Seis dos trabalhos selecionados serão implantados nos litorais paulista, capixaba e fluminense. Foto: Pixabay. |
Por Sabrina Rodrigues
A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza continua com a sua tradição em apoiar financeiramente programas de conservação. Dessa vez, as inscrições estão abertas para o 57º Edital da Fundação Grupo Boticário – Novas Ideias para a Conservação da Natureza. Os interessados terão até o dia 31 de março para se inscrever pelo site da instituição. Ao todo, serão cerca de R$ 2 milhões destinados aos projetos selecionados.
Nesta edição, serão selecionados projetos dentro das temáticas: ambientes marinhos; unidades de conservação de proteção integral e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs); inovações e novas tecnologias para a conservação da natureza; e espécies ameaçadas.
Os candidatos deverão ficar atentos, pois diferentemente dos anos anteriores, que tiveram uma chamada em cada semestre, 2019 concentrará as inscrições em uma só oportunidade.
Os projetos inscritos devem estar vinculados a instituições sem fins lucrativos. As dúvidas podem ser encaminhadas por e-mail para edital@fundacaogrupoboticario.org.br.
Fundação apoiará seis projetos da região sudeste com foco em preservação de áreas e espécies litorâneas
Projetos que buscam conservar ambientes costeiros e marinhos, na região litorânea no Sudeste do Brasil, receberão aporte financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Seis trabalhos serão implantados nos litorais paulista, capixaba e fluminense, somando cerca de R$ 650 mil para preservar áreas naturais e espécies ameaçadas.
Vejas as áreas de atuação e os projetos selecionados:
Praias: Em São Paulo, o Instituto Costa Brasilis visa desenvolver estratégias de identificação de praias prioritárias para a conservação, indicando quais características ambientais devem ser consideradas para garantir a manutenção da sua biodiversidade.
Repovoamento de garoupas: Controlar a pesca, proteger locais de reprodução são ações importantes para a conservação das garoupas (Epinephelus marginatus), mas garantir o crescimento dessas populações marinhas também faz parte do projeto da Associação Ambientalista Terra Viva que pretende avaliar os estoques e a soltura de 20 mil alevinos de garoupa verdadeira no litoral paulista.
Proteção do mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara): O Parque Estadual do Lagamar de Cananéia está localizado no litoral sul do estado de São Paulo entre os municípios de Cananéia e Jacupiranga, a 250 km da capital. A unidade de conservação é o lar do mico-leão-de-cara-preta (Leontopithecus caissara), espécie criticamente ameaçada, com tamanho populacional entre 400 a 900 indivíduos. Pensando em conservar essa população, o Instituto de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) pretende realizar uma estimativa da distribuição atual do mico, monitorar esses grupos, além de elaborar planos de ação integrados.
Novas tecnologias para peixes ameaçados: Com o objetivo de desenvolver e implementar estratégias sustentáveis de manejo dos estoques pesqueiros, pesquisadores do Instituto Comar trabalharão com um projeto inovador que consiste em criar um aplicativo para monitorar espécies de peixes marinhos, levantando informações como tamanho, ocorrência e esforço de pesca em São Paulo.
Biodiversidade marinha em arquipélagos: A costa brasileira possui apenas 1,5% de seus ecossistemas marinhos protegidos de forma integral. Com vista a ampliar essa porcentagem, o Instituto Ambientes em Rede vai atuar nos arquipélagos Trindade e Martim Vaz (ES). A proposta visa fortalecer a pesquisa nesses territórios, com foco nos efeitos da pesca sobre espécies ameaçadas e sistemas recifais. Em um segundo momento, serão estimuladas ações de gestão e políticas públicas para a conservação desses ambientes.
Conservação de lagartos: O Glaucomastix littoralis é uma espécie de lagarto ameaçada de extinção que está presente somente no estado do Rio de Janeiro. Essa espécie vem sofrendo problemas e ameaças sobre o seu habitat como a especulação imobiliária, além das mudanças climáticas que podem alterar os padrões de comportamento e reprodução, interferindo no ciclo natural da espécie. Para mitigar esses efeitos, pesquisadores do Instituto Biomas vão investigar a situação das populações desse lagarto e seus principais fatores de risco para estabelecer ações que assegurem a conservação e proteção da espécie.
Nos seus 29 anos de existência, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente, além de proteger 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais.
Fonte: ((O)) Eco
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