sábado, 21 de novembro de 2009

Classe Laser debate o futuro

Campeonato Sulamericano Master de Laser


A lista de discussão na internet da ABDL – Associação Brasileira da Classe Laser, um dos mais ativos fóruns de debate da vela nacional, nessa semana esteve agitada pela reflexão sobre os elevados custos de aquisição do barco e de seus equipamentos. A Classe Laser, como se sabe, desde a sua origem mantém um monopólio sobre todo material, sob a alegação que isso garantiria a padronização e a competitividade da classe.

O Laser, que foi projetado em 1970 para custar mil dólares, antes de ser uma classe olímpica (Atlanta 1996) já podia ser comprado por pouco menos de US$ 6 mil. Hoje custa mais ou menos o dobro disso. Ainda assim, está entre as classes de maior sucesso: cerca de 4 mil barcos são vendidos por ano em todo o mundo. Os velejadores brasileiros da Classe reclamam da alta carga tributária e do fim da produção nacional do barco, que aconteceu há muito tempo. Hoje os novos barcos são todos importados.

No debate sobre como reduzir custos, surgiram várias idéias, até mesmo a sugestão da produção de um barco similar nacional, que não fosse submetido ao pagamento de royalties aos detentores de direitos sobre a classe. Um Laser pirata? Alguns propuseram até mesmo o nome da nova classe. Bem, passados os devaneios, o debate ainda prossegue, mas agora com o foco na organização, no futuro da classe e nos pros e contras da retomada de uma produção nacional. O debate é valido, pois é preciso muita reflexão sobre a indústria náutica nacional. Com um litoral de mais de 8 mil quilômetros, e um clima que permite que se veleje o ano inteiro, temos um barco para 1.600 habitantes. A Suécia tem um barco para cada sete habitantes!

Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói. 21/11/09.

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