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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Niterói tem mais de 600 vagas abertas para concursos públicos






Processos seletivos são para a Fundação Municipal de Saúde, Secretaria de Urbanismo e Clin. Salários vão de R$ 1.045 a R$ R$ 9,8 mil

28/01/2020 – A Prefeitura de Niterói está com 605 vagas abertas para diversos concursos em 2020. Algumas são para início imediato e outras para cadastro de reserva. Há vagas para todos os níveis de escolaridade e os salários vão de R$ 1.045,35 a R$ R$ 9.882,95.

“Os concursos públicos são a ferramenta da gestão para garantir que o trabalho que chega à população seja exercido por profissionais qualificados e comprometidos com a melhor prestação de serviço possível”, destaca o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.

A Fundação Municipal de Saúde foi a primeira a lançar edital, em dezembro, e oferece 410 vagas que contempla todos os níveis de escolaridade. Os salários variam de R$ 1.045,35 a R$ 2.083,06.

Há vagas para nível fundamental (agente de controle de zoonoses), para o nível médio (assistente administrativo) e, em sua grande parte, para áreas específicas da saúde que exigem nível superior.

Serão contempladas as especialidades médicas de: alergista; angiologista; cardiologista; cirurgia geral; cirurgia plástica; cirurgia vascular; clínica médica; colonoscopista; dermatologista; endocrinologista; fisiatra; gastroenterologista; geriatra; hematologista; infectologista; mastologista; nefrologista; neurologista; gineco-obstetra; oftalmologista; oncologista; ortopedista; otorrinolaringologista; patologista; pediatra; pneumologista; proctologista; radiologista; reumatologista; ultrassonografista; urologista; psiquiatra, clínico 24h, pediatra 24h e ortopedista 24h. Além disso, o concurso terá vagas para nutricionista, psicólogo e assistente social, sanitaristas, enfermeiros, técnico de enfermagem, técnico de laboratório e de técnico em radiologia.

As inscrições abrem nesta quarta-feira (29) e vão até o dia 19 de fevereiro, pelo site www.coseac.uff.br/concursos/pmm/fms/2019 e custam entre R$ 50 e R$ 100. Os candidatos podem acompanhar as novidades pelo site da prefeitura www.niteroi.rj.gov.br/.

A Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade (SMU) também já divulgou seu edital e disponibilizou 19 vagas imediatas para cargos de nível médio e superior, bem como a formação de cadastro de reserva. Serão dez vagas para arquiteto, sete para fiscal de obras e duas para agente administrativo. As inscrições já estão abertas e terminam no dia 6 de fevereiro.

Os salários estão na faixa entre R$ 2.260,93 e R$ 9.882,95 e as inscrições custam R$ 70 para o cargo de arquiteto e R$ 65 para os demais. Cada área tem uma regra para participação determinada no edital. Para efetuar a inscrição, o candidato deverá acessar o site www.fgv.br/fgvprojetos/concursos/pmn2020 e preencher o requerimento. Depois, é só efetuar o pagamento.

Clin – Também com inscrições abertas até o dia 9 de fevereiro, está o concurso da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin). O processo seletivo oferece 176 vagas, além de formação de cadastro reserva. São 150 oportunidades para o cargo de gari, duas para médico do trabalho, 18 para motoristas e seis para operadores de máquinas pesadas. O valor da taxa de inscrição varia de R$ 40 a R$ 80. Os candidatos devem se inscrever pelo site www.selecon.org.br.

A remuneração vai de R$ 1.078,60 a R$ 4,965,50. Alguns cargos contam com outros benefícios como insalubridade, planos de saúde e odontológico e auxílio funeral, de acordo com o cargo.

Fonte: Prefeitura de Niterói









sábado, 25 de janeiro de 2020

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE NITERÓI





A cidade de Niterói está elaborando o seu Plano Municipal de Saneamento Básico para planejar o futuro da gestão e dos investimentos em saneamento na cidade. Uma exceção na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Niterói é considerada uma das melhores cidades do país em saneamento, já conta com 100% de atendimento no abastecimento de água, avança rumo à universalização da coleta e tratamento de esgoto, foi considerada a segunda melhor cidade do país na gestão de resíduos sólidos (lixo) e tem uma das maiores taxas de investimento em infraestrutura, incluindo obras de drenagem.

No que se refere à coleta e o tratamento de esgoto, o trabalho de planejamento que está sendo feito pela Prefeitura tem uma característica especial: pensar a agenda do saneamento além da universalização. Portanto, a ênfase é na continuidade do aperfeiçoamento da prestação dos serviços, mas com uma atenção especial para a conexão dos imóveis na rede (Programa Se Liga), na restauração de ecossistemas (lagoas de Piratiniga e Itaipu, rios e a Baía de Guanabara, com prioridade para o programa Enseada Limpa) e no modelo de governança.

Na drenagem, a prioridade é o estabelecimento de soluções para os principais pontos de alagamento na cidade, na drenagem das encostas, prevenção ao assoreamento e na adoção de soluções de drenagem sustentável, como está projetado e será implantado no Parque Orla de Piratininga.

Na gestão de resíduos, cabe destaque o investimento que está sendo realizado para a implantação de uma Usina de Biodigestão, que processará a matéria orgânica para a produção de energia.

Para saber mais sobre o andamento do Plano Municipal de Saneamento, sugerimos acessar a apresentação que foi utilizada por técnicos da Prefeitura na audiência pública, realizada em 16 de janeiro, na Câmara de Vereadores.

O prazo para que os municípios concluírem os seus planos de saneamento acaba de ser prorrogado pelo governo, através do Decreto Federal 10.203, de 22 de janeiro de 2020. O Plano de Saneamento de Niterói será concluído ainda no primeiro semestre de 2020.

Axel Grael



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Plano Municipal de Saneamento Básico de Niterói será apresentado na Câmara de Vereadores

A Prefeitura de Niterói apresentou no dia 16 de janeiro o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), em audiência pública, na Câmara de Vereadores. O PMSB tem o objetivo de estabelecer metas de curto, médio e longo prazos, visando as melhorias no atendimento dos serviços de saneamento básico e, principalmente, garantir a universalização do acesso de toda a população aos serviços que são essenciais à adequada qualidade de vida e saúde pública.

Com quatro frentes de atuação – abastecimento de água, coleta de esgoto, gestão de resíduos sólidos e drenagem – o plano dará ênfase, sobretudo, às considerações sobre drenagem dos rios, valões e lagoas da cidade. A ideia é, neste primeiro momento, cadastrar toda a área do primeiro distrito – Centro, Zona Sul e Zona Norte da cidade.

A secretária municipal de Conservação e Serviços Públicos (Seconser), Dayse Monassa, enfatiza que Niterói já conta com políticas bem estabelecidas de distribuição de água, tratamento de esgoto e coleta de lixo.

“Temos 100% da cidade com abastecimento de água potável. Estamos próximos de atingir a universalização do esgotamento sanitário e somos a primeira cidade no Estado e a segunda melhor cidade do país em gestão de resíduos sólidos, e agora estamos com maior foco na drenagem urbana", analisa a secretária.

O PMSB traz o resultado do diagnóstico realizado pela empresa Ampla Assessoria e Planejamento, que mapeou a cidade com o objetivo de estabelecer os critérios e investimentos que deverão ser aplicados no município, para a implantação, já em 2020. Para isso, a equipe técnica da empresa realizou visitas técnicas em todas as unidades operacionais dos sistemas de saneamento básico.

Dayse Monassa explica, ainda, que as visitas técnicas tiveram como objetivo conhecer as instalações e o modo de operação dos sistemas no Município, visando subsidiar um diagnóstico técnico da situação atual dos serviços e do nível de atendimento à população.

“E, também, verificar as necessidades, visando à universalização e a melhoria na prestação dos serviços de saneamento, além de garantir que a cidade esteja apta a atender aos demais princípios estabelecidos na Política Federal de Saneamento Básico, uma vez que o plano é uma imposição da Lei Federal n° 11.445/07, que estabelece que o município, como titular dos serviços de saneamento básico, deve elaborar o seu planejamento”, acrescenta Dayse.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Eurico Toledo, enfatiza que o PMSB de Niterói tem horizonte de 20 anos, iniciando em 2020 até o ano de 2040, e que de acordo com o Decreto Federal n° 7.217/10, a revisão deve ocorrer no prazo máximo de 4 anos.

“Nos últimos anos, Niterói vem investindo e implementando ações para que a cidade siga cada vez mais o caminho da sustentabilidade. Criamos seis unidades de conservação, plantamos mais de 70 mil árvores”, afirma Toledo. “Os órgãos públicos fizeram um pacto pelo saneamento, que inclui os Ministérios do Meio Ambiente, das Cidades e os municípios. Isso consiste em um conjunto de ações em curso ou a serem estruturadas para atingir metas intermediárias preconizadas pela Lei Nacional de Saneamento, e os município devem se adequar e trabalhar para isso. Niterói atrelou o pacto do saneamento com os objetivos de desenvolvimento sustentável e está com grandes avanços nesta área”, completa.

Eurico Toledo destaca, ainda, que a Prefeitura de Niterói tem hoje os melhores índices de saneamento básico do Estado do Rio e caminha rumo à universalização. A cidade conquistou, por dois anos seguidos, expressivos resultados no ranking da Universalização do Saneamento da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), que colocou Niterói como o único município do Estado, de grande porte, rumo à universalização do saneamento. A cidade obteve pontuação máxima em quatro dos cinco quesitos avaliados. Na edição de 2018, Niterói também apareceu em primeiro lugar no Estado.

O ranking Abes é um instrumento de avaliação do setor no Brasil. A ferramenta apresenta o percentual da população das cidades brasileiras com acesso aos serviços de abastecimento de água, coleta de esgoto e de resíduos sólidos, além de aferir o quanto de esgoto recebe tratamento e se os resíduos sólidos recebem destinação adequada. Assim, permite identificar o quão próximo os municípios estão da universalização do saneamento.

Em 2019, o ranking reuniu 1.868 municípios, representando 68% da população do país e mais de 33% dos municípios brasileiros que forneceram ao Sistema Nacional de Informações de Saneamento as informações para o cálculo de cada um dos cinco indicadores utilizados no estudo. As 27 capitais brasileiras estão presentes no levantamento.


ENSEADA LIMPA: Inaugurada obra de modernização da Estação de Tratamento de Esgoto de Jurujuba  





"Continente perdido" no Atlântico é do Brasil, avaliam geólogos



NOVAS FRONTEIRAS DO BRASIL

Estudos científicos desenvolvidos em universidades brasileiras avançam no conhecimento sobre o chamado Alto do Rio Grande, uma elevação no fundo do Oceano, localizado nas proximidades do litoral brasileiro.

Segundo os estudos geológicos, o "Continente Perdido" pode ser cientificamente considerado a continuação da plataforma continental brasileira. A constatação é um argumento para que a diplomacia busque nas instâncias internacionais o reconhecimento da soberania nacional sobre esta área, expandindo os limites territoriais brasileiros.

A reivindicação brasileira já foi encaminhada e a decisão pode demorar. O importante, é que o fato demonstra a relevância da pesquisa científica, em particular nos Oceanos, num momento em que verifica-se tanto retrocesso nas políticas públicas de apoio à pesquisa e de ataques às universidades.

E, para alcançar sucesso no pleito, o Brasil depende da capacidade de articulação, da competência e da eficiência da sua diplomacia. Ocorre, que a política externa brasileira tem levado o nosso país ao isolamento diplomático devido às contestações sobre as suas políticas ambientais (Amazônia, queimadas, clima, questão indígena) e os conflitos internacionais gerados pelas declarações do presidente da República contra dirigentes governamentais da França, Alemanha, Noruega, Argentina, Chile etc.

Um dos critérios para garantir a soberania sobre o mar é a comprovação do desenvolvimento de pesquisas e da proteção ambiental sobre esta área. Estaria o Brasil em condições de convencer a comunidade internacional sobre isso?

Conseguirá o Itamarati o apoio necessário para conquistar a aprovação do pleito brasileiro?

Vamos acompanhar!

Axel Grael



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Acesse a apresentação sobre o Alto do Rio Grande: http://www.unbciencia.unb.br/images/Noticias/2019/12-Dez/palestra_hortencia2_CPRM.pdf


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"Continente perdido" no Atlântico é do Brasil, avaliam geólogos

Localização do Alto do Rio Grande. Foto: apresentação da CPRM

A datação de rochas como o zircão é feita no Laboratório de Geocronologia da UnB


Alto do Rio Grande seria continuação geográfica do país. Solicitação internacional para incorporar elevação e ampliar formalmente os limites da plataforma continental brasileira foi protocolada

Marcela D'Alessandro

O mineral silicato de zircônio, também conhecido por zircão, foi fundamental para pesquisadores descobrirem a origem e a idade do chamado “continente perdido” que existe no oceano Atlântico, a cerca de 1,3 mil km de Porto Alegre (RS). Trata-se do Alto do Rio Grande, elevação cuja profundidade mínima está entre 700 e 800 metros do nível do mar.

De acordo com o artigo publicado na revista internacional Terra Nova pelos professores do Instituto de Geociências da UnB Roberto Ventura Santos e Elton Dantas, em conjunto com outros seis pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), a análise do zircão encontrado no local permite novas interpretações sobre a ruptura continental ocorrida há cerca de 80 milhões de anos, quando América do Sul e África se separaram. Esta ruptura teria dado origem ao elevado em questão.


"... a ruptura continental ocorrida há cerca de 80 milhões de anos, quando América do Sul e África se separaram. Esta ruptura teria dado origem ao elevado em questão".


“O zircão tem muita resistência física e química. Quando ele se forma, aceita dentro da estrutura Urânio e Tório, dois elementos radioativos que, com o tempo, decaem e se transformam em chumbo. Então, em laboratório contamos o número de átomos de chumbo nesses minerais e, com base nisso, calculamos a idade das rochas. E assim chegamos à conclusão de que as do Alto do Rio Grande eram muito mais antigas do que a formação da crosta oceânica, que é a abertura da América do Sul com a África (abertura de pangeia)”, conta Santos.


Equipamento do Instituto de Geociências da UnB é capaz de identificar idade de rochas. Foto: André Gomes/Secom UnB


Para se ter uma ideia, a rocha mais antiga do oceano tem 230 milhões de anos. Na região do Alto do Rio Grande, há rochas de 540 milhões de anos, 480 milhões e até de dois bilhões de anos.

Nas missões brasileiras a essa área, encontraram: ortognaisse, granito, monzogranito, leucogranito, granolito. Todas são metamórficas – sofreram modificação em sua composição mineralógica devido à influência das diferentes condições do ambiente em que estão inseridas – e foram formadas em zonas de colisão. Segundo o professor, isso significa, neste caso, que elas foram formadas a partir do choque de dois continentes – América do Sul e África.

A constituição das amostras oriundas do Alto do Rio Grande também chamou atenção dos pesquisadores. “Tanto a composição química delas, como a mineralógica e a própria idade são completamente incompatíveis com o fato de elas serem formadas no fundo marinho. Elas têm composição de rochas continentais”, atesta.


"...a separação dos continentes continua a ocorrer – cerca de um centímetro por ano".


“Foi a partir daí que iniciamos essa discussão de que talvez fosse um micro continente ou um pedaço de continente que ficou pra trás durante a abertura da América do Sul com a África”, detalha Santos, ao ensinar que a separação dos continentes continua a ocorrer – cerca de um centímetro por ano.


Professor Roberto V. Santos mostra no mapa Elevação do Rio Grande. Foto: André Gomes/Secom UnB


AVANÇO – O trabalho desenvolvido pelos brasileiros serviu de base para o país submeter à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) nova proposta de expansão do limite exterior de sua plataforma continental, que ainda será analisada.

“A CPRM, a Marinha, o Ministério de Minas e Energia e outros órgãos fizeram várias pesquisas na Elevação do Rio Grande. Conseguiram levantar dados e informações suficientes para comprovar que a região é um prolongamento natural da margem continental brasileira. E é isso que precisamos”, afirma a advogada e coordenadora-executiva da CPRM, Claudia Rezende, que também é doutoranda em Biodiversidade e Biotecnologia na Universidade de Brasília.

Ela explica que, de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, quando um Estado costeiro solicita essa extensão de limites, imediatamente – independentemente de haver ocupação, nominação ou proclamação formal – passa a exercer direitos exclusivos de soberania sobre solo e subsolo marinhos daquela região, mesmo antes de o pedido ser analisado ou de serem emitidas as recomendações da CLPC.

“Os fundamentos que integram a submissão do Brasil não são novidade, são baseados na jurisprudência internacional e na própria Convenção. Outros países já os adotaram para alcançar a extensão de suas plataformas continentais, a exemplo do Canadá e da Nova Zelândia. O protocolo junto à CLPC, que ocorreu em dezembro de 2018, já traz ao Brasil a responsabilidade sobre aquela região como uma área sobre a qual o país exerce direitos de soberania, de modo que seu aproveitamento econômico sobre recursos, vivos e não vivos, pode ser feito desde logo”, acrescenta.

Claudia lembra que a elevação é rica em minérios e ainda não explorada. Ela calcula que, se a submissão for acatada integralmente, a área da plataforma continental sob jurisdição do Brasil poderá aumentar em quase um milhão de quilômetros quadrados. “É realmente de interesse do país”, avalia.


Localização do Alto do Rio Grande. Foto: apresentação da CPRM


BREVE HISTÓRICO – A Comissão de Limites pode acatar na íntegra, em parte ou negar o pedido de um país. Em 2004, o Brasil já havia feito uma solicitação, que culminou com cerca de 80% de aprovação e algumas orientações.

Via de regra, após a emissão de recomendações a uma submissão da CLPC, o país solicitante pode optar por três caminhos: concordar com o limite exterior indicado – e, então, depositar as coordenadas junto ao Secretário-Geral da ONU; discordar e então propor uma submissão nova (pode inclusive ser sobre o mesmo local) ou revista total ou parcialmente; ou, simplesmente, desistir da extensão pretendida.

Após ter recebido recomendações sobre a submissão original de 2004, a opção do Brasil foi apresentar três novas submissões parciais: uma da margem sul (2015), outra da margem equatorial (2017) e outra da margem oriental e meridional (2018). A primeira já foi aprovada, a segunda está em análise e a última foi apenas protocolada.

“Efetivamente, os dados e as informações submetidos são suficientes para confirmar que a Elevação do Rio Grande integra a plataforma continental brasileira, ou seja, solo e subsolo marinhos em área sob jurisdição brasileira. A CLPC poderá até rejeitar essa proposta de extensão da plataforma continental ou entender que um trecho faz parte da margem continental brasileira e outro não, como já aconteceu antes; da mesma forma, o Brasil poderá apresentar submissões revistas totais ou parciais caso discorde da CLPC. Essa submissão parcial revista de 2018 será profundamente analisada e discutida longamente”, comenta Claudia Rezende.

“O Brasil terá que aguardar, mas a partir do momento da apresentação formal de sua submissão parcial da Margem Oriental e Meridional, ocorrida em dezembro de 2018 junto à CLPC, todos os países que são partes da Convenção foram formalmente notificados sobre a submissão do Brasil e o exercício de direitos de soberania sobre essa região”, detalha.

As informações também estão públicas na internet. A atuação do país no local baseada nessa “soberania temporária” levou a um grande debate jurídico. A professora de Direito Internacional e de Direito Ambiental da UnB, Carina Oliveira, lembra que o Brasil firmou contrato em 2015 com a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA), da Organização das Nações Unidas (ONU), para explorar a região do Alto do Rio Grande por 15 anos. É o único deste tipo no Atlântico Sul, até pelo alto custo.


Professora de Direito da UnB Carina Oliveira acompanha debate jurídico internacional sobre o tema. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB


Segundo ela, hoje há um movimento pela extinção desse contrato, pois o Brasil já teria direito de pesquisar a área a partir do momento em que protocolou o pedido de extensão da plataforma continental. “Mas, na minha opinião, deve manter o contrato para poder continuar explorando em conformidade com as regras do Direito Internacional. Tem que aguardar a recomendação da Comissão de Limites”, justifica.

Carina explica que, se acontecer, a extensão da plataforma continental resultará na exclusividade de exploração dos recursos, mas não aumentará o território, que vai até 12 milhas náuticas (mar territorial).

“O Estado pode solicitar às Nações Unidas uma extensão de sua plataforma continental se entender que há geologicamente uma extensão natural do território para além das 200 milhas náuticas, podendo chegar a 350 milhas náuticas. O Brasil fez esta solicitação. Se conseguirmos, nesse espaço de 150 milhas náuticas teremos exclusividade para explorar os recursos minerais (solo e subsolo), mas não temos exclusividade de coluna d’água (que é alto mar e há liberdade de pesca e pesquisa)”, ensina.

Vale lembrar que, na extensão da plataforma continental, os países têm soberania para explorar, conservar e gerir os recursos vivos e não vivos das águas, do leito e do subsolo marinho.

Para a docente, o aumento da extensão da plataforma continental seria positivo para o Brasil, porque a região que inclui o Alto do Rio Grande se tornaria uma área sob jurisdição nacional e isso traria consequências importantes no campo econômico.

“Hoje, se o Brasil continuar com o contrato de exploração no Alto do Rio Grande e, no futuro, passar da fase de exploração para a de explotação (extração de minérios), terá que pagar royalties à Autoridade dos Fundos Marinhos. Mas se ali for área sob jurisdição nacional, é o Brasil que vai receber royalties".

Atualmente ainda não existe um código de explotação mineral. O tema está em discussão no âmbito da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, que regulamentará esta atividade. Especula-se que os países envolvidos tenham a intenção de concluí-lo em 2020.

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.


Fonte: UnB Ciência










quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Paulo Guedes: "Pior inimigo do meio ambiente é a pobreza"





Na era Bolsonaro, lamentavelmente, o Brasil tem passado vergonha nos fóruns ambientais, climáticos e até econômicos mundiais. Um exemplo disso, foi o desastroso discurso do presidente na abertura da Conferência Anual da ONU, no ano passado, que reforçou internacionalmente o seu estigma de extemporaneidade e de postura anti-ambiental. Agora vemos a declaração do ministro Paulo Guedes.

A cidade suíça de Davos recebe no momento mais uma edição do Fórum Econômico Mundial (21 a 24 de janeiro). O encontro de 2020 é pautado pela ameaça das mudanças climáticas, sendo por isso chamado informalmente de “Davos Verde” e reunindo as mais importantes lideranças políticas, empresariais, especialistas nos temas em debate e representantes da sociedade civil. Nas mesas de debates estão nomes como Angela Merkel (primeira-ministra da Alemanha), Christine Lagarde (presidente do Banco Central Europeu), o Príncipe Charles, a ativista climática sueca Greta Thunberg, o ecovilão Donald Trump, artistas de renome mundial e vários "milionários", que sempre ajudaram a dar prestígio ao fórum de Davos.

Diante da opinião pública mundial, ganhou visibilidade o antagonismo de ideias e o conflito geracional entre Trump e Greta. Segundo noticiou O Globo, Trump declarou no evento que:

"Temos que rechaçar os eternos catastrofistas e suas previsões de apocalipse", acusando os "herdeiros das cartomantes tolas do passado" de estarem errados sobre as mudanças climáticas, como já estiveram, segundo ele, quando previram a superpopulação do planeta ou o fim do petróleo.

Algumas horas antes, Greta havia criticado a inação dos poderes públicos em um dos colóquios do fórum, afirmando que "a ciência e a voz dos jovens não são o centro da conversa, mas precisam ser".

O Brasil esteve representado em Davos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que declarou ontem, que:

"a pior inimiga do meio ambiente é a pobreza".
"As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer", disse Guedes. "Eles [pessoas pobres] têm todas as preocupações que não são as preocupações das pessoas que já destruíram suas florestas, que já lutaram suas minorias étnicas, essas coisas... É um problema muito complexo, não há uma solução simples."

No mesmo dia da participação de Guedes em Davos, o presidente Bolsonaro anunciou pelas redes sociais a criação do Conselho da Amazônia, escrevendo que "Determinei a criação do Conselho da Amazônia, a ser coordenado pelo Vice Presidente @GeneralMourao, utilizando sua própria estrutura, e que terá por objetivo coordenar as diversas ações em cada ministério voltadas p/ a proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia". Aparentemente, será um conselho "chapa branca".

Também anunciou a criação da Força Nacional Ambiental, acrescentando: "Dentre outras medidas determinadas está também a criação de uma Força Nacional Ambiental, à semelhança da Força Nacional de Segurança Pública, voltada à proteção do meio ambiente da Amazônia".

Em entrevista para a imprensa, o ministro Ricardo Salles reconheceu que a medida anunciada pelo presidente "ainda não tem data para início, estimativa dos custos ou mesmo do efetivo da tropa".

Pobres: culpados ou vítimas?

A declaração de Guedes remete à posição oficial do governo brasileiro na Conferência de Estocolmo, realizada pela ONU em 1972, logo há quase 50 anos atrás, quando a nossa diplomacia defendeu que as indústrias poluidoras eram bem-vindas ao Brasil, pois o país queria se desenvolver.

Lembro, também, de ouvir a mesma frase, ainda na década de 1980, quando afirmava-se que a destruição da natureza, assim como o crescimento urbano desordenado, eram culpa da pobreza. Esse argumento, repetido pelos defensores da tese desenvolvimentista, ainda forte naquela época, servia como argumento para não se priorizar qualquer ação ambiental.

Vinte anos após a Conferência de Estocolmo, aconteceu em território nacional a Conferência da ONU para a Desenvolvimento e o Meio Ambiente - Rio 92, no Rio de Janeiro, em 1992. O novo encontro de cúpula consolidou um novo conceito que buscou conciliar as necessidades de desenvolvimento e a proteção ambiental: a sustentabilidade

Passado tanto tempo, o que o ministro Guedes já deveria saber é que se a pobreza pode de fato ser um complicador, políticas antagônicas à sustentabilidade - como temos hoje no Governo Federal, geram a deterioração ambiental, erosão e perda da capacidade de produção dos solos, poluição dos rios, perda do potencial econômico da biodiversidade, mudanças climáticas (com o aumento da ocorrência dos desastres causados pelas chuvas e estiagens) etc. Todos estes problemas geram consequências para a economia, comprometem a atividade industrial, a agricultura, gerando por sua vez, o aumento do desemprego.

Não são os pobres os principais responsáveis pelos desmatamentos e queimadas na Amazônia. Como a jornalista Míriam Leitão bem argumenta no texto abaixo, quem desmata e destrói a Amazônia não é o pobre, mas principalmente, o grileiro e especulador de terras públicas. Desmatar uma área, custa entre R$ 2.000 e R$ 3.000/hectare, mesmo com o uso criminoso do fogo.


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Sugerimos a leitura do texto do economista ambiental Ronaldo Seroa da Motta, do IPEA, que publicou: ESTIMATIVA DO CUSTO ECONÔMICO DO DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA

Também vale a leitura do artigo: Investigações revelam quadrilhas e ganho milionário por trás do desmate

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Justiça ambiental e responsabilidade planetária

Quem mais perde com isso? Todos, mas principalmente os mais pobres. São estes os mais expostos às consequências das mudanças climáticas e os primeiros a perder os seus empregos. Portanto, na contramão do que diz o ministro, políticas anti-ambientais aumentam a pobreza, alimentando um ciclo vicioso que o Brasil não pode se tornar refém.

A declaração do ministro causou indignação na comunidade internacional, pois os incêndios florestais na Amazônia e na Austrália são dois fatos recentes que alimentaram o debate climático mundial e ajudaram a esverdear e reunião de Davos. Outra razão é que há uma grande expectativa quanto ao Brasil, uma vez que é considerado um dos países que mais pode contribuir com o esforço de reversão das mudanças climáticas através do plantio de 1 trilhão de árvores, ou seja, a restauração de 350 milhões de hectares de paisagens florestais até 2030, meta proposta pela União Internacional de Conservação da Natureza - UICN. Com base nesse chamamento, a ONU lançou a Década da ONU para a Restauração dos Ecossistemas 2021-2030.

Em dezembro de 2016, o Brasil chegou a comprometer-se com uma contribuição voluntária ao Desafio de Bonn, através do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, que anunciou as seguintes metas: 

  • Até 2030, o país irá restaurar, reflorestar e promover a regeneração natural de 12 milhões de hectares de áreas florestais.
  • Serão implementados cinco milhões de hectares de sistemas agrícolas que combinem agricultura, pecuária e floresta e recuperados cinco milhões de hectares de pastagens degradadas.

Agora, em vez de olhar para frente e comprometer-se com o futuro, o Brasil volta a teses do passado e volta a culpar a pobreza. O governo Bolsonaro ignora a promessa e chegou a dizer que iria se afastar do Acordo de Paris e outros compromissos climáticos.

Com isso, o Brasil perde muitas oportunidades de contribuir com a segurança climática das atuais e futuras gerações e perde até mesmo a oportunidade de fortalecer a sua economia, como bem mostrou um colega do ministro, o ex-economista ambiental do Banco Mundial e meu contemporâneo de faculdade de engenharia florestal, Gunars Platais.  

Na entrevista, Gunars destaca:

"A biodiversidade é ouro, uma coisa que o resto do mundo não tem. Do ponto de vista econômico, falando de forma bem grosseira, quando você tem um produto escasso, o valor aumenta. Para isso, precisamos de estadistas, pessoas de visão, que encaminhem o Brasil para o futuro por meio de políticas que coloquem o país num ponto em que possamos negociar todos os benefícios da biodiversidade e dos serviços ambientais da Amazônia. E isso não tem acontecido. Nós exploramos tão pouco o potencial da biodiversidade para gerar novos produtos e farmacologia. Nossa sorte é que temos o Inpa, que vem trabalhando paulatinamente mesmo com os cortes e abalos sofridos, e continua a fazer um trabalho de grande valor, reconhecido mundialmente. 
A Amazônia tem um futuro, mas não é esse futuro desenvolvimentista, no qual se entra com tratores e correntes para botar tudo abaixo para exploração predatória. E aí, quando acabar a floresta, o que sobra? Vamos chorar as perdas que tivemos e as riquezas que poderíamos ter tido".

Niterói

Niterói tem sido reconhecida por suas políticas públicas que alinham a cidade com as preocupações mundiais com as emergências climáticas, como foi registrado pelo jornal Folha de São Paulo que citou Niterói como um exemplo de políticas de florestas urbanas. A atual gestão do prefeito Rodrigo Neves ampliou as áreas protegidas de Niterói a mais da metade do território municipal e mantém um ambicioso programa de restauração florestal.

A Prefeitura tem mantido a questão climática no centro do seu planejamento e das suas políticas públicas, como mostra a postagem PARQUES E CLIMA NO PLANEJAMENTO URBANO DE NITERÓI

A integração entre as políticas ambientais e de desenvolvimento social são bem expressas no programa Niterói Jovem EcoSocial, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG e pela Secretaria Executiva da Prefeitura de Niterói, que oferece oportunidades de melhoria na empregabilidade e de inclusão no mercado de trabalho de jovens de comunidades em risco social.

Niterói avança no caminho da sustentabilidade, enquanto o Brasil atual retrocede.

Axel Grael




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LEIA TAMBÉM:

NITERÓI MAIS VERDE: FAO lança publicação que inclui Niterói como um exemplo de política para florestas urbanas
FAO: Niterói é destaque em publicação sobre ambiente
POLÍTICA DE ÁREAS VERDES DE NITERÓI É APRESENTADA EM EVENTO INTERNACIONAL NO PERU
PARQUES E ÁREAS VERDES: Niterói possui um dos maiores índices de áreas verdes/habitante
Parque das Águas perto da conclusão




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A economia do desmatamento

Por Míriam Leitão
22/01/2020 • 04:30

Quanto custa uma motosserra? E várias delas? Quanto custam tratores, correntões, caminhões? Tudo isso é necessário para desmatar. Um método primitivo, mas muito usado, é o correntão. Ele vai arrastando as árvores, mas não funciona sem tratores. São necessários dois, um de cada lado. Quanto custam dois tratores? Depois, é preciso ter caminhões para transportar as toras até o consumo. Mas, antes, é necessário ter uma escavadeira hidráulica com garra de metal para empilhar as toras nos caminhões. Capangas armados ocupam a terra que está sendo grilada. Fazem isso a soldo. De quem? Documentos são esquentados, como as guias de transportes. São comprados títulos falsos de propriedade. O ministro Paulo Guedes disse em Davos que “o pior inimigo do meio ambiente é a pobreza” e que “as pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer”. Não é a pobreza que desmata. Para grilar e desmatar é preciso capital. Muito capital.

O ministro estava num debate sobre outro assunto. Era um painel sobre indústria avançada e o uso de recursos naturais. Paulo Guedes, segundo explicou depois, defendia a tese de que os países de economia avançada derrubaram florestas para escapar da pobreza. Mas essa ideia de que, como disse, “as pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer” já foi dita algumas vezes pelo ministro do Meio Ambiente. É uma avaliação errada dos vetores reais do desmatamento.

No ano passado foram desmatados quase 10 mil km2 só na Amazônia, numa alta de 30%, segundo o Prodes, do Inpe. E aumentaram as queimadas. Há muitos estudos provando a correlação direta entre o aumento do desmatamento e o das queimadas. Não houve um surto de alta da pobreza que explicasse o que aconteceu em 2019. O que houve foram sinais do governo de que o crime não seria combatido. E qualquer economia, até a do crime, é estimulada por sinais e expectativas.

Movimentar essa cadeia do crime, montar as conexões, ocupar a terra com pastagem, esquentar o documento para vender, tudo isso exige um enorme investimento. Quando o governo combate o crime e impõe o império da lei, o risco fica mais alto e o retorno do capital, mais incerto. Neste cenário, há uma redução do incentivo e a taxa do crime cai. As leis econômicas, sempre elas, determinam alta e queda da destruição ambiental. Uma forma de combater o crime é pegar todo aquele material — motosserras, caminhões, tratores, escavadeiras — e apreender ou destruir. Isso aumenta o prejuízo do criminoso, mas agora está proibido pelo presidente da República.

O ministro disse que a pobreza é o pior inimigo do meio ambiente. Deve-se combater a pobreza por inúmeros motivos, mas é preciso inverter o entendimento do fato. O pobre é a grande vítima da destruição do meio ambiente. Ele é recrutado como mão de obra em trabalho degradante, depois é ele que vive os efeitos da degradação da terra, da água e do ar. A falta de saneamento contamina principalmente as regiões onde moram os pobres. Os lixões se acumulam é nas periferias. Nos extremos climáticos são os pobres os mais afetados. Eles não são os agentes da destruição ambiental. São suas primeiras vítimas.

A criação do Conselho da Amazônia pode ajudar, principalmente se levar para o governo informações que o ilustrem sobre a verdadeira origem das redes de ilegalidade na Amazônia e afastem os mitos que têm dominado as declarações oficiais sobre o assunto. O Conselho será mais eficiente se não for feito para atender às teorias conspiratórias que mobilizam o governo Bolsonaro. Foi anunciada também a criação da Força Nacional Ambiental. Ela precisará de orçamento. Mas esta é a administração que cortou orçamento do Ibama e do ICMBio, que limitou as ações preventivas e as operações de comando e controle nas regiões vulneráveis.

É urgente que este governo conclua o período de noviciado e entenda o que se passa na Amazônia, para deter o aumento do desmatamento. Primeiro, para impedir a destruição de riqueza coletiva. Segundo, porque o mundo mudou, como se pode constatar em todos os relatórios que foram feitos por instituições financeiras para o Fórum Econômico Mundial. O assunto deixou o terreno da retórica para ser determinante da alocação de recursos dos grandes investidores.

Com Alvaro Gribel (de São Paulo)

Fonte: Coluna Míriam Leitão




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Leia a reação de especialistas ao discurso do ministro Guedes:

Grilagem, especulação e desmatamento ilegal são 'inimigos do meio ambiente', dizem especialistas








sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Niterói ganha postos guarda-vidas em Piratininga e Itaipu







Através do Programa Região Oceânica Sustentável - PRO SUSTENTÁVEL, a Prefeitura está implantando cinco Postos Guarda-Vidas nas praias de Piratininga (2 postos), Camboinhas, Itaipu e Itacoatiara (1 posto em cada). Ainda será implantado mais um posto em Piratininga, assim que a reconstrução do calçadão da referida praia seja reconstruído.

Os postos foram projetados pela equipe da Unidade de Gestão de Projeto (UGP- PRO Sustentável), consultando os profissionais do 4° GMAR (Corpo de Bombeiros), autoridades municipais e do Instituto Estadual do Ambiente (INEA/PESET) e lideranças comunitárias locais, para garantir que as instalações fossem devidamente funcionais e implantadas de forma a garantir a melhor eficácia no salvamento de vida, assegurando o menor impacto ambiental e paisagístico.

O projeto foi licitado e construído ao custo de R$ 123.220,09, cada unidade. No dia 15 de janeiro, foram entregues dois Postos na Praia de Piratininga e um em Itaipu. Os postos de Camboinhas e Itacoatiara estão em fase avançada de construção.

Os postos guarda-vidas com uma estrutura adequada e funcional eram uma antiga necessidade dos profissionais que exercem a função de Guarda-Vidas e que, só em 2019, realizaram 13.722 salvamentos.

No evento realizado no dia 15 de janeiro, representei o prefeito Rodrigo Neves e fiz a entrega das chaves dos três primeiros postos. O Posto N° 1, localizado no canto da praia próximo à Prainha, ganhou o nome de Subtenente BM Aires, em homenagem ao ex-subtenente bombeiro militar da reserva Marco Aurélio Aires de Almeida. Aires foi pioneiro no serviço de salvamento marítimo do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, participante ativo do projeto Botinho no município e envolvido diretamente em ações para que fosse reconhecida a importância da criação de postos de salvamento nas praias de Niterói.

É mais uma entrega de infraestrutura e melhoria de serviços públicos proporcionados à população e frequentadores da Região Oceânica de Niterói.

Vamos em frente.

Axel Grael
Coordenador Geral do PRO Sustentável

Secretário
Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG
Prefeitura de Niterói



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Niterói ganha postos guarda-vidas em Piratininga e Itaipu 

Equipamentos foram entregues pela Prefeitura ao Corpo de Bombeiros. Em 2019, foram feitos mais de 13 mil salvamentos nas praias da orla

15-01-2020 - A Prefeitura de Niterói entregou, nesta quarta-feira (15), três postos guarda-vidas, dois deles em Piratininga e um em Itaipu. O espaço foi entregue para uso do Corpo de Bombeiros por meio de um convênio estabelecido entre a corporação e o Município. Em cerimônia de entrega de chaves, no Posto de Guarda-Vidas 1 - Subtenente BM Aires, o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão de Niterói, Axel Grael, que representou o prefeito Rodrigo Neves, lembrou da missão de captar recursos para projetos de melhorias para a população da Região Oceânica. A inauguração dos postos salva-vidas simboliza a concretização desse trabalho.

“Serão cinco postos: dois em Piratininga, um em Itaipu, um em Camboinhas e mais um em Itacoatiara. A escolha de cada ponto foi pensada em conjunto com diversos parceiros e autoridades levando em conta pontos eficientes para o trabalho, baixo impacto ambiental e que desse cobertura à região”, explicou Axel.

O Comandante do 4º GMar, tenente-coronel Júlio Melo, disse que a entrega do posto era um presente muito esperado pelos bombeiros que, só em 2019, realizaram 13.722 salvamentos. Além disso, Júlio Melo destacou duas novidades para o verão 2020: “o apoio da recém-adquirida aeronave, a sexta da frota, que voa por piloto automático e sem visibilidade, e as novas bandeiras que torna muito mais fácil a identificação do estado do mar pelos banhistas”.

Quem também esteve na inauguração foi o coronel bombeiro e atual secretário de Defesa Civil, Wallace Medeiros. Segundo ele, esse posto é muito importante para o cidadão, não apenas para melhor visualização da região em caso de afogamentos, mas também para ser um ponto de referência para a população que é atendida em casos de mal súbitos, crianças perdidas e outras situações que fazem parte da rotina nas orlas.

“Tenho muito orgulho de fazer parte dessa equipe de governo que vai até o fim para entregar os projetos com os quais se compromete. Como parte da corporação, já trabalhei um tempo com salvamentos e os bombeiros precisavam de um local com adequações às suas necessidades. Todos ganham”, disse Wallace.

O vendedor Fábio Rouvier (47), que trabalha nas areias de Piratininga há mais de sete anos, disse que a área tem muitos afogamentos por conta do retorno da água próxima das pedras.

“Toda hora tem acidentes por aqui. Já vi gente ser salva três vezes no mesmo dia”, relatou. Já Raquel Vivas (32), moradora de Várzea das Moças, casada com um guarda-vidas e frequentadora das praias da região há mais de 20 anos, lembrou que os profissionais estão ali para salvar vidas, mas é fundamental que os banhistas tomem conta dos filhos. “Muitos acidentes podem ser evitados”, enfatiza Raquel.

Em breve, as praias de Camboinhas e Itacoatiara também receberão postos, que estão em construção. As estruturas possuem dois pavimentos, depósito, banheiro e uma sala que funcionará como observatório. O investimento é de R$ 842.089,86. A obra integra o Programa Região Oceânica Sustentável (PRO-Sustentável) e tem o objetivo de apoiar o desenvolvimento da região nas áreas de Ecoturismo e Gestão de Praias.

Homenagem – O Posto 1, inaugurado hoje em Piratininga, ganhou o nome de Subtenente BM Aires, em homenagem ao ex-subtenente bombeiro militar da reserva Marco Aurélio Aires de Almeida. Aires foi pioneiro no serviço de salvamento marítimo do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, participante ativo do projeto Botinho no município e envolvido diretamente em ações para que fosse reconhecida a importância da criação de postos de salvamento nas praias de Niterói.

O ex-subtentente dedicou mais de 30 anos a salvar vidas e faleceu em 2018. Sua esposa, Flávia Maria de Freitas, e a filha, Danielle de Freitas Aires de Almeida, estiveram presentes e receberam placas em reconhecimento ao trabalho desenvolvido por Marco Aurélio.

“É uma emoção muito grande viver esse momento, pois meu pai sempre se dedicou à corporação. Essa homenagem não é só para ele, mas uma forma de prestigiar todos os bombeiros que desempenham uma missão muito bonita que é cuidar e zelar pelo que temos de mais importante: a vida de cada um de nós”, disse emocionada a filha do homenageado.

Fonte: Prefeitura de Niterói










terça-feira, 14 de janeiro de 2020

GOLFINHOS NA ENSEADA DE JURUJUBA: colaborando com os pesquisadores do MAQUA







Na tarde desse domingo, fui informado por velejadores que haveria um grupo de botos nadando muito próximo à praia, nas imediações do Clube Naval Charitas, na Enseada de Jurujuba, em Niterói.

Comuniquei o fato ao meu amigo, professor José Lailson, coordenador do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores - MAQUA, da UERJ, que se disponibilizou para vir a Niterói e ver o que estava acontecendo.

Torben e Andrea Grael disponibilizaram um bote com motor de popa para o deslocamento até o local onde estavam os animais. Andrea, que é veterinária, comandou o bote.

Assim que os encontramos e nos aproximamos, o professor José Lailson os identificou como da espécie golfinho Nariz de Garrafa, também chamado de golfinho flipper, pois é a mesma espécie que inspirou o antigo seriado de TV.

A nossa primeira preocupação era com a proximidade do grupo da areia da praia e dos banhistas que observavam com curiosidade. Inicialmente, procuramos nos posicionar com o bote de forma a estimular o grupo a se afastar da costa. Não tivemos sucesso e até perguntamos: será que eles gostam de pagode? Tava rolando na praia. 😊😊😊

Lailson observou que os animais estavam com aparência saudável e se movimentando bastante. Verificamos, então, o que parece ter sido o motivo da presença dos golfinhos naquele lugar: um cardume de sardinhas. Isso nos tranquilizou bastante, pois eles estavam era fazendo um banquete e nós atrapalhando tudo. Ao por-do-sol, fomos embora.

Nessa segunda feira, o professor José Lailson nos mandou a seguinte mensagem:

"Oi Axel, tudo bem? Hoje nossa equipe ficou desde cedo a procura dos golfinhos de ontem. Eles não estavam la. Acabaram encontrando os dentes-rugosos também na BG. Ou seja, tudo parece ter corrido bem".

Veja, a seguir, alguns vídeos que gravamos no domingo:






ENSEADA LIMPA

Desde 2013, a Prefeitura de Niterói desenvolve o Programa Enseada Limpa, para a despoluição da Enseada de Jurujuba.

Como resultado do trabalho, o nível de balneabilidade das praias da enseada elevou-se de cerca de 20% para mais de 60% das análises do monitoramento que é realizado pelo INEA. O Enseada Limpa é um programa desenvolvido pela SEPLAG.

Axel Grael
Secretário
Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG
Prefeitura de Niterói










segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

FOLHA DE SÃO PAULO CITA NITERÓI COMO EXEMPLO DE POLÍTICA DE FLORESTAS URBANAS






O jornal Folha de São Paulo publicou nesse sábado, 11 de janeiro, uma matéria sobre projetos para diminuição do calor e poluição, e mostra um levantamento feito em 2018 pela FAO, órgão da ONU, onde cita Niterói, a única no Brasil, como uma das 15 cidades com florestas urbanas inspiradoras.

Esse é o resultado do intenso trabalho das equipes da prefeitura que plantaram mais de 300 mil mudas e árvores nos últimos 6 anos! 

Essas iniciativas sustentáveis foram essenciais em nossa gestão como a criação dos viveiros de mudas, a Niterói mais Verde, o programa de arborização urbana, entre diversas outras ações que realizamos pensando no meio ambiente. 

Todas essas medidas do nosso mandato foram fundamentais para que Niterói esteja no rol das cidades mais avançadas e sendo a única do país com projetos em ascensão para o reflorestamento que deixa a cidade sempre na frente!

Prefeito Rodrigo Neves




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Conheça a publicação da FAO citada na matéria da Folha de São Paulo, que apresenta Niterói como um destaque mundial de florestas urbanas.

NITERÓI MAIS VERDE: FAO lança publicação que inclui Niterói como um exemplo de política para florestas urbanas  
No dia das florestas, ONU celebra criação e proteção de áreas verdes em Niterói 

LEIA TAMBÉM:

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Bicicletário Araribóia, no Centro de Niterói, ganhará mais 502 vagas



O Bicicletário Arariboia foi construído pela Prefeitura de Niterói, como parte do Niterói de Bicicleta, programa vinculado à SEPLAG.

Lembro-me bem que certos críticos, na época em que anunciamos a obra, diziam que o equipamento seria um "elefante branco", que não haveria tanta gente assim interessada em ir de bicicleta para o Centro de Niterói. Com poucos dias de inaugurado, o Bicicletário já ficava lotado de bikes. Hoje, cerca de 1.200 usuários se beneficiam do bicicletário diariamente.

Conforme anunciado, a ampliação agregará mais 502 vagas e atenderá o salto na demanda que virá com a inauguração da ciclovia da Avenida Marquês do Paraná.

Niterói seguirá em frente para se tornar cada vez mais um exemplo de cidade ciclável e sustentável.

Axel Grael
Coordenador Geral do Programa Niterói de Bicicleta

Secretário
Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG
Prefeitura de Niterói



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Bicicletário Araribóia, no Centro de Niterói, ganhará mais 502 vagas
Bicicletário Araribória, no Centro, será ampliado com mais 502 vagas Foto: Brenno Carvalho/Arquivo / Agência O Globo


Previsão é que ampliação comece no 2º trimestre. Já o projeto de bikes compartilhadas está parado

Carolina Ribeiro

Niterói — Aberto há pouco mais de dois anos, o Bicicletário Araribóia, no Centro, será ampliado e passará a oferecer 948 vagas, 502 a mais do que as atuais 446. A prefeitura diz que o projeto executivo ainda está em fase final de elaboração e deverá ser entregue no fim deste mês. A previsão é que as obras comecem no segundo trimestre, com prazo de sete meses para conclusão. O orçamento ainda será definido.

Ana Carboni, integrante da Bike Anjo e presidente da União de Ciclistas do Brasil, atesta que o bicicletário é uma das melhores obras da malha cicloviária da cidade. Ela acredita que o número de ciclistas tenha aumentado após a inauguração da estrutura, que é utilizada por 1.200 usuários diariamente.

— O bicicletário está tendo um uso noturno que a prefeitura não esperava. Muitas pessoas de São Gonçalo e Itaboraí vêm de ônibus até o Centro e, de lá, pegam a bike para circular pela cidade, evitando o trânsito interno e economizando passagem — explica Ana.

Já o projeto das bicicletas compartilhadas está parado, já que não houve interesse de operadores do serviço nas licitações propostas. A prefeitura está avaliando modelos alternativos de financiamento e operação.

Fonte: O Globo Niterói









Estudo IBM: Consumidores pagarão em média 35% a mais por produtos sustentáveis e de procedência transparente em 2020





Recebi o comunicado da IBM (leia abaixo) com um interessante release sobre um estudo realizado pela empresa e que entrevistou 19.000 pessoas em 28 países, inclusive no Brasil. O objetivo foi avaliar o comportamento de consumidores que se mostraram preocupados com a confiabilidade ambiental e a rastreabilidade da origem sustentável de produtos que adquirem.

Os dados mostram a consolidação do comportamento do consumidor que dá preferência a estes produtos, mesmo admitindo pagar 35% a mais no valor da compra. Segundo os resultados do estudo "a disposição de pagar esse diferencial por marcas confiáveis​​ é mais alta para os compradores da Geração Z", ou seja, os consumidores mais jovens. Portanto, seria uma tendência.

Enquanto o mundo caminha para a sustentabilidade, vemos os retrocessos ambientais nas políticas públicas do atual governo brasileiro, atribuindo uma reputação negativa ao produto nacional, diminuindo a competitividade das nossas exportações de commodities.

Ao estimular o desmatamento, as queimadas da Amazônia, ceder às pressões de setores atrasados do agronegócio e assumir o vexaminoso papel de vilão climático mundial, mercados se fecham para o Brasil, prejudicando a nossa economia.

Axel Grael



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Estudo IBM: Consumidores pagarão em média 35% a mais por produtos sustentáveis e de procedência transparente em 2020

Pesquisa feita em parceria com NRF revela que propósito e procedência vão gerar maiores lucros para bens de consumo este ano

NOVA YORK, NY, 10 de janeiro de 2020 - A IBM (NYSE: IBM) divulgou um novo estudo sobre tendências globais de consumo que revela que o propósito da marca supera o custo e a conveniência para os compradores de hoje. A pesquisa, desenvolvida em parceria com a National Retail Federation (NRF), entrevistou cerca de 19 mil consumidores de 28 países (incluindo o Brasil) em todos os grupos demográficos e gerações, com idades entre 18 e 73 anos, para entender melhor como as decisões de compra individuais estão evoluindo e ajudar as empresas de bens de consumo embalados (CPG, na sigla em inglês) a navegar em um cenário competitivo e de mudança no comércio.

Hoje, um terço de todos os consumidores deixará de comprar seus produtos preferidos se perderem a confiança e um terço já parou de comprar suas marcas favoritas de longa data em 2019. Os pesquisados estão priorizando empresas que são sustentáveis, transparentes e alinhadas com seus principais valores ao tomar decisões de compra. Eles estão dispostos a pagar mais e até mudar seus hábitos de consumo, pelas marcas que acertam nisso.

Ao mesmo tempo, os comportamentos mudaram drasticamente e os consumidores agora compram quando e onde for mais conveniente - geralmente enquanto fazem outra coisa. 7 em cada 10 pessoas compram em "micro-momentos" ou ao mesmo tempo que realizam suas tarefas diárias. Enquanto a compra por impulso eventualmente acontecia em um passado recente, agora é a norma atual, incluindo compras feitas em um dispositivo móvel enquanto está em uma loja física.

Com a proliferação de marcas e produtos à disposição dos compradores em qualquer lugar e a qualquer momento, os valores corporativos superam os custos e a conveniência dos produtos. Consumidores de todas as idades e rendas estão dispostos a pagar preços mais altos por produtos alinhados com seus valores pessoais.

  • Em média, 70% desses compradores que valorizam o propósito pagam um valor adicional de 35% do custo inicial para compras sustentáveis, como produtos reciclados ou ecológicos.
  • 57% deles estão dispostos a mudar seus hábitos de compra para ajudar a reduzir o impacto ambiental negativo.
  • Além disso, hoje, 79% de todos os consumidores afirmam ser importante que as marcas forneçam autenticidade garantida, como certificações, ao comprar produtos. Dentro deste grupo, 71% estão dispostos a pagar um valor adicional - 37% a mais em média - para empresas que ofereçam total transparência ao produto.

"A transparência é prova de que uma organização e suas ofertas são o que a empresa afirma ser. As marcas podem alavancar dados e integrar tecnologia blockchain como diferenciais de marca que efetivamente fornecem transparência e rastreabilidade - o que também aumentará os lucros, pois o estudo mostra que os compradores pagam mais se um varejista puder demonstrar sua procedência ", disse Luq Niazi, diretor global da IBM Consumer Industries.

O mercado moderno criou uma nova geração de clientes que trazem maiores demandas e desafios que os varejistas devem enfrentar em 2020. Os resultados do estudo revelam grandes mudanças nos comportamentos de compra dos consumidores, que exigem uma mudança fundamental na forma como os varejistas e as marcas de produtos de consumo criam afinidade com a marca.

Como custo e conveniência não são mais a principal força motriz dos varejistas, a IBM recomenda os seguintes métodos para recuperar a participação de mercado de maneiras novas e competitivas:

Ganhar a confiança dos consumidores por meio da transparência e rastreabilidade: com os "micro-momentos" em ascensão, as empresas precisam ir além da simples oferta de serviços convenientes ou mais rápidos para ganhar a confiança dos clientes. As marcas voltadas aos consumidores agora precisam se diferenciar, oferecendo acesso a informações detalhadas que anteriormente eram desnecessárias, como a forma como seus produtos são fabricados, a qualidade dos ingredientes, se eles são sustentáveis ​​ou de origem ética, e em que condições.

A Terra Delyssa, produtora de azeite da Tunísia, é uma dessas marcas que já está incorporando rastreabilidade em seus dados e produtos. Na NRF, revelaremos que a Terra Delyssa está usando blockchain para criar um registro de proveniência que permite aos consumidores rastrear o azeite do varejista de volta à fazenda usando um código QR ou número de lote.

Avaliar a sustentabilidade por meio do impacto econômico: a redução do impacto ambiental agora vai além da embalagem reciclável ou da pegada de carbono. As marcas que atuam com um propósito também devem ajudar a construir uma economia circular e sustentável para as gerações futuras. Para preservar recursos e eliminar o desperdício no cenário atual do comércio, a sustentabilidade deve ser integrada e medida de ponta a ponta e em toda a cadeia de suprimentos para os fabricantes de bens de consumo embalados.

A IBM Sterling continua a expandir seu ecossistema de parceiros de negócios e desenvolvedores para fornecer aos varejistas inovação e experimentação direcionadas. Por meio das parcerias da IBM Sterling com Salesforce, Sapient e Project 44, a IBM está ajudando os clientes a resolver desafios complexos da cadeia de suprimentos, resultando em envolvimento contínuo do cliente e visibilidade total em toda a jornada do varejo - desde a criação e entrega do pedido, gerenciamento do ciclo de vida da remessa e otimização de retornos.

Agregar mais flexibilidade, e não mais produtos: à medida que as interações digitais continuam a influenciar a maneira como os consumidores compram, os varejistas precisam inovar na loja física para fornecer uma experiência consistente da marca em todos os canais. No entanto, o desafio para muitos varejistas é a capacidade de implementar e integrar rapidamente novos recursos com seus ambientes de tecnologias de lojas existentes para permitir que eles atendam continuamente às expectativas dos consumidores.

"Os compradores são cada vez menos incentivados por serviços como entrega no mesmo dia ou coleta gratuita na loja - ou influenciados por promoções e benefícios direcionados -, mas pagam preços mais alto por produtos alinhados com seus valores. Os resultados do estudo mostram que a disposição de pagar esse diferencial por marcas confiáveis​​ é mais alta para os compradores da Geração Z. Portanto, os varejistas precisam ser proativos na avaliação e compreensão do que impulsiona os principais compradores atuais e futuros, além de aumentar as margens de seus negócios ", disse Mark Mathews, vice-presidente de desenvolvimento de pesquisa e análise da indústria da NRF.

Para ajudar os varejistas a gerenciar esses problemas e acelerar a inovação das lojas, a IBM anunciará durante a NRF 2020 o 'Store in the Cloud', um conjunto de recursos pré-integrados da IBM em colaboração com seu ecossistema de desenvolvedores que inclui Flooid (anteriormente PCMS), Opterus, RelevanC, Trax, entre outros.

Projetado para varejo e desenvolvido com as tecnologias híbridas abertas da IBM e da Red Hat, o Store in the Cloud é uma plataforma personalizável e econômica que utiliza os recursos de Inteligência Artificial e IoT. Isso permite que os varejistas estendam rapidamente experiências digitais para lojas físicas, forneçam interações personalizadas consistentes, melhorem a satisfação do cliente, capacitem os associados com aplicativos intuitivos, permitam que os consumidores comprem de qualquer maneira que escolherem e gerenciem melhor os custos da loja.

No evento NRF Big Show, que ocorrerá de 12 a 14 de janeiro de 2020, em Nova Iorque, a IBM demonstrará os novos recursos no estande (# 3521).

Mais informações sobre a IBM na NRF 2020 estão disponíveis no link: www.ibm.com/industries/retail-consumer-products

Sobre o IBM Institute for Business Value
O IBM Institute for Business Value (IBV) faz parte da unidade de Serviços IBM e desenvolve conhecimento estratégico factual para executivos de negócios seniores em questões críticas nos setores público e privado. Siga @IBMIBV no Twitter. Para ver um catálogo completo de nossa pesquisa ou se registrar para receber nosso newsletter, visite www.ibm.com/ibv

IBM
Vanessa Garcia Xavier
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quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Inscrições para concurso da Clin começam nesta sexta-feira





06/01/2020 – Nesta sexta-feira (10), começam as inscrições para o concurso da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), que seguem abertas até o dia 9 de fevereiro. O processo seletivo oferece 176 vagas, além de formação de cadastro reserva. São 150 oportunidades para o cargo de gari, duas para médico do trabalho, 18 para motoristas e seis para operadores de máquinas pesadas. O valor da taxa de inscrição varia de R$ 40 a R$ 80. Os candidatos devem se inscrever pelo site www.selecon.org.br.

Para a função de gari, o salário base é de R$ 1.078,60, adicional de insalubridade de 40%, plano de saúde e odontológico, além de auxilio funeral. Para o cargo de motorista, o vencimento inicial é de R$ 2.157,11, adicional de insalubridade de 20%, plano de saúde e odontológico e auxilio funeral. Para operador de máquinas pesadas, a remuneração será de R$ 2.579,09, mais plano de saúde e odontológico e auxilio funeral. Já para médico do trabalho, o salário é de R$ 4,965,50, além de plano de saúde e odontológico, e auxilio funeral.

O edital para o concurso foi divulgado no Diário Oficial do município, no último sábado (4). O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, destacou que o processo seletivo tem como objetivo manter o padrão de excelência do serviço realizado pela Clin ao longo dos últimos anos.

“Niterói tem uma qualidade de serviço na área de limpeza urbana que é de excelência e conquistou, recentemente, pelo terceiro ano consecutivo, o primeiro lugar no Estado do Rio, e o segundo no ranking nacional de Limpeza Urbana. Isso se deve ao trabalho sério e competente realizado pela Clin”, disse Neves, referindo-se ao Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana, desenvolvido pelo Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selur) e pela PwC, no qual foram avaliadas 3.317 cidades de todo o País, incluindo as capitais. Niterói ficou atrás somente da cidade de Santos, em São Paulo.

O presidente da Clin, Luiz Carlos Fróes, contou que a Companhia tem 1.453 garis em atividade atualmente.

“O último concurso para gari na Clin foi realizado em 2015 com o preenchimento de 80 vagas. Será uma ótima oportunidade para reforçarmos nosso quadro de funcionários. Além disso, 300 vagas serão para cadastro de reserva válido por dois anos”, explicou Fróes.

Nesta seleção, haverá prova objetiva para todos os cargos. A data prevista para a realização da prova objetiva é dia 8 de março de 2020, às 15 horas. Os candidatos aos cargos de gari, motorista e operador de máquinas pesadas, aprovados na primeira etapa, que é a prova objetiva, farão, ainda, prova de capacidade física, no dia 28 de março, e os aprovados realizarão a prova prática no dia 11 de abril. Todos os aprovados farão também exame psicotécnico, que acontecerá no dia 25 de abril

A prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório, terá duração de duas horas para os cargos de gari, motorista e operador de máquinas pesadas, e de três horas para o cargo de médico do trabalho. Os candidatos às vagas do primeiro segmento do ensino fundamental (1º a 4ª série) responderão a questões de múltipla escolha, com questões de língua portuguesa, raciocínio lógico e conhecimentos gerais do município de Niterói para os cargos de gari, motoristas e operador de máquinas pesadas.

Quem está concorrendo às vagas de médico do trabalho responderá a questões de língua portuguesa, noções de informática e conhecimentos específicos. O resultado final será divulgado no dia 8 de maio.










domingo, 5 de janeiro de 2020

INFERNO CLIMÁTICO NA AUSTRÁLIA: semelhanças nos retrocessos e nas suas consequências



Durante o Reveillon, um canguru corre em desespero diante de um prédio em chamas na Austrália, foto BBC.


Tenho acompanhado nos últimos dias, com muita tristeza e preocupação, a catástrofe climática que vem assolando a Austrália, que já vitimou 23 pessoas, já queimou seis milhões de hectares de florestas e parques. Mais de 1.300 residências já foram destruídas e este já é considerado o maior desastre climático da história da Austrália.

Segundo estimativas, "os incêndios florestais na Austrália são 3 vezes maiores que em 2018 e 6 vezes mais extensos que os recentes na Amazônia", como destacou o ambientalista e representante brasileiro em eventos internacionais sobre a emergência climática, Alfredo Sirkis. É esta a dimensão do problema.

Reúno aqui algumas informações que pude obter na mídia especializada ou fontes jornalísticas, para um olhar preliminar sobre a tragédia que está acontecendo naquele país.

Desastre humanitário, para florestas e animais

As imagens são comoventes: sofrimento, destruição e incapacidade de resposta. No meio da destruição cenas desesperadas de solidariedade: pessoas arriscando a vida para salvar animais das chamas. Estudos recém divulgados, estimam que meio milhão de animais já devem ter morrido nos incêndios, inclusive dizimando a população dos carismáticos e carinhosos coalas. Esta é provavelmente a imagem que mais correu o mundo e chocou a opinião pública mundial.

É ainda mais triste quando lembramos que a Austrália é caracterizada pelos endemismos, ou seja, abriga espécies que só existem lá, como os famosos cangurus, símbolo do país. O que acaba lá, acaba em todo o planeta.




Coala parou ciclista para pedir água. Vimos uma cena parecida em Mato Grosso no ano passado. Imagem: Reprodução/Instagram. Fonte: UOL

Mais de 12 milhões de acres queimaram até agora, uma área maior que a Suíça ou a Bélgica. Os incêndios começaram em setembro e especialistas dizem que o pior ainda está por vir.

Em várias partes do país, cidades estão sendo destruídas e a população está sendo obrigada a fugir para as praias e aguardar resgate, como aconteceu em Mallacootta, no estado de Vitória. Os refugiados referem-se ao cenário de destruição e chamas com a expressão: o céu ficou vermelho-sangue!

Vale lembrar que em 2019, no auge das queimadas na Amazônia, também vivemos aqui no Brasil um fenômeno urbano causado por incêndios florestais em áreas distantes, como ocorreu com a fumaça que encobriu a cidade de São Paulo e, num fenômeno meteorológico raro, deu a impressão de anoitecer em pleno dia.


Fonte: Tweet de Fiona Bateman, em BBC

Navio da Marinha resgata centenas de moradores e turistas. Fonte: BBC

Congestionamento para sair de área da Austrália onde há incêndios, em 2 de janeiro de 2020 — Foto: Peter Parks/AFP. Fonte: G1

Diante da tragédia, a população tem sido orientada a deixar as suas casas e providenciar o resgate para lugares mais seguros tem sido um drama paras famílias e um desafio logístico para as autoridades e militares envolvidos.

Nos últimos dias, cenas de milhares de pessoas socorridas e transportadas para lugares mais seguros tomaram as páginas da mídia internacional. As autoridades afirmam que essa era provavelmente a maior operação de resgate marítimo em tempos de paz da história da Austrália.

Há relatos de desabastecimento nas cidades mais afetadas, com escassez de alimentos, de combustível e outros insumos básicos.

Entendendo os motivos meteorológicos dos incêndios

Na Austrália, o fogo tem sido atribuído a fatores climáticos que causaram um longo período atípico de seca em várias partes do país, deixando a vegetação mais vulnerável, além de ventos fortes e temperaturas muito altas. Diferente do que acontece na Amazônia, onde as chuvas em 2019 estiveram dentro da normalidade, num ano neutro em termos do efeito do fenômeno El Niño. Os incêndios têm origens criminosas, causadas pela grilagem e apropriação de terras públicas, ou ainda a expansão da fronteira agrícola (liderada pela pecuária). O problema foi seriamente agravado por uma política do atual governo federal de estímulo à destruição da floresta.

A Austrália já vinha enfrentando rigores climáticos há algum tempo. O mês de janeiro de 2019 já havia sido considerado mais quente da história (Veja). Não foi por falta de sinais da natureza, mas interesses e políticas públicas baseadas em convicções ideológicas anti-ambientais paralisaram as medidas de prevenção.

Os mapas abaixo demonstram que a distribuição dos focos de incêndio e a forte onda de calor abrange toda a extensão do país.


Como pode ser visto no mapa acima, os incêndios estão por todo o território australiano.

Fonte: BBC

Temperatura Média Máxima no dia 29 de dezembro. Fonte: BBC


Muitas cidades ainda estão ameaçadas pela violência das chamas que assolavam o campo no início da semana e que se aproximam cada vez mais. Os relatos são de agravamento do problema, uma vez que o calor está intenso e o vento tem dificultado o combate às chamas.

Cientistas têm atribuído a propagação descontrolada das chamas também a um fenômeno chamado pirocumulonimbus (vide figura abaixo), no qual a própria fumaça das queimadas gera nuvens de tempestade que produzem descargas elétricas que podem causar a ignição de novos focos de incêndio.


Fonte: BBC

Segundo explicações dos meteorologistas, o motivo da longa seca que já assola a Austrália há pelo menos três anos, seria o fenômeno chamado "Indian Ocean Dipole Positivo", que concentra temperaturas mais elevadas junto à costa da África e mais frias junto à Austrália, provocando um aumento de intensidade de chuvas na África e seca na Austrália, como pode ser visto na imagem abaixo:


Fonte: BBC

Além dos danos à população e para a biodiversidade, os impactos dos incêndios têm alcance muito maior do que apenas ao território australiano e já são verificados inclusive na Nova Zelândia, ilha vizinha embora afastada da Austrália.

A foto abaixo mostra o tom caramelo da neve no Parque Nacional Tai Poutini Oriental.


Marcas da fuligem do fogo na Austrália na neve da Nova Zelândia. Fonte: BBC


EMERGÊNCIA CLIMÁTICA, NEGACIONISMO E RETROCESSOS POLÍTICOS

Comecei o texto aqui falando em tristeza e preocupação com as notícias que chegam da Austrália, mas ao analisar os fatos sob o olhar político devo acrescentar os sentimentos de indignação e contrariedade. O primeiro-ministro da Austrália, o direitista Scott Morrison, do Partido Liberal, elegeu-se com um discurso anti-meio ambiente e com argumentos anti-crise climática, revertendo os compromissos assumidos anteriormente pelo país diante da comunidade internacional. Elegeu-se com o apoio do eleitorado carvoeiro e ruralista.

Morrison ficou conhecido por ter levado um pedaço de carvão para o Parlamento, quando era Tesoureiro do país, em fevereiro de 2017, e ter pedido aos membros da oposição que “não tivessem medo” (Veja).

Morrison e Bolsonaro

Você está achando alguma semelhança com o quadro brasileiro e com o nosso presidente? De fato, os dois são da mesma linha ideológica. Assim como aqui, Morrison também usou um discurso negacionista, teses que não encontram sustentação científica e fake news e foi eleito como mandatário do regime parlamentarista local.

Na condução da crise climática australiana e amazônica, mais semelhanças: num primeiro momento, Morrison minimizou o problema e no melhor estilo verborrágico bolsonariano, afirmou inicialmente que os brigadistas (na Austrália são quase todos voluntários) "estão trabalhando por que querem". Em plena crise, com pessoas morrendo, florestas em chamas e propriedades sendo destruídas, o premier foi tirar umas férias no Havaí. Somente após o crescimento do sentimento de revolta da população e da repercussão internacional, decidiu mobilizar maiores contingentes das forças armadas para ajudar a população.

Assim como aqui, onde o presidente contestou e demitiu o presidente do INPE, o renomado cientista Ricardo Galvão, por ter divulgado verdades sobre os incêndios na Amazônia, o primeiro-ministro de lá também desafiou a ciência e reagiu contra as previsões do Serviço de Meteorologia da Austrália que relacionou a vulnerabilidade aos incêndios às questões climáticas.

Aqui, a motivação era o compromisso do presidente com os segmentos mais atrasados do agronegócio e do empresariado nacional. Lá na Austrália, segundo os críticos, a resistência de Morrison deve-se à dependência da matriz energética do país ao carvão e o lobby do setor.

Na Austrália, analistas políticos avaliam que Morrison poderá ser o primeiro chefe de estado a cair em função do clima, aqui...

Vilão climático

O Brasil de Bolsonaro juntou-se ao que há de mais retrógrado e reativo aos necessários acordos climáticos, que como já afirmamos aqui é do maior interesse do Brasil até por motivos econômicos, só não interessam a algumas das grandes corporações que defendem o "business as usual". O papel procrastinatório da diplomacia brasileira nos mais recentes encontros sobre o clima foi duramente criticado.

Em 2013, a Austrália foi um dos países agraciados com o prêmio ao contrário "Fóssil Colossal", oferecido pela Climate Action Network (CAN) ao país que mais dificultou os processos de negociação internacional em clima no ano. No mês passado (dezembro), a mesma "honraria" foi oferecida ao anti-ministro do meio ambiente brasileiro Ricardo Salles, pela performance da diplomacia brasileira na COP 25.

O nosso constrangimento como brasileiros e do próprio governo tem sido tão grande que, em setembro, a inscrição do discurso do representante brasileiro na Cúpula do Clima, em Nova York, foi vetado sob o argumento que o "Brasil não apresentou nenhum plano para aumentar o compromisso com o clima". O mesmo aconteceu com a Austrália! (Folha de São Paulo). Paradoxalmente, no mesmo evento em que representantes oficiais do Brasil e Austrália não tiveram lugar no palco, a ativista sueca de 16 anos, Greta Thunberg, xingada de "pirralha" por Bolsonaro, teve voz e brilhou.

Recentemente (10/12), durante a COP 25, foi divulgado o Índice de Desempenho perante as Mudanças Climáticas (CCPI, na sigla em inglês) pelo Instituto NewClimate, pela ONG Germanwatch e pela rede Climate Action Network, destacando as economias com a maior intensidade de emissões de gases poluentes do mundo e indicando quem está trabalhando mais em termos de proteção climática (DW Brasil).




Apesar da atitude negligente do governo brasileiro perante os incêndios na Amazônia, os "micos" planetários protagonizados pelo nosso presidente na Assembleia da ONU e do nosso anti-ministro do meio ambiente na COP de Madri, ainda somos medianamente salvos no ranking pela nossa matriz energética, embora estejamos na pior classificação no critério de política climática.

Além do Brasil e Estados Unidos, aparecem nas piores colocações em termos de política climática: Malta, República Tcheca, Hungria, Romênia, Polônia, Japão, Argélia, Bulgária, Turquia e Austrália.
Tanto em alguns destes países como aqui, diante dos retrocessos da política ambiental nacional, é na atuação estadual ou municipal que estão se verificando avanços.

Amazônia

Em 2019, vivemos na Amazônia e em outras partes do país uma situação semelhante à da Austrália, com um grande agravante: aliado ao negacionismo do atual governo, presenciamos uma política premeditada (prometida na campanha eleitoral) de desmonte da política ambiental e de incentivo aos mecanismos de destruição da floresta, ou seja: desmobilização da fiscalização ambiental e retórica oficial de apoio à grilagem e à expansão da fronteira agrícola.

No Brasil, vivemos o constrangimento do desmonte do instrumento de apoio internacional ao financiamento das iniciativas de gestão sustentável da Amazônia e o anti-ministro bradar em instâncias decisórias mundiais por compromissos ambientais da comunidade internacional.

Mesmo durante a crise política brasileira (governos Dilma e Temer), o Brasil avançou nos seus compromissos ambientais. Com os atuais retrocessos, estamos desperdiçando oportunidades de ajudar o mundo e ainda nos beneficiar das vantagens que temos.

A ONU lançou a Década da Restauração dos Ecossistemas (2021-2030), baseado em estudos que demonstram ser necessário o plantio de 1,3 trilhão de árvores, para ajudar a reverter as mudanças climáticas. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA sugeriu investir 2% do PIB mundial para a formação de uma economia verde, que significaria US$ 1,3 trilhão/ano.

E o Brasil é o país com maior potencial para ajudar o mundo nessa tarefa e, no como disse o ex-economista ambiental e meu colega de faculdade, Gunars Platais, "o Brasil está numa posição de ouro" para contribuir e até se beneficiar. O Brasil se comprometeu, no Acordo de Paris, a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 e até se organizou para isso, ao lançar o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), que dá as diretrizes para a recuperação de 12 milhões de hectares.

Portanto, assim como estamos vendo na Austrália, no Brasil os desastres ambientais punem a população e o patrimônio natural pela irresponsabilidade e a imprevidência dos governos nacionais.

Vergonhosamente, saímos da posição de protagonistas para o de vilões ambientais. E, ao se olhar para trás para os últimos meses e para o triste presente, o que se vê são apenas cinzas. Que se faça luz às trevas!

Axel Grael




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