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segunda-feira, 4 de abril de 2022

Sucesso do trabalho voluntário nos Núcleos de Defesa Civil de Niterói





Trabalho dos voluntários da Defesa Civil de Niterói em Petrópolis.




Equipes da Defesa Civil de Niterói em apoio às cidades do Sul da Bahia.


De acordo com as Nações Unidas, voluntário é o jovem, adulto ou idoso que, devido a seu interesse pessoal e seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração, a atividades de bem estar social. Em Niterói, o voluntariado se traduz, entre outras formas, em segurança para milhares de pessoas em nossas comunidades. Isso se dá graças a uma ação pra lá de interessante da Prefeitura de Niterói que, desde 2014, mantém os Núcleos de Defesa Civil (Nudecs). Atualmente, o projeto conta com 130 unidades que reúnem mais de 2.500 participantes voluntários. Também contamos com um valioso contingente de voluntários ajudando as nossas áreas protegidas, em particular o Núcleo Morro da Viração (Parque da Cidade), do Parque Natural Municipal de Niterói (PARNIT).

Esta semana, a Prefeitura de Niterói deu mais um importante passo no fortalecimento das ações do Nudec. A Secretaria Municipal de Defesa Civil deu início a uma capacitação para formar mais 10 núcleos de voluntários, que cumprem importante papel em locais onde há maior exposição das pessoas a riscos naturais e/ou tecnológicos. A iniciativa se soma aos robustos investimentos anunciados na última semana no eixo Resiliência do Plano Niterói 450 Anos.

Durante todo o ano, a Defesa Civil de Niterói promove junto às comunidades, através dos Nudecs, uma política preventiva para minimizar os impactos das chuvas na cidade. “De acordo com a Lei, está previsto que os Municípios devem promover o treinamento de associações de voluntários para atuação conjunta nas comunidades. Esse é um importante trabalho de conscientização, integração e parceria com a sociedade”, há por exemplo, os Nudecs nas Comunidades, nos Condomínios e voltados à prevenção", explica o secretário de Defesa Civil, tenente-coronel Wallace Medeiros.

Entre os pré-requisitos para se tornar um voluntário do Nudec estão: comprometimento, responsabilidade, solidariedade, profissionalismo, além de amor pelo próximo e pela nossa cidade. Para se tornar um voluntário, basta se cadastrar através do site da Defesa Civil (http://defesacivildeniteroi.com.br/). Uma vez cadastrado, a secretaria de Defesa Civil e Geotecnia entrará em contato e convidará o interessado para participar dos treinamentos.




Voluntários do programa Niterói Contra Queimadas (NUDEC Queimadas) em treinamento.


Assista aos vídeos abaixo sobre a atuação dos NUDECs e a relação da Defesa Civil com os voluntários.


Equipe da NUDEC Boa Esperança em ação em dia de chuva.


O Tenente-Coronel Walace Medeiros secretário de Defesa Civil de Niterói, em atividade com a equipe após um dia intenso de chuva.



RISCOS E CONTINGÊNCIAS CLIMÁTICASNiterói é uma das referências nacionais de políticas ambientais municipais e criou a primeira Secretaria do Clima do Brasil, com o objetivo de priorizar as políticas de prevenção, adaptação e resiliência climática, inclusive as ações de transição energética. Não são poucos os motivos para que Niterói se empenhe na política ambiental e de resiliência climática. Episódios climáticos marcaram os últimos anos e recentemente assolaram várias partes do país, no interior e na Região Serrana do RJ, levando equipes da Defesa Civil de Niterói a se deslocarem nos últimos meses para o Sul da Bahia, Miracema e Laje do Muriaé e Petrópolis, para atuar solidariamente com as equipes locais para as ações de contingência. 

Estes eventos climáticos extremos ocorrem de forma recorrente, mas conforme as projeções, poderão acontecer de forma cada vez mais frequente. É o que podemos citar das chuvas do episódio do Bumba, em janeiro de 2010, quando uma chuva de 323 mm/24 horas causou 168 óbitos em Niterói. Um ano depois, em janeiro de 2011, o desastre climático foi na Região Serrana, quando registrou-se cerca de 400 mm/24 horas, com 918 óbitos registrados nos municípios de Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis.

Em fevereiro e março de 2022, a cidade de Petrópolis enfrentou novamente duas chuvas torrenciais causando mortes e muitos danos materiais. Niterói mobilizou contingentes da Defesa Civil, equipes de limpeza (CLIN e SECONSER), operadores de trânsito, especialistas em resgate de animais, engenheiros e voluntários dos NUDEC´s, que também se uniram aos esforços de apoio à população e à prefeitura local.

CHUVAS E SECAS: Em 2013, no início da gestão do prefeito Rodrigo Neves, passamos o ano estruturando a então precária Defesa Civil de Niterói para as chuvas do verão 2013-2014. A Defesa Civil era então vinculada ao Gabinete da Vice-Prefeitura, portanto sob a minha responsabilidade, e conseguimos equipar e preparar os protocolos envolvendo todos os órgãos da Prefeitura e externos a ela para agir em caso de chuvas. 

Veio o verão e ocorreu o oposto. Em Niterói, uma estiagem prolongada nos meses de janeiro a março, causou uma grande incidência de incêndios em vegetação. Segundo um estudo contratado pela Prefeitura de Niterói à empresa Novaterra, foram identificados no período, por análise de imagens de satélite, 747 focos de incêndio em vegetação. 602 áreas contínuas queimadas, totalizando 609 hectares, ou seja, 4,7% do território municipal.

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O verão de 2014, foi o alerta para que Niterói inovasse mais uma vez e criasse o primeiro programa municipal de enfrentamento aos incêndios em vegetação, com a estruturação do Niterói Contra Queimadas, programa que envolveu o desenvolvimento de protocolos específicos, o estreitamento das relações operacionais com o Corpo de Bombeiros, a capacitação de pessoal da Defesa Civil, da SMARHS e da Guarda Municipal, além do desenvolvimento de um corpo de voluntários treinados para apoiar as ações. Surgia assim o NUDEC Queimadas e as rotinas chamadas de Rondas Preventivas Contra Queimadas, com o objetivo de atuar na conscientização da população das localidades com maior incidência de focos de incêndio. Verificamos também, que há uma forte correlação entre os focos de incêndio e a ilegal e insalubre prática de queima de lixo. Contamos, assim, com a adesão também da CLIN, intensificando a sua atuação nos pontos de acúmulo de lixo.

NUDEC QUEIMADAS: Mais da metade do território de Niterói é protegido por unidades de conservação, que estão em fase de efetiva implantação. Um patrimônio natural destes é raro para uma cidade num contexto metropolitano, como é o caso de Niterói, e é preciso proteger esse grande legado. E os incêndios são a maior ameaça às nossas florestas. E é importante lembrar que, com raras exceções, que estes incêndios têm sempre origem antrópica, ou seja, são causados pelo homem. Em 2014, Niterói foi pioneira ao montar um plano de enfrentamento a queimadas e a ação dos voluntários tem um papel importantíssimo dentro dessa estratégia. Como vimos, naquele ano, a Prefeitura deu início ao projeto Niterói Contra Queimadas, iniciativa voltada às ações de prevenção e combate à incêndios em vegetação, constituída de ações de mapeamento de áreas vulneráveis, rondas preventivas nessas áreas, elaboração de plano de contingência, que prevê ações integradas entre o Município e o Corpo de Bombeiros, capacitação dos guardas ambientais para combate à incêndios e convocação e capacitação de voluntários para integrarem o Nudec contra Queimadas, que atualmente conta com mais de 300 participantes.

Saiba mais lendo: NITERÓI CONTRA AS QUEIMADAS: O QUE SE PERDE CADA VEZ QUE O FOGO DESTRÓI AS NOSSAS FLORESTAS? 

As rondas preventivas contam com a participação de equipes da Clin, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade - SMARHS, a Coordenadoria de Meio Ambiente da Guarda Municipal, lideranças comunitárias e integrantes dos Nudecs, grandes aliados nas ações da Secretaria Defesa Civil e Geotecnia. Caso a população identifique fogo em vegetação, a orientação é ligar imediatamente para o Corpo de Bombeiros (193).

No momento em que o país enfrenta retrocessos de suas políticas ambientais e o recrudescimento da destruição por queimadas de extensas áreas da Amazônia, Niterói dá exemplo de políticas públicas responsáveis e comprometidas com o patrimônio natural. Nossa Defesa Civil se supera a cada dia para atuar em situações de emergência, salvar vidas e prevenir problemas maiores para a população.

Os voluntários participam de um curso composto por 2 módulos (aulas teóricas e práticas) voltado para a conscientização, formas de prevenção, monitoramento de balões e apoio às equipes de combate nas grandes ocorrências de queimadas. A iniciativa é voltada às ações de prevenção e combate à incêndios em vegetação, constituída de ações de mapeamento de áreas vulneráveis, rondas preventivas nessas áreas, elaboração de plano de contingência que prevê ações integradas entre prefeitura e Corpo de Bombeiros, capacitação dos guardas ambientais para combate à incêndios e convocação e capacitação de voluntários para integrarem o núcleo.

RESULTADOS: O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE (segundo A Tribuna) divulgou os dados de queimadas referentes ao último ano. Dentre os piores estados, temos o Pará com 22.876, seguido do Mato Grosso com 22.520 e Maranhão com 16.077 respectivamente. O RJ teve 502 queimadas e incêndios em vegetação em 2021, um aumento de 91%

Para o último verão, o Inpe divulgou que, de 01 de janeiro de 2022 até 16 de março, foram contabilizados 41 focos de incêndio no estado do Rio de Janeiro: Bom Jesus de Itabapoana com 9,8%, Angra dos Reis, Cachoeira de Macacu e Rio das Ostras com 7,3% cada cidade; e Itaguaí com 4,9%. Em janeiro desse ano, foram registrados 16 focos de incêndios, em cidades do interior do Rio, além de Rio Bonito, na Região Metropolitana. Em fevereiro, foram 4 pontos, em Japeri, São Fidélis, Saquarema e Silva Jardim; e em março, até ontem, eram 21 focos em vários municípios como por exemplo: Rio das Ostras, Araruama e angra dos Reis.

Enquanto isso, em Niterói, segundo dados da Defesa Civil da cidade, que atua com metodologia de registros mais detalhada e diligente, incluindo pequenos focos de queima de lixo e outras irregularidades, em comparação entre o verão do ano passado com este último, temos os seguintes dados:
21/12 /20 a 20/03/21 = 97 focos de incêndio
21/12/21 a 20/03/22 = 65 focos de incêndio
Uma queda 32,98% 
Segundo o secretário de Defesa Civil e Geotecnia, coronel Walace Medeiros, podemos atribuir a diminuição dos focos na cidade à intensificação das Rondas Preventivas Contra Queimadas. Realizarmos em 20 localidades só neste verão, com a ajuda dos voluntários e lideranças comunitárias. Realizamos também muitos sobrevoos com os drones em dias que a Defesa Civil indicava risco Alto para queimadas.

TRABALHO VOLUNTÁRIO – Não à toa o trabalho voluntário é cada vez mais valorizado nos currículos. Não restam dúvidas de que o voluntariado traz benefícios tanto para a sociedade em geral como para o indivíduo que realiza tarefas não remuneradas. Tal prática contribui de maneira inequívoca tanto na esfera econômica como na social. Através da construção da confiança e da reciprocidade entre as pessoas, se constrói uma sociedade mais solidária, colaborativa, justa e igualitária.

A pesquisa Outras Formas de Trabalho 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 7,4 milhões de pessoas realizaram trabalho voluntário, o equivalente a 4,4% da população de 14 anos ou mais de idade. O aumento foi de 12,9% em comparação a 2016. Estima-se que a pandemia do Coronavírus tenha fortalecido ainda mais este tipo de atividade, sobretudo, no reconhecimento de ações voluntárias para repor, por exemplo, as perdas registradas na educação.

INVESTIMENTO EM RESILIÊNCIA – Na última semana, anunciei R$ 398 milhões para iniciativas importantes nas áreas de Clima e Resiliência. O pacote de investimentos deste eixo do Plano Niterói 450 Anos inclui obras de contenção de encostas, modernização do Centro de Monitoramento de Operações da Defesa Civil, substituição de veículos da frota municipal por carros elétricos e projetos os projetos da primeira Secretaria Municipal do Clima no Brasil, que visam a mitigar a emissão de gases, entre outras iniciativas.

O fortalecimento do Grupo Executivo para o Crescimento Ordenado de Preservação das Áreas Verdes (Gecopav) da Prefeitura de Niterói, que previne a ocupação de áreas de risco, também faz parte das ações. Serão R$ 6 milhões destinados para a compra de equipamentos e reforço na estrutura logística da Guarda Municipal Ambiental, além da implantação de uma sede, que irá funcionar no Engenho do Mato.

Saiba mais sobre o que foi anunciado no eixo Resiliência do Plano Niterói 450:

Monitoramento meteorológico – O Centro de Monitoramento de Operações da Defesa Civil Municipal vai receber um radar meteorológico. Atualmente, a cidade utiliza o radar do Rio de Janeiro e a previsão é que o novo equipamento passe a operar ainda este ano. “Este equipamento vai permitir uma precisão maior na identificação da aproximação de núcleos de chuva e dimensionando o volume de água”, explicou o secretário municipal de Defesa Civil, Walace Medeiros.

A cidade também vai passar a contar com mais três estações meteorológicas automáticas. No momento, há duas em operação: uma no Parque das Águas, no Centro, e outra no Preventório, em Charitas. Os novos equipamentos serão instalados em Pendotiba, Zona Norte e Região Oceânica.

Qualidade do ar – Outra novidade é a aquisição de estações de monitoramento da qualidade do ar. Serão três estações automáticas e seis semiautomáticas. Esses equipamentos medem a concentração de vários gases como o metano e, principalmente, o ar particulado (poeira).

No total, este conjunto de investimento para o monitoramento meteorológico e de qualidade do ar terá aporte de R$ 18,5 milhões. “Este conjunto de investimentos é para que a gente tenha maior capacidade de monitoramento e prevenção meteorológica na cidade. É a tecnologia nos ajudando a ser mais resilientes”, pontuou Medeiros.

Combate a queimadas – As ações de prevenção e combate a queimadas serão intensificadas neste eixo do programa Niterói 450 anos. Com investimento de cerca de R$ 5 milhões, o Município vai adquirir veículos equipados para aumentar a capacidade de eliminação de focos iniciais de queimadas e rondas preventivas, além de dois drones de alta capacidade que serão usados para orientar as equipes de solo no combate a esses incêndios e avaliar o dano causado.

“Niterói tem mais de 50% de seu território protegido com unidades de conservação. É fundamental que a gente tenha um programa eficiente de combate a queimadas. Já temos o programa Niterói Contra Queimadas, que a Defesa Civil coordena envolvendo também a Secretaria de Meio Ambiente e a Secretaria de Ordem Pública. Outra estratégia é um convênio com o Corpo de Bombeiros, no qual a Prefeitura paga o RAS para os profissionais em situação de folga, como é feito com os policiais, e que será mantido”, explicou Medeiros.

Encosta verde – Outra ação deste eixo é o desenvolvimento de um programa que combina o reflorestamento de encostas com a implantação de uma usina solar, com investimento de R$ 10 milhões. Com esta iniciativa, a ideia é produzir energia nesses locais e uma boa parte do resultado dessa produção vai beneficiar a própria comunidade. O Morro Boa Vista, localizado entre o Centro e o Fonseca, será a primeira comunidade a receber o projeto.

Axel Grael
Prefeito de Niterói


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