domingo, 27 de janeiro de 2013

Esportistas na busca por melhores ventos


Martine e Kahena foram campeãs mundiais da juventude, em 2009, e começaram 2013 com o pé direito, vencendo o Campeonato Norte-americano da Classe 49er FX, em Miami. Foto de Fred Hoffmann.

Por Marcel Tardin

Martine Grael firma nova parceria, com Kahena Kunze, e já colhe frutos da mudança para nova categoria

Mudar para melhorar. O pensamento se aplica bem ao atual momento da carreira da velejadora Martine Grael, que encerrou uma parceria com a experiente Isabel Swan – medalhista de bronze nas Olimpíadas de Pequim – após o término do ciclo olímpico dos Jogos de Londres, e começa a colher os frutos ao lado de uma outra atleta também de Niterói: Kahena Kunze. A jovem dupla, que foi estabelecida no final de 2012 e campeã mundial da juventude, em 2009, começou a temporada com o pé direito ao conquistar o título do Campeonato Americano de 49er FX.

A decisão para Martine e Isabel seguirem caminhos adversos não teve nada a ver com diferenças de ideias ou resultados negativos. Pelo contrário, as velejadoras estavam apresentando um bom desempenho e uma prova disso foi garantir a vaga do Brasil na classe 470 em Londres-2012 – porém Fernada Oliveira e Ana Luiza Barbachan que representaram o País na competição, após vencerem a seletiva nacional.

Refletindo sobre a parceria de praticamente quatro anos, Martine destaca seu evolução e aperfeiçoamento em uma classe de barco diferente, mas explica que as diferenças nas categorias justificaram a escolha da separação.

“A parceria certamente teve um balanço positivo, nós tivemos três mundiais entre os dez primeiros colocados e no último ano estivemos sempre velejando em alto nível. Ganhei muito conhecimento que não se limita a classe 470 e que me fizeram uma melhor velejadora e uma melhor pessoa”, disse a filha do bicampeão olímpico Torben Grael, continuando.

“A quebra da parceria foi uma decisão pela classe 49er FX. Há muitas diferenças entre os barcos. Apesar de ainda estar aprendendo muito e descobrindo novas coisas sobre a nova classe sei que tomei a decisão certa”, explicou.



Entrosamento – Mesmo ainda recente, a química entre Martine e Kahena é evidente, principalmente após o início animador, com o título nos Estados Unidos, conquistado no último dia 20, em regatas que contavam com atletas locais e de países como Itália e Espanha. O foco da dupla agora é a etapa de Miami da Copa do Mundo de 49er FX, que será disputada durante esse final de semana.

“Para a próxima competição esperamos mais vento para sair da loteria e ter um pouco mais de adrenalina. Neste campeonato tivemos que ter muita paciência”, frisou Kahena.

A dupla agora se concentra na disputa do Miami OCR, segunda etapa da Copa do Mundo de Vela, que terá a presença de oito duplas.

O principal local de treinos da dupla, naturalmente, vem sendo a Baía de Guanabara, que foi alvo de críticas justamente por seu pai no fim do ano passado, devido ao descaso de autoridades com seu estado de conservação, principalmente nos anos que antecedem a disputa dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. A opinião de Martine também não difere da de Torben.

“É difícil dizer que eu não gosto da Baía, porque ela é linda por suas montanhas, por suas marés sempre inconstantes. Mas temos velejado em situações deprimentes. Muito lixo flutuante além de esgoto, peixes mortos, tudo junto. O que me preocupa é que não é do dia para a noite que se resolve isso, e o que me preocupa são medidas paliativas tomadas em cima da hora. O que queremos é a resolução definitiva do problema mesmo que seja a longo prazo”, concluiu.

Fonte: O Fluminense

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