Já abordamos esse assunto há uns dias atrás, referindo-se à redução da poluição do ar na Região Metropolitana do Rio e São Paulo. Assim como aconteceu no episódio da Greve dos Caminhoneiros, em 2018, a necessidade do distanciamento social devido à pandemia da COVID-19 é um duro golpe na nossa sociedade, mas deixa algumas boas reflexões sobre sustentabilidade, sobre o nosso modelo de mobilidade e sobre a qualidade ambiental nas maiores metrópoles do Brasil.
No caso da COVID-19, há um feliz contraste: a qualidade do ar melhora, no momento em que todos nós precisamos ter forças para enfrentar justamente uma doença que ataca fortemente o sistema respiratório.
Axel Grael
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Confinamento diminui poluição em SP, Rio e outros centros urbanos; veja imagens feitas com dados de satélite
Confinamento para combater a Covid-19 fez o trânsito diminuir, e um composto químico que surge com a queima de combustível é menos presente na atmosfera das maiores cidades brasileiras.
Por Felipe Gutierrez, G1
Imagem feita a partir de informações de concentração de poluente na atmosfera — Foto: Diego Hemkemeier Silva/Divulgação/Via G1 |
Satélites que monitoram os poluentes na atmosfera registraram uma melhora do ar em grandes centros urbanos brasileiros, afirmam pesquisadores.
Com as regras de confinamento impostas pelos governadores estaduais para combater a Covid-19, diminuiu o trânsito de veículos.
Um dos poluentes que são emitidos quando há queima de combustíveis fósseis é o dióxido de nitrogênio. O satélite Sentinel 5P, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) registrou manchas desse composto químico menores nas regiões metropolitanas do Brasil.
Mapa mostra poluentes em Curitiba em 2019 e 2020, quando houve redução do trânsito por causa da Covid-19 — Foto: Diego Hemkemeier Silva/Divulgação/ Via G1 |
Os dados foram transformados em mapas por Diego Hemkemeier Silva, gerente de informações ambientais e geoprocessamento e Fábio Castagna da Silva, do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC).
Visualmente, os maiores impactos são nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
"A principal variável que influencia é a redução do fluxo de veículos", diz Hemkemeier. Os carros não são os únicos emissores de dióxido de nitrogênio: usinas termelétricas que usam carvão mineral ou óleo pesado para gerar energia também dispersam o composto na atmosfera. Esse tipo de geração é pouco presente no Brasil --na Europa e na China, elas são mais comuns, e, por isso, as manchas nesses outros lugares retrocederam mais, diz ele.
Ainda não há tempo suficiente para fazer uma comparação com números, ele explica. Em um período curto, fatores como vento, chuva, umidade do ar podem influenciar os dados, então é preciso aguardar para poder fazer uma avaliação mais precisa. O pesquisador estima que sejam necessários 30 dias.
Leonardo Hoinaski, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, especializado em poluição atmosférica, diz que é difícil medir os benefícios desse tipo de redução de poluição. O dióxido de nitrogênio causa problemas de respiração, que podem, inclusive, agravar a condição dos pacientes da Covid-19.
"Se essa redução se mantivesse ao longo dos anos, os efeitos seriam nítidos", diz.
Os carros emitem outros poluentes que também diminuíram, ainda que não apareçam no mapa, diz Honiaski.
Poluição em Belo Horizonte diminuiu por causa do confinamento — Foto: Diego Hemkemeier Silva/Divulgação/Via G1 |
Fonte: G1
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