sábado, 15 de janeiro de 2011

COMEÇOU A REGATA CAPE TOWN-RIO: barcos a caminho do Rio de Janeiro

Os dois barcos patrocinados pela governo municipal da Cidade do Cabo. O velejadores do Projeto Grael disputam a Cape Town-Rio no barco City of Cape Town, a barlavento (em segundo plano), e os velejadores da Izivunguvungu, estão a bordo da embarcação mais próxima na foto (a sotavento).

A Regata Cape Town Rio (Heineken Cape to Rio Race) largou!!! São 17 tripulações que estarão no mar nas próximas 3 semanas, cruzando o Oceano Atlântico, até chegar ao Rio de Janeiro, a 3.400 milhas de distância (em linha reta). A Cape to Rio é considerada a mais longa regata oceânica do Hemisfério Sul.

A atual edição da regata comemora os 40 anos da competição, disputada pela primeira vez em 1971 e a comunidade náutica do Rio de Janeiro comemora o retorno da chegada da regata para a Baía de Guanabara, já que o Rio de Janeiro havia Royal Cape Yacht Club, organizador do evento.

O Brazil não tem nenhum barco na regata, mas possui quatro velejadores, todos formados pelo Projeto Grael, que disputam em uma tripulação que também conta com velejadores sulafricanos. O barco chama-se City of Cape Town, que é patrocinado pela prefeitura da cidade, qua apóia também outra embarcação, com uma tripulação formada or velejadores formados em uma iniciativa similar ao Projeto Grael, chamado IZIVUNGUVUNGU.

VELEJADORES DO PROJETO GRAEL NA CAPE TO RIO

Os velejadores do PROJETO GRAEL na regata Cape Town - Rio são:

Samuel Gonçalves, 23 anos, morador do Fonseca, em Niterói/RJ, estuda Desenho Industrial na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e tem o certificado da Federação Brasileira de Vela como gerente de regatas. Samuel ganhou muitos títulos na vela nacional, como o tricampeonato brasileiro da classe Ranger 22, e conta com 4.025 milhas náuticas navegadas. Mais experiente da equipe e com boa fluência em inglês, Samuel é o líder da equipe do Projeto Grael.

Hallan Batista, 22, também morador do Preventório, já participou de várias competições como o Campeonato Estadual de Ranger, em 2009 e 2010, Regata Santos-Rio, em 2009 e 2010, e do Circuito Rio de 2008 a 2010. Hallan entrou para o Projeto Grael em 2006, onde cursou capotaria, refrigeração e eletrônica. No projeto foi também monitor de vela. Ele sonha em ser oceanógrafo.

Allan Tavares, 18 anos, morador de São Gonçalo/RJ, é o caçula da equipe. Filho de uma costureira, ele ingressou no Projeto Grael há três anos. De lá para cá, fez curso de vela, eletroeletrônica e refrigeração. Em 2009, entrou para a equipe do Peixe Galo, barco do Projeto Grael movido a energia solar. Naquele mesmo ano, ele conquistou o segundo lugar na competição Desafio Solar, em Paraty/RJ, na categoria multicasco. Atualmente, ele cursa o ensino médio e auxilia um professor no curso de windsurf do Clube Naval Charitas, também em Niterói. Allan tem, também, experiência em levar barcos para outros estados do Brasil.

Alex Sandro Mattos, 21 anos, morador da comunidade do Preventório, em Charitas/Niterói, entrou para o Projeto Grael em 2002, onde se formou em mecânica diesel, marcenaria, eletrônica, fibra de vidro e vela avançada. Atualmente, se prepara para o concurso da FAETEC no curso de Construções Navais.

Os atletas do Projeto Grael serão acompanhados por velejadores sulafricanos, sendo eles: Gerry Hegie (comandante do barco), Michael Robb, Duncan Matthews and Kenwyn Daniels, este último instrutor de vela da Izivunguvungu.

VELEJADORES DA IZIVUNGUVUNGU

Velejadores da Fundação Izivunguvungu para a Juventude, uma organização sulafricana semelhante e parceira do Projeto Grael, treinam para a Cape to Rio.

O barco Enigma Spirit of Izivunguvungu, um Fast 42, traz a bordo a tripulação de um projeto social que atua de forma bem semelhante ao Projeto Grael, que é a Escola de Vela Izivunguvungu. A tripulação é liderada por Kader Williams, um ex-aluno e atual instrutor da Izivunguvungu e terá como tripulantes Eric Ntetana (34 de Gugulethu), Antony Edwards (27 de Ocean View), Joweal Klaase (21 de Ocean View), Ryan Pentolfe (25 de Grassy Park), Thabiso Jim (20 de Red Hill) e Wandisele Xayimpi (também de Red Hill).

IZIVUNGUVUNGU

A palavra no idioma isizulu significa "vento forte repentino". A organização tem um forte vínculo, apoio e patrocínio da Marinha da África do Sul, o que poderia ser uma boa inspiração para uma futura parceria entre o Projeto Grael e a Marinha do Brasil.  

A organização promove a formação de velejadores e oferece cursos de construção e manutenção de embarcações.

O contato entre o Projeto Grael e a Izivunguvungu iniciou-se quando Torben Grael aportou na Cidade do Cabo, como comandante do Ericsson 4, barco no qual foi campeão da regata volta ao mundo, a Volvo Ocean Race. Izivunguvungu foi uma das anfitriãs da equipe do Projeto Grael na África do Sul, sendo que seus integrantes receberam os nossos velejadores, organizaram e acompanharam nossos atletas em uma programação cultural na Cidade do Cabo.

Na chegada ao Rio de Janeiro, os velejadores do Projeto Grael retribuirão toda a hospitalidade dos amigos sulafricanos.

COMO ACOMPANHAR A REGATA?

O site oficial da regata é: http://capetorio.heineken.com/
No site, encontra-se um mecanismo de acompanhamento do deslocamento dos barcos atraves do Google, que é atualizado periodicamente. Não estou certo, mas acho que será atualizado apenas uma vez por dia, já que os barcos são obrigados a informar a sua posição diariamente, apenas no horário 12:00 UTC (Greenwich). Isto corresponde a 10:00 no Rio de Janeiro.

ROTA

Será interesante observar que a trajetória a ser seguida pelos comptidores deverá afasta-los muito do alinhamento que o mapa do Google oferecido para o nosso acompanhamento mostra como sendo o caminho reto entre a Cidade do Cabo e o Rio de Janeiro. Como quase sempre na vela, o caminho mais rápido entre as duas cidades não é a reta, mas um arco fletido para o Norte.


A linha reta entre Cape Town e o Rio de Janeiro é o caminho mais curto, mas não o mais rápido e mais fácil, pelos motivos expostos abaixo.

O mapa mostra o ciclo de ventos e correntes oceânicas no planeta. À direita, pode-se verificar o regime de correntes e ventos do Atlântico Sul. Por isso, para se beneficiar de ventos e correntes, os velejadores precisarão se deslocar bem para o Norte, e não seguir pelo caminho mais curto.

De forma a se beneficiar dos ventos e correntes, os velejadores devem se deslocar bem para o Norte, passando próximo à Ilha de Santa Helena. Lá, deverão começar a mudar o rumo mais para o Sul, até que cheguem ao Rio de Janeiro.

ONDE E QUANDO SERÁ A CHEGADA NO RIO DE JANEIRO?


Conforme indicado na carta náutica acima, a linha de chegada será em frente a Copacabana, no alinhamento entre o Corcovado e o mastro da bandeira do Forte Copacabana, limitado com uma bóia que será posicionada conforme indicado. Portanto, quem quiser assistir à chegada poderá fazê-lo por terra ou por mar.

Ainda não é possível precisar quado os barcos chegarão. Estima-se que a regata demore cerca de 20 dias.

APOIOS:

A participação dos velejadores do Projeto Grael na regata Cape Town - Rio deve-se ao convite feito pelo RCYC - Royal Cape Yacht Club, pelo ICRJ - Iate Clube do Rio de Janeiro e pela indispensável ajuda do Consulado Geral do Brasil na Cidade do Cabo.

Além disso, o Projeto Grael contou com o apoio das empresas Wellstream e G-Comex:



MUITA SORTE A TODOS OS PARTICIPANTES. E A NOSSA ORGULHOSA TORCIDA PARA OS 4 VELEJADORES DO PROJETO GRAEL, QUE REPRESENTAM O BRASIL NA REGATA.

2 comentários:

  1. Samuel estuda design na UERJ e não na UFF que nao tem esse curso

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  2. Prezado leitor. Agradeço muito a sua atenção em identificar o engano e me alertar. O erro já está corrigido.
    Bons ventos,
    Axel Grael

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