sexta-feira, 11 de abril de 2025

ESPANHA DESLIGARÁ AS SUAS SETE USINAS NUCLEARES E INVESTIRÁ EM ENERGIA LIMPA E SUSTENTÁVEL



Artigo da Bloomberg de hoje descreve o esforço ambicioso da Espanha para promover a transição da sua matriz energética para fontes mais limpas, seguras e sustentáveis. Mesmo sofrendo pressões para recuar no seu programa de descomissionamento ao longo dos próximos 10 anos das sete usinas nucleares do país, o governo espanhol mantém a sua determinação e desligará a primeira usina em 2027. 

A fonte nuclear representa 20% da energia gerada no país e, para compensar a redução da oferta de energia, haverá um investimento em fontes de energias renováveis, como eólica e fotovoltaica, cuja meta é sair dos atuais 50% e chegar a 81% de renováveis na sua matriz energética até o final da década, ou seja, nos próximos 5 anos. Atualmente, a Espanha só perde para a Alemanha em termos de energia limpa e está determinada a seguir avançando. A Alemanha fechou a sua última nuclear em 2023.

Outra aposta importante é um grande investimento em unidades de armazenamento de energia, as chamadas "super baterias". Esta é uma tecnologia inovadora, ainda em desenvolvimento. A Espanha já conta com uma, com capacidade de armazenamento de 3 gigawatts, e pretende chegar a 20 gigawatts até 2030. A capacidade de estocagem de energia é importante diante da característica de intermitência das principais fontes de energias renováveis. Para isso, a Espanha disponibilizou 100 milhões de euros para quatro projetos de estocagem de energia.

Os críticos da iniciativa espanhola alegam que seria um risco abrir mão da produção de energia nuclear implantada uma vez que há uma grande corrida mundial pela geração de energia devido ao aumento da demanda no mundo devido à inteligência artificial e seus data centers. A Europa também faz um grande esforço para se livrar da dependência do gás russo, desde o início da Guerra na Ucrânia.

A resposta do governo espanhol é que o parque nuclear do país é composto por usinas antigas e que prorrogar a vida útil dessas usinas também demandaria investimentos e só aumentaria o custo de gerenciar o problema do lixo atômico. Afastam também a possibilidade de investir em novos reatores nucleares, pois as alternativas renováveis são mais eficientes numa análise de custo-benefício.

Axel Grael
Prefeito de Niterói (2021-2024)
Doutorando em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU/UFF)




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