A Conferência das partes (COP16), da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica - CDB, realizada em Cali, na Colômbia, em outubro de 2024, terminou sem um acordo sobre a forma e o valor do financiamento para a proteção e recuperação da biodiversidade e dos ecossistemas mundiais. Em função do impasse, a ONU convocou um novo encontro para mais uma rodada de conversações e representantes de mais de 140 países se reuniram em Roma, na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação - FAO.
O encontro de Roma seguiu sob o comando da ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, que presidiu a COP16. Os países chegaram a um acordo histórico e concordaram em aportar 200 bilhões de dólares/ano para o cumprimento das metas do Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, aprovado na COP15, em dezembro de 2022, com o apoio de 196 países. O financiamento entrará em vigor em 2028, mas os países não conseguiram chegar a um consenso sobre a criação de um fundo específico, proposta que era defendida por países em desenvolvimento. A decisão foi adiar a decisão para 2028.
Os EUA nunca assinaram a Convenção sobre Diversidade Biológica, mas sempre tiveram uma delegação participando das Conferências. Em tempos de governo Trump, a bancada dos EUA. em Roma, ficou vazia!
Apesar dos avanços e impasses, o resultado foi muito celebrado "com aplausos e lágrimas" de emoção, pois foi um avanço que mostrou que o multilateralismo pode gerar respostas e superar entraves, renovando as esperanças para que os resultados na agenda do Clima também aconteçam, apesar da postura reativa do atual governo dos EUA.
Uma nota curiosa foi que os negociadores aprovaram a decisão de limitar a jornada de debates em no máximo 13 horas. Nas conferências, é frequente que as negociações se estendam por longo tempo, não sendo raras as ocasiões em que viram a noite ou durem dias. A preocupação é com a saúde dos próprios negociadores.
Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal
O Marco Global foi um passo histórico na luta para proteger a biodiversidade e teve como objetivo reverter um perigoso declínio da natureza que ameaça a sobrevivência de 1 milhão de espécies e impacta a vida de bilhões de pessoas, o Marco Global de Biodiversidade estabelece metas para deter e reverter a perda da natureza até 2050 (Nações Unidas no Brasil).
Quatro metas gerais a serem alcançadas até 2050 focam na saúde dos ecossistemas e das espécies:- Deter a extinção de espécies induzida pela ação humana
- Promover o uso sustentável da biodiversidade
- Garantir a partilha equitativa dos benefícios da biodiversidade
- Reduzir a lacuna de financiamento da biodiversidade de US$ 700 bilhões por ano
- Garantir a conservação de 30% da terra, mar e águas interiores
- Restaurar 30% dos ecossistemas degradados pela ação humana
- Reduzir pela metade a introdução de espécies invasoras
- Reduzir US$ 500 bilhões/ano em subsídios prejudiciais à natureza
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