sábado, 23 de novembro de 2024

Aniversário de Niterói: com investimento de R$ 200 milhões, cidade recupera e dá novos usos a construções históricas

Matéria de O Globo Especial "Niterói, 451 Anos" dá destaque ao trabalho de restauração do patrimônio histórico e cultural da cidade, ressaltando que trata-se de um investimento de mais de R$ 200 milhões na atual gestão. Fizemos a restauração da Ilha da Boa Viagem, entregamos ontem, dia do aniversário da cidade, o Solar Notre Rêve (Casa Norival de Freitas), que será a sede do programa Aprendiz Musical, e o Castelinho do Gragoatá, que será a sede do programa Niterói de Bicicleta. O texto também apresenta as obras em execução da reforma do Cinema Icaraí, que será o Cine Concerto Sérgio Mendes e abrigará a Orquestra Sinfônica Nacional da UFF, além de outras atividades culturais.

Além do que já foi exposto pelo O Globo, também estamos fazendo obra de reforma da Estação Cantareira, que abrigará o Centro de Economia Criativa e o Casarão da Alameda São Boaventura, que será o Centro Cultural Cauby Peixoto, o primeiro espaço de cultura da Prefeitura na Zona Norte da cidade, embora tenhamos entregue à população também a Casa Aprendiz, no Bairro Chic, Fonseca, que também há um espaço cultural que oferecerá espetáculos e atividades para o público.

A Região Oceânica também ganhou o seu primeiro espaço para a cultura, que é Centro Ecocultural Suely Pontes, sede do Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis.

Viva Niterói!

Axel Grael
Prefeito de Niterói


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Aniversário de Niterói: com investimento de R$ 200 milhões, cidade recupera e dá novos usos a construções históricas

O Mercado Municipal de Niterói voltou a ser um importante polo comercial da cidade, após quase quatro décadas de abandono — Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo

Casa Norival de Freitas, Mercado Municipal e Ilha da Boa Viagem estão entre os bens recentemente revitalizados e abertos ao público

Por Rafael Timileyi Lopes — Niterói

Com investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões em recuperação de patrimônios históricos, Niterói busca conciliar a preservação da memória e novos usos de construções que marcam e contam as etapas de seus quatro séculos de História. Este crescimento no volume de investimentos começou em 2020, com obras que abrangem desde restaurações arquitetônicas até modernizações, garantindo a preservação do legado histórico enquanto buscam impulsionar o desenvolvimento cultural, turístico e econômico.

Entre os projetos em andamento ou já entregues estão o Mercado Municipal, a Ilha da Boa Viagem, o Solar Notre Rêve, o Castelinho do Gragoatá, o Cinema Icaraí, a Estação Cantareira e o Complexo Esportivo da Concha Acústica.

— Este conjunto de obras representa o maior investimento em economia criativa já realizado em Niterói. Nossa intenção é preservar o patrimônio histórico e artístico da cidade para as novas gerações, além de fomentar a cultura, o turismo e a economia da cidade — destaca o secretário Executivo de Niterói, André Diniz.

Destaques das obras

Após quase quatro décadas de abandono, o Mercado Municipal foi revitalizado e reaberto em julho de 2023. O retrofit preservou as características originais do prédio neoclássico enquanto modernizou sua infraestrutura. Com 9.700 metros quadrados e 172 lojas, o espaço tornou-se um polo gastronômico e cultural, movimentando a economia local. A construção, localizada na Avenida Feliciano Sodré, funcionou como mercado municipal entre o início dos anos 1930 e 1976. Na década seguinte, passou a abrigar o Depósito Público Estadual e depois foi abandonada. Durante as obras de recuperação do espaço, os arquitetos que projetaram a revitalização buscaram preservar ao máximo o estilo original.

A trajetória do Mercado Municipal de Niterói

Local resgata vocação de ser um grande polo comercial, como era entre as décadas de 1930 e 1970.


O mercado original, na década de 1970, quando já se falava no seu fechamento iminente — Foto: Delano Silveira/10-9-1974

Nos últimos anos de funcionamento, cerca de 130 atacadistas ocupavam o local — Foto: Delano Silveira/10-9-1974

Depois de virar depósito estadual e ser abandonada, construção acabou sendo utilizada como moradia precária — Foto: Brenno Carvalho/12-12-2018

A história do prédio art déco começou a mudar em 2019, quando a prefeitura de Niterói decidiu reabrir o mercado — Foto: Bruno Kaiuca/3-7-2019

As obras de modernização buscam preservar a arquitetura original — Foto: Divulgação/Alex Ramos

Ilha da Boa Viagem

Fechada por 20 anos para visitação, a Ilha de Boa Viagem passou por um processo de restauração e recebeu atenção especial, com R$ 5,5 milhões investidos na recuperação da Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, do fortim e do casarão histórico. O local foi reaberto ao público em setembro do ano passado.

De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as primeiras construções erguidas na ilha, ainda durante o Brasil Império, foram a capela, construída por volta de 1650, e um forte de pequeno porte que fazia parte do sistema defensivo da Baía e Guanabara. Aos edifícios seculares somaram-se, anos mais tarde, duas edificações: uma, ao nível do mar, da época da Segunda Guerra Mundial; e outra, também datada da década de 1940, o casarão, conhecido como castelo, que serviu de sede do grupo Escoteiros do Mar, que administrava o local.

Ilha da Boa Viagem: conjunto arquitetônico voltou a receber visitantes

Antes. O Castelo em maio, durante o processo de restauração - Fotos: Roberto Moreyra/Agência Globo

Depois. A parte externa da construção conhecida como Castelo da Ilha da Boa Viagem está finalizada


Antes. A capela cinco meses atrás, quando ainda receberia serviços como a pintura externa

Depois. A Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem está totalmente restaurada

Intervenção mínima. O altar da capela está praticamente como foi encontrado pela equipe de arquitetura responsável pela restauração

Solar Notre Rêve

No Centro, o Solar Notre Rêve (antiga Casa Norival de Freitas) chama a atenção de quem anda pela Rua Maestro Felício Toledo. O prédio, antes abandonado, passa por ampla reforma e, depois de pouco mais de um ano, tem previsão de ser entregue à população hoje, para o aniversário da cidade. O projeto, que custará no total cerca de R$ 30 milhões, vai transformar o espaço na nova sede da Escola Municipal de Música Arthur Maia e do Programa Aprendiz Música na Escola. A prefeitura adquiriu o imóvel no final da década de 1970. Cinco anos depois, já desocupado pela família do político Norival de Freitas, ele foi parcialmente destruído por um incêndio numa noite de sexta-feira. Era 30 de novembro de 1984. Todo o telhado e sua estrutura de madeira ficaram inutilizados. Apenas em 1991 a prefeitura colocou escoras e refez parte do que foi perdido, mas sem realizar as intervenções necessárias. O abandono do patrimônio também facilitou diversas invasões, que foram responsáveis pelo desaparecimento de parte das estruturas metálicas, louças e outros itens da residência.

Apesar de ter passado para as mãos da prefeitura, em 1999, a casa ainda estava abandonada — Foto: Pércio Campos/18-10-1999

No final da década de 1980, o casarão já estava vazio e cedido à prefeitura. O incêndio que o atingiu em 1984 destruiu a estrutura do telhado — Foto: Selmy Yassuda/25-4-1988

Funcionários recuperam ornatos da fachada: intenção do projeto é deixá-la como era originalmente — Foto: Divulgação/Douglas Macedo



Fotos acrescentadas, da obra de restauração um pouco antes da inauguração.

Castelinho do Gragoatá

O Castelinho do Gragoatá, com investimento de R$ 3 milhões, está sendo adaptado para receber a sede da Coordenadoria Niterói de Bicicleta. A praça em frente também foi revitalizada, consolidando o local como referência em mobilidade sustentável.

De acordo com Diniz, esses investimentos têm a intenção de criar um complexo histórico, uma espécie de cinturão da memória que tende a crescer para outras regiões da cidade.

— Estamos investindo na recuperação de patrimônios históricos, reafirmando o compromisso da prefeitura com a preservação da nossa identidade cultural. Cada real aplicado representa a valorização da nossa História — afirma.

Cine Icaraí reformado

Já o Cinema Icaraí, transformado no Cine Concerto Sérgio Mendes, terá preservação da fachada e do saguão, ampliação do palco e inclusão de espaços modernos, como restaurante e café. As obras, orçadas em R$ 45,7 milhões, darão nova vida ao marco cultural da cidade. A reforma vai preservar a fachada e restaurar todo o saguão: bilheteria, bonbonnière, piso, teto, portas e escadarias. Serão instalados ainda escada rolante e elevador, para oferecer acessibilidade.

Veja fotos das obras do Cine Icaraí.

Área principal, onde eram exibidos os filmes; na parte de cima vê-se o mezanino — Foto: Divulgção/Lucas Benevides

Entrada principal do cinema, onde ficava a bonnbonière — Foto: Divulgação/Lucas Benevides

Vista de um dos apartamentos laterais encontrados no quarto pavimento do Cine Icaraí — Foto: Divulgação/Lucas Benevides

No salão, os componentes decorativos serão recuperados, e o palco, ampliado para comportar a Orquestra Sinfônica Nacional da UFF. A plateia terá 299 lugares.

O primeiro pavimento contará com camarins, mezanino para 69 pessoas e um restaurante. O segundo vai receber infraestrutura para atender a orquestra, além das áreas administrativas do empreendimento.

As salas de cinema ficarão no terceiro pavimento: uma delas terá 150 lugares, e as outras duas, 75 cada. O andar terá ainda um café e a bonbonnière.

No quarto pavimento haverá um bar bistrô. Será criado ainda um quinto andar para acomodar um restaurante com varanda e vista para o mar.

Fonte: O Globo






Um comentário:

  1. Muito bom Axel! da gosto passear por Niterói e desfrutar de tudo isso.Parece um sonho.

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