Estudo realizado pela organização britânica Charities Aid Foundation – CAF, o “World Giving Index 2012 – A global view of giving trends” mostra que o Brasil, embora ocupe apenas a 83ª posição no ranking dos países mais generosos em doações (liderado pela Austrália), está entre os dez países com o maior número de voluntários - cerca de 18 milhões.
A pesquisa traça um panorama global das doações a partir de dados coletados em 146 países, a partir de 155 mil entrevistas, e revela tendências diversas do setor filantrópico. O estudo indica que, embora os comportamentos variam de acordo com a faixa etária, os números sugerem que, em geral, os jovens parecem menos solidários.
Algo que não parece ter muito respaldo, pelo menos no Brasil. Um dos exemplos é empresa C&A, que mantém há 20 anos o seu programa corporativo de voluntariado, por meio do Instituto C&A. Com 6 mil funcionários atuando, a missão do programa é contribuir para a educação de crianças e adolescentes em organizações sociais localizadas próximas a área de atuação da empresa.
"... a maioria dos voluntários são jovens entre 18 e 25 anos, e que 75% deles estão no primeiro emprego."
“Desde o início houve uma diretriz muito clara de dar oportunidade de participação social conectado a uma causa aos funcionários”, declara a gerente da área de mobilização do Instituto C&A, Carla Sattler. É interessante ao notar que a maioria dos voluntários são jovens entre 18 e 25 anos, e que 75% deles estão no primeiro emprego.
“Damos o suporte para que eles se sintam seguros e as ações de voluntariado acontecem durante o horário de trabalho, por considerarmos a realidade desses jovens. É um caminho valiosíssimo para que se faça um trabalho consolidado de médio à longo prazo”, declaro Carla.O Instituto distribui para os voluntários, o Guia do Voluntário, uma agenda temática que marca a cadência das atividades do voluntariado ao longo do ano de trabalho.
Outro exemplo é o Banco Bradesco, que acaba de completar 5 anos de Programa Voluntários, que atualmente conta com mais de 13 mil voluntários, sendo 95% deles funcionários da própria organização. “A sustentabilidade têm sido vista de uma forma estruturada e organizada dentro do banco, com constantes treinamentos e formação de lideranças”, afirma a responsável pela área de sustentabilidade Ivani Benazzi de Andrade.
Com uma política de voluntariado com premissas básicas de ações a serem desenvolvidas pelos funcionários, o Bradesco se padroniza, inclusive com um Comitê de Facilitadores que difundem as boas práticas do voluntariado. Por meio do seu treinamento online, o e-learning, os voluntários se capacitam e são estimulados por diretorias departamentais.
“Os líderes voluntários tomam corpo dentro dos departamentos e se tornam facilitares para movimentarem as pessoas, passando a ser um canal de transformação dentro da organização”, completa Ivani.
O estudo “World Giving Index 2012 – A global view of giving trends”, que no Brasil é divulgado pelo IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), traz ainda que cerca de 65 milhões de brasileiros ajudaram um desconhecido no último mês e 35 milhões contribuem financeiramente com causas sociais.
Fonte: GIFE
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