Torben Grael e Marcelo Ferreira no Match Race disputado no último final de semana. Foto: AGIF |
Maior medalhista olímpico lamenta exclusão da classe Star dos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro. Decisão da Isaf também é criticada pelo proeiro Marcelo Ferreira
Rio de Janeiro (RJ) - Dono de cinco medalhas olímpicas, Torben Grael prepara adeus dos Jogos depois de Londres-2012, caso consiga a vaga. O motivo que obriga um dos maiores nomes da vela mundial a não competir mais é a exclusão da classe Star da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.
"Estamos (ele e Marcelo Ferreira) ainda tentando uma vaga para 2012 na classe. Já fiz seis Olimpíadas. Se não tiver Star no Rio de Janeiro é hora de pendurar as chuteiras realmente", lamentou Torben Grael, durante o Match Race Brasil 2011, competição disputada no Rio de Janeiro neste final de semana, por 12 equipes de clubes náuticos brasileiros e vencida pelo time da Marinha do Brasil, comandado por Henrique Haddad.
A Isaf - Federação Internacional de Vela - confirmou no sábado (7) que a categoria não fará parte do programa da modalidade. O anuncio deixou todos os participantes do Match Race Brasil 2011, muito chateados e preocupados.
"A decisão já era esperada, mas eu tinha alguma esperança. Lamento e considero a posição política e não técnica. O Star não poderia ficar de fora da Olimpíada do Rio de Janeiro", explicou Torben Grael, de 50 anos.
Marcelo Ferreira, proeiro de Torben Grael desde os Jogos de Atlanta, em 96, adota o mesmo discurso. "Já estamos em uma campanha difícil para classificar a dupla. E sem a Star nos Jogos do Rio, não tem a menor chance de eu fazer campanha olímpica em qualquer outra classe. É o fim da linha".
A queda de braço entre Star e Isaf já dura décadas. Depois de ficar de fora de Munique-76, a categoria voltou na edição de Moscou-80. Fato parecido ao atual ocorreu em 1997, quando a entidade excluiu a classe de Sydney-2000. Após muita pressão, a Star foi inserida novamente no calendário.
O COB pode intervir - A CBVM - Confederação Brasileira de Vela e Motor - pedirá ajuda ao Comitê Olímpico Brasileiro para resolver a questão e evitar que a classe mais vitoriosa nos Jogos deixe o programa para 2016. O país sede pode escolher acrescentar mais uma classe, neste caso, aumentando de 10 para 11.
"A questão pode ser revertida de forma política agora. Nesse aspecto, a gente precisa acreditar na força do Comitê Organizador dos Jogos de 2016. A entidade tem um papel importante para convencer as autoridades de que a classe é representativa no Brasil e no mundo. Aqui temos ídolos do esporte nacional na Star", contou Lars Grael, ex-dirigente e velejador da Classe Star.
A Star é uma classe de barcos de quilha e, segundo Lars Grael, representa mais de 50% da vela mundial. "Vou entrar nessa briga de forma conceitual. É arrasador para vela brasileira essa negativa. Defender essa causa é importante pra mim agora", finalizou.
Samuel Gonçalves, velejador revelado pelo Projeto Grael. Foto AGIF. |
Fim de um sonho - O velejador Samuel Gonçalves, de 23 anos, sonha em seguir carreira na Star. Desde 2006, o jovem segue os passos do padrinho Torben Grael e já conseguiu resultados internacionais em outras classes, principalmente de oceano. A notícia deixou Samuel frustrado, mas ele ainda confia em mudanças.
"É um investimento de vida correr uma Olimpíada. Você não começa a velejar de um dia pra noite. São cinco anos de dedicação. Quando você percebe que não vai dar certo, é certeza que ficará chateado. Espero que a decisão política se resolva. A esperança é a última que morre", reforçou Samuel Gonçalves, formado pelo Projeto Grael, e que fez parte da tripulação brasileira campeã da regata Cidade do Cabo-Rio, no dia 1 de fevereiro passado.
O Match Race Brasil foi realizado pela Brasil1 Esporte e teve patrocínio do Bradesco, Volvo, International Paper, Nycomed, Redecard, Wartsila e Semp Toshiba. Esse projeto foi incentivado pela Lei de Incentivo ao Esporte. Apoio do Iate Clube do Rio de Janeiro, Federação de Vela do Estado do Rio de Janeiro, Confederação Brasileira de Vela e Motor e Marinha do Brasil.
Ouça e baixe em MP3 a sonora dos velejadores de Star no Match Race Brasil 2011:
Ouça aqui Torben Grael
Clique aqui para ouvir Marcelo Ferreira
Clique e ouça Lars Grael
Ouça aqui o velejador Samuel Gonçalves
Fonte: ZDL
Mais informações no site http://www.matchracebrasil.com.br/
Meu otimismo esta ficando pelo caminho, algo de podre no Reino da Dinamarca mesmo,... cavalheirismo, regras claras e duradouras sem mudanças ao bel prazer de cartolas, Paises e Classes puxando tapete de outros, ISAF, COI etc.. sem eira nem beira..... tudo isto acaba sendo o resultado de gestão de alguns Dick Vigaristas e do vil metal, da porra do dinheiro que cada vez mais manda e desmanda neste cenário, acabou o mérito, acabou o C.V. , acabou a habilidade, pratica, destreza, experiencia e pericia dos grandes timoneiros de uma classe como a Star pois nesta migração desenfreada de classes, grana e interesses, qual a garantia de algum planejamento ou aspiração para quem veleja...
ResponderExcluirUma pena, o Star tem um século de história e é o vilino dos mares, não foi uma decisão esportiva, foi manobra política e financeira de grupos isolados, porém fortes
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