quinta-feira, 5 de março de 2015

Monitoramento de ventos e marés vai determinar retirada de lixo da Baía de Guanabara



Modelo, que vai ser apresentado na terça-feira, foi desenvolvido por instituto holandês

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RIO - O governo do estado aposta em um modelo desenvolvido por um instituto holandês para reduzir, até as Olimpíadas, a quantidade de lixo flutuante na Baía de Guanabara. O novo sistema, que começará a funcionar a menos de um ano e meio do início dos Jogos, vai monitorar e coletar dados relativos à maré e à direção do vento para apontar as áreas em que há maior concentração de lixo. A partir daí, os ecobarcos vão ser deslocados para esses locais.

A base de dados reunirá informações fornecidas pela Marinha, pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O projeto, chamado de FEWS-PSAM — referência ao nome do software e ao programa de saneamento dos municípios do entorno da Baía —, foi desenvolvido pelo Deltares. O instituto atua em pesquisas e desenvolvimento de soluções para questões relacionadas com água, subsolo e infraestrutura. No momento, a instituição atua também em um plano de reforço da segurança costeira da Ilha de Java, na Indonésia.

Valores e a data exata do início da operação ainda não foram divulgados. O anúncio oficial da parceria será feito na terça-feira, em um evento no Palácio Guanabara. Vão participar do encontro o secretário do Ambiente, Antonio da Hora, o cônsul-geral da Holanda, Arjen Uijterlinde, e o vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, que participou das discussões. Na quarta-feira, o governador Luiz Fernando Pezão afirmou que o novo projeto para a retirada de lixo da Baía previa o "mapeamento por satélite".

Na segunda-feira, os três últimos ecobarcos que atuavam na retirada dos detritos interromperam a operação por falta de pagamento do governo do estado. A secretaria de Ambiente informou, na ocasião, que o projeto estava sendo “reavaliado”. Em nota, o secretário criticou “a falta de orientação no trajeto dos barcos”.

BAÍA DE GUANABARA PREOCUPA O COI

A despoluição das Baía de Guanabara é uma das preocupações do Comitê Olímpico Internacional (COI), já que o local vai receber o torneio de vela durante as Olimpíadas. O lixo flutuante pode trazer problemas até mesmo para a segurança dos iatistas. Dirigentes do COI reafirmaram na semana passada que contam com o cumprimento da meta de 80% de coleta e tratamento de esgoto despejado na Baía. O compromisso foi assumido pelo Rio no documento entregue ao COI quando a cidade pleiteava ser escolhida sede dos Jogos. Em entrevistas recentes, no entanto, Pezão evitou garantir que o índice de 80% será alcançado. A pedido do COI, o Comitê Rio 2016 vem acompanhando a questão de perto.

Em publicação disponível no site do Deltares, um dos responsáveis pelo projeto, Flank Kleissen, reconheceu que apenas a retirada de lixo flutuante não será capaz de acabar com a poluição na Baía.

— Podemos diminuir o problema até proporções controláveis, mas isso não significa que tenha sido resolvido. Se o Rio quiser recuperar o ecossistema, a causa terá de ser enfrentada, e isso significa mudar a abordagem para eliminação dos resíduos e do esgoto.

Fonte: O Globo 







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