sábado, 13 de março de 2021

'Estuário da Baía de Guanabara tem uma das maiores concentrações de microplástico do mundo', afirma bióloga



Plástico no mar da Baía de Guanabara não é artigo raro Foto: Custódio Coimbra em 21-2-2021 / Agência O Globo


Estudos feitos por pesquisadores do Reino Unido, Estados Unidos e outros países comparou águas com a de outros estuários do mundo e resultado é negativo; pesquisadores da UFRJ analisam

João Pedro Fragoso*

RIO — Que a Baía de Guanabara vem sofrendo há anos com a poluição não é surpresa para ninguém. Além do esgoto, diferentes tipos de lixo compõem as águas que saem de vários pontos do estado em direção ao habitat natural de diversas espécies de seres vivos. No entanto, uma categoria tem se sobressaído em relação aos outros: o plástico, ou melhor, o microplástico. Segundo Gisela Mandali, professora do Departamento de Biologia Marinha da UFRJ, a Baía de Guanabara é um dos estuários com a maior concentração desse tipo de lixo.

– O meu grupo trabalhou com dois tipos de plástico, um é o que está flutuando na Baía, no caso o microplástico, e o quê a gente viu é que a Baía de Guanabara tem realmente uma das concentrações mais altas comparando com vários outros estuários do mundo – afirma Gisela.

Menor que cinco milímetros, como falado pela professora, esse microplástico é o resultado do macroplástico que quebrou, como restos de garrafas PET, sacolas de supermercado etc. Ou então, pode ser também oriundo de esfoliantes e do famigerado glíter, já enraizado no carnaval.

Já o outro tipo mencionado são as fibras. Estas, por sua vez, também fazem parte do grupo dos microplásticos, mas são mais presentes na lama e nos sedimentos. Oriundos das roupas de tecidos sintéticos, como o poliéster, eles podem chegar na água da Baía através da lavagem. Nesses casos, há uma dificuldade muito grande de tentar retê-los, pois ainda não há uma tecnologia que consiga fazer esse tipo de serviço, já que é um plástico muito fino, o que acaba se tornando um grande perigo para a população marinha, e até mesmo para nós, humanos.

– A gente vê que os bichos, quando vão se alimentar, porque eles comem vários organismos que vivem na lama, acabaram ingerindo junto também. A gente também analisou mexilhão e ostra da Baía, que são filtradores, se alimentam de material em suspensão, e encontramos fibra no tecido desses filtradores. E aí a situação fica mais grave pro homem, porque esses organismos a gente come inteiro. A gente abre a ostra e come. Então com certeza a gente estaria ingerindo esse plástico. Então assim, é muita concentração de plástico, sem contar plástico grande que a gente vê nas praias e flutuando na Baía... Isso é um problema e obviamente tem um impacto na saúde da população – declara a bióloga.


Canal do Mangue, na Baía de Guanabara Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo


Ao todo, segundo estudo feito pelo Instituto de Biologia da UFRJ, existem em torno de 15 partículas de microplásticos flutuantes por metro cúbico da Baía de Guanabara. Já no fundo das águas, nos sedimentos, são cerca de 26.000 partículas por metro quadrado. No entanto, mesmo com toda a problemática que envolve o plástico, Gisela Mandali diz que não é possível afirmar que o sumiço de algumas espécies de animais que habitam nas águas da Baía é decorrente da poluição causada por este tipo de material.

– Existem sim alguns indícios de algumas espécies que estão diminuindo ou não são encontradas há algum tempo. Mas assim, ninguém vai dizer que é o plástico. E raramente vai ser um fator só, já que a gente tem tantos envolvidos que realmente causam prejuízo às populações – concluiu.

*Estagiário sob supervisão de Vera Araújo

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