Não existe solução mais eficiente para captar CO₂ da atmosfera do que a fotossíntese das plantas
Se a humanidade desequilibrou o meio ambiente a tal ponto de vivenciarmos uma crise climática sem precedentes, é dela a responsabilidade de contornar esse que é um dos maiores desafios das atuais gerações. Aos passos de hoje, caminhamos para um aumento irreparável de desastres naturais, quedas abruptas de produção, enfim, um horizonte sufocante.
Faz-se necessária uma combinação de ações para vislumbrarmos êxito nessa batalha. De olho no amanhã, é de suma importância diminuir o volume de emissões de CO₂. Investimentos em inovação e tecnologia são aceleradores para reduzirmos o despejo de dióxido de carbono na atmosfera.
O setor de árvores cultivadas brasileiro, exemplo global de sustentabilidade, é um dos casos que demonstram na prática ser possível aplicar a bioeconomia em larga escala. E mais, ilumina o caminho que pode estabelecer o Brasil como potência no assunto.
Essa é uma agroindústria que planta, colhe e replanta em quase 10 milhões de hectares, comumente em terras antes degradadas. Junto a isso, são mais 6,7 milhões de hectares de mata nativa preservada, equivalente ao território do Estado do Rio de Janeiro.
Com manejo sustentável, criam-se corredores ecológicos. Números concretos traduzem essa realidade. Em áreas de companhias do setor já foram avistadas mais de 8 mil espécies de fauna e flora, devidamente monitoradas e reportadas. Tudo atestado por rigorosas certificações internacionais, como FSC e PEFC, que há décadas vêm elevando o sarrafo de suas exigências e continuam mantendo a chancela ao trabalho realizado.
Esse é um setor que tem 1 milhão de produtores rurais parceiros no cultivo de árvores para suprimento de madeira, o que diversifica a renda familiar e auxilia no manejo sustentável nas propriedades. Impacto positivo também nos mais de mil municípios em que o setor atua, gerando 2,5 milhões de empregos.
No processo industrial, o uso de energia renovável é uma realidade. Esse conjunto de cuidados socioambientais resulta numa biorrefinaria que provê soluções que estocam carbono e são recicláveis, como embalagens de papel, canudos, viscose para roupas, itens de higiene, entre muitos outros. Produtos substitutos daqueles de origem fóssil.
É uma experiência de muito valor para o Brasil caminhar rumo ao cumprimento de compromissos ambientais firmados internacionalmente. Na COP de Paris, o país se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Há também iniciativas nascentes que caminham nessa direção, como a Symbiosis, empresa de silvicultura de espécies nativas, assim como atividades de restauro baseadas em Pagamentos por Serviços Ambientais, a exemplo de Biomas, Mombak e re.green, para mencionar apenas algumas. Para todos, são três os principais desafios: segurança jurídica para caminharmos com temas fundamentais, como o mercado regulado de carbono; produção de sementes e viveiros de mudas.
É nesse ponto que as rotas se cruzam, pois as décadas de trabalho em laboratórios permitiram às companhias do setor de árvores cultivadas para fins industriais chegar a resultados invejáveis. Planta-se 1,8 milhão de árvores produtivas todos os dias no país. Produção de mudas em massa, adaptadas a diferentes tipos de solo e de clima. É um modelo orientador para o avanço das atividades de restauração florestal no Brasil.
Não há solução mais eficiente para captar CO₂ da atmosfera do que a fotossíntese das plantas. No país, são cerca de 80 milhões de hectares de terras com algum nível de degradação, segundo a Universidade Federal de Goiás, boa parte passível de conversão. Se usarmos essa área com sabedoria, faremos da potencialidade uma realidade.
Plantar árvores não é mero discurso. Com conhecimento e respeitando biomas, podemos colocar a ciência a serviço da natureza, impulsionando o Brasil a protagonizar essa reorganização verde da rota humana.
*Paulo Hartung, economista, é presidente executivo da Ibá e foi governador do Estado do Espírito Santo, José Carlos da Fonseca Jr., embaixador, é presidente executivo da Empapel.
Essa é uma agroindústria que planta, colhe e replanta em quase 10 milhões de hectares, comumente em terras antes degradadas. Junto a isso, são mais 6,7 milhões de hectares de mata nativa preservada, equivalente ao território do Estado do Rio de Janeiro.
Com manejo sustentável, criam-se corredores ecológicos. Números concretos traduzem essa realidade. Em áreas de companhias do setor já foram avistadas mais de 8 mil espécies de fauna e flora, devidamente monitoradas e reportadas. Tudo atestado por rigorosas certificações internacionais, como FSC e PEFC, que há décadas vêm elevando o sarrafo de suas exigências e continuam mantendo a chancela ao trabalho realizado.
Esse é um setor que tem 1 milhão de produtores rurais parceiros no cultivo de árvores para suprimento de madeira, o que diversifica a renda familiar e auxilia no manejo sustentável nas propriedades. Impacto positivo também nos mais de mil municípios em que o setor atua, gerando 2,5 milhões de empregos.
No processo industrial, o uso de energia renovável é uma realidade. Esse conjunto de cuidados socioambientais resulta numa biorrefinaria que provê soluções que estocam carbono e são recicláveis, como embalagens de papel, canudos, viscose para roupas, itens de higiene, entre muitos outros. Produtos substitutos daqueles de origem fóssil.
É uma experiência de muito valor para o Brasil caminhar rumo ao cumprimento de compromissos ambientais firmados internacionalmente. Na COP de Paris, o país se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Há também iniciativas nascentes que caminham nessa direção, como a Symbiosis, empresa de silvicultura de espécies nativas, assim como atividades de restauro baseadas em Pagamentos por Serviços Ambientais, a exemplo de Biomas, Mombak e re.green, para mencionar apenas algumas. Para todos, são três os principais desafios: segurança jurídica para caminharmos com temas fundamentais, como o mercado regulado de carbono; produção de sementes e viveiros de mudas.
É nesse ponto que as rotas se cruzam, pois as décadas de trabalho em laboratórios permitiram às companhias do setor de árvores cultivadas para fins industriais chegar a resultados invejáveis. Planta-se 1,8 milhão de árvores produtivas todos os dias no país. Produção de mudas em massa, adaptadas a diferentes tipos de solo e de clima. É um modelo orientador para o avanço das atividades de restauração florestal no Brasil.
Não há solução mais eficiente para captar CO₂ da atmosfera do que a fotossíntese das plantas. No país, são cerca de 80 milhões de hectares de terras com algum nível de degradação, segundo a Universidade Federal de Goiás, boa parte passível de conversão. Se usarmos essa área com sabedoria, faremos da potencialidade uma realidade.
Plantar árvores não é mero discurso. Com conhecimento e respeitando biomas, podemos colocar a ciência a serviço da natureza, impulsionando o Brasil a protagonizar essa reorganização verde da rota humana.
*Paulo Hartung, economista, é presidente executivo da Ibá e foi governador do Estado do Espírito Santo, José Carlos da Fonseca Jr., embaixador, é presidente executivo da Empapel.
Fonte: O Globo, Opinião
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