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quarta-feira, 31 de março de 2021

GRAVE SITUAÇÃO DA COVID EM NITERÓI: entrevista do secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira

 

Rodrigo Oliveira é Secretário de Saúde de Niterói. Reprodução


'Niterói vive pior momento da pandemia, com risco de colapso hospitalar', diz Secretário


Rodrigo Oliveira alerta que Covid está, sim, mais grave e podem faltar vagas de UTI se não houver isolamento

Por Luiz Cláudio Latgé

Nos últimos dias, o Secretário de Saúde de Niterói, Rodrigo Oliveira, tem repetido à exaustão um mesmo alerta: "o Brasil vive o pior momento da pandemia." Nas reuniões do Gabinete de Crise, nas lives, nas entrevistas, ele insiste na mensagem, como uma missão. "As pessoas precisam entender que a doença está mais contagiosa, mais grave e, se nós não fizermos nada, se nós não respeitarmos o isolamento, ela pode levar ao colapso da rede hospitalar, como já aconteceu em outras cidades do Brasil."

Leia mais: Médicos do Hospital Oceânico fazem apelo para que a população fique em casa o máximo possível

Médico sanitarista, Rodrigo conhece políticas de saúde pública e a gestão de hospitais. Em Niterói, foi diretor do Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulhinho, antes de assumir o cargo no governo Rodrigo Neves, em 2019, para ser confirmado em janeiro pelo Prefeito Axel Grael. Ele acompanha de perto os indicadores da Covid, desde o início da doença, quando era apenas uma ameaça. Vê como a situação está se tornando grave e já provoca fila de espera nos hospitais da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A demanda de vagas em UTIs, neste momento da doença, é quase três vezes maior do que no ano passado, na primeira onda, em maio, e depois em novembro e dezembro.

- É o pior momento. Porque a doença, com as novas variantes, se tornou mais grave. Isso exige muito da rede hospitalar. Num momento que a rede hospitalar do Rio e do estado está perto do limite. No momento em que o Brasil inteiro compete por médicos, respiradores, oxigênio, insumos hospitalares, medicamentos... Hoje, já é difícil comprar alguns medicamentos, você depende do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado - explicou, em entrevista ao A Seguir: Niterói.

Rodrigo Oliveira adverte que, enquanto a vacinação não é suficiente para garantir a imunização da população, a única forma de evitar uma emergência maior é o isolamento social. Para ele, as pessoas precisam se conscientizar que, se a cidade não conseguir barrar o avanço da Covid, não haverá atendimento na rede pública, nem nos hospitais provados. "Ninguém deve pensar que está protegido porque tem um plano de saúde, porque a ocupação das UTIs particulares é até maior do que da rede pública e os hospitais particulares já informaram que encontram dificuldade para ampliar a oferta de vagas para Covid, por falta de equipamentos e insumos."

A Seguir: Niterói: Secretário, qual a gravidade da Covid, em Niterói, neste momento?

SECRETÁRIO DE SAÚDE, RODRIGO OLIVEIRA: Existem alguns fatores que indicam a gravidade do momento que nós vivemos. Tudo leva a crer que esta nova onda da doença decorre da circulação de uma nova variante do coronavírus, a P1, a variante de Manaus, como ficou conhecida. Não temos ainda a comprovação pelo sequenciamento genético da presença do vírus em Niterói. Mas um estudo da Secretaria Estadual de Saúde detectou que a P1 apareceu em 83% dos casos pesquisados no estado. Além disto, as características da doença que observamos na cidade são parecidas com o que se verifica em outras cidades.

- Quais são as diferenças do coronavírus original para a doença que vemos agora, decorrente desta variante P1 ?

- A primeira coisa que a gente observa é a alta taxa de transmissão da doença. A variante se mostra mais contagiosa. Outra característica, outro fator para acreditar que lidamos com esta variante, é a incidência da doença em um público mais jovem. Na primeira onda, havia uma forte concentração em pessoas com mais de 60 anos. Agora, atinge pessoas mais jovens. Em dezembro, na segunda onda da doença, apenas 9% das pessoas internadas tinham entre 40 e 49 anos. Agora, este número dobrou: já são 18% dos hospitalizados. Outro fator, é a velocidade das internações.

- A evolução da doença é mais rápida?

- Os relatos que nós temos é que os pacientes estão apresentando quadros mais graves, é o que temos visto em todos os hospitais. No Carlos Tortelly, por exemplo, em todo este tempo da pandemia, nunca tivemos mais de cinco pessoas intubadas; agora temos oito. A demanda por UTIs aumentou muito. Na primeira onda da doença, havia mais doentes em leitos, agora a ocupação de UTIs é maior. Em dezembro, para cada mil casos de Covid tínhamos 57 pessoas em UTIs; agora, em são 175 em mil.

- Os indicadores mostram que o aumento do número de casos não chegou ao pico registrado em maio ou em novembro, quando se chegou a mais de mil novos casos em uma semana. As pessoas estão fazendo menos testes, estão procurando direto os hospitais?

- A gente não teve um aumento de registros no que chamamos de "porta de entrada", quando o doente faz testes e procura atendimento num estágio ainda leve da doença. O doente já chega com um quadro mais grave.

(Os números aparecem nos indicadores divulgados pela Prefeitura. A ocupação de Leitos na rede Pública é da ordem de 74 %, e 82% das vagas de UTI. Na rede particular, de acordo com o SINDHLESTE, os números não são muito diferentes: ocupação de 81% dos leitos reservados para doentes de Covid e de 89% das vagas de UTI.)

- A lotação dos hospitais foi o fator decisivo para adotar as medidas de isolamento?

- Nós acompanhamos o que está acontecendo em todo o Brasil. Na primeira onda, a doença começou pelo Rio e por Niterói. Então, nós tivemos o desafio de estudar, pesquisar, testar descobrir como enfrentar a doença. Era um desafio. Mas ao mesmo tempo, os recursos estavam todos disponíveis. Os equipamento, insumos, era possível comprar. Niterói foi capaz de montar um hospital, o Hospital Oceânico. Agora, não. Nós vimos o avanço da doença no Brasil inteiro. O estado do Rio foi praticamente o último a enfrentar esta nova onda da doença.

Nós vimos o que aconteceu em Manaus. Eu tive chance de acompanhar o caso de Araraquara, a primeira cidade a entrar em colapso, e nós conversamos e vimos os efeitos da doença e a forma de enfrentar. Foi preciso estabelecer medidas fortes de isolamento, para que o número de casos, a lotação dos hospitais e as mortes caíssem na cidade. Você vê isto acontecendo em todo o país e nós estamos na Região Metropolitana do Rio, com uma intensa movimentação de pessoas, era evidente que a doença chegaria ao estado. Mas desta vez a situação é mais difícil, pela gravidade da doença e porque ela atinge o Brasil inteiro e hoje há uma competição pelos recursos hospitalares. Todo mundo demanda os mesmos recursos, oxigênio, insumos, medicamentos para intubação...

- Sem vacina, a saída então é o isolamento... Por que a ação conjunta com o Rio?

- Nós vivemos na Região Metropolitana. Há uma movimentação intensa entre as cidades. Era importante haver uma coordenação. Nós esperávamos uma liderança maior do Estado. Mas ainda assim foi importante a adesão do estado para o balizamento das ações. Estabeleceu um piso, a necessidade de se fazer alguma coisa. E houve o entendimento de Rio e Niterói, com a ajuda dos comitês científicos das duas cidades, para estabelecer medidas comuns de restrição, como o fechamento das praias, de bares e restaurantes. Esta ação conjunta dá a dimensão de uma política pública.

- O que se pode esperar das medidas de isolamento?

- Niterói tem uma adesão maior do que outras cidades ao isolamento social, uma compreensão melhor da necessidade de seguir as regras sanitárias. Durante toda a pandemia foi assim e quando a cidade foi a primeira a adotar medidas mais duras de restrição às atividades em maio do ano passado a cidade respondeu bem. Mas a gente precisa desta conscientização para quebrar a transmissão da doença. A taxa hoje no Brasil é de 1,23, a gente precisa reduzir isto. A gente sabe que há um cansaço natural depois de um período tão longo de restrições na vidada da cidade. Mas é a única forma de conter a doença, neste momento, enquanto ainda não temos vacina suficiente para imunizar toda a população

- Voltamos, então, à questão da ocupação dos hospitais. Niterói conseguiu ampliar a oferta de vagas hospitalares?

- Nós temos hoje 262 vagas na rede pública, incluindo aí disponibilidades no Antônio Pedro e UTIs pediátricas, o que não tem sido uma demanda. De acordo com o agravamento da doença, a gente ajusta a operação dos hospitais. O Carlos Tortelly tem 120 leitos. Quando tem muitos casos de Covid a gente amplia a oferta para Covid. De acordo com a evolução da pandemia. Eventualmente, vamos transferir doentes com outras enfermidades para o Orêncio de Freitas para liberar vagas.

Neste momento, o Secretário Rodrigo Oliveira repete o recado dos últimos dias, tomando a tarefa de alertar cada morador da cidade para risco que vivemos:

- ... o cenário é dramático. É o momento mais grave da pandemia. Essa nova variante está pressionando toda a rede hospitalar. A taxa de transmissão da doença é muito alta. Se não conseguirmos deter a transmissão, a rede hospitalar pode entrar em colapso. A rede públicas e a rede privada. Não adianta a pessoa achar que tem dinheiro e um bom plano de saúde e estará protegida, porque a rede particular enfrenta o mesmo problema. Esta semana mesmo ouvi relatos de hospitais particulares que tiveram dificuldade para encontrar insumos. Além disso, os profissionais de Saúde estão exaustos, depois de um ano de pandemia, muitos dando plantão em dois ou três hospitais. Hoje, não conseguem mais assumir escalas extras.

- O que vocês esperam deste período de emergência.?

- Que o isolamento consiga baixar a transmissão da doença. Os resultados não aparecem tão rápido assim, porque a doença tem um ciclo, o período de incubação, os sintomas, o tratamento... Ainda vão aparecer dados de mortes. Mas é preciso quebrar a transmissão. Nós teremos uma nova reunião na quinta-feira, a Prefeitura do Rio e a Prefeitura de Niterói, para avaliar os resultados. E vamos reunir os comitês científicos das duas cidades.

- As medidas podem ser prorrogadas?

- Vamos ver, vamos ver...

- Com relação a vacina, Niterói vai aderir ao calendário único do estado?

- O calendário de Niterói está alinhado com o calendário do estado. Mas nós administramos recursos escassos. Definimos o calendário de acordo com as doses de vacina que recebemos do Ministério da Saúde. Agora, a produção do Butantan está sendo ampliada, e a Fiocruz vai começar a produzir também numa escala maior. Então, acreditamos que vamos vacinar toda a população de mais de 60 anos até o final de abril. E pretendemos imunizar também os profissionais de educação, porque é um setor importante, e precisamos cuidar da volta às aulas, porque o prejuízo para as crianças é muito grande. E a cidade já estabeleceu protocolos que se mostraram bastante confiáveis.

Veja também: Niterói aplica 4 mil vacinas em 24 horas e imuniza 13,2% da população

(O Secretário não mencionou a vacinação para profissionais de segurança, proposta no calendário estadual. A Prefeitura de Niterói pretende manter o calendário próprio, que vem sendo anunciado à medida que garante o recebimento de novas doses da vacina)

Rodrigo Oliveira lamenta que a vacinação não tenha sido mais rápida, no Brasil. E termina a conversa com um desabafo:

- A Covid no Brasil é um fenômeno agravado pela falta de liderança e de ação do Ministério da Saúde e do Governo Federal.

Fonte: A Seguir: Niterói


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sexta-feira, 26 de março de 2021

"DEZ DIAS PARA SALVAR VIDAS", artigo publicado em O Globo

 



DEZ DIAS PARA SALVAR VIDAS

Por Axel Grael

Não há escolha fácil para o gestor público numa pandemia. Diariamente, chegam dados de 12 diferentes indicadores que, somados, apontam se estamos vencendo ou não essa guerra contra o coronavírus. Na última semana, verificamos uma piora alarmante nesses índices. Um crescimento vertiginoso, que nos exige medidas mais enérgicas para reverter essa curva. O custo disso é gigante, mas nunca será maior do que o da vida humana.

Atrás de cada número que sobe está uma pessoa internada e uma família em sofrimento. A ocupação de leitos clínicos públicos disparou 96% na última semana. Pacientes de outras cidades passaram a migrar para a rede hospitalar de Niterói. O setor de saúde privado acendeu a luz vermelha com UTIs próximas da capacidade total.

Nos 15 dias anteriores, Niterói já estava sob efeito de medidas restritivas com acesso controlado às praias e horários reduzidos de bares e restaurantes. Essas ações conseguiram retardar a transmissão do vírus, por certo. Nossa taxa de ocupação era, nesta quinta-feira, de 78% nas UTIs públicas, um percentual ainda menor que nas cidades vizinhas e no estado, mas não menos preocupante pelo ritmo de crescimento. Não havia alternativa além de aumentar a dose de isolamento e apelar ainda mais para a conscientização da população para salvar vidas.

Procurei o prefeito da capital, Eduardo Paes, porque entendo que o vírus não conhece limites entre os municípios. Tivemos uma compreensão semelhante da gravidade desta onda da Covid-19 e das ações duras, amargas e difíceis que deveríamos tomar. Fomos, juntos, ao governador em busca de medidas que englobassem outras cidades de forma eficaz.

A contraproposta feita pelo governador, após se reunir com setores econômicos, não se mostrou suficiente, no nosso ponto de vista. Entendo que ele precise pensar no estado como um todo e em toda a sua multiplicidade, mas para a realidade de Niterói aquilo não bastaria. Reunimos os comitês científicos de Niterói e do Rio para uma reunião. Ouvimos 17 cientistas renomados nos orientarem a ampliar as medidas restritivas ou enfrentar o colapso. Não há alternativa. Sem nenhuma alegria, mas com responsabilidade, estamos certos das medidas duras que anunciamos.

A sucessão de eventos que se seguiu levou à decretação de um feriado de 10 dias, entre esta sexta-feira, 26 de março, e o Domingo de Páscoa, período durante o qual diversas atividades estarão suspensas. Aliás, não pode haver palavra pior para descrever este período. O que vamos viver na realidade não será um feriado prolongado, superferiadão ou algo do gênero. Teremos um período emergencial de combate à Covid-19 ou uma batalha de 10 dias contra o coronavírus. Esse é o espírito. Não será tempo de celebrar, embora estejamos na Páscoa, de aproveitar ou sair às ruas. Nosso apelo é que as pessoas que não trabalhem nos setores que permanecerão em funcionamento fiquem em casa. Sim, um ano depois, voltamos a pedir isso. Porque, um ano depois, não temos vacina em quantidade suficiente e os números são iguais ou piores do que aqueles da primeira onda de 2020. Um déjà-vu macabro.

Nessa batalha dos 10 dias contra o coronavírus, enquanto não temos a nossa principal arma, que é a vacina, lutamos com o isolamento social, máscaras, higiene e conscientização. Com solidariedade e empatia. O poder público fará sua parte, como tem feito, para salvar vidas, com a fiscalização do cumprimento das medidas e ações de mitigação dos efeitos sociais e econômicos dessa pandemia. Como decretos, sozinhos, não salvam vidas, apelamos para que a população faça esse sacrifício, se proteja e proteja o outro. Duro mesmo é perder parentes e amigos para o coronavírus. Aconteceu comigo e com as famílias de outras 300 mil pessoas no Brasil.

Não é exagero dizer que, nesta pandemia, Niterói tomou ações de manual. Embora não houvesse exatamente um manual para lidar com um vírus desconhecido como este. Usamos a Ciência e as experiências internacionais. Primeira cidade no país a fechar as praias, sanitizar comunidades e bairros, distribuir 2 milhões de máscaras para os 500 mil habitantes, testar massivamente a população, construir o primeiro hospital exclusivo para o tratamento da Covid-19, o Hospital Oceânico, que inclusive já atingiu a marca de mil pessoas recuperadas. Tivemos taxas de mortalidade menores, engajamento da população.

Para reduzir os efeitos econômicos e sociais e salvar empregos, desde o ano passado a prefeitura injetou R$ 600 milhões. Instituiu em abril de 2020 programas como o Renda Básica Temporária, um auxílio de R$ 500 para 50 mil famílias, além de microempreendedores individuais, taxistas e motoristas de vans escolares. Com o Empresa Cidadã, mantemos 12 mil empregos ao pagar salários dos funcionários de 3 mil empresas. Na última quarta-feira, anunciamos o adiamento, por dois meses, das datas de pagamento do Imposto Sobre Serviços (ISS). Podemos dizer que todo aquele esforço de gestão dos últimos 9 anos para manter as contas ajustadas tem ajudado a salvar milhares de vidas e empregos na nossa cidade.

É fundamental reforçar que decretos isoladamente não salvam vidas, mas sim a atitude conjunta, de entendimento e empatia de toda a sociedade. Enquanto você lê este artigo, quatro pessoas perderam a vida para o coronavírus no Brasil. Outras tantas foram diagnosticadas, internadas ou intubadas. Ficar em casa por esses 10 próximos dias pode poupar muita dor pelo resto da vida. Pense nisso. Use máscara , não aglomere e mantenha o isolamento social.

*Prefeito de Niterói



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quinta-feira, 25 de março de 2021

PERÍODO EMERGENCIAL PARA PREVENÇÃO DA COVID-19: conheça as restrições para o período de 26/03 até 04/04 e outras medidas da Prefeitura



Pronunciamento durante coletiva de imprensa para apresentação das medidas de restrição conjuntas entre Niterói e Rio de Janeiro para enfrentamento da COVID-19. Da esquerda para a direita, Dr. Rodrigo Oliveira, secretário municipal de Saúde de Niterói; Axel Grael (em pé), prefeito de Niterói; Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro e Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Pronunciamento durante a coletiva.


Desde o início da pandemia da COVID-19, Niterói tem se destacado nas medidas de prevenção e enfrentamento e inovado nas políticas públicas sanitárias e sociais de mitigação dos impactos da doença na vida dos cidadãos e na economia. As medidas aqui adotadas têm influenciado outras cidades que seguem o exemplo de Niterói ou atuam em conjunto, como ocorreu há poucos dias na parceria entre Niterói e a cidade do Rio de Janeiro.

A integração entre estados e municípios, em qualquer ocasião, é uma eficiente estratégia para a solução de problemas regionais. Numa situação extrema como a que estamos enfrentando, a ação articulada entre governantes se faz imprescindível.

Preocupado com o agravamento da pandemia, na última semana, procurei o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Àquela altura, já estava claro que ações isoladas não alcançariam os mesmos resultados que o desejado trabalho conjunto em toda a Região Metropolitana.

Período Emergencial para a Prevenção da COVD-19   

Niterói e Rio de Janeiro têm as redes de saúde, pública e particular, melhor estruturadas do Estado. No entanto, não vivemos em ilhas distanciadas. Somos diretamente impactados pelos municípios limítrofes. Acompanhamos atentamente a tragédia que assola muitas cidades do País e estamos certos de que é necessário proteger nossas cidades.

Diante da impossibilidade de uma ação efetiva a nível estadual e da postura negacionista do Governo Federal, eu e o prefeito Eduardo Paes ouvimos os comitês científicos das duas cidades, que se reuniram coletivamente pela primeira vez, e decidimos fazer o que está a nosso alcance para salvar vidas e minimizar as consequências dessa crise sanitária sem precedentes para nossa geração. Embora integrados e alinhados quanto às ações, cada município publicou um decreto estabelecendo as suas medidas restritivas. Em Niterói, instituímos o Período Emergencial para a Prevenção da COVID-19, a ser cumprido entre a sexta-feira 26/03 até o domingo de Páscoa 04/04. As restrições e outras regras para o período foram estabelecidas pelo Decreto N° 13.954, publicado em 25/03/2021, que recomendamos a consulta para que se possa encontrar todos os detalhes.





As medidas restritivas anunciadas em conjunto pelas duas cidades são, neste momento, a única alternativa capaz de reverter a escalada do número de casos e de internações. O momento é extremamente preocupante, com os hospitais públicos e privados chegando ao limite, além da escassez de medicamentos.

Implementar medidas restritivas não é uma decisão fácil. No entanto, apesar de duras, as medidas se fazem necessárias para que não tenhamos, em poucas semanas, um quadro ainda mais dramático na saúde e na economia.

Vacinação  

Nossa saída está na vacinação. No ano passado, o prefeito Rodrigo Neves negociou com o Instituto Butantã a compra de 1,1 milhão de vacinas pela Prefeitura de Niterói. O negócio não se concretizou, pois a produção daquele laboratório foi toda adquirida pelo Ministério da Saúde, que passou a distribuir para os estados, que por sua vez, repassam para os municípios. 

A chegada de vacinas tem acontecido numa velocidade muito lenta, o que tem frustrado a nós da Prefeitura e toda a população. Temos vacinado de forma organizada, contando com sete pontos de vacinação e um sistema de Drive Thru, localizado no Campus Gragoatá, da UFF. Temos cobrado agilidade do Ministério da Saúde e temos buscado a compra direta de vacinas e aderimos ao consórcio da Frente Nacional de Prefeitos, da qual faço parte. Não vamos medir esforços para proteger nossa cidade.




Conforme o calendário acima, com base na disponibilidade de vacinas em Niterói, faremos a vacinação de maiores do que 60 anos até o dia 01 de maio.

Ações Mitigadoras

Enquanto a imunização não avança conforme desejamos, a Prefeitura de Niterói prorrogou até julho de 2021 os programas Renda Básica Temporária, Busca Ativa, Empresa Cidadã e Supera Mais. Com estas iniciativas, o Município está apoiando, desde abril de 2020, cerca de 50 mil famílias e mais de 2.800 empresas no Empresa Cidadã.

Os programas Renda Básica Temporária e Busca Ativa beneficiam cerca de 50 mil famílias niteroienses, com um auxílio de R$ 500 por mês, ajudando várias categorias, como inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), famílias de matriculados nas escolas municipais, inscritos no cadastro da economia solidária, artesãos, catadores de recicláveis, vendedores ambulantes, produtores agroecológicos, pescadores. Os Microempreendedores Individuais (MEIs), assim como os taxistas também são beneficiados com um auxílio de R$ 500 por mês. Estão sendo contemplados 6.735 MEIs e 2.104 taxistas.

Para o pagamento destes benefícios, o Município investiu, até o momento, R$ 300 milhões. Com a prorrogação até julho, serão mais R$ 111 milhões.

O Programa Empresa Cidadã auxilia micro e pequenas empresas do Município com recursos para o pagamento de sua folha. O Empresa Cidadã 1 atende empresas com até 19 funcionários, que terão auxílio no pagamento de um salário mínimo para até nove empregados. Já o Empresa Cidadã 2 prevê o depósito de um salário mínimo para até nove empregados de empresas, entidades religiosas e organizações sindicais com até 40 funcionários sediadas na cidade.

Para ajudar ainda mais as empresas de Niterói, anunciei o programa de Diferimento Tributário, que permitirá que as empresas deixem de pagar o Imposto Sobre Serviços (ISS) nos meses de abril e maio de 2021 e façam o recolhimento referente a estes meses, em janeiro e março, sem juros ou correção monetária.

A Prefeitura de Niterói também está intensificando a fiscalização, distribuindo máscaras, incentivando o home office, entre outras medidas. No entanto, não vamos vencer esta batalha sem o apoio de cada um dos niteroienses. Somos um povo que acredita na ciência e entende a gravidade da situação.

Juntos, vamos superar este que é o maior desafio de nossa geração. Seguiremos em frente com uma Niterói cada vez mais solidária e próspera.

Axel Grael
Prefeito
Prefeitura de Niterói






segunda-feira, 15 de março de 2021

OBRA VAI REMODELAR O ACESSO DE CAMBOINHAS E INTEGRAR O BAIRRO AO PARQUE ORLA DE PIRATININGA

 




O acesso ao bairro de Camboinhas terá uma nova solução, evtiando os engarrafamentos constantes! 

Em substituição à atual rotatória, será construída uma nova no mesmo local, abrindo também novos espaços de lazer para a população. Além de organizar melhor o fluxo de veículos, a rotatória ganhará um bicicletário, um parque de cachorros e uma praça. 

No local, também será instalado um ponto de ônibus. Essa estrutura permitirá que o morador de Camboinhas siga até a rotatória de bicicleta, estacione no bicicletário e embarque no ônibus ali mesmo. Aos poucos, todas as ciclovias serão integradas. A nova rotatória também estará ligada a um dos dois principais acessos ao Parque Orla Piratininga Alfredo Sirkis. 

Antes abandonada, a Região Oceânica recebeu o maior ciclo de investimentos da história nos últimos oito anos, com obras de infraestrutura, drenagem e pavimentação, por exemplo. Estamos dando continuidade a esse trabalho para trazer mais qualidade de vida aos moradores. 

Vamos seguir avançando!

Fonte: Facebook Axel Grael


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sábado, 13 de março de 2021

SEGUNDA ETAPA DAS OBRAS DO PARQUE ORLA DE PIRATININGA COMEÇA NA SEGUNDA-FEIRA

 

A ETAPA QUE SE INICIA INCLUI A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO ECOCULTURAL, QUE SERÁ O PRIMEIRO EQUIPAMENTO CULTURAL DA REGIÃO OCEÂNICA.


Ordem de início da segunda etapa de obras do POP será assinada na segunda-feira

Esta fase inclui toda a parte de urbanização da área. Primeira etapa, que contempla a infraestrutura verde e revegetação, segue avançando

13/03/2021 - A ordem de início da segunda etapa de obras do Parque Orla Piratininga (POP) Alfredo Sirkis será assinada nesta segunda-feira (15) pelo prefeito de Niterói, Axel Grael. Esta fase inclui toda a parte de urbanização da área, com implantação de pavimentação e drenagem, praças e ciclovias. Enquanto isso, a primeira etapa, que contempla a infraestrutura verde e revegetação, segue avançando.

O parque, que está sendo implantado pela Prefeitura de Niterói, contempla a recomposição vegetal da orla da Lagoa, abrangendo uma área de mais de 150 mil metros quadrados e a implantação de cerca de 10 quilômetros de sistema cicloviário ao longo de toda a orla, além de espaços para lazer e esporte. A previsão é que todo o trabalho esteja concluído em setembro de 2022.



Hoje fiz mais uma visita às obras para vistoriar o avanço dos trabalhos. Fotos Axel Grael

Uma das saídas de águas pluviais. A Prefeitura vai intensificar o programa Ligado na Rede para evitar a presença de esgoto e com as bacias de sedimentação e os jardins filtrantes vamos reduzir muito o nível de poluentes que chegam à Lagoa de Piratininga. Foto Axel Grael.


O projeto do POP foi dividido em nove trechos de acordo com as características de cada local. No momento, as intervenções acontecem no trecho 1, que se estende do fim da Avenida Francisco Gabriel de Souza Lôbo, próximo à área de pouso de parapente no Cafubá, até a Ponte do Canal de Camboatá, próximo à entrada de Camboinhas.

Agora estão sendo executadas as obras de infraestrutura verde, com bacias de sedimentação e jardins filtrantes que irão captar e tratar as águas dos rios Cafubá, Arrozal e Jacaré. Estas obras estão localizadas nos trechos 1, com o sistema de alagados construídos do rio Arrozal e do rio Jacaré, e 9, com sistemas de alagados construídos do rio Cafubá.

A coordenadora do Programa Região Oceânica Sustentável (PRO Sustentável), Dionê Marinho Castro, destaca que a implantação do POP é um passo fundamental para a despoluição da lagoa.

“Um dos grandes diferenciais do projeto é a implantação deste sistema de gestão de águas pluviais composto por bacias de sedimentação, jardins filtrantes, jardins de chuva e biovaletas para a captação e tratamento das águas provenientes do escoamento superficial, dos rios e da rede de drenagem das principais bacias contribuintes à Lagoa de Piratininga”, explica.

Com o início da segunda parte da obra, o trecho 1 receberá também infraestrutura cicloviária, urbanização da pista de pouso de parapente, jardim sensorial, área de estar com bancos e mesas, paraciclos, área de ginástica, mirante, píer de contemplação, quadra de esportes, pista de skate, brinquedos infantis, píer de pesca e churrasqueira.

“O POP vai permitir restabelecer novo equilíbrio ecológico no entorno da Lagoa, manter e fomentar a atividade pesqueira na região, a abertura de espaços multifuncionais com equipamentos de lazer para a população, áreas de contemplação e de aproximação da população com a Lagoa de Piratininga, sua fauna e flora, além de intensificarmos questões voltadas para a educação ambiental, ecoturismo e gestão de resíduos sólidos”, afirma a engenheira Civil do PRO Sustentável, Andressa Ferreira Lima.

O trecho 2, que se estende do Canal de Camboatá até a Rua Doutor Valdemar Vanderlei, e o trecho 3, da Rua Doutor Valdemar Vanderlei até a Rua Doutor Ernâni Luís da Cunha ganharão infraestrutura cicloviária, área de estar, churrasqueira, paraciclos, píer de contemplação, banheiros e quadra de esporte. Haverá ainda um parcão, que é um espaço destinado para pets, e estacionamento.

O trecho 4, que compreende a área entre a Rua Doutor Ernâni Luís da Cunha até a ponte de acesso ao bairro Jardim Imbuí, terá como destaque o Museu de Piratininga. Situado às margens da lagoa, no local do antigo Iate Clube de Piratininga, terá aproximadamente 1500 metros quadrados de área construída.

O trecho 5 do POP faz a ligação da Lagoa de Piratininga com a Prainha de Piratininga. Já o trecho 6 se estende da ponte de acesso ao bairro Jardim Imbuí até a Rua Augusto Rush, contemplando também a Ilha do Tibau. O trecho 7 parte da Rua Augusto Rush até o fim do Jardim Imbuí e o 8 engloba toda a área de abrangência da Rua Estrela, antiga Rua 100. O trecho 9 vai da Rua Estrela até a Avenida Francisco Gabriel de Souza Lôbo.

Nestas áreas, o passeio público ganha espaço com praças, áreas de convivência, churrasqueira, equipamentos de ginástica, brinquedos, mirante, píer de pesca, além de infraestrutura cicloviária. Terá ainda um campo de futebol e quadra de esportes no trecho 6 e 4 marcos visuais do Parque nos principais acessos.

Fonte: Prefeitura de Niterói


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EMPREGOS: Niterói cria o seu Observatório do Trabalho


Brizola Neto, ex-ministro do Trabalho e atual Coordenador de Trabalho e Renda de Niterói. Valter Campanato, Agência Brasil



Foi criado no dia 2/3, através de decreto do prefeito Axel Grael, o Observatório do Trabalho de Niterói. O objetivo é analisar, produzir e monitorar dados sobre emprego e renda para traçar políticas públicas capazes de alavancar a geração de empregos na cidade, em meio à pior crise econômica da história, que excluiu 14 milhões de brasileiros do mercado de trabalho formal.

Participam da iniciativa representantes de várias secretarias do governo municipal. O grupo irá monitorar indicadores da PNAD Contínua do IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, que avalia a força de trabalho no país), e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), para gerar diagnósticos e definir ações. A gestão ficará a cargo do Coordenador de Trabalho e Renda de Niterói, Brizola Neto.

A partir dos indicadores da PNAD Contínua e do CAGED, o Observatório irá traçar um panorama detalhado da situação atual de trabalho e renda do município. Esses dados serão somados a uma análise das políticas públicas atualmente implementadas pela prefeitura — tendo por base os registros administrativos das secretarias municipais — e que impactam diretamente na geração e manutenção do emprego e da renda.

Segundo Brizola Neto, a primeira reunião deve acontecer na semana que vem, e o primeiro relatório produzido pelos membros do Observatório será entregue até o dia 10 de abril, antes do lançamento do Plano de Metas do Município e do balanço dos 100 primeiros dias de governo do prefeito Axel Grael.

"Nós vamos aferir o impacto de programas como o 'Empresa Cidadã' e o 'Renda Temporária', por exemplo, que têm garantido a renda das famílias durante a pandemia, e também avaliar o potencial de empregabilidade de projetos que estão programados, como as obras de revitalização do Centro e do Fonseca. Com todos os dados em mãos, poderemos criar políticas de estímulo mais precisas à geração de empregos em Niterói e garantir renda para os trabalhadores da cidade", adiantou o coordenador.

Nesta primeira reunião, os integrantes do Observatório irão definir quais indicadores serão acompanhados por cada secretaria envolvida. De acordo com Brizola Neto, no caso da Coordenadoria de Trabalho e Renda serão monitorados os números relativos à taxa de desemprego no Brasil e no estado do Rio; o estoque de empregos formais na indústria, serviços e comércio de Niterói; além do saldo de empregos formais (admissões-demissões).

O colegiado atuará de forma integrada ao ObservaNit — plataforma de acompanhamento dos resultados das principais políticas públicas do município, desenvolvida pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão (SEPLAG).

Integram o Observatório do Trabalho representantes das secretarias Executiva (SEXEC), de Desenvolvimento Econômico (SEDEM), de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão (SEPLAG), de Fazenda (SMF), de Ações Estratégicas (SAE), e o Núcleo de Gestão Estratégica (NGE) do Escritório de Gestão de Projetos (EGP).

Fonte: Toda Palavra  



'Estuário da Baía de Guanabara tem uma das maiores concentrações de microplástico do mundo', afirma bióloga



Plástico no mar da Baía de Guanabara não é artigo raro Foto: Custódio Coimbra em 21-2-2021 / Agência O Globo


Estudos feitos por pesquisadores do Reino Unido, Estados Unidos e outros países comparou águas com a de outros estuários do mundo e resultado é negativo; pesquisadores da UFRJ analisam

João Pedro Fragoso*

RIO — Que a Baía de Guanabara vem sofrendo há anos com a poluição não é surpresa para ninguém. Além do esgoto, diferentes tipos de lixo compõem as águas que saem de vários pontos do estado em direção ao habitat natural de diversas espécies de seres vivos. No entanto, uma categoria tem se sobressaído em relação aos outros: o plástico, ou melhor, o microplástico. Segundo Gisela Mandali, professora do Departamento de Biologia Marinha da UFRJ, a Baía de Guanabara é um dos estuários com a maior concentração desse tipo de lixo.

– O meu grupo trabalhou com dois tipos de plástico, um é o que está flutuando na Baía, no caso o microplástico, e o quê a gente viu é que a Baía de Guanabara tem realmente uma das concentrações mais altas comparando com vários outros estuários do mundo – afirma Gisela.

Menor que cinco milímetros, como falado pela professora, esse microplástico é o resultado do macroplástico que quebrou, como restos de garrafas PET, sacolas de supermercado etc. Ou então, pode ser também oriundo de esfoliantes e do famigerado glíter, já enraizado no carnaval.

Já o outro tipo mencionado são as fibras. Estas, por sua vez, também fazem parte do grupo dos microplásticos, mas são mais presentes na lama e nos sedimentos. Oriundos das roupas de tecidos sintéticos, como o poliéster, eles podem chegar na água da Baía através da lavagem. Nesses casos, há uma dificuldade muito grande de tentar retê-los, pois ainda não há uma tecnologia que consiga fazer esse tipo de serviço, já que é um plástico muito fino, o que acaba se tornando um grande perigo para a população marinha, e até mesmo para nós, humanos.

– A gente vê que os bichos, quando vão se alimentar, porque eles comem vários organismos que vivem na lama, acabaram ingerindo junto também. A gente também analisou mexilhão e ostra da Baía, que são filtradores, se alimentam de material em suspensão, e encontramos fibra no tecido desses filtradores. E aí a situação fica mais grave pro homem, porque esses organismos a gente come inteiro. A gente abre a ostra e come. Então com certeza a gente estaria ingerindo esse plástico. Então assim, é muita concentração de plástico, sem contar plástico grande que a gente vê nas praias e flutuando na Baía... Isso é um problema e obviamente tem um impacto na saúde da população – declara a bióloga.


Canal do Mangue, na Baía de Guanabara Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo


Ao todo, segundo estudo feito pelo Instituto de Biologia da UFRJ, existem em torno de 15 partículas de microplásticos flutuantes por metro cúbico da Baía de Guanabara. Já no fundo das águas, nos sedimentos, são cerca de 26.000 partículas por metro quadrado. No entanto, mesmo com toda a problemática que envolve o plástico, Gisela Mandali diz que não é possível afirmar que o sumiço de algumas espécies de animais que habitam nas águas da Baía é decorrente da poluição causada por este tipo de material.

– Existem sim alguns indícios de algumas espécies que estão diminuindo ou não são encontradas há algum tempo. Mas assim, ninguém vai dizer que é o plástico. E raramente vai ser um fator só, já que a gente tem tantos envolvidos que realmente causam prejuízo às populações – concluiu.

*Estagiário sob supervisão de Vera Araújo

Relatório aponta mais impactos negativos do plástico no meio ambiente e na saúde humana  Dez rios são responsáveis por 90% de todo o plástico que chega ao oceano 

Projeto Grael e a luta contra o Lixo Oceânico

LIXO FLUTUANTE: Alunos do Projeto Grael conquistam ouro em Regata EcológicaEDITORIAL DO JORNAL O FLUMINENSE ELOGIA O PROJETO GRAEL  
Niterói abre sua Semana do Meio Ambiente no Projeto Grael  
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Iniciativas do Projeto Grael na prevenção do lixo flutuante da Baía de Guanabara
CONFERÊNCIA LIVRE DO LIXO MARINHO NO PROJETO GRAEL.
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Poluição da Baía de Guanabara: entrevista da equipe do Projeto Grael repercute na mídia internacional
Projeto Grael foi objeto de matéria no Bom Dia Brasil, da Globo
Equipe do Projeto Grael visita a Grota do Surucucu
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Contribuições da Família Grael para o problema do lixo marinho

Fui palestrante em evento nos EUA sobre o problema do lixo flutuante na Baía de Guanabara 
LARS GRAEL NO FANTÁSTICO: 'Competição com obstáculos', diz Lars Grael sobre lixo na Baía de Guanabara
Em entrevista para a  Rádio Globo, LARS GRAEL afirma que espera medalhas brasileiras na vela e critica a Baía de Guanabara
BAÍA DE GUANABARA: Entrevista no Projeto Grael para o CANAL+, da França
Entrevista para o SporTV sobre o lixo flutuante na Baía de Guanabara
BAÍA DE GUANABARA POLUÍDA PARA OS JOGOS OLÍMPICOS: matéria do Fantástico - 26-04-2015 
"Questão de civilidade": Lars Grael sonha com Baía de Guanabara limpa 
Irmãos Grael citados em matéria do jornal inglês "THE GUARDIAN" sobre a Baía de Guanabara
BAÍA DE GUANABARA: XI Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente debateu o saneamento e despoluição da Baía
HISTORIAS DO RIO - ESPN - Mais um belo documentário sobre Lars Grael e a família Grael
Assista à matéria sobre o Projeto Grael no programa "Como Será?", da Globo
A BAÍA DE GUANABARA NA OLIMPÍADA E NA PÓS-OLIMPÍADA

COVID-19: Programas de Renda Básica e de apoio às empresas são prorrogados em Niterói



LOGÍSTICA: Beneficiários dos programas de Renda Básica recebendo os seus cartões de forma segura e organizada em 2020. 


Em 2020, recebi e responsabilidade do então prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, para coordenar no Gabinete de Crise da COVID-19 em Niterói, as ações de auxílio social para apoio à população, para que pudesse ter condições de cumprir as medidas de isolamento social estabelecidas pela Prefeitura para evitar a propagação do coronavírus na cidade.

O Programa Renda Básica Temporária foi uma iniciativa pioneira e praticamente inédita no país para o enfrentamento das consequências da COVID-19, tanto para as famílias quanto para a economia. Através do programa, cerca de 50 mil famílias de Niterói estão recebendo o apoio da Prefeitura no valor de R$ 500/mês, desde abril de 2020. O repasse é feito através de cartões pré-pagos que foram distribuídos para os beneficiados elegíveis através de um esforço da Prefeitura de Niterói, que ocorreu de forma organizada, evitando expor a população aos riscos de contaminação.

Assumi o compromisso com a população de manter o Renda Básica até a chegada da vacina, ou seja, até que tenhamos aplicado doses de vacina suficientes para atingir um padrão razoável de imunização da população.

Em dezembro, a meu pedido, o prefeito Rodrigo Neves encaminhou à Câmara Municipal uma solicitação de prorrogação da medida até março de 2021 e, dia 10 de março, obtivemos a aprovação no Legislativo de uma mensagem por mim encaminhada para garantir a continuidade do programa até julho de 2021.

O Programa Renda Básica Temporária, acrescido pelo programa Busca Ativa, auxilia famílias de profissionais que tiveram a sua atividade paralisada ou dificultada pelas medidas de proteção sanitária implantadas pela Prefeitura, incluindo os seguintes segmentos da sociedade: niteroienses cadastrados no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), do Ministério da Cidadania, cadastrados no Cadastro da Economia Solidária, catadores de recicláveis, vendedores ambulantes, famílias dos alunos matriculados nas escolas públicas municipais, artesãos, pescadores, produtores agroecológicos, quiosqueiros, micro empreendedores individuais, taxistas e vans escolares e bancas de jornal.

Além destas atividades, a Prefeitura apoiou as empresas da cidade com os programas Empresa Cidadã e Supera Mais. No primeiro programa, Empresa Cidadã, a Prefeitura aporta recursos para ajudar as empresas a honrar a sua folha de pagamento. As empresas que aderem ao programa se comprometem a proteger empregos e, com isso, estamos protegendo mais de 12 mil empregos na cidade. O Supera Mais foi instituído pela Lei Municipal No 3.507/2020 e regulamentado pelo Decreto Municipal N° 13.645/2020, e objetiva garantir acesso de crédito às microempresas e empresas de pequeno porte, com faturamento anual inferior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais); e aos profissionais autônomos e liberais. Para acessar o recurso, o beneficiário precisa ter alvará e registro de funcionamento ativo em Niterói. Custeado pelo Fundo de Crédito Emergencial do Município de Niterói, instituído pela Lei Municipal No 3.481/2020, o Niterói Supera Mais terá as seguintes linhas de incentivo para capital de giro.

A Prefeitura de Niterói também preocupou-se com profissionais da cultura de Niterói e editou vários editais que permitiram que estas atividades, mesmo que de forma adaptada, pudessem acontecer, garantindo assim oportunidades de renda para o setor criativo da cidade.

Com todas estas medidas para salvar vidas e socorrer a economia, Niterói se diferencia de outras cidades. Mesmo diante da crise econômica e sanitária que o país atravessa, com o desemprego e outros indicadores sociais a níveis assustadores, Niterói tem conseguido manter a sua economia em padrões menos dramáticos do que estamos vendo em outras cidades. Por exemplo, um empresário de Niterói, que possui lojas de uma franquia na cidade e no Centro do Rio, afirmou que a sua iniciativa carioca está faturando cerca de 40% do que acontecia antes da pandemia, enquanto que a loja de Niterói fatura 80%.

Também cabe destaque que estimamos que pelo menos 30% dos investimentos que temos feito nas famílias e nas empresas, retornam na forma de impostos para a Prefeitura, além de manter a cidade com um mínimo de dinamismo, o que permitirá uma retomada da economia mais vigorosa e rápida quando a pandemia for superada.

Axel Grael
Prefeito de Niterói


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Prefeitura de Niterói sanciona prorrogação de benefícios sociais e adesão a consórcio para compra de vacinas



O prefeito de Niterói, Axel Grael, sancionou nesta terça-feira (10) o projeto de lei aprovado pelo Legislativo estendendo os programas Renda Básica Temporária, Busca Ativa e Empresa Cidadã, até julho de 2021. A mensagem executiva enviada para a Câmara na última segunda (08) também prevê a manutenção, pelo mesmo período, da distribuição de cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade social, do auxílio aos microempreendedores individuais (MEIs), além de conceder auxílio para taxistas e motoristas de vans escolares. O Legislativo aprovou, ainda, o projeto de lei que ratificou a participação municipal no consórcio público organizado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) para aquisição de vacinas contra a Covid-19.

O Renda Básica Temporária e Busca Ativa atendem cerca de 50 mil famílias, que recebem um cartão que pode ser usado em mercados e farmácias. Todo mês é depositada a quantia de R$ 500 pela Prefeitura. Já o Empresa Cidadã é destinado ao pagamento de um salário mínimo para determinado número de funcionários de micro e pequenas empresas da cidade. A previsão de investimento com a prorrogação dos programas por mais quatro meses é de aproximadamente R$ 164 milhões. O prefeito de Niterói, Axel Grael, defendeu que os programas de auxílio foram desenvolvidos pela Prefeitura de Niterói para mitigar os impactos sociais e econômicos da pandemia do coronavírus.

“A prorrogação dos programas de Renda Básica Temporária e Empresa Cidadã é de extrema importância, sobretudo neste momento em que o Brasil vive o momento mais dramático da pandemia até aqui. Trata-se de um investimento expressivo, um esforço do Município para minimizar o impacto do coronavírus em nosso desenvolvimento econômico, com justiça social”, pontuou.

Na terça-feira (09), a Prefeitura de Niterói enviou para a Câmara de Niterói o projeto de lei, aprovado ontem, para adesão de Niterói ao consórcio liderado pela Frente Nacional de Prefeitos para a compra de vacinas. A mensagem executiva explica que os recursos para compra dos insumos poderão ser disponibilizados por meio dos municípios consorciados, de aporte de recursos federais e de eventuais doações nacionais e internacionais. No dia 2 de março, a prefeitura assinou o termo de adesão para participar do consórcio, que deverá ser instalado até 22 de março e dará suporte aos municípios caso o Plano Nacional de Imunização (PNI), do governo federal, não consiga suprir a demanda nacional. O prefeito Axel Grael explicou que esta é mais uma tentativa da Prefeitura de Niterói de adquirir doses para imunizar a população.

“A Prefeitura de Niterói não está poupando esforços, estamos buscando todas as formas possíveis de comprar vacinas para agilizar a imunização em nossa cidade. Não descansaremos enquanto todos os niteroienses não estiverem protegidos. Niterói tem pressa”, argumentou.

A ideia da FNP é constituir um consórcio público para aquisição de vacinas, medicamentos, insumos e equipamentos está fundamentada na Lei nº. 11.107/2005. De acordo com o PNI, a obrigação de adquirir imunizantes para a população é do governo federal. No entanto, diante da situação de extrema urgência em vacinar brasileiros e brasileiras para a retomada segura das atividades e da economia, o consórcio público, amparado na segurança jurídica oferecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), torna-se uma possibilidade de acelerar esse processo.

Fonte: Prefeitura de Niterói



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segunda-feira, 8 de março de 2021

Turismo de negócios movimenta rede hoteleira de Niterói

 

Plataforma de Petróleo na Baía de Guanabara Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo


Estimulado pela indústria de petróleo e gás, setor teve 80% dos quartos ocupados em fevereiro, segundo a Neltur


NITERÓI — A rede hoteleira da cidade teve taxa de ocupação de 80% em fevereiro; e alguns hotéis chegaram a 100% dos quartos ocupados, segundo a Niterói Empresa de Lazer e Turismo (Neltur). O nicho de mercado que alavanca o setor é o turismo de negócios, estimulado pela indústria offshore e a atividade de petróleo e gás.

— Apesar da pandemia, a rede hoteleira consegue se manter pelo turismo de negócios. A alta ocupação, na maioria das vezes, ocorre durante os dois principais eventos da cidade, réveillon e carnaval, que desta vez não aconteceram — analisa o presidente da Neltur, Paulo Novaes.

Ele revela ainda que a pasta está desenvolvendo um calendário de eventos oficiais para o período entre 2022 e 2024. O objetivo é divulgar atividades, festas e competições esportivas em todo o município, atraindo visitantes e estimulando o turismo receptivo.

— A cidade tem ótimos atrativos e belezas naturais, pontos históricos e arquitetônicos. Quando superarmos esta crise, com a maioria da população já vacinada, vai atrair ainda mais turistas. O Mercado Municipal, por exemplo, está em fase final e vai ser um grande atrativo — avalia.

Segundo Natália Inacy, relações-públicas do Tower Hotel, em Icaraí, a ocupação na primeira quinzena do mês de fevereiro ficou em 100%.

— Percebe-se que o turismo corporativo é o grande motivo da ocupação total — afirma.

Outro que atingiu taxa de ocupação quase totalmente — média de 90% em fevereiro — é o Hotel H, no Ingá.

— O que acontece aqui é que o cliente vem à cidade para fazer negócios e, às vezes, prolonga a estadia para o fim de semana, aproveitando um pouco da cidade — explica George Machado, gerente de vendas do Hotel H.

O turismo de negócios também exerce um papel significativo no Matiz Niterói Design Hotel, em Icaraí.

— Estamos com 87% de ocupação, e quase tudo isso corresponde ao turismo de negócios — diz a gerente de vendas Rafaela Cabral.