terça-feira, 24 de junho de 2025

COP30: Brasil apresenta plano para financiamento climático

UN Climate Change. Lara Murillo.

Objetivo de roteiro apresentado em Bonn é viabilizar fluxo de US$ 1,3 trilhão anuais para financiamento climático para países em desenvolvimento.

Em meio às negociações climáticas pré-COP30 em Bonn, na Alemanha, o Brasil apresentou na última semana um roteiro detalhado para viabilizar o fluxo de US$ 1,3 trilhão anuais em financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035. Batizado de Roadmap de Baku a Belém, o plano foi exposto pela embaixadora Tatiana Rosito, do Ministério da Fazenda, e visa conectar as decisões da COP29 às ações concretas propostas na COP30 em Belém.

O texto busca integrar a agenda climática às políticas macroeconômicas dos países, garantindo que as decisões das COPs saiam do papel. “Este roteiro é um espaço para construir caminhos que mobilizem recursos em escala sem precedentes”, afirmou Rosito, representando o ministro Fernando Haddad, líder do Círculo de Ministros de Finanças da COP30.

“Precisamos ir além dos números e prazos, transformando contribuições em ação real”, destacou Simon Stiell, secretário-executivo da ONU para o Clima, sinalizando que o sucesso do financiamento climático será um teste de credibilidade para a comunidade internacional. O plano brasileiro propõe a expansão de subsídios e instrumentos financeiros não baseados em dívida, além de simplificar o acesso a recursos para nações vulneráveis.

Como detalha a Carta Capital, também está sendo proposto o fortalecimento das regras para o financiamento climático. A precificação de carbono e a exigência de relatórios climáticos por parte das empresas estão entre as regulações citadas.

O documento foi recebido positivamente pelas delegações presentes, que destacaram a necessidade de um projeto “claro, crível e acionável” para transformar promessas em realidade. Sandra Guzmán, diretora-geral do Grupo de Finanças Climáticas para a América Latina e Caribe (GFLAC), disse ao Climate Home que o roteiro “surgiu como uma forma de reduzir a lacuna” entre os US$ 300 bilhões que os países desenvolvidos se comprometeram a mobilizar até 2035 através da Nova Meta Quantificada Coletiva (NCQG, na sigla em Inglês) e o valor muito maior que os países em desenvolvimento estavam pedindo, de US$ 1 trilhão a US$ 1,3 trilhão.

O Brasil também defende financiamento a fundo perdido para adaptação e perdas e danos, além da criação de plataformas nacionais que conectem projetos locais a investidores globais. “Talvez não tenhamos visto uma oportunidade como esta nos últimos 200 anos”, avaliou Rosito.

A reforma dos bancos multilaterais, como o Banco Mundial e o FMI, faz parte das medidas prioritárias para ampliar a capacidade de empréstimo. A AFP informou que o Banco Mundial está direcionando 45% de seus empréstimos totais para ações climáticas como parte de um plano de ação vigente até junho de 2026.

Contudo, os EUA, maior acionista da entidade, são contra. Em abril, o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, pediu que o banco focasse em “tecnologias confiáveis” – que poderiam incluir o investimento em gás e outras fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis – em vez de “metas distorcidas de financiamento climático”. O plano final deverá ser apresentado em outubro, durante a reunião anual do FMI, marcando um passo decisivo rumo à COP30.

Fonte: ClimaInfo


segunda-feira, 23 de junho de 2025

COMPLEXO DE ATLETISMO DA UFF COMPLETA UM ANO E AJUDA A REVITALIZAÇÃO DO CENTRO DE NITERÓI




Registros do Grande Prêmio Brasil de Atletismo, realizado em maio de 2024, marcando a entrega das obras realizadas pela Prefeitura de Niterói e a reinauguração deste espaço da UFF.

O site da Universidade Federal Fluminense - UFF registrou, no dia 27/05/2025, um ano da reinauguração do Complexo de Atletismo Aída dos Santos - CAAS. Trata-se de um belo espaço esportivo pertencente à UFF, localizado no Campus Gragoatá, à beira da Baía de Guanabara. A obra de revitalização foi realizada pela Prefeitura de Niterói, em colaboração com a universidade. 

O CAAS é considerado hoje uma das melhores infraestruturas para o atletismo no Brasil. O projeto de revitalização foi desenvolvido com o assessoramento técnico da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), da Federação Estadual de Atletismo do Rio (FERAt) e do Instituto de Educação Física - IEF/UFF, para permitir a atualização diante das especificações do esporte, a utilização da melhor técnica e do mais indicado material de construção para a excelência da pista. Esta parceria garantiu a certificação da pista para que o CAAS possa sediar eventos oficiais. 

Após o minucioso trabalho de planejamento, a obra foi finalmente licitada no final de 2022. O investimento da Prefeitura foi de R$ 14,5 milhões e a obra teve Ordem de Início concedida em janeiro de 2023. Tanto a fase de projeto e as obras foram acompanhadas de perto pela própria homenageada: a grande atleta Aída dos Santos. A obra foi entregue em grande estilo, recebendo pela primeira vez em Niterói, o Grande Prêmio Brasil de Atletismo, o maior evento do atletismo nacional.  

O CAAS tem uma parceria com o Parque Esportivo e Social do Caramujo - PESC, da Prefeitura, uma grande aposta de Niterói no esporte educativo e social, implantada numa das regiões de mais baixo IDH da cidade, que desenvolve programas de iniciação em diversas modalidades esportivas, incluindo o atletismo. O PESC utiliza as instalações do CAAS para o aprimoramento dos seus atletas.

No período de 2021-2024, Niterói recebeu o maior investimento da sua história, com quase R$ 3 bilhões em mais de 500 frentes de obras. Uma grande transformação na cidade!

O maior investimento da história 

A obra de revitalização do CAAS faz parte do conjunto de investimentos do Plano Niterói 450 Anos - o maior plano de investimentos públicos em infraestrutura da história de Niterói - realizados pela Prefeitura durante a minha gestão como prefeito (2021-2024), como parte da estratégia de revitalização do Centro de Niterói. Veja quais são as obras desenvolvidas pelo Plano Niterói 450 Anos Centro:

  • Complexo de Atletismo Aída dos Santos - CAAS: desenvolvido em parceria com a UFF e órgãos gestores do Atletismo no âmbito nacional e estadual. A obra, estruturante para a revitalização do Centro de Niterói, recebeu um investimento de R$ 14,5 milhões e foi entregue em 2024. A pista é considerada a melhor do RJ e é cogitada para receber as provas do Pan 2031.
  • Reurbanização da Avenida Visconde do Rio Branco, requalificada mediante o conceito de "Ruas Completas". As obras incluíram intervenções desde o Mercado de São Pedro (Mercado de Peixe) até o Forte Gragoatá. A Nova Praça Arariboia, ampliada e redesenhada para valorizar a paisagem da Baía de Guanabara, foi totalmente remodelada e entregue à população em 2024. O restante da avenida estava com as obras quase totalmente concluídas ao final da gestão e foram entreguem no início de 2025.
  • "Novo Centro de Niterói": a área conhecida como "Novo Centro de Niterói" é um espaço localizado entre o trecho norte da Avenida Visconde do Rio Branco e o Caminho Niemeyer. O novo desenho urbano da área promoveu a continuidade das ruas Marquês de Caxias, Saldanha Marinho e Doutor Fróes da Cruz, permitindo a integracao do Caminho Niemeyer, que antes era "afastado" do centro da cidade. A solução urbanística, foi prevista na legislação urbana da cidade e está sendo desenvolvida em parceria com a iniciativa privada. A sua implantação foi iniciada em 2023. É importante destacar que o investimento acabou com uma atividade informal e desordenada, que oferecia estacionamento para 2.000 carros/dia, que sobrecarregavam o trânsito na cidade.
  • Parque Esportivo da Concha Acústica: a Concha Acústica era um espaço nobre, no Centro da Cidade, mas era subaproveitado. O espaço foi requalificado como um espaço esportivo, com um campo de futebol de dimensões oficiais e certificado para eventos oficiais. O espaço também possui quadra de tênis, de beach tennis ou vôlei de praia, além de pista de corrida e caminhada. O equipamento esportivo foi entregue em dezembro de 2023.
  • Arena Poliesportiva: O equipamento terá capacidade para 2.600 pessoas e poderá receber jogos oficiais de vôlei, basquete, handebol, futsal e outras atividades esportivas e culturais. A previsão é de que seja inaugurado no fim de 2025. Junto com o Parque Esportivo da Concha Acústica, o investimento é de R$ 97,6 milhões. Já em funcionamento, as atividades, coordenadas pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, atendem mais de 3 mil pessoas por semana.
  • Novo IACS: Em mais uma parceria da Prefeitura com a UFF, fizemos um investimento de R$ 29 milhões para concluir as obras da sede do novo Instituto de Artes e Comunicação Social - IACS. A nova sede, que abriga o instituto criado em 1968, conta com um total de 115 salas interligadas, em 11 blocos, com espaços para aulas e laboratórios. Também há um anfiteatro, sala de cinema, estúdios de áudio e de TV, pátios e áreas de convivência e uma galeria para exposições artísticas e culturais. No local são atendidos quase 4 mil alunos, nos cursos de graduação em Arquivologia, Artes, Biblioteconomia e Documentação, presencial e EaD; licenciatura e bacharelado em Cinema e Audiovisual, Comunicação Social/ Publicidade, Estudos de Mídia, Jornalismo e Produção Cultural; e as pós-graduações stricto sensu em Ciência da Informação, Cinema e Audiovisual, Comunicação, Cultura e Territorialidades, Mídia e Cotidiano e Estudos Contemporâneos das Artes. A obra iniciou-se em agosto de 2020 e foi entregue em dezembro de 2023, com um investimento de R$ 28,9 milhões.
  • Solar Notre Rève (Casa Norival de Freitas): Entregue em novembro de 2024, a obra envolveu um investimento de R$ 29,1 milhões pelo município. O imóvel, localizado no Centro de Niterói, foi inaugurado em 1923, tombado tenha a sua restauração esperada há muitos anos e foi enfim viabilizada. Atualmente, o Solar Notre Rève, é um centro cultural e a sede do Projeto Aprendiz, uma das grandes iniciativas de integração de educação e cultura no país, atendendo a mais de 10 mil estudantes da cidade.
  • Mercado Popular: o tradicional Mercado Municipal de Niterói estava desativado e o seu abandono impactava negativamente todo o seu entorno. O Mercado Municipal funcionou de 1938 a 1976 num belo prédio art déco. O Novo Mercado Municipal de Niterói foi reaberto em julho de 2023, com 172 lojas em um prédio histórico que foi completamente restaurado. No primeiro mês de funcionamento, o Mercado recebeu 500 mil pessoas e gerou cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos. Portanto, o empreendimento já tem papel importante na economia da cidade e já é um dos locais mais visitados de Niterói. A obra é uma Parceria Público-Privada - PPP.
  • Ampliação do Bicicletário Arariboia: projeto e licitação foram realizados em 2024 e a obra foi entregue no início de 2025. O maior bicicletário público e gratuito do país é um equipamento estratégico do programa Niterói de Bicicleta e tem um papel fundamental no apoio logístico para o uso da bicicleta na cidade. O Bicicletário Arariboia tinha capacidade para 446 bicicletas e contava com 18 mil usuários cadastrados e recebe cerca de 600 bicicletas/dia. Com a ampliação, o bicicletário passou a oferecer 1.000 vagas.  Importante lembrar que Niterói tem as duas ciclovias mais movimentadas do país: a da Avenida Roberto Silveira e a da Avenida Marquês do Paraná.
  • Estação Cantareira: O prédio histórico foi tombado pela Lei 1.063/1992 e foi desapropriado pela minha gestão, em dezembro de 2022, após aprovação de lei autorizativa da Câmara Municipal de Niterói. A obra foi iniciada em 2024 e está em execução. A obra de restauração e adaptação foi idealizada para sediar o Distrito de Economia Criativa, que incluirá instalações para a formação de profissionais em tecnologia da Informação, audiovisual, gastronomia etc. Também sediará o Centro de Inovação, que abrigará empreendimentos inovadores de diversos segmentos, mentorias, palestras, dentre outras atividades. O projeto foi planejado para ter flexibilidade para que o novo espaço possa também receber eventos, shows, feiras etc. Investimento: R$ 40,8 milhões.
  • Castelinho do Gragoatá e Praça da Bicicleta: o Castelinho foi construído em 1937, foi tombado em 1993 pelo Departamento de Preservação do Patrimônio Cultural - DePAC, por sua importância cultural e estava se deteriorando. Foi desapropriado em 2022, restaurado e hoje é a sede da Coordenadoria do Niterói de Bicicleta. A praça localizada na sua frente também foi totalmente recuperada e hoje é conhecida como Praça da Bicicleta, sendo uma importante referência para os ciclistas da cidade. A obra custou R$ 3 milhões e foi entregue em 2024. 
  • Nova Avenida Amaral Peixoto: A avenida mais importante do Centro de Niterói recebeu uma atenção especial e abrimos licitação, em 2024, para as obras que preveem a implantação de arborização para melhorar a qualidade ambiental e paisagística, revertendo assim a aridez atual da via. A arborização e os canteiros também protegerão e darão mais segurança à ciclovia, que faz parte do eixo cicloviário mais movimentado da cidade e do Brasil (Amaral Peixoto-Marquês do Paraná-Roberto Silveira) Também estão previstos a reforma e ampliação das calçadas e drenagem para evitar alagamentos. O investimento previsto no edital era de R$ 39,5 milhões.
  • Casa Afro: No Dia de Zumbi, determinei a publicação no Diário Oficial o Decreto 15.617/2024, declarando como de utilidade pública para fins de desapropriação de imóvel localizado à Rua Alexandre Moura, n° 23, 25 2 29, em São Domingos. O imóvel localiza-se ao lado do Castelinho, que abriga a Coordenadoria do Programa Niterói de Bicicleta.
  • Edifício Nossa Senhora da Conceição (Prédio da Caixa): O prédio localiza-se na Avenida Amaral Peixoto e representa um dos maiores passivos sociais da cidade de Niterói, que persiste há muitas décadas e, enfim, encaminha-se para uma solução. Em 2019, por ação do Judiciário, o prédio foi desocupado em 2019 após relatórios da Defesa Civil Municipal e do Corpo de Bombeiros avaliarem a existência de graves problemas estruturais. A desapropriação do prédio foi decretada em agosto de 2020 e em outubro de 2024 foi publicado o chamamento dos proprietários e possuidores de unidades habitacionais para que a Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundiária possa reunir a documentação necessária para dar prosseguimento ao processo administrativo de desapropriação conforme o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) homologado com a Defensoria Pública e o Ministério Público. O valor estimado para a desapropriação e solução da situação social é de R$ 40 milhões.
  • Escola no Morro da Penha: Construção e entrega da UMEI Leni dos Santos Oliveira – Dona Helena, no Morro da Penha, bairro da Ponta d’Areia. A unidade é a 29ª inaugurada em Niterói nos últimos 12 anos e oferece 120 vagas, em tempo integral, para crianças de 1 e 2 anos. A Umei conta com seis salas de aula, sala de multimeios, sala dos professores, pátio, refeitório (equipado com cozinha e despensa), área verde, além de estar nos padrões de acessibilidade e sustentabilidade. O investimento da Prefeitura foi de R$ 3.604.644,00.
  • Reforma de Unidades de Saúde: Três unidades de Saúde receberam obras importantes de reforma, como a Unidade de Saúde do Morro do Estado Dr. Mário Pardal (investimento: R$ 950.720,00), Médico de Família na Ponta D'Areia (R$ 300.503,00) e Ilha da Conceição (R$ 939.126,00). O valor total do investimento foi de R$ 2.190.346,00.
Além dos investimentos acima citados, foram feitas obras estruturantes para a melhoria da resiliência e qualidade de vida nas seguintes comunidades:

OBRAS NO MORRO DO ESTADO
  • Recuperação de Calçamento e Escadaria entre a Travessa Retão à Rua Araújo Pimenta – Morro do Estado - R$ 207.708,35 – Finalizada: 27/02/23
  • Recuperação de Travessa Honorato Ventura – Morro do Estado – R$ 165.069,75 – Finalizada: 23/01/23
  • Reforma de Quadra do 30, na Araújo Pimenta – Morro do Estado – R$ 248.164,96 – Finalizada: 31/03/20
  • Projeto de Urbanização da Comunidade do Morro do Estado - R$ 291.676,38 – Finalizada: 12/01/21
OBRAS DE CONTENÇÃO NO BOA VISTA
  • Investigação Geotécnica no Morro Boa Vista – R$ 449.995,48 – Finalizada: 07/07/21
  • Contenção de Encosta no Parque Solar Boa Vista - R$ 4.065.094,83 – Em Andamento
  • Contenção de Encosta no Morro Boa Vista e Caixa D’Água – LT. 14 – R$ 32.363.944,67 – Finalizada: 11/11/23
OBRAS NA COMUNIDADE DO SABÃO
  • Projeto de Reurbanização da Comunidade do Sabão - R$ 323.082,90 – Finalizada: 21/03/23
  • Reforma de Área de Lazer na Comunidade do Sabão - R$ 133.608,23 – Finalizada: 13/01/23
Somando-se os investimentos em todas as obras em comunidades citadas acima, temos: R$ 38.248.346,00.

Saiba mais em INVESTIMENTOS MUNICIPAIS TRANSFORMAM O CENTRO DE NITERÓI

Segundo estimativa que realizamos e postamos aqui no Blog em 2022, de 2013 a 2021, ou seja, antes do Niterói 450 Anos, a Prefeitura de Niterói investiu R$ 116 milhões no Centro, enquanto a iniciativa privada aportou R$ 346 milhões. Logo, cada R$ 1 do poder público impulsionou R$ 3 de empreendedores privados. 

O Niterói 450 Anos Centro, com todas as atividades acima citadas, previu investimentos da Prefeitura orçados em R$ 400 milhões, sem ainda não contabilizar o VLT de Niterói, cujos recursos para a primeira etapa, do Terminal João Goulart ao Barreto, foram garantidos através do Novo PAC, em 2024. A nova gestão da Prefeitura anunciou outros investimentos importantes como o Museu do Cinema, parte do programa Niterói Áudio Visual - NAV, e o Programa Aluguel Universitário, de apoio financeiro aos estudantes para o aluguel de imóveis, para promover a reocupação de imóveis do Centro da cidade. Este último programa se beneficiará também da Lei do Retrofit, de reaproveitamento e promoção do uso misto (residencial e comercial) de imóveis, que aprovamos em julho de 2021, no Legislativo Municipal.

Desde o inicio das ações de revitalização do Centro, toda a iluminação foi trocada para LED, a fiação aérea obsoleta foi retirada e boa parte da rede foi enterrada. A arborização foi renovada, com o plantio de centenas de novas árvores. 

Viva Niterói!

Axel Grael
Prefeito de Niterói (2021-2024)


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Complexo de Atletismo Aída dos Santos completa um ano de reinauguração

Infraestrutura revive a modalidade em Niterói e está cotada para receber os Jogos Pan-Americanos.


Consolidado como um dos principais centros de alto rendimento do esporte no estado do Rio de Janeiro, o Complexo de Atletismo Aída dos Santos (CAAS), localizado no campus Gragoatá da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, completa um ano desde a sua reinauguração. Além de ser palco de grandes eventos esportivos, o CAAS tem se tornado um polo de desenvolvimento social na região, ao receber programas de treinamento para crianças e jovens de Niterói e municípios vizinhos, cumprindo um papel fundamental na democratização do acesso ao esporte e na aliança entre educação e alto rendimento.

“O complexo é um grande exemplo de parceria de sucesso entre a Universidade e a Prefeitura de Niterói, que, com muita sensibilidade, viabilizou esse projeto, gerando benefícios tanto para a população quanto para a comunidade acadêmica. Ao longo deste ano, com muito trabalho conjunto, conseguimos transformá-lo em um espaço de integração social, sem abrir mão da promoção do esporte de alto rendimento, da saúde e dos projetos de ensino, pesquisa e extensão. Hoje, o CAAS se consolida como um dos principais equipamentos de atletismo do país, atraindo as maiores competições nacionais”, destaca o reitor da UFF, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega.

Com estrutura moderna e certificada internacionalmente, que inclui pista oficial, setores de salto e arremesso, além de arquibancadas, o Complexo é hoje uma das principais referências no país para a realização de competições oficiais e um dos poucos equipamentos públicos aptos a sediar provas oficiais em diferentes modalidades do atletismo. Por essa razão, o CAAS tem sido escolhido frequentemente como sede para torneios promovidos pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBat) e pela Federação Estadual de Atletismo do Rio (FERAt), que contam com a participação de atletas de elite e novos talentos do atletismo brasileiro.

No último ano, diversos torneios foram realizados no local – com destaque para o Grande Prêmio Brasil de Atletismo e o Campeonato Brasileiro de Atletismo Sub-20 – além de etapas de campeonatos estaduais, nacionais e torneios universitários, mobilizando milhares de atletas, profissionais e espectadores. O CAAS também está relacionado para ser palco dos Jogos Pan-Americanos de 2031, caso a candidatura conjunta dos municípios do Rio de Janeiro e de Niterói seja eleita.

Para o presidente da FERAt, Robson Maia, é essencial que o relacionamento com a UFF integre ações para além do uso das instalações. “É muito importante continuarmos construindo uma união que inclui a comunidade acadêmica nos programas oferecidos pela FERAt. Foi por meio dessa troca que realizamos, por exemplo, estágios de arbitragem e um curso de capacitação em photo finish que contaram com a participação de alunos da universidade.”

Realização do Campeonato Estadual Sub-23 no CAAS. Crédito: instagram/feratrioficial

Espaço de aprendizado e inclusão

Além das disputas oficiais, a estrutura é utilizada para atividades de treinamento esportivo e promoção à saúde de crianças, adolescentes e adultos, observando o cunho social e de alto rendimento das ações. Existe, ainda, um convênio com a Prefeitura de Niterói para o uso do espaço com o objetivo de preparar atletas e receber projetos sociais de iniciação esportiva. Em março deste ano, jovens do Parque Esportivo e Social do Caramujo (PESC) passaram a treinar permanentemente no CAAS, uma parceria que já rende frutos com a performance premiada de atletas do projeto no Campeonato Estadual de Atletismo Sub-18.

“Para estes jovens que já participam de competições e que aspiram estar em torneios internacionais, ter contato com uma pista oficial é da mais alta importância. Ter uma pista emborrachada e sintética nesse nível faz total diferença no trabalho técnico desses atletas. A ideia é utilizar o complexo de atletismo três vezes por semana. Isso vai ser de suma importância para a parte técnica destes jovens. Serão utilizadas as áreas de lançamentos, de salto, de arremesso e a própria pista”, avalia o subsecretário de Direitos Humanos e gestor do contrato do PESC, Carlos Aveiro.

Jovens do PESC treinam no Complexo de Atletismo Aída dos Santos. Foto: Prefeitura de Niterói

O espaço também desponta como importante ferramenta nas ações de ensino, pesquisa e extensão da UFF, funcionando como um verdadeiro laboratório a céu aberto para pesquisadores e alunos de graduação, pós-graduação e projetos extensionistas, como o “Atletismo é Vida”, coordenado pelo professor do Instituto de Educação Física (IEF-UFF), Luiz Otavio Neves Mattos, que acolhe os eventos esportivos e organiza a participação dos alunos de graduação nesses eventos. Promove também ações de inclusão, como ocorre no projeto “Special Olympics no IEF”, coordenado pelo professor e vice-diretor do Instituto, Marcelo Moreira Antunes.

“O sucesso do Complexo reflete, por meio de uma série de parcerias, o compromisso da UFF com a transformação social e a excelência acadêmica por meio do esporte. Por isso, considero que temos um cenário perfeito para trabalhar, dentro da universidade, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, com uma gama de oportunidades para desenvolver atividades dessas três frentes”, destaca a pró-reitora de Extensão da UFF, Leila Gatti Sobreiro.

Além disso, outras oportunidades para a comunidade acadêmica foram geradas desde a reinauguração do equipamento, solidificando o processo de aprendizagem nos alunos e de revitalização da categoria na cidade. “O CAAS representa um equipamento esportivo de qualidade ímpar para uma escola de formação de professores de educação física, que valoriza a prática do atletismo e oferece a convivência dos alunos com os melhores profissionais desse esporte, por meio da participação na organização dos vários eventos que aqui acontecem. É uma grande oportunidade para potencializar a modalidade em Niterói e no país”, reforça o diretor do IEF-UFF, Luiz Tadeu Paes de Almeida

A promoção ao esporte se estende às Atléticas da universidade, que treinam no CAAS durante a preparação para torneios universitários. “A pista oficial aumenta consideravelmente a performance da corrida, e acreditamos que, com o tempo, obteremos resultados expressivos. É de extrema importância que nossos atletas possam simular as provas em um espaço 100% adequado, onde possam aferir suas marcas em uma pista oficial com material específico. Além disso, há a descoberta de talentos e possíveis atletas de alto rendimento que, com seus resultados, conseguiram vaga para os Jogos Universitários Brasileiros (JUBS), em Brasília”, ressalta o aluno da Faculdade de Direito e diretor-geral de Esportes da Associação Atlética Acadêmica Camillo Guerreiro, André de Oliveira Tomaz.

Pista Saúde atende à população

Por se tratar de um equipamento de alto rendimento, o Complexo de Atletismo preserva restrições quanto ao uso recreativo da estrutura. Com a possibilidade de sediar os Jogos Pan-Americanos e devido ao grande volume de competições oficiais e treinamentos, a manutenção da pista é essencial para evitar o desgaste do espaço, garantir a sustentabilidade e a renovação das certificações internacionais.

Como alternativa à população geral e aos desportistas amadores, a Pista Saúde – uma pista externa de 1.239 metros que contorna o CAAS – está aberta ao público diariamente das 6h às 22h. Essa área representa um local também reformado, seguro e iluminado, que permite a plena realização da prática esportiva.

Revitalização trouxe nova iluminação ao CAAS. Crédito: Leonardo Simplício

O Complexo

Inaugurado em maio de 2024, quando foi sede do Grande Prêmio Brasil de Atletismo, o CAAS representa um avanço para o desenvolvimento educacional, social e esportivo no estado do Rio. Fruto de uma parceria entre a UFF e a Prefeitura de Niterói, a obra de revitalização recebeu um investimento de R$14,6 milhões. A estrutura atende aos padrões internacionais de competição e recebeu a colaboração da Confederação Brasileira de Atletismo (CBat) e da Federação Estadual de Atletismo do Rio (FERAt) para garantir a certificação da pista, bem como para a realização de eventos esportivos. O Complexo também foi indicado, na candidatura conjunta das cidades do Rio de Janeiro e Niterói, como possível local de provas para os Jogos Pan-Americanos de 2031

O equipamento dispõe de instalações para diversas modalidades atléticas, como salto em altura, salto com vara, salto triplo e em distância, além de contar com placar eletrônico, campo de grama natural, iluminação noturna, vestiários e salas administrativas. Há ainda uma pista de caminhada e áreas específicas para corridas de 100 metros e circuitos ovais de 400 metros.

Fonte: UFF



sexta-feira, 13 de junho de 2025

GIORNALE DELLA VELA: Entrevista de Torben Grael na Itália

 


Torben Grael: “L’essenza della vela? Le olimpiadi. L’oceano? Ora lo farei con i miei figli”

Venti minuti di chiacchierata in banchina con Torben Grael, durante la tappa in Toscana della Vela Cup, parlando di Coppa America, Giro del Mondo e Olimpiadi ma anche di barche, di mare e marinai.

Assista à entrevista de Torben Grael.

5 medaglie olimpiche (di cui due d’oro) in 5 diverse edizioni, 7 ori mondiali (di cui 2 sulle Star), un primo posto al Giro del Mondo su Ericsson 4 nel 2009, l’indimenticabile vittoria della Louis Vuitton Cup del 2000 con Luna Rossa.

Timoniere, tattico, comandante, “l’uomo che parla col vento” è uno dei grandi, se non il più grande, della storia della vela.



domingo, 8 de junho de 2025

CELEBRAÇÃO DOS TRÊS ANOS DA ASSOCIAÇÃO DOS PESCADORES E AMIGOS DA LAGOA DE PIRATININGA - APALAP

Cerimônia de entrega do certificado de Utilidade Pública da APALAP, proposto pelo vereador Binho Guimarães, líder do Governo na Câmara Municipal.


Com o prefeito Rodrigo Neves, a primeira-dama Fernanda Sixel, vereador Binho Guimarães, a administrador regional da Região Oceânica, Rodrigo Tininho e dirigentes da APALAP.

Com o vereador Binho Guimarães e o presidente da APALAP Luiz Mendonça, aniversariante do dia.

Vista da sede da APALAP.

Sede da APALAP, vista de drone sobre a Lagoa de Piratininga.

Pescadores deixam a sede da APALAP para uma atividade de congraçamento dos pescadores na Lagoa de Piratininga.  

Pescadores se encontram na Lagoa de Piratininga.
 
Pescadores da APALAP se unem em um círculo na Lagoa de Piratininga.

Feliz de ser agraciado com a miniatura de um barco de pescador feito por um pescador-artesão.

Encerrando a Semana Mundial do Meio Ambiente, hoje foi mais um dia de curtir o Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis - POP e celebrar os primeiros três anos da Associação dos Pescadores e Amigos da Lagoa de Piratininga - APALAP. E a celebração foi em dose dupla, pois também foi o aniversário do presidente da APALAP, o pescador Luiz Mendonça.

Idealizamos o POP em 2014, quando desenvolvemos o projeto do Parque Natural Municipal de Niterói - PARNIT (Decreto 11.744/2014),  que elevou as áreas protegidas a mais de 56% do território do município. O POP faz parte do PARNIT. Posteriormente, desenvolvemos o Programa Região Oceânica Sustentável- PRO Sustentável, por determinação e estímulo do então prefeito Rodrigo Neves. Captamos recursos junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina - CAF. O PRO Sustentável foi conduzido pela equipe da UGP/CAF, vinculado ao meu gabinete e teve a eficiente coordenação da geógrafa Dionê Marinho Castro. O parque começou a ser implantado em 2021, após uma contratação e Ordem de Início das obras ocorridas no final de 2020.

A APALAP surgiu na época que o POP estava em implantação, mas os pescadores já acompanhavam nas etapas anteriores. Portanto, os pescadores de Piratininga são parceiros e acompanharam o POP desde a época do seu planejamento e elaboração de projetos e emprestaram a sua experiência e vivência na lagoa para ajudar a desenvolve-lo. Enquanto muita gente tentava desacreditar a iniciativa, os pescadores sempre estiveram conosco, mesmo quando trouxeram as suas críticas e sugestões, sempre muito bem-vindas.

Atendendo às reivindicações dos pescadores, construímos a sede da organização, os seus "ranchos" locais, píeres de atracação e desembarque da produção e outros equipamento de apoio à atividade. O próximo passo será a implementação de um espaço para conservação, beneficiamento e comercialização da produção, cujo planejamento iniciamos em 2024.

O presidente Luiz Mendonça sempre me manda notícias da Lagoa, mostra o resultado da sua pesca e relata o aumento da produtividade pesqueira daquele ecossistema. Segundo fomos informados, a produção dos pescadores já está por volta de 60 toneladas/ano. Tal fato também é um indicador do resultado das medidas de recuperação da lagoa implementadas pela Prefeitura, como os jardins filtrantes do POP, a ampliação do saneamento e a realização do programa Ligado na Rede, a obra de restauração e melhorias do Túnel do Tibau e outras medidas.

Em março de 2025, Luiz Mendonça nos convidou para um passeio no seu barco na Lagoa de Piratininga. O passeio era parte de uma programação de Turismo de Base Comunitária que a APALAP desenvolveu com o apoio da Fiocruz, uma bela iniciativa que precisa ser continuada. É bom para os pescadores, para o parque, para a lagoa e, portanto, é bom para a cidade!

Na visita de hoje, estivemos com o atual prefeito Rodrigo Neves, a primeira-dama Fernanda Sixel e o vereador Binho Guimarães (PDT), líder do governo na Câmara de Vereadores, que entregou o certificado de Utilidade Pública da APALAP, concedido pelo Legislativo Municipal, através da iniciativa do vereador.

Vemos com orgulho e admiração o avanço da organização dos pescadores, que já contam com cerca de 80 associados.

Sucesso para a APALAP e parabéns para o Luiz Pescador.

Axel Grael
Prefeito de Niterói (2021-2024)

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sábado, 7 de junho de 2025

Brasil lança nova estratégia para proteger biodiversidade

Epanb apresentará metas e ações para conservação da biodiversidade, uso sustentável de recursos e repartição justa dos benefícios derivados

Nova Epanb prevê articulação com outras políticas públicas, como o Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa (Planaveg), que estabelece a meta de recuperação de 12 milhões de hectares até 2030 - Foto: Acervo MMA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nesta terça-feira (3/6), ao lado da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o decreto que estabelece a nova Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (Epanb). Com isso, a iniciativa passa a ser reconhecida como instrumento orientador para a implementação de metas e ações de conservação da biodiversidade, uso sustentável dos recursos naturais e repartição justa dos benefícios derivados da diversidade biológica para todo o país, com integração de diferentes setores do governo e da sociedade.

O ato, realizado no Palácio do Planalto em Brasília (DF), abriu as celebrações ao Dia Mundial do Meio Ambiente, que ocorre na próxima quinta-feira (5/6). O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) é responsável pela coordenação da Epanb.

A nova Epanb prevê a articulação com outras políticas públicas, como o Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa (Planaveg), que estabelece a meta de recuperação de 12 milhões de hectares até 2030, e o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), que promoverá a inclusão socioeconômica das comunidades locais, entre outros programas.

Essa será a primeira revisão realizada desde 2017, quando o primeiro estratégia foi publicada pelo MMA. Agora, a Epanb passa a ser norteada pelas 25 metas nacionais recomendadas pela Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), alinhadas ao Marco Global de Kunming-Montreal e à Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.

Metas

A primeira meta da Epanb prioriza a redução da perda de áreas importantes para a biodiversidade e foi subdividida em duas metas. Uma tem o objetivo promover o planejamento espacial, terrestre e marinho, e outra busca zerar o desmatamento ilegal e a conversão da vegetação nativa.

A segunda e a terceira miram a restauração, a conservação e o manejo dos ecossistemas. As demais têm o objetivo de deter as extinções de espécies e a perda de variabilidade genética, reduzir a introdução e os impactos das espécies exóticas invasoras, diminuir a poluição e seus impactos sobre a biodiversidade, minimizar o impacto da mudança do clima sobre a biodiversidade.

A promoção do uso sustentável da biodiversidade, da bioeconomia, das atividades produtivas sustentáveis, da sustentabilidade na pesca extrativa, das atividades empresariais sustentáveis e das medidas de biossegurança também estão contempladas nas metas. Acesse a relação completa aqui.

No conjunto de objetivos da política, está o engajamento dos povos indígenas, povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares na implementação das metas nacionais. Essas populações desempenham papel crucial na preservação da biodiversidade, a partir de suas práticas sustentáveis e conhecimentos tradicionais.

Monitoramento

Além de articular a implementação da estratégia, o MMA será responsável por monitorar a execução da Epanb. A diretriz será elaborada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os resultados serão consolidados em relatórios nacionais a serem enviados para a CDB.

Já o processo de implementação será estabelecido em até 90 dias, após a publicação do decreto. A nova Epanb estará vigente até 2030. Ao fim desse período, deverá ser revisada. Depois disso, a atualização será realizada a cada dez anos.

Implementação nos estados e municípios

O decreto prevê ainda ações do MMA para estimular que estados, Distrito Federal e municípios desenvolvam suas próprias estratégias e planos de ação estaduais e locais, alinhadas à Epanb e consideradas as especificidades de cada região.

Processo participativo

O processo de revisão da Epanb foi desenvolvido de forma participativa e em parceria com diversos setores da sociedade. Durante meses, foram realizadas oficinas para reunir contribuições de representantes da sociedade, entre eles, governos federal, estaduais e municipais, ONGs, iniciativa privada, setor acadêmico, povos indígenas, povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima



Cenário global traz incerteza para resultado da COP30, dizem especialistas

Brasil enfrenta receios quanto aos impactos negativos de propostas como o projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental e a exploração de petróleo na foz do Amazonas.


Com a COP30 se aproximando, o cenário internacional se mostra cada vez mais desafiador para as negociações climáticas. A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris e o atual recuo da União Europeia (UE) em sua liderança ambiental agravam a incerteza no panorama global.

Para Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, “já houve outras conferências em tempos muito delicados, mas a singularidade do que estamos vivendo agora é que há uma incerteza institucionalizada, e muito por conta do que tem feito Donald Trump. Parece que a instabilidade virou a norma”. Ela também alerta que a atuação da UE está enfraquecida por fatores geopolíticos e comerciais, o que pode prejudicar seu papel nas negociações, noticiou a Folha.

Outro ponto de preocupação é o atraso generalizado na entrega das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), que deveriam conter metas atualizadas para 2035. Apenas 21 dos 194 países que ratificaram Acordo de Paris apresentaram suas propostas, apesar do prazo oficial ter se encerrado em fevereiro. Essa defasagem pode comprometer o esforço coletivo pela limitação do aquecimento global em 1,5°C.

As poucas propostas nacionais já submetidas também levantam alertas: segundo o Climate Action Tracker, apenas a proposta do Reino Unido está alinhada aos objetivos do Acordo de Paris. A NDC do Brasil, por sua vez, foi considerada incompatível com as metas climáticas. As atenções se voltam agora para os demais países do G20, responsáveis por 80% das emissões globais, especialmente para a China.

O Brasil, como anfitrião da COP30, tem buscado acelerar a entrega das metas por meio de articulações com a ONU. Em cúpula virtual convocada por Lula e António Guterres, o presidente chinês Xi Jinping afirmou que a NDC chinesa para 2035 incluirá todos os setores da economia e todos os gases de efeito estufa. Unterstell considera que a relação entre Brasil e China pode ser estratégica, especialmente na cooperação sobre florestas.

No entanto, a presidência brasileira da COP30 enfrenta desafios internos. Apesar da boa reputação diplomática, há receios quanto aos impactos negativos de propostas como o projeto que flexibiliza o licenciamento ambiental e a exploração de petróleo na foz do Amazonas. “A tensão está altíssima, e todos esses elementos tiram, sim, o nosso brilho. E mais do que isso, vão tirar muito a atenção sobre as coisas que precisam acontecer”, afirma Unterstell.

Meghie Rodrigues lembra na Folha que apesar dos retrocessos, neste momento sintetizados pelo avanço do PL da Devastação (2159/2021), o Brasil registrou avanços significativos no combate ao desmatamento em 2024, com queda de mais de 30% em todos os biomas, exceto na Mata Atlântica, que manteve a mesma taxa do ano anterior — após uma redução de 60% em 2022. Segundo o MapBiomas, essa é a primeira redução em seis anos, atribuída a políticas como o Fundo Amazônia e ações do governo federal. Para Carlos Rittl, da Wildlife Conservation Society, o país caminha para o terceiro ano consecutivo de queda expressiva no desmatamento, o que reforça o papel da ministra Marina Silva.

Além disso, o governo tem trabalhado na reconstrução da governança ambiental, com iniciativas como o Plano Clima, que estabelece medidas de combate às mudanças climáticas até 2035. Taciana Stec, do Instituto Talanoa, ressalta que o plano, ainda em desenvolvimento, passou por ampla consulta pública e representa um avanço importante, podendo se tornar uma das principais contribuições do Brasil para a COP30. Esses esforços indicam uma retomada das políticas ambientais após anos de desmonte, com foco em adaptação e mitigação dos efeitos do clima.

Lideranças da Sociedade Civil e de Organizações Indígenas, por sua vez, seguem temendo não ter espaço de fala proporcional à sua importância para o debate dos temas climáticos em Belém, como noticia a Folha. Já a expectativa dos cientistas amazônidas é que a COP30 deixe um legado de valorização de povos tradicionais e da ciência feita na região.

UOL Ecoa, Nexo, Folha, entre outros, noticiaram as expectativas de diferentes grupos para a COP30.

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Em tempo: A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, afirmou à CNN que há uma "grande expectativa" de que o grupo de 30 ministros das Finanças, formado a pedido da presidência brasileira da COP30, consiga superar impasses históricos no financiamento climático. O "Roadmap Baku-Belém", que visa canalizar US$ 1,3 trilhão para financiar ações climáticas em países em desenvolvimento até 2035, será finalizado até outubro e objeto de debate na COP30. "Estamos muito encorajados", disse Rosito, ressaltando a importância do multilateralismo em meio a conflitos globais, embora os EUA ainda não integrem a iniciativa. O grupo, liderado por Fernando Haddad, busca mobilizar recursos por meio de bancos multilaterais, mercados de carbono e reformas regulatórias, com próxima reunião marcada para junho em Sevilha.

Fonte: ClimaInfo



“O tempo é curto. A janela está se fechando”, diz Thelma Krug sobre as metas do Acordo de Paris

 

A conferência ocorreu 30 de maio na sede da FAPESP (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)


Na 4ª Conferência FAPESP 2025, a ex-vice-presidente do IPCC afirmou que o segmento de energia renovável cresce mais rapidamente do que o da energia fóssil. E disse não perder a esperança de que se consiga limitar o aumento da temperatura média global em 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais.

José Tadeu Arantes |Agência FAPESP – A transição energética não está alinhada com a meta de conter o aumento da temperatura global em 1,5 °C; os combustíveis fósseis continuam dominando o mix de energia das maiores economias do mundo, que são também as maiores emissoras de gases de efeito estufa; por isso, a cada ano fica mais difícil atingir os objetivos do Acordo de Paris. Estas duras constatações foram apresentadas pela pesquisadora Thelma Krug durante a quarta Conferência FAPESP 2025: “Contribuições para a COP30: Transição Energética”, realizada em 30 de maio.

Krug foi vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU) no período 2015-2022 e integra o Conselho Superior da FAPESP. PhD em estatística espacial pela University of Sheffield, no Reino Unido, ela participou da Coordenação de Observação da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e atualmente dirige o Departamento de Políticas para o Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente.

Vale lembrar que o Acordo de Paris, ratificado em 2015 por 194 países e a União Europeia (os Estados Unidos se retiraram em janeiro deste ano, já no contexto do segundo governo Donald Trump), estabeleceu o objetivo de limitar até o fim deste século (2100) o aumento da temperatura média global abaixo de 2 °C em relação aos níveis pré-industriais, com esforços para restringir esse aumento a 1,5 °C.

Apesar das constatações nada auspiciosas que apresentou, Krug classificou-se como “otimista” e afirmou que “não perde a esperança de que as metas de Paris venham a ser cumpridas”. Uma sinalização nesse sentido é o crescimento do segmento de energias renováveis no suprimento total de energias primárias dos países do G20. “No ano de 2023, houve um recorde na implementação de nova capacidade instalada de energia renovável. Nós tínhamos 308 GW em 2022 e passamos para 473 GW em 2023. Do total de renováveis adicionadas, 63% ocorreram na China, 15% na União Europeia e 7% nos Estados Unidos”, disse.

A pesquisadora apontou uma desaceleração no uso de energias de origem fóssil em contraposição a uma aceleração no uso de renováveis. No entanto, a predominância das energias de origem fóssil ainda é acachapante. “Praticamente 80% do consumo global de energia está atribuído aos países do G20, que dependem de combustíveis fósseis para mais de 70% de sua geração de energia primária”, informou.

Com vista a viabilizar a meta de 1,5 °C, o Primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, de dezembro de 2023, exortou os países participantes a triplicar a capacidade instalada de energia renovável, dobrar a taxa de melhoria em eficiência energética e zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até meados do século.

“Uma análise recente indica que triplicar a capacidade instalada de energia renovável é uma meta ambiciosa, mas alcançável. Dada a implantação anual recorde que está ocorrendo, principalmente com a crescente incorporação de energia fotovoltaica, e a competitividade com os combustíveis fósseis, daqui a pouco vai ser muito mais vantajoso partir para energias renováveis do que manter a matriz energética baseada em fósseis”, argumentou Krug.

Segundo a pesquisadora, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro deste ano em Belém, no Pará, será um momento crítico para os países avaliarem suas ambições em termos de energias renováveis e atualizarem as suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) – compromissos voluntários que cada país apresenta no âmbito do Acordo de Paris com o objetivo de combater as mudanças climáticas. “Nem tudo está perdido. O IPCC dizia no seu relatório sobre mitigação que a gente já tem hoje disponíveis tecnologias que possibilitam reduzir, até 2030, metade das emissões de 2019. O problema não é a inexistência dessas tecnologias, mas as barreiras para sua implementação. Barreiras financeiras, de capacitação, políticas, que precisam ser superadas”, sublinhou Krug.

No encerramento da sua fala, a pesquisadora enfatizou: “O tempo é curto. A janela está se fechando. Já passamos momentaneamente dos 1,5 °C. Isso não significa que fracassamos. Significa que precisamos agir. Urgentemente”.

A 4ª Conferência FAPESP 2025, “Contribuições para a COP30: Transição Energética”, foi aberta pelo professor Oswaldo Baffa Filho, coordenador da Comissão Organizadora das Conferências e Escolas Interdisciplinares FAPESP, e teve a participação do professor Gilberto Jannuzzi, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Uma coisa de que a gente ainda não fala muito e que tem grandes implicações para a transição energética é a questão dos minerais críticos. Esse tema entrou em evidência agora, porque há uma corrida internacional. Só consigo ter mais energia solar ou eólica se tiver também os minerais que preciso para fazer as baterias, para fazer os componentes do carro elétrico, e assim por diante. O Brasil tem minerais críticos, a América do Sul tem minerais críticos, e a gente precisa rapidamente também desenvolver um pouco mais a ciência desses minerais, a engenharia desses materiais", avaliou Jannuzzi.

Também participaram do evento como debatedores os professores André Furtado, da Unicamp, e Helder Queiroz, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Gilberto Jannuzzi e André Furtado participaram do debate, mediado por Sabine Righetti (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)

Furtado ressaltou o papel dos biocombustíveis na transição energética brasileira. “O setor de biocombustíveis vai ser o componente central dessa transição. Terá que haver etanol de segunda geração e outras formas de biocombustíveis baseadas em resíduos. Isso exige muitos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, que ainda não estão disponíveis”, falou. Já Queiroz apontou que a transição energética não será homogênea no mundo, nem sequer dentro de um mesmo país. “Não vai existir uma transição energética única. As soluções têm que ser encontradas por todos, mas serão diferentes nos planos nacionais – e até subnacionais”, enfatizou.

A quarta Conferência FAPESP 2025 “Contribuições para a COP30: Transição Energética” teve a moderação de Sabine Righetti, assessora da Coordenadoria Geral – Mídia Ciência da FAPESP. E pode ser assistida na íntegra em: www.youtube.com/live/EOxAGZv6Jmk.

Fonte: Agência FAPESP





Fogo e agricultura impulsionam a degradação do solo no sul da Amazônia

 

Floresta degradada pela queima no chamado Arco do Desmatamento da Amazônia (foto: Mário Lucas Medeiros Naval/Cena-USP)

Estudo mostra que perdas de carbono e nitrogênio do solo persistem por quase uma década após queimadas e que a conversão para agricultura causa impactos ainda mais severos

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – Incêndios florestais frequentes e expansão agrícola estão degradando a saúde dos solos do sul da Amazônia, com danos duradouros sobre os estoques de carbono (C) e nitrogênio (N) e sobre a funcionalidade geral do solo dos ecossistemas. É o que mostra um estudo realizado por pesquisadores brasileiros e estrangeiros na Estação de Pesquisa Tanguro, localizada na região de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado, no Arco do Desmatamento Amazônico.

“Estamos falando de um fogo que não é natural. No Arco do Desmatamento, as queimadas recordes resultam da combinação da expansão agrícola e pecuária, degradação de florestas nativas vizinhas e secas prolongadas provocadas pelas mudanças climáticas – todas promovidas pela ação humana”, afirma o pesquisador Mário Lucas Medeiros Naval, primeiro autor do estudo. “Nosso trabalho mostra como essas queimadas sucessivas têm impacto de longo prazo na matéria orgânica e em outros atributos essenciais do solo e como isso se compara à agricultura da região”, comenta.

O estudo, publicado na revista Catena, analisou os efeitos da conversão da floresta para agricultura e da frequência de queimadas sobre a matéria orgânica do solo, além de diversos indicadores físico-químicos de saúde do solo. Foram comparados quatro cenários: floresta intacta, floresta queimada anualmente, a cada três anos e área convertida para agricultura, sob sistema de plantio direto e com rotação de culturas.

“Nossos resultados mostram uma diminuição nos estoques de carbono no solo de 17% com queimas anuais, 19% com queimas trianuais e 38% com a conversão agrícola”, diz Naval. “Mesmo quando a agricultura adota boas práticas, como rotação de culturas e plantas de cobertura, ainda assim gera perdas mais severas de carbono do solo do que o fogo que incide sobre florestas nativas.”

O pesquisador explica que a área estudada é uma floresta de transição, que se assemelha ao cerradão, com árvores de 20 metros de altura em média. “Ela não é tão alta como a floresta do centro da Amazônia, mas também não é cerrado stricto sensu. E é justamente nessa região que a fronteira agrícola tem avançado com mais força, principalmente com a soja”, afirma.

A pesquisa foi realizada em uma área experimental de 150 hectares, gerenciada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), dentro da reserva legal de uma propriedade privada, onde há a Estação de Pesquisa Tanguro. “Tivemos acesso a uma área grande, com 50 hectares para cada tipo de tratamento, o que nos permitiu uma amostragem representativa”, destaca o pesquisador.

“Um aspecto importante do estudo é que avaliamos os solos nove anos após a última queimada. Mesmo com o tempo de recuperação da floresta, os estoques de carbono e nitrogênio ainda estavam significativamente reduzidos”, acrescenta. Segundo Naval, as perdas de carbono e nitrogênio comprometem propriedades essenciais, dados os múltiplos benefícios da matéria orgânica para diversos indicadores de saúde do solo. “Por exemplo, nossos resultados evidenciam que, diminuindo os estoques de carbono, grande parte da capacidade de troca catiônica [CTC, uma das formas de mensurar a capacidade de retenção de nutrientes do solo] é perdida”, explica o pesquisador. Assim, o estudo também revelou impactos sobre outros indicadores físicos e químicos, evidenciando uma degradação mais ampla da saúde do solo.

A pesquisa demonstrou que a perda de carbono total – somando o carbono armazenado na biomassa acima do solo e o carbono armazenado no solo – chegou a 33% na queima anual e 48% na queima trianual. “Isso mostra que, do ponto de vista do ecossistema como um todo, as frequências de fogo têm impacto diferenciado, ainda que no solo a diferença estatística entre os dois regimes não tenha sido significativa”, explica.

“Ao contrário do Cerrado, onde o fogo é natural do ecossistema e exerce um papel ecológico, na Amazônia nós estamos falando de um elemento que é exógeno e induzido pela mudança no uso do solo, não de queimadas naturais. Queimar a Floresta Amazônica significa interferir em um ambiente não adaptado ao fogo”, resume Naval.

Os autores recomendam a adoção de políticas de contenção da fronteira agrícola, prevenção de incêndios florestais e implementação de sistemas agrícolas mais biodiversos, como as agroflorestas. Segundo eles, essas práticas armazenam grandes quantidades de carbono, essenciais para a estabilidade climática global, e preservam a saúde dos solos amazônicos.

“A busca por alternativas ao modelo convencional de produção agrícola é essencial não apenas para a preservação ambiental, ao evitar novas queimadas, mas também para garantir a segurança alimentar da população” esclarece o pesquisador Plínio Barbosa de Camargo, um dos coordenadores do estudo.

O trabalho integra o projeto internacional Amazon PyroCarbon, financiado pela FAPESP e pelo Natural Environment Research Council (NERC) e UK Research and Innovation (UKRI), ambos do Reino Unido. A iniciativa estuda os impactos do fogo em diferentes regiões da Amazônia e é coordenada por Camargo e Ted Feldpausch, da Universidade de Exeter. “Esse trabalho na Estação de Pesquisa Tanguro é apenas parte de uma iniciativa mais ampla que está mapeando como o fogo afeta os solos amazônicos em vários pontos do bioma”, diz Naval, atualmente mestrando no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena-USP). O financiamento do estudo também contou com bolsa de pós-doutorado fornecida ao segundo autor, Wanderlei Bieluczyk.

O artigo Impacts of repeated forest fires and agriculture on soil organic matter and health in southern Amazonia pode ser acessado em https://doi.org/10.1016/j.catena.2025.108924.

Fonte: Agência FAPESP



quarta-feira, 4 de junho de 2025

VEJA ALGUNS REGISTROS DOS TRABALHOS DE MANUTENÇÃO E MELHORIAS CONTINUADAS DO PARQUE ORLA PIRATININGA - POP

Você já conhece o Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis - POP, a premiada iniciativa da Prefeitura de Niterói que fica cada dia mais belo e atrai mais visitantes?

A nova geração e o futuro

No Dia Mundial do Meio Ambiente, 05 de junho, celebramos uma das maiores conquistas de Niterói na busca pela sustentabilidade urbana: o Parque Orla de Piratininga Alfredo Sirkis - POP, uma das mais importantes entregas do Programa Região Oceânica Sustentável - PRO Sustentável. Apresentamos aqui uma atualização dos avanços na sua conservação, a expansão dos seus jardins e a iniciativa Fruta no Pé - a implantação de um grande pomar espalhado pela área do POP, oferecendo mais uma atração para o visitante e frequentador.

A infraestrutura do parque foi inaugurada em setembro de 2024 e conta com jardins filtrantes e outras técnicas de drenagem sustentável idealizadas para ajudar a despoluir e recuperar o Sistema Lagunar de Piratininga e Itaipu. O POP possui 680 mil metros quadrados, conta com 8 píeres e 17 praças, e uma ciclovia cênica de 11 km no entorno da Lagoa. O Centro EcoCultural Sueli Pontes - sede do parque, é também o primeiro equipamento cultural público da Região Oceânica, oferece uma exposição sobre os ecossistemas da Lagoa de Piratininga e da Região Oceânica de Niterói e oferece uma programação de educação ambiental. Na Ilha do Tibau, acontece o Núcleo Avançado de Sustentabilidade, Cultura e Esporte - NASCE, que oferece uma programação permanente de atividades esportivas, culturais e ambientais para a comunidade.

O caráter inovador do POP, com os seus jardins filtrantes e outras técnicas de drenagem sustentável, é considerado o maior investimento na América Latina em Soluções Baseadas na Natureza - SBN e em fitorremediação. . 

Ciclovia.

A trabalho de manutenção do POP é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos - SECONSER e é desenvolvido com o apoio da empresa especializada Viveiro Campo Lindo, vencedora da licitação realizada em setembro de 2024. A Ordem de Início do contrato foi dado ainda na minha gestão como prefeito de Niterói, no dia 15 de novembro, e desde então, estamos realizando um trabalho de conservação e ampliação da área verde do parque. 

Hoje, a empresa realiza o trabalho de plantio de árvores e jardins, mantém a rotina de limpeza e manutenção, conserva e gerencia os jardins filtrantes e atende a demandas do cotidiano. Para isso, gera emprego para 102 profissionais de jardinagem, limpeza e manutenção, além das equipes técnicas e gerenciais. 

Veja o trabalho que está sendo realizado no POP:

JARDINAGEM:

Canteiros

Jardinagem ao lado da ciclovia

Jardinagem

Implantação de canteiros.

Jardinagem.

PLANTIO DE POMAR E ARBORIZAÇÃO:

Preparação para o plantio

Projeto Fruta no Pé: pomar urbano

Pitanga já frutificando.

Pitanga-amarela.

Arborização

MANUTENÇÃO DOS JARDINS FILTRANTES:

Manutenção dos jardins filtrantes

Manutenção dos jardins filtrantes

Vertedor do sistema com a saída do efluente dos jardins filtrantes: água limpa para a Lagoa de Piratininga.

Tanque de sedimentação

FAUNA:

Berçário de jacaré.

Garça

Biguá

Avifauna já usufrui das mudas plantadas.

Parabéns a todos que viabilizaram esse grande legado de Niterói. Parabéns à geógrafa Dionê Castro e toda a equipe do PRO Sustentável, parabéns à secretária Dayse Monassa, ao biólogo Alexandre Moraes e ao saudoso Carlos Boechat, que sem dúvidas também tem a digital dele nesse projeto.

O POP é um orgulho e uma garantia que Niterói seguirá avançando para a sustentabilidade urbana e para uma qualidade de vida melhor para a sua população.

Axel Grael
Engenheiro florestal
Prefeito de Niterói (2021-2024)