj. Processará cerca de 300.000 barris por dia de petróleo.

O Rio possui o maior parque térmico de geração de energia elétrica do país, incluindo as únicas duas únicas centrais nucleares brasileiras, com capacidade instalada de cerca de 7200 MW. Está em construção uma nova Usina Nuclear com capacidade de 1200 MW, de US 5 bilhões de investimento, e sendo planejada uma nova térmica no Porto do Açu, com capacidade de 1000 MW. Vale observar que a capacidade instalada de geração de Energia Elétrica é maior que o consumo no Estado.

A infra-estrutura disponível, uma das melhores do país, conta com 27 mil quilômetros de rodovias, mais de três mil quilômetros de ferrovias, operados pela iniciativa privada, e seis portos. O estado tem sete aeroportos, dos quais um no coração da capital, aeroporto Santos Dumont, conectado aos principais centros de negócios, e dois internacionais: o de Cabo Frio, primeira experiência privada no setor, e o Galeão, que será concedido à iniciativa privada.

Não poderia deixar de mencionar que o Rio de Janeiro possui uma extensa e diversificada rede de educação, com mão de obra entre as mais qualificadas do país e grandes centros de pesquisa e desenvolvimento. São 18 universidades; 21 incubadoras tecnológicas; e centros de pesquisa de excelência nas áreas biomédica, elétrica, de engenharia e de petróleo e gás. Há uma densidade de 50 doutores por 100 mil habitantes, a maior das grandes cidades brasileiras.

O Rio de Janeiro é, ainda, o grande polo da indústria criativa nacional. Alguns números resumem esse setor: mais de 90% da arrecadação obtida com filmes nacionais em 2010 veio de produções feitas por empresas do Rio; 88 produções estrangeiras foram realizadas na capital em 2009, entre filmes, comerciais, clipes e programas, de um total de 184 feitas em todo o país; entre as 10 maiores bilheterias nacionais de 2010, 8 foram realizadas por empresas baseadas no Estado; e a indústria de audiovisual emprega mais de 30 000 pessoas, com mais de 1000 produtoras baseadas em nosso Estado.

Uma das grandes prioridades do nosso governo, sem sombra de dúvida, é a segurança pública. Vemos esse combate à criminalidade como essencial para a melhoria da qualidade de vida da população do Estado, e como fator decisivo para o desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro.

Pela primeira vez, as forças policiais têm metas específicas de redução da criminalidade e nossos homens recebem recompensas por atingirem esses objetivos. Com distribuição geográfica e planejamento extensivo, estamos conseguindo reduzir sensivelmente nossos indicadores de criminalidade. Por exemplo, em 2010, o número de homicídios foi o menor dos últimos 20 anos e representou queda de 25% em comparação com 2006. A mesma tendência é observada nos indicadores de roubos de rua e roubos de veículos, coroando o sucesso de nossa política de segurança.

Outro avanço fundamental, com grande visibilidade nacional e internacional, é o desenvolvimento do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Consiste em retomar territórios antes dominados por traficantes de drogas e implantar nesses territórios unidades policiais, utilizando-se de pessoal recém formado e extensivamente treinado para a tarefa de polícia comunitária. Em fevereiro, inauguramos a 16ª UPP, no Morro dos Prazeres, comunidade que fica no charmoso e turístico bairro de Santa Tereza. Vamos implementar a mesma política em outras áreas já delimitadas pelo setor de inteligência da nossa Secretaria de Segurança. Até 2014, vamos levar a pacificação a todas as comunidades do nosso estado que ainda estejam de, alguma forma, controladas por bandidos armados.

Um fato que vale, inclusive, destacar é que o Presidente Obama visitou com sua mulher e duas filhas a UPP da Cidade Deus, comunidade anteriormente caracterizada pela forte violência mostrada no filme de mesmo nome do diretor Fernando Meirelles.

A Família Obama teve a chance de comprovar in loco a profunda transformação pela qual milhares e milhares de pessoas estão passando no Rio de Janeiro.

Não poderia deixar de falar sobre os megaeventos que receberemos nos próximos anos. O Rio é a cidade do mundo com o mais importante calendário de grandes eventos nesta década. Neste ano, sediaremos os Jogos Mundiais Militares, com a participação de mais de 70 nações.

Em 2012, receberemos de volta a comunidade internacional, no evento conhecido como Rio + 20, para debatermos soluções conjuntas para as grandes questões ambientais, 20 anos depois da histórica Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como Rio 92. Tenho certeza que nossa responsabilidade comum nesse tema será ainda mais importante nessa oportunidade do que foi em 1992.

Seremos, ainda, sede da Copa das Confederações em 2013, evento chave para testar as instalações do Rio e do Brasil para a festa do esporte mais popular do planeta: a Copa do Mundo de Futebol.

O Rio de Janeiro terá papel de destaque nesse evento que beneficiará a todo o Brasil, pois em nossa capital receberemos o Centro de Mídia, e o histórico estádio do Maracanã, que já está em ritmo acelerado de renovação, será sede da partida final do campeonato. Está será uma Copa do Mundo especial, pela paixão dos brasileiros por esse esporte, característica marcante de nossa cultura.

Em 2015, quero convidar a todos para comemorar conosco o aniversário de 450 anos da nossa maravilhosa capital. Celebraremos essa data ao longo do ano todo e, em 1º de março, a cidade se reunirá em uma grande festa.

Devo dar, entretanto, um destaque especial aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Estamos nos preparando com determinação para realizar esta grande festa de confraternização que celebrará o espírito olímpico pela primeira vez na América do Sul. É importante ressaltar, contudo, que nosso objetivo em trazer as Olimpíadas para o Rio não diz respeito apenas aos dias do evento, mas está, sobretudo, focado no legado social e econômico que iremos deixaremos para toda a população.

Serão realizados amplos investimentos em seis áreas estratégicas: infraestrutura, transportes, saúde, segurança, meio ambiente e instalações esportivas. Nossos objetivos vão muito além do período dos Jogos. Temos a responsabilidade e o compromisso de melhorar a qualidade de vida de nossos cidadãos, provendo um transporte mais eficiente e de melhor qualidade, revitalizando áreas degradadas da cidade e criando um novo ciclo de desenvolvimento econômico com o incremento do turismo em todo o nosso Estado.

Esses grandes eventos apresentam excelentes oportunidades de negócios para as empresas americanas, sobretudo nas áreas de infraestrutura, e na indústria hoteleira.

Destaco, ainda, para demonstrar o bom momento do Rio, recente pesquisa do Global Metro Monitor, realizada pela London School of Economics, segundo a qual o Rio de Janeiro saltou do 100º para o 10º lugar no ranking de cidades mais dinâmicas do mundo, superando cidades como Nova Iorque e Paris. Foi, ainda, considerada a cidade que melhor enfrentou a recente crise financeira global.

O Rio de Janeiro vive um novo capítulo de sua história, mas há muitas coisas que continuam iguais: a alegria de nosso povo, já comprovada em recente pesquisa da Revista Forbes, que elegeu o Rio como a cidade mais feliz do mundo; a vida cultural, artística e noturna vibrante; as paisagens fantásticas de nossas praias e de nossas montanhas, verdadeiros cartões postais que podem ser vistos da janela de casa; a perfeita combinação entre trabalho e diversão. Esse é o Rio de Janeiro: um lugar único, que combina, como nenhum outro, grandes oportunidades de negócios e uma qualidade de vida incomparável.

Esses diferenciais aos quais me referi são fatores que reforçam ainda mais os históricos e tradicionais laços de amizade do Rio de Janeiro com os Estados Unidos.

Na área cultural, por exemplo, a Bossa Nova e o samba, ritmos nascidos no Rio de Janeiro, são seguramente o elemento de brasilidade mais difundido nos Estados Unidos, influenciando, inclusive, grandes nomes da música americana, como Frank Sinatra e Quincy Jones. Por outro lado, a influência da música americana no Brasil serviu de base para o nascimento de um dos mais cariocas dentre os ritmos brasileiros: o funk, hoje considerado patrimônio cultural do Estado do Rio de Janeiro.

Referindo-me agora, especificamente, às relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, ressalto a importância do intercâmbio econômico e comercial entre nossos países. Os Estados Unidos são o 2º maior investidor estrangeiro no Brasil, com mais de 36 bilhões de dólares em investimentos diretos registrados na primeira década do século XXI, sendo que boa parte desse total veio para o Estado do Rio. As empresas americanas tradicionalmente se destacam nos setores de petróleo e gás, máquinas e equipamentos, eletro-eletrônicos e tecnologia da informação.

Além disso, o relacionamento comercial entre o Rio e os Estados Unidos ganha um vigor cada vez maior, com destaque especial para os últimos anos. Os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do Estado do Rio de Janeiro. De 2007 a 2010, as exportações do RJ para os EUA superaram os 27 bilhões de dólares, enquanto, no mesmo período, as importações dos EUA para o RJ foram de quase 9 bilhões de dólares. O intercâmbio comercial Rio-Estados Unidos equivale a cerca de 15% do comércio entre nossos países.

Mais importante, os dados sinalizam para uma diversificação da relação comercial, ainda muito concentrada nas vendas de petróleo e gás, com o aumento de quase 80% na demanda americana por produtos metalúrgicos.

Não foi por acaso que escolhi os Estados Unidos como o destino da primeira missão governamental e empresarial de meu primeiro mandato, em abril de 2007, e que retorno, também em minha primeira missão oficial do segundo mandato.

É com muita satisfação, portanto, que retorno hoje à US Chamber of Commerce para falar sobre os avanços que fizemos nos últimos quatro anos. Há, contudo, muito mais a ser feito nos próximos quatro anos e, nesse sentido, nossos parceiros norte-americanos serão muito bem-vindos a participar dessa jornada de transformação pela qual estamos passando.
Senhoras e senhores, o Governo do Rio de Janeiro possui, atualmente, uma estratégia de desenvolvimento econômico e social que inclui a necessária participação da iniciativa privada no crescimento das diversas regiões do Estado. Hoje, posso afirmar, sem medo de errar, que temos inúmeras oportunidades para as empresas americanas no Brasil. Estamos construindo uma nova realidade no Rio de Janeiro, que poderia classificar como um turning point em nossa história. Gostaria de convidar todos vocês a fazerem parte desse processo.

Muito obrigado.

Fonte: http://www.rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=395813

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