OUTRAS PÁGINAS DO BLOG

domingo, 30 de junho de 2019

Preço do gás e desemprego elevam uso da lenha para cozinhar no Brasil



Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em maio deste ano mostraram que 14 milhões de brasileiros usavam lenha ou carvão para cozinhar alimentos em 2018. Foto: José Cruz / Agência Brasil


Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil

Queima trará efeitos negativos para saúde e meio ambiente

O aumento desregrado do uso de lenha nas casas trará consequências negativas tanto para a saúde quanto para o meio ambiente do país. Esse é um dos alertas do estudo desenvolvido pela professora Adriana Gioda, do Departamento de Química do Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CTC/PUC–Rio).

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em maio deste ano mostraram que 14 milhões de brasileiros usavam lenha ou carvão para cozinhar alimentos em 2018, aumento de 3 milhões de pessoas em comparação a 2016. “Aumentou muito nos últimos dois anos”, comenta a professora.

Segundo Adriana Gioda, a expansão do uso da lenha no preparo de alimentos no Brasil está relacionada ao aumento do preço do botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP). “Isso é muito visto, principalmente nas regiões mais pobres. No Nordeste, o aumento do uso de lenha é muito maior do que nas outras regiões”, diz. Conforme a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (ANP), a queda de 1% no consumo de GLP, de 2017 para 2018, significou 13,2 bilhões de litros consumidos a menos em todo o Brasil.

Em dezembro de 2017, quando o preço do GLP na refinaria chegava ao maior valor até o momento (R$ 24,38), a alta em relação a julho de 2017 atingia 37%. Em maio de 2018, mesmo com queda no preço das refinarias, o aumento acumulado desde julho de 2017 alcançava 24%, de acordo com informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O desemprego também contribuiu para o aumento da lenha nas casas brasileiras. Com ele, segundo Adriana, vem um problema adicional, que é o uso de lenha catada, não comercial, em fogões rústicos, com queima ineficiente. “As pessoas acabam consumindo mais lenha e sendo expostas a uma quantidade grande de partículas, o que agrava os problemas de saúde”, explica.

Além da poluição do ar, tanto no ambiente interno como externo, as pessoas acabam tendo doenças variadas. O primeiro efeito são os problemas respiratórios, como asma, bronquite, em função das partículas. “No longo prazo, isso acaba indo para a corrente sanguínea, entrando no cérebro e afetando vários órgãos do corpo”, adverte.

Adriana Gioda destaca que nas regiões Sul e Sudeste, também se usa lenha, mas de boa qualidade. “Rio Grande do Sul e Minas Gerais, por exemplo, fazem uso da lenha, mas têm fogões, lareiras e churrasqueiras de boa qualidade. Sem contar que a lenha é comercializada nessas regiões. Você compra lenha, não pega lenha de floresta”, comenta.

A pesquisa da professora Adriana Gioda foi publicada na revista científica Biomass and Bioenergy, usando dados disponíveis de 2016 do IBGE e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

Poluição

A pesquisadora observa que quando houve distribuição no país do Vale Gás, ocorreu diminuição do uso de lenha. “Só que, agora, o Vale Gás foi incorporado ao Bolsa Família, mas o programa não obriga as pessoas a comprarem gás. Elas acabam abrindo mão de comprar gás e optando pelo que necessitam mais”. O Vale Gás foi um programa de distribuição de renda implementado pelo governo federal brasileiro em 2001 para atender os beneficiários da Rede de Proteção Social, juntamente com o Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação.

Pesquisas internacionais têm mostrado o alto grau de poluição causado pela queima de lenha e carvão na cozinhar e como isso é prejudicial à saúde no ambiente doméstico. Em determinados casos, a poluição doméstica ultrapassa limites de segurança e as emissões de combustão, que mistura monóxido de carbono, metano e partículas variadas, como a fuligem, contribuem diretamente para o aumento de doenças e da mortalidade.

Em termos globais, Adriana informou que quase 3 bilhões de pessoas usam lenha como principal combustível, o que equivale a 40% da população mundial. Na África e na Ásia, chega a 95% a parcela da população que cozinha com lenha, em fogões que não são adequados. “Muita gente morre em decorrência dos efeitos da exposição”, ressalta.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registradas mais de 4,3 milhões de mortes no mundo, das quais cerca de 70 mil na América Latina e Caribe, provocadas pela poluição do ar no ambiente doméstico, gerada pela utilização da lenha e carvão. A maioria das mortes é prematura e afeta principalmente mulheres e crianças.

Estimativa

Com sua equipe de pesquisa, Adriana Gioda procura dimensionar o custo do uso crescente da lenha pelas famílias, que pressiona o Sistema Único de Saúde (SUS). Em parceria com a organização não governamental (ONG) Instituto Perene, a professora está iniciando estudo sobre a utilização de lenha na Bahia, um dos estados que mais consomem esse tipo de produto para cozinhar alimentos, sobretudo na área do Recôncavo Baiano.

Com os resultados apurados, ela pretende fazer projeções do uso da lenha em nível nacional. Conforme a professora, muitos países têm a comprovação de que é mais barato usar outro tipo de combustível. “A gente pretende fazer estimativas do quanto se usa de lenha, como isso está afetando a saúde, um estudo bem grande nessa região mais exposta, para ter um projeto-piloto e transformar isso em termos de Brasil”, diz. A primeira parte da pesquisa deverá ficar pronta em três ou quatro anos.


Fonte: Agência Brasil










Procissão de São Pedro leva fiéis ao bairro de Jurujuba



Procissão de São Pedro ao largo da Praia de Icaraí. Bela foto do prof. Sávio Bruno (Facebook)

A tradicional festa, que acontece na Igreja de São Pedro, contou com missas solenes, procissão terrestre até o píer e procissão marítima. Foto: Marcelo Feitosa


Lucas Schwenke

Cerca de 400 pessoas celebraram o dia de São Pedro no bairro pesqueiro

Cerca de 400 fiéis estiveram, na manhã deste sábado (29), na comunidade de pescadores de Jurujuba, na Zona Sul de Niterói, para celebrar o Dia de São Pedro. A tradicional festa, que acontece na Igreja de São Pedro, na Avenida Carlos Ermelindo Martins, contou com missas solenes e, após o término das mesmas, uma procissão terrestre que seguiu até o píer, onde os seguidores do padroeiro dos pescadores, posteriormente, saíram em procissão marítima, em dezenas de barcos pela Baía de Guanabara, com a imagem do santo embarcada.

Para Lucia Costa, devota de São Pedro, a data é um momento para fortalecer os laços com Deus. Entretanto, ela afirmou que sente falta de barcas voluntárias, como aconteciam em outros anos, para que os fiéis acompanhem a procissão marítima.

“É um dia de proteção divina. São Pedro é um dos meus protetores. Tudo que é espiritual tem grande importância. Eu sou devota, mas sinto falta de termos barcas por aqui, para que possamos acompanhar a procissão marítima. Faltam voluntários para que nós possamos acompanhar todos os festejos”, pontuou.

Entre as lideranças políticas presentes nos festejos estavam Axel Grael, secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão; Giovanna Victer, secretária municipal de Fazenda; e Paulo Bagueira, secretário executivo.

Para Grael, que possui trajetória familiar marcadamente vinculada ao mar, a data é importantíssima para a comunidade niteroiense.

“Eu acho que São Pedro, para esta comunidade, é muito importante por ter sido um santo pescador e navegador. Este é um dia muito importante. A festa é uma festa tradicional da cultura de Niterói, que já tem mais de 100 anos. Desde criança que eu venho acompanhar a procissão aqui. É muito especial para todos os niteroienses”, afirmou Grael.

"Me lembro, desde muito jovem, de assistir à Procissão Marítima de São Pedro da casa do meu avô, Preben Schmidt, na Estrada Fróes, ou de barco pela Baía de Guanabara, com ele, a bordo do emblemático e centenário Aileen". Axel Grael

Hoje, um comboio de motociclistas do moto-grupo “Falcão Peregrino” levará a imagem de São Pedro entre a Praia da Boa Viagem e a Praia de Jurujuba, atravessando toda a orla niteroiense da Baía de Guanabara.

Problemas com caminhão – Fiéis que participavam da procissão precisaram interromper a caminhada por conta de um caminhão que enguiçou atravessado na Avenida Carlos Ermelindo Martins. O veículo quebrou no único caminho até o píer de onde saem as embarcações. Após um carro estacionado do outro lado da rua, no entanto, ser retirado, os devotos puderam passar, poucos por vez, para seguir até o local da procissão marítima.


Fonte: O Fluminense




----------------------------------------



LEIA TAMBÉM:

Centenário do AILEEN (1912-2012): um barco de várias gerações
AILEEN – O BARCO CENTENÁRIO DE TORBEN GRAEL
Preben Schmidt: a inspiração de gerações de velejadores da família Schmidt Grael
Curriculum Vitae manuscrito por Preben Schmidt
Torben Grael compete com a filha em barco do avô: 'Sala de aula da família' 

Com filmes brasileiros, UNESCO disponibiliza mostra online de cinema indígena



Crianças indígenas Kuna deslocadas por conta dos conflitos armados na Colômbia. Foto: ACNUR/ B.Heger


Realizado neste mês pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Festival de Cinema Indígena Online disponibilizou 92 produções audiovisuais que abordam a diversidade linguística e cultural das populações originárias. Com foco em obras feitas na América Latina e Caribe, a mostra conta com documentários brasileiros sobre os povos Kalapalo e Kawaiwete.

Realizado neste mês pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Festival de Cinema Indígena Online disponibilizou 92 produções audiovisuais que abordam a diversidade linguística e cultural das populações originárias. Com foco em obras feitas na América Latina e Caribe, a mostra conta com documentários brasileiros sobre os povos Kalapalo e Kawaiwete.

A iniciativa foi promovida em junho por ocasião da Semana da América Latina e Caribe, realizada dos dias 3 a 7 na sede da UNESCO, em Paris. O festival é parte das ações da agência da ONU para comemorar o Ano Internacional das Línguas Indígenas (2019).

O organismo das Nações Unidas lembra que os idiomas dos povos indígenas carregam competências e conhecimentos inestimáveis, permitindo que os falantes dessas línguas participem do desenvolvimento construtivo, dinâmico e criativo da sociedade. A UNESCO acredita que as línguas indígenas têm o potencial de beneficiar não apenas as populações locais, mas também a humanidade inteira.

O festival apresenta mais de 80 filmes de cineastas profissionais da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, El Salvador, México e Peru.

A seleção contempla uma variedade de idiomas indígenas, falados por entrevistados de documentários e personagens de ficção. Entre as línguas gravadas, estão o Damana (Povo Wiwa), Kamëntsá, Awápit, Namtrik (Povo Misak), Nasa yuwe, Mojeño Ignaciano, Chacobo, Chiquitano, Kalapalo, Matlatzinca, Tojolabal, Tojono, Otomí, Waorani, Movima, Machineri, Cavineño, Huasteco, Yaqui, Tseltal, Huichol, Qhas Qut Suñi Urus, Uru Chipaya, Moré, Tsimane, Ch’ol, Mayo, Purépecha, Seri, Cucapá, Weenhayek, Náhuatl, Nasa yuwe, Guaraní, Mosenten Beni, Kayabi/Kawaiwete, Millcayac, Matapi, Tinigua, Tehuelche, Guaná, Chaná, Uru uchumataqu, Tapiete, Awajún, Quechua, Amahuaca, Taushiro, Sapanish.

As produções discutem temas como o conhecimento indígena sobre o meio ambiente, educação, produção e consumo sustentáveis, preservação do patrimônio cultural e natural e o papel das mulheres indígenas. As obras estão disponíveis com legendas em inglês/espanhol.

Com o festival, a UNESCO quer reiterar que as línguas indígenas e os seus sistemas de pensamento representam uma fonte valiosa de conhecimentos para o desenvolvimento sustentável, a consolidação da paz e os processos de reconciliação nas sociedades. Esses idiomas, na visão da agência da ONU, trazem informações importantes para os contextos ambientais, educativos, econômicos, sociais e políticos.

Esses saberes também podem ser fonte de soluções originais para problemas contemporâneos como as mudanças climáticas, uma vez que os povos indígenas desempenham um papel central na preservação da natureza.

Confira as obras da mostra clicando aqui ou abaixo.


sábado, 29 de junho de 2019

Projetos em conservação e manejo sustentável da biodiversidade serão apoiados



Chamada em parceria com a SIMA e a Fundação Florestal vai selecionar projetos que inovem na gestão das Unidades de Conservação do Estado de São Paulo com base nas Metas de Aichi (foto: Serra do Mar/ Matheus Faria, Wikimedia Commons)


A FAPESP, por meio de seu Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA-FAPESP), anuncia o lançamento de nova chamada de propostas, inserida no âmbito do convênio firmado com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA) e a Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo (FF).

O objetivo dessa chamada é selecionar e apoiar projetos de pesquisa inovadores para promoção da conservação, da restauração e do uso sustentável da biodiversidade com foco na gestão de Unidades de Conservação (UCs) do Estado de São Paulo, visando à implantação das Metas de Aichi (Plano Estratégico 2011-2020 da CDB – Convenção da Diversidade Biológica).

As propostas deverão abordar de um (mínimo) a três (máximo) dos dez temas que sumarizam os objetivos subjacentes à cooperação entre FAPESP, SIMA e FF e que balizarão o apoio a ações futuras para o manejo e conservação das UCs.

A chamada é aberta a pesquisadores de Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa, públicas ou privadas, no estado de São Paulo. As propostas devem ser enviadas exclusivamente pelo Sistema SAGe (www.fapesp.br/sage) até 3 de setembro, e serão apoiadas de acordo com as normas da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

A avaliação das propostas ocorre em dois âmbitos – por um lado, a FAPESP fará uma análise colegiada com base nos critérios específicos da modalidade de apoio; por outro, um Comitê Gestor do Convênio realizará um exame quanto à aderência aos termos e temas da Chamada.

A chamada está disponível em: www.fapesp.br/12910.

Página atualizada pela última vez em 24 de junho de 2019


Fonte: FAPESP











CDL-NITERÓI publica entrevista com resumo das Metas da Prefeitura para 2019-2020







A revista O Lojista, publicação mensal da Câmara de Dirigentes Lojistas de Niterói - CDL-Niterói, incluiu na edição de Junho de 2019 uma entrevista comigo apresentando as Metas da Prefeitura de Niterói para o último biênio da atual gestão (2019-2020).

Como secretário da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG, recebi e incumbência do prefeito Rodrigo Neves para coordenar e organizar as metas da reta final do governo.

Essas metas foram determinadas pelo prefeito a cada órgão da administração municipal. O resultado foi apresentado por mim em evento realizado no Teatro Popular de Niterói, em maio de 2019.





No total, foram estabelecidas cerca de 200 metas, com entregas de infraestrutura e serviços para o cidadão, bem como metas de gestão e organização interna da Prefeitura, para o aprimoramento constante da administração municipal.

O nosso agradecimento à direção da CDL pela oportunidade de informar os empreendedores do comércio da cidade quanto aos compromissos assumidos pelo governo municipal para os próximos meses.

Axel Grael
Secretário
Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG
Prefeitura de Niterói



------------------------------------------------


LEIA TAMBÉM:

Acesse as entregas já realizadas pela atual gestão da Prefeitura
Acessa as metas do governo para 2019-2020
METAS 2019-2020: Niterói apresenta projetos para próximos dois anos 

Programa NITERÓI DE BICICLETA participa do VELO CITY 2019, maior evento sobre bicicletas no mundo








Nesta semana a Prefeitura de Niterói esteve no Velo-City 2019, em Dublin – Irlanda.

O arquiteto e urbanista Filipe Simões, assessor do Niterói de Bicicleta, (programa sob a responsabilidade da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG, da Prefeitura de Niterói), representou o município no evento, onde apresentou o trabalho "Bike Parade in Niteroi - 34 years inspiring men, women, the elderly and young people towards a new vision".

O trabalho versa sobre a experiências de a experiência do Programa Niterói de Bicicleta, em parceria com a sociedade civil, em mobilizar a população em favor do uso das bicicletas como opção de mobilidade na cidade.

Niterói já conta com mais de 30 quilômetros de rotas cicláveis e prepara-se para dar início à implantação do Sistema Cicloviário da Região Oceânica de Niterói, parte do Programa Região Oceânica Sustentável - PRO-Sustentável, que implantará mais 60 km de infraestrutura cicloviária na região.

A conferência, que é o maior evento sobre o uso da bicicleta como opção de mobilidade no mundo, é organizado pela Federação de Ciclistas Européia (ECF),e aconteceu entre os dias 25 e 29 de junho.

Axel Grael
Secretário
Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG
Prefeitura de Niterói








SEPLAG promove workshop sobre o aperfeiçoamento na elaboração do orçamento





A Subsecretaria de Orçamento, da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG, em parceira com a Escola de Governo e Gestão - EGG, também vinculada à SEPLAG, ofereceu, no dia 27/06, o Workshop sobre “Ferramentas e Casos para Elaboração dos Orçamentos Setoriais”, no auditório da Fundação Municipal de Educação.

Com a participação de mais de 60 servidores responsáveis pela elaboração das propostas orçamentárias setoriais, o objetivo do workshop foi capacitar os servidores em técnicas de planejamento orçamentário, bem como realizar estudos de casos visando explorar possibilidades e, assim, compreender as dificuldades do processo de elaboração da proposta orçamentária setorial.

Fonte: EGG/SEPLAG







FAO firma parceria para proteger recursos naturais e povos da Amazônia



A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) firmaram nesta quarta-feira (26) uma nova parceria para trabalhar na conservação e na restauração dos recursos naturais na Amazônia. A cooperação entre os organismos prevê um diálogo permanente com as comunidades locais e os povos indígenas da região.


Vista aérea da Floresta Amazônica, próximo a Manaus (AM). Foto: Flickr (CC)/CIAT/Neil Palmer


A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) firmaram nesta quarta-feira (26) uma nova parceria para trabalhar na conservação e na restauração dos recursos naturais na Amazônia. A cooperação entre os organismos prevê um diálogo permanente com as comunidades locais e os povos indígenas da região.

O acordo das duas instituições lança as bases para fortalecer a gestão sustentável de uma área que é fundamental ao equilíbrio climático do mundo. A parceria vem acompanhada de um plano de ação para superar as brechas econômicas e sociais que persistem na Amazônia.

“Os desafios da região amazônica, como os de todos os outros ecossistemas de grande importância, são tanto de caráter ambiental, social e econômico, como cultural. A Amazônia sofre ameaças que vão desde a mudança do uso do solo e da terra, o desmatamento, a implementação de certas infraestruturas sem boas práticas até o comércio ilegal da fauna e da flora”, afirmou a secretária-geral da OTCA, Alexandra Moreira Lopez, durante a assinatura do acordo.

“Essa colaboração nos ajudará definitivamente a trabalhar em áreas muito importantes, como a gestão sustentável da floresta amazônica e de seus recursos hídricos.”

A especialista ressaltou ainda a importância de proteger um ecossistema “vasto e rico em recursos naturais”, sem esquecer que ele é habitado por 40 milhões de pessoas.

“Não podemos falar apenas de uma gestão de preservação dos recursos naturais, mas, necessariamente, também temos que falar do uso sustentável da sua biodiversidade e (falar) em gerar instrumentos e ferramentas para as economias dessa região”, disse Alexandra.

A especialista defendeu a criação de oportunidades para os moradores da Amazônia, a fim de diminuir as desigualdades que existem na região e em toda a América Latina. “O trabalho conjunto permitirá que sejamos criativos na geração dessas ferramentas e na melhoria das cadeias produtivas derivadas do fornecimento de produtos da floresta e dos recursos hídricos, incluindo os produtos pesqueiros e da aquicultura.”

O diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, enfatizou a importância da cooperação internacional para a proteção da Amazônia e dos seus povos.

“Acredito que todos estamos de acordo com (o fato de) que, se não unirmos esforços, não conseguiremos preservar o patrimônio fundamental que a Amazônia representa nem conservar as tradições e modos de vida que permitiram que a biodiversidade do pulmão do planeta beneficiasse não apenas os oito países da bacia amazônia, como também toda a humanidade”, afirmou o chefe da agência da ONU.

A FAO tem uma ampla tradição de trabalho em questões de floresta, preservação dos recursos hídricos e do meio ambiente e apoio aos direitos dos povos indígenas. O organismo é uma das organizações convidadas a dar contribuições técnicas para a Assembleia Especial para a Região Pan-amazônica, realizada pelo Sínodo dos Bispos, encontro convocado pelo papa Francisco para outubro de 2019, no Vaticano.

A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) é uma instituição intergovernamental formada por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. A entidade incentiva o desenvolvimento sustentável e a inclusão social na Amazônia.


Fonte: Nações Unidas no Brasil








EDITORIAL DE O GLOBO: Bolsonaro trata questões ambientais com nacionalismo e bravatas





Viagem do presidente para reunião do G-20 mostra sua dificuldade de entender o problema

Editorial

Em no mínimo uma falha diplomática, o desembarque do presidente Jair Bolsonaro em Osaka, no Japão, para sua primeira reunião de cúpula do G-20, não será lembrado por algum aspecto positivo do Brasil. Pelo contrário.

Queiram ou não, o país tem sua imagem ligada ao meio ambiente, para o bem ou o mal. Com Bolsonaro no Planalto, para o mal, dado o discurso anticonservacionista adotado pelo presidente já na campanha eleitoral. O novo governo tentou atenuar esta postura, até porque Bolsonaro, depois da vitória, foi alertado: desdenhar cuidados com os diversos biomas se traduzirá em prejuízos às exportações brasileiras de alimentos, devido a boicotes que sofrerão, principalmente na Europa, onde a conscientização ambientalista evoluiu muito.

Provam isso referências feitas sobre a relação do Brasil com o meio ambiente, antes do desembarque de Bolsonaro, por dois participantes de peso do G-20 — a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron.

Bolsonaro respondeu de forma arrogante, inapropriada, à intenção expressa de Merkel de ter uma “conversa clara” com o presidente brasileiro sobre o tema, e ao alerta de Macron de que a França não assinaria o tratado comercial longamente negociado entre o Mercosul e a União Europeia, fechado ontem, caso o Brasil saia do Acordo do Clima, firmado em Paris. Consta que o Brasil aceitou o pré-requisito francês, para que o tratado não naufragasse no final dos entendimentos.

É nesses encontros de cúpula que governantes estabelecem relações pessoais entre si, de grande relevância para a diplomacia, e tomam contato direto com fatos a que nem sempre dão o devido valor quando vistos de seus países de origem.

A resposta de Bolsonaro mostra que esta viagem poderá fazer bem a ele e a seu governo. O presidente, num arroubo nacionalista infantil, disse que o Brasil tem exemplos para dar a Alemanha sobre meio ambiente. Faltaram ao presidente informações sobre o crescimento alemão no uso de fontes limpas de energia, a eólica e a solar.

Ainda tomado pela inspiração de forte sentimento nacionalista, Bolsonaro soltou a conhecida bravata: “o presidente que está aqui não é como alguns anteriores, que vieram para ser advertidos por outros países”. Repetiu Lula e ministros petistas. Os extremos se encontram.

Se a comitiva presidencial voltar do Japão ao menos com dúvidas sobre a ideia de um liberou geral no meio ambiente, já terá valido a longa viagem.


Fonte: O Globo








sexta-feira, 28 de junho de 2019

NITERÓI CONTRA QUEIMADAS: Prefeitura vai financiar aumento do efetivo dos Bombeiros na cidade



Prefeito recebeu nesta terça o novo comandante dos Bombeiros de Niterói. Divulgação/Prefeitura de Niterói


Prefeitura vai pagar para militares trabalharem em Niterói em seus dias de folga

25/06/2019 – A Prefeitura de Niterói vai firmar no mês que vem um convênio com o Corpo de Bombeiros para dobrar o efetivo da corporação na cidade, pagando gratificações a agentes de outras cidades que aceitarem trabalhar em Niterói nos dias de folga. Nesta terça-feira (25), o prefeito Rodrigo Neves recebeu em seu gabinete o novo comandante dos Bombeiros em Niterói, o coronel bombeiro José Albucacys, para tratar de detalhes do convênio. Também participaram da reunião os secretários, Axel Grael (Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão), Paulo Henrique de Moraes (Gabinete de Gestão Integrada) e Walace Medeiros (Defesa Civil e Geotecnia), além do deputado estadual Coronel Salema e do comandante do 12º Batalhão, tenente-coronel Sylvio Ricardo Guerra.

O convênio com o Corpo de Bombeiros seguirá o mesmo padrão do termo firmado com a Polícia Militar que possibilitou triplicar o número de policiais nas ruas da cidade. A exemplo do Programa Estadual de Integração de Segurança (Proeis), da PM, o convênio com os Bombeiros vai permitir que agentes de outras cidades do estado sejam voluntários para trabalhar em Niterói nos dias de folga em troca de uma gratificação paga pela Prefeitura de Niterói, através do Regime Adicional de Serviço (RAS). Serão investidos pela Prefeitura R$ 3 milhões por ano.

“Acredito nessa integração das forças públicas para atender as demandas da população. A Prefeitura não tem medido esforços para reforçar o efetivo policial na cidade e agora vamos estender este esforço para garantir um efetivo maior do Corpo de Bombeiros”, disse o prefeito.

Segundo o coronel Albucacys, o efetivo extra será de grande ajuda no período de estiagem, que começa agora, quando aumentam os riscos de incêndios florestais.

“O Corpo de Bombeiros está bem equipado para atender emergências na cidade, no entanto, essa demanda extraordinária de incêndios florestais requer o emprego de uma força de trabalho maior e realmente nós precisamos desse apoio da Prefeitura para ampliarmos nosso contingente nesse período”, destacou Albucacys.

O deputado estadual Coronel Salema disse que as iniciativas da prefeitura em apoio às forças de segurança e ao Corpo de Bombeiros beneficiam diretamente a população.

“A Prefeitura de Niterói tem ajudado muito as forças de segurança, com o Proeis, o Niterói Presente e reformando instalações da polícia, entre outras ações. Estender esses benefícios para os Bombeiros dá aos moradores a tranquilidade de poder contar com serviços de qualidade em qualquer emergência”, disse o deputado.

A Prefeitura de Niterói já mantém convênios com os Bombeiros na área de Defesa Civil e no programa de combate às queimadas na cidade.

Postos de salvamento – Em outra parceria com o Corpo de Bombeiros, moradores e frequentadores das praias da Região Oceânica terão à sua disposição uma base fixa de apoio para caso de emergências e os salva-vidas que atuam nesses locais terão uma estrutura melhor para atender ao público. A Prefeitura de Niterói iniciou, semana passada, a construção de um dos seis postos salva-vidas fixos que atenderão a região. O trabalho começou pela Praia de Piratininga.

Serão seis postos no total, sendo três em Piratininga, um em Camboinhas, um em Itaipu e um em Itacoatiara. O projeto arquitetônico apresentado para os equipamentos inclui dois pavimentos, depósito, banheiro e uma sala que funcionará como observatório.

Orçada em R$ 842.089,86 e com previsão de conclusão em até seis meses, a obra integra o Programa Região Oceânica Sustentável (PRO-Sustentável) e tem o objetivo de apoiar o desenvolvimento da região nas áreas de Ecoturismo e Gestão de Praias.


Fonte: O Fluminense













Um fundo de R$ 200 milhões, com o dinheiro do petróleo




Reprodução | marinetraffic.com


Por Lauro Jardim

Há uma cidade que talvez esteja conseguindo fugir da 'maldição do petróleo'. Trata-se de Niterói, que recebe gordos royalties oriundos do Campo de Lula, na Bacia de Campos.

Em março passado, a prefeitura criou um fundo de longo prazo para fazer uma poupança para a cidade com esse dinheiro do petróleo.

Foi iniciado com um aporte de R$102 milhões. Hoje, está com R$ 124 milhões. E, amanhã, o prefeito Rodrigo Neves vai depositar mais R$ 76 milhões no fundo, que chegará a um total de R$ 200 milhões.

A grana do fundo não pode ser usada para pagamento de dívida ou de folha salarial — como ocorre no estado do Rio de Janeiro, por exemplo. Mais: a cada ano, apenas 20% dos recursos podem ser sacados.


quinta-feira, 27 de junho de 2019

SporTV mostra série “Gerações da Vela” com a família Grael



Da esquerda para a direita, Torben Grael, Erik Schmidt, Anders Schmidt e Lars Grael

Por Mari Peccicacco

Axel e Erik Schmidt, 79 anos, irmãos gêmeos, foram pioneiros da vela brasileira. No Brasil, competiram entre si, mas nos torneios internacionais, aliviavam suas forças alternando de posições no timoneiro e proeiro conforme a categoria. Foram responsáveis por muitos títulos relevantes para a vela brasileira. Já a irmã Margarete Schmidt, na mesma época, competia de igual para igual com os gêmeos consagrados quando não havia nem a categoria feminina nessa modalidade. São estas e outras emocionantes histórias e curiosidades que a nova série do SporTV – Gerações da Vela – vai abordar em quatro episódios, durante os meses de junho e julho. Nomes como Torben e Lars Grael e outros integrantes da família referência da Vela no país serão personagens principais em diferentes episódios.

A série documental, dirigida por Marcos Guttmann e produzida por Silvia Fraiha, estreia no próximo dia 28, às 22h30, no SporTV3, com a história de Axel e Erik Schmidt, contada em quatro episódios de 25 minutos: A Primeira Geração, Torben Grael, Lars Grael e A Nova Geração.

Foram entrevistados ao todo, para o Gerações da Vela, 28 personagens durante um ano de gravação. Entre as competições que serviram de cenários para algumas das mais belas imagens, estão o Campeonato Leste Brasileiro, em Cabo Frio-RJ, o Mundial de Vela, em Aarhus (Dinamarca), o Europeu da Classe Star, realizado na Alemanha, o Sul-Americano da Classe 49er, em Florianópolis, além do Sul-Americano de Star (ICRJ/Rio de Janeiro) e a Regata Preben Schmidt (Rio Yatch Club/RJ), todos realizados em 2018.

Torben Grael, o mais completo velejador brasileiro de todos os tempos, com mais de 30 títulos brasileiros em diversas classes, seis títulos mundiais, cinco medalhas olímpicas (sendo duas de ouro), uma final de America´s Cup, a regata mais antiga e prestigiada da Vela mundial, e a consagrada vitória no Volvo Ocean Race, regata de volta ao mundo em 2009, estrela o segundo episódio, previsto para o dia 5 de julho, às 22h30, no SporTV3.

Um capítulo especial vai mostrar um dos momentos que marcaram a história da vela, quando Lars Grael se acidentou em uma regada em 1998. O terceiro episódio vai ao ar no dia 12 de julho, às 21h30, no SporTV3, com o exemplo de superação para o mundo. Lars começou a velejar com seus irmãos Torben e Axel, quando conquistou seu primeiro título mundial com apenas 19 anos. Em 1998, já com duas medalhas olímpicas e dezenas de títulos, ao se preparar para sua quinta Olimpíada, se acidentou gravemente e acabou perdendo uma perna. Incentivado por Torben, que hoje administra também o Projeto Grael, voltou a velejar e já adicionou mais de oito títulos de nível internacional. Lars virou símbolo de superação, um grande vitorioso no esporte brasileiro e hoje atua como presidente da Federação Brasileira de Vela e Motor. O episódio marcou o reencontro de Lars com seu primo Anders Schmidt, um dos velejadores que ajudaram a salvar a vida. Os dois voltaram a velejar juntos vinte anos após o acidente.

No dia 19 de julho, às 22h30, o SporTV3 exibe “A Nova Geração”, o quarto episódio da série Gerações da Vela. Martine, filha de Torben, 26 anos, já foi eleita a melhor velejadora do mundo em 2014 e carrega uma responsabilidade grande por ser a terceira geração de uma família consagrada na modalidade. Martine conquistou uma emocionante medalha de ouro nas Olimpíadas Rio 2016. Marco Grael, filho mais velho de Torben, também já representou o Brasil nas olimpíadas e Nicholas, filho de Lars, que integra a classe 49er como nova geração.

Serviço:

1º episódio: A Primeira Geração
Exibição: 28/06, às 22h30, no SporTV3

2º episódio: Torben Grael
Exibição: 05/07, às 22h30, no SporTV3

3º episódio: Lars Grael
Exibição: 12/07, às 21h30, no SporTV3

4º episódio: A Nova Geração
Exibição: 19/07, às 22h30, no SporTV3

Direção: Marcos Guttmann
Produção: Silvia Fraiha


Da assessoria

Fonte: Notícias Náuticas



--------------------------------------


LEIA TAMBÉM:

SporTV mostra série “Gerações da Vela”, com histórias de um dos esportes mais vitoriosos do Brasil
Lars Grael participa de homenagem à Marinha do Brasil na Câmara dos Deputados 
Axel Grael é homenageado pela Firjan Leste Fluminense 
INGRID SCHMIDT GRAEL: concursos de Miss e os Jogos da Primavera, na década de 1950

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Restauração em larga escala já ocorre na Mata Atlântica, mostra estudo inédito



Foto: Vinicius Depizzol/ Flickr Creative Commons


Estudo estima qual é o atual estágio da restauração de florestas nativas na Mata Atlântica. Foi identificada a recuperação de aproximadamente 740 mil hectares de florestas, ou cerca de 740 mil campos de futebol. A meta é reflorestar 1 milhão de hectares até 2020

De forma inédita, um estudo conseguiu estimar qual é o atual estágio da restauração de florestas nativas na Mata Atlântica. Segundo o artigo “There is hope for achieving ambitious Atlantic Forest restoration commitments”, publicado na revista científica Perspectives in Ecology and Conservation, cerca de 740 mil hectares de florestas estavam em recuperação entre 2011 e 2015 no bioma.

O estudo foi produzido pelo Pacto para a Restauração da Mata Atlântica, um movimento criado em 2009 por empresas, órgãos do governo, organizações da sociedade civil e centros de pesquisa, para estimular a restauração de 15 milhões de hectares de áreas degradadas no bioma até 2050. O trabalho envolveu mais de 20 autores, de dez instituições diferentes.




Em 2011, o Pacto se comprometeu com o Desafio de Bonn (Bonn Challenge) com a meta de restaurar 1 milhão de hectares na Mata Atlântica até 2020. Os resultados do estudo mostram que é possível bater essa meta.

“Os números trazem a esperança de que metas de restauração ambiciosas possam ser atingidas, trazendo benefícios para a população e ajudando o Brasil a cumprir seus compromissos internacionais”, diz Renato Crouzeilles, líder do estudo e pesquisador do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS).

O Brasil se comprometeu com a recuperação de 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030 no seu Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa e no Desafio de Bonn.

A restauração de paisagens e florestas é uma atividade crucial para recuperar áreas degradadas do País, protegendo a biodiversidade, nascentes, rios, solo e ampla promoção dos serviços ecossistêmicos. Além disso, a restauração pode mover uma economia da floresta nativa baseada em produtos não-madeireiros, plantação de árvores nativas para madeira, coleta de frutas, castanhas, sementes e extração de princípios ativos para fármacos e essências.

“O estudo vem demonstrar a importância de iniciativas multissetoriais para o ganho de escala e abertura de oportunidades socioeconômicas na cadeia produtiva da Restauração florestal”, diz Severino Ribeiro, que foi o coordenador do Pacto para a Restauração da Mata Atlântica durante o desenvolvimento do estudo.

Ludmila Pugliese, atual coordenadora do Pacto ressalta: “É vital o engajamento da sociedade na ampliação da escala da restauração, já que essa atividade deve ser vista como um meio de transformação da sociedade. Dessa forma é importante cada vez mais ressaltar seu aspecto inclusivo e agregador. Estamos comunicando a resposta positiva de toda sociedade frente a uma dos maiores desafios do século.”

Fatores da restauração

Usando o mapeamento de satélite do projeto MapBiomas, o trabalho estima que estavam em processo de recuperação entre 673 e 740 mil hectares de florestas nativas nos anos de 2011 e 2015 na Mata Atlântica. Se essa tendência se mantiver até 2020, o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica superará seu compromisso de restauração, atingindo a recuperação de cerca de 1,4 milhão hectares de florestas nativas na Mata Atlântica.

Olhando os números mais de perto, o estudo estima que cerca de 300 mil hectares de florestas foram recuperados por intervenções ativas de um dos mais de 350 membros do Pacto. O restante pode ter sido restaurado por outros atores ou ser resultado de regeneração natural, no entanto, não é possível distinguir a contribuição de cada técnica de restauração.

Segundo os autores, a Mata Atlântica registrou resultados positivos na recuperação florestal graças a três fatores: o desenvolvimento de uma estratégia de governança, comunicação e articulação em 14 dos 17 estados; o estabelecimento de um sistema de monitoramento da restauração; e a promoção de visão e estratégia para influenciar políticas públicas e ações de restauração em diferentes esferas.

Avanços sob risco

Apesar das boas notícias com os ganhos da restauração na Mata Atlântica relatadas pelo Pacto, os avanços estão em risco em função das mudanças na politicas ambientais, incluindo estruturas de governança coletiva sem amplo debate e as propostas de alterações para enfraquecer o Código Florestal.

A política socioambiental do Brasil a décadas é referência internacional conferindo um valor adicional para a produção agrícola brasileira e puxando grandes discussões à cerca da mudança climática, pagamento por serviços ambientais, combate ao desmatamento e consequentemente da restauração florestal. Harmonizar a força produtiva vinda do campo e a proteção de matas e vegetações naturais tem sido um diferencial para o Brasil que precisa ser conservado e aprofundado.

Acompanhe os números da restauração por estado (em hectares):




Fonte: Página 22









RS e SC preparam plano de ação territorial para espécies criticamente ameaçadas de extinção



Analistas ambientais da Sema e da Fepam participaram de oficina para elaboração do Plano de Ação Territorial para Espécies Ameaçadas

Analistas ambientais e pesquisadores do Departamento de Biodiversidade da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) participaram da primeira oficina para elaboração do Plano de Ação Territorial para Espécies Ameaçadas de Extinção do Planalto Sul do Projeto Pró-Espécies. O evento aconteceu entre os dias 11 e 14/6 no campus de Lages da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

A oficina contribuiu para o planejamento de ações para a conservação de espécies ameaçadas de extinção nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que ficará sob a coordenação da Sema e do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC) e terá duração de cinco anos.

A metodologia implementada para a elaboração do plano de ação Planalto Sul é uma inovação do Projeto Pró-Espécies, com foco na fauna e flora, considerando o habitat das espécies em uma abordagem territorial, sem limitar os esforços dos estados. O projeto Pró-Espécies estabeleceu 12 territórios de proteção de espécies consideradas Criticamente em Perigo que não contam com uma estratégia de conservação.

A maioria das espécies pertencem à flora (17), tendo como exemplos a Codonorchis canisioi, Eryngium ramboanum e Petunia reitzii e a fauna que está representada por cinco espécies ameaçadas: Aegla brevipalma, Cycloramphus valae, Phyllocaulis renschi, Pulsatrix perspicillata pulsatrix e Trichomyclerus tropeiro.

Ao todo são 22 espécies ameaçadas de extinção. A maioria está registrada no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (2018), do ICMBio e no Livro Vermelho da Flora do Brasil (2013) do JBRJ. Sete espécies estão categorizadas como espécies criticamente ameaçadas apenas nas Listas Estaduais de Espécies Ameaçadas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Conforme Leonardo Urruth, coordenador executivo do PAN Planalto Sul e analista ambiental da Sema “as espécies do PAN Planalto Sul possuem características em comum o fato de estarem criticamente ameaçadas de extinção, de existir pouca informação científica sobre a maioria delas e de ocorrerem em ambientes muito específicos ou com distribuição muito restrita no território. Portanto, são espécies que dependem fortemente da proteção dos ecossistemas onde ocorrem para sua conservação”.

Elaboração do PAN Planalto Sul

Durante a oficina, os participantes elaboraram o objetivo geral do plano para os próximos cinco anos: “Conservação da Biodiversidade do Território Planalto Sul, considerando aspectos biológicos, sociais, culturais e econômicos, com ênfase nas espécies focais”. Definiram ainda os seis objetivos específicos relacionados às principais ameaças identificadas.

Para cada objetivo foi construído um conjunto de ações que devem ser implementadas nos próximos cinco anos, cada uma com seu respectivo articulador, colaboradores, prazos, produtos, assim como outras informações importantes para o planejamento e acompanhamento do plano.

Ao final da oficina foi constituído o Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) do plano de ação, que conta com representantes dos diferentes setores participantes da oficina que acompanharão o plano durante o seu ciclo de implementação.

“A aproximação entre pesquisadores, gestores de áreas protegidas, instituições públicas, representações de produtores e ONGs, promovida pelo PAN Planalto Sul como um ato de grande importância para aumentarmos a eficácia e a efetividade na conservação e uso sustentável da biodiversidade” constatou Eridiane Lopes da Silva, analista ambiental do ICMBio e responsável pela Pesquisa e Monitoramento nos Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral no Rio Grande do Sul.

Após a elaboração do Plano de Ação Territorial do Planalto Sul será criado o sumário executivo como meio de divulgação e por último a publicação do plano oficial pelos estados responsáveis pela coordenação e implementação no território. Dentro das potencialidades do plano procura-se reduzir o risco de extinção das espécies que não se encontram em planos de ação ou em Unidades de Conservação (UCs) através das ações estabelecidas na oficina.

Também participaram da oficina, representantes de órgãos ambientais municipais, pesquisadores acadêmicos, ONG´s, polícia militar ambiental, representantes do setor produtivo, sociedade civil organizada, Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e WWF-Brasil.


Fonte: SEMA RS











Cel DICKSON GRAEL homenageado pela COMISSÃO DESPOSTIVA MILITAR DO BRASIL










VOCÊ SABIA QUE...

O Coronel do Exército Dickson Melges Grael, ex-presidente da Comissão de Desportos das Forças Armadas, que redigiu o Decreto que regulamentou o Desporto Militar Brasileiro, também é patriarca de uma das famílias mais vitoriosas do esporte brasileiro? 

O Iatismo no Brasil, esporte popularmente conhecido como vela, teve enorme incentivo da família Grael. A esposa do Coronel Dickson, Ingrid Grael, também era velejadora, e seus irmãos Axel e Erik Schmidt foram os primeiros brasileiros campeões mundiais de vela, em 1961. 

Hoje, ao se falar neste esporte, imediatamente se remete aos irmãos e medalhistas olímpicos, Torben e Lars Grael, filhos do Cel Dickson e à Martine Grael, filha de Torben, que foi integrante do Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) do Ministério da Defesa e conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Até hoje, a vela deu ao Brasil 18 medalhas olímpicas, sendo 8 delas conquistadas pela família Grael.

Nascido na cidade de Dois Córregos-SP, em 1922, o Cel Dickson sempre foi um grande incentivador do esporte. Pioneiro do paraquedismo militar no Brasil, formou-se na Airborne School nos Estados Unidos, em 1946 e foi instrutor de vários cursos de paraquedismo militar e civil, trazendo este esporte para dentro dos quartéis brasileiros. Também, vale destacar que o Coronel Dickson, junto com o Coronel Paulo Altemburg Brasil, compôs “Irmãos do Condor”, uma das canções mais conhecidas do paraquedismo militar no Brasil, com o tradicional brado: “Quatro pronto, três pronto, dois pronto, um pronto, à porta... já!”.

Realizou o curso de instrutor na Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), em 1949, e foi atleta das Forças Armadas nas modalidades de corrida de fundo, vôlei, basquete e tênis.
Nos anos de 1975 e 1976, Dickson Grael foi presidente da Comissão de Desportos das Forças Armadas, ocasião em que realizou uma reestruturação do órgão, que passou a se chamar Comissão Desportiva Militar do Brasil (CDMB). Redigiu, ainda, o Decreto que regulamentou o Desporto Militar Brasileiro e, nos anos de 1976 e 1977, foi vice-presidente do Conselho Internacional de Esporte Militar (CISM), com sede em Bruxelas, na Bélgica.

Em 2017, o Ministério da Defesa prestou uma justa e merecida homenagem ao Cel Dickson Grael, concedendo-lhe, Post-Mortem, a Medalha do Mérito Desportivo Militar, como reconhecimento a este ícone da história do esporte brasileiro que deixou um legado de conquistas extremamente relevante para o País.

Fonte: Comissão Desportiva Militar do Brasil



-----------------------------------------------


LEIA TAMBÉM:

"AVENTURA, CORRUPÇÃO E TERRORISMO: À SOMBRA DA IMPUNIDADE": o legado democrático e patriótico de Dickson Grael  
Lars Grael visita o Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa

Família Grael

INGRID SCHMIDT GRAEL: concursos de Miss e os Jogos da Primavera, na década de 1950 

terça-feira, 25 de junho de 2019

SporTV mostra série “Gerações da Vela”, com histórias de um dos esportes mais vitoriosos do Brasil



Erik Schmidt, o decano da família, durante as gravações. Foto Divulgação


Série de documentários é dividida em quatro capítulos e conta com participação de diversas gerações da vitoriosa família Grael, que fez história na modalidade

Por GloboEsporte.com — Rio de Janeiro

No próximo dia 28 de junho, às 22h30, o SporTV3 começa a exibir a série de documentários "Gerações da Vela". Serão quatro episódios de 25 minutos relatando quatro histórias vitoriosas da vela brasileira: A Primeira Geração, Torben Grael, Lars Grael e A Nova Geração.

As reportagens, dirigidas por Marcos Guttmann e produzidas por Silvia Fraiha serão exibidas sempre às sextas-feiras, às 22h30. A primeira traz a história de Axel e Erick Schmidt, irmãos gêmeos que foram pioneiros na vela brasileira.


"Gerações da Vela" conta com quatro episódios passando por várias épocas da vela brasileira — Foto: Divulgação


Torben Grael, o mais completo velejador brasileiro de todos os tempos, com mais de 30 títulos brasileiros em diversas classes, seis títulos mundiais, cinco medalhas olímpicas (sendo duas de ouro), estrela o segundo episódio, previsto para o dia 5 de julho, às 22h30, no SporTV3.

O terceiro traz o drama de Lars Grael, que se acidentou em uma regata em 1998 e acabou perdendo uma perna. Apesar disso, voltou a velejar com a ajuda do irmão e conquistou mais oito títulos em sua vitoriosa carreira. O episódio vai ao ar no dia 12 de julho, às 21h30.


Lars Grael é a estrela do terceiro episódio da série — Foto: Divulgação


Por fim, no dia 19 de julho, às 22h30, "A Nova Geração" traz como protagonistas os mais jovens membros da família a escrever páginas nas Olimpíadas, com destaque para Martine Grael, campeã em 2016 ao lado de Kahena Kunze e eleita melhor velejadora do mundo em 2014.

Foram entrevistados ao todo, para o "Gerações da Vela", 28 personagens durante um ano de gravação. Entre as competições que serviram de cenários para algumas das mais belas imagens, estão o Campeonato Leste Brasileiro, em Cabo Frio-RJ, o Mundial de Vela, em Aarhus (Dinamarca), o Europeu da Classe Star, realizado na Alemanha, o Sul-Americano da Classe 49er, em Florianópolis, além do Sul-Americano de Star (ICRJ/Rio de Janeiro) e a Regata Preben Schmidt (Rio Yatch Club/RJ), todos realizados em 2018.

Fonte: SporTV










Supermercados trocam sacolas descartáveis por reutilizáveis nesta quarta-feira; entenda a novidade



Até dezembro, os estabelecimentos irão distribuir gratuitamente aos clientes duas sacolinhas recicláveis a cada compra Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo


Medida visa reduzir o impacto ambiental das sacolinhas

Saulo Pereira Guimarães

RIO - Os supermercados do estado do Rio serão obrigados a substituir as sacolas descartáveis por versões reutilizáveis a partir da próxima quarta-feira. Fruto da lei 8006/2018, do deputado Carlos Minc (PSB), a medida visa a reduzir o impacto no meio ambientedesse tipo item, que polui mares e aumenta as emissões de carbono, entre outros problemas.

- De acordo com dados dos próprios supermercados, cerca de 4 bilhões de sacolas plásticas são distribuídas por ano no estado do Rio. O meio ambiente não suporta esse volume e isso resulta em inundações, alagamentos, danos a fauna marinha e outras situações - afirmou o parlamentar.

De acordo com dados dos próprios supermercados, cerca de 4 bilhões de sacolas plásticas são distribuídas por ano no estado do Rio.

Até dezembro, os estabelecimentos irão distribuir gratuitamente aos clientes duas sacolinhas recicláveis a cada compra. Quem quiser mais terá de pagar R$ 0,08 por cada unidade. A partir de janeiro do ano que vem, todas as sacolas serão cobradas. A ideia ecologicamente correta foi bem-recebida pelos cariocas, que aguardam com expectativa a novidade:

- Vai ser uma boa oportunidade para mudar. Não me incomodo de pagar por algo que vou poder usar depois - afirmou Maria Salete Nascimento, de 62 anos, dona de casa e moradora do Humaitá.

Conheça os detalhes da nova regra:

O que diz a nova lei?

A lei 8006/2018, de autoria do deputado estadual Carlos Minc (PSB), proíbe a distribuição de sacolas descartáveis feitas de polietilenos, propilenos e outros materiais plásticos no estado do Rio e determina a adoção de sacolas recicláveis, que tenham na composição 51% de materiais de fontes renováveis.

Já o projeto de lei 69/2019, do mesmo parlamentar, deve ser sancionado pelo governador Wilson Witzel nos próximos 15 dias e define multas para quem descumprir a nova regra e metas para a redução do uso de sacolinhas.

Quem terá de cumprir?

Todos os tipos de estabelecimentos comerciais estão submetidos à regra, que tinha prazo de 1 ano a partir da entrada em vigor para começar a valer de fato. A partir da próxima quarta-feira, os supermercados não poderão mais distribuir sacolas descartáveis. Em dezembro, será a vez de farmácias, padarias e outros estabelecimentos de menor porte, com até 10 funcionários.

Como serão as sacolas?

De acordo com a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), serão oferecidas sacolas com capacidade para 4, 7 e 10 quilos nas cores verde e cinza. A ideia é que os consumidores usem as verdes para o descarte de lixo reciclável, que poderá ser feito nos próprios supermercados, e as cinzas para restos de comida e outros materiais não-recicláveis.

Como novidade funcionará?

De junho até dezembro de 2019, os supermercados se comprometeram a fornecer gratuitamente 2 sacolas reutilizáveis aos consumidores a cada compra realizada. Quem quiser mais embalagens além dessas terá desembolsar R$ 0,08 por cada uma. Depois desse período, todas as sacolas reutilizáveis serão cobradas.

Qual é a expectativa?

Números levantados pela Asserj e confirmados por outras entidades apontam que o estado do Rio consome cerca de 4 bilhões de sacolas por ano. A expectativa é que essa quantidade caia consideravelmente. Durante as discussões sobre o projeto, os supermercados firmaram o compromisso de reduzir em 40% o número de sacolas consumidas no estado já no primeiro ano de transição do modelo descartável para o reutilizável.

E quem não cumprir?

O Instituto Estadual do Ambiente ficará responsável por punir os estabelecimentos que descumprirem as regras estabelecidas pelo projeto. Os valores das multas irão variar de R$ 342 a R$ 34200, de acordo com reincidência e outros fatores. O Procon estadual irá monitorar se as lojas cobrarão pelas sacolas apenas o preço de custo, como determina o texto.

Como é em outros locais?

A inspiração da nova regra fluminense é uma lei aprovada na cidade de São Paulo há quatro anos. Lá, as sacolinhas plásticas estão proibidas desde abril de 2015 e cada consumidor desembolsa entre R$ 0,08 e R$ 0,13 por versões reutilizáveis feitas de bioplástico e com capacidade para suportar 10 quilos. Um ano após a entrada em vigor da regra, a Associação Paulista de Supermercados verificou uma queda de 70% no número de sacolas utilizadas pelos consumidores.

Fonte: O Globo










segunda-feira, 24 de junho de 2019

Ritmo de liberação de agrotóxicos em 2019 é o maior já registrado



Brasil já liberou 169 agrotóxicos em 2019 — Foto: Divulgação


Aprovações vêm crescendo desde 2016, mas frequência aumentou neste ano, com 169 produtos liberados até meados de maio. Ativistas manifestam preocupação e governo diz que maioria dos produtos aprovados já são usados no país.

Por Luísa Melo, G1*

Nunca foi tão rápido registar um agrotóxico no Brasil: o ritmo de liberação atual é o maior já documentado pelo Ministério da Agricultura, que divulga números desde 2005. A quantidade de pesticidas registrados vem aumentando significativamente nos últimos 4 anos. Mas, em 2019, o salto é ainda mais significativo – até 14 maio, foram aprovados 169 produtos, número que supera o total de 2015, marco da recente disparada.

Ativistas do meio ambiente e da saúde manifestam preocupação, dizendo que mais veneno está sendo "empurrado" à revelia para a população.

Por outro lado, governo e indústria argumentam que o número de registros aumentou porque o sistema ficou mais eficiente, sem perder o rigor de avaliação, que a quantidade de substâncias novas aprovadas é mínima e que os químicos são seguros se forem usados corretamente.

"São produtos 'genéricos', cujas moléculas principais já estão à venda, que vão trazer diminuição de preço, para que os produtores possam ter viabilidade nos seus plantios", disse ao G1 a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, no fim de abril.

"Não se tem nenhuma insegurança na liberação desses produtos, que estavam lá numa fila enorme e que eram represados por problemas ideológicos", completou a ministra, na abertura de uma feira em Uberaba, Minas Gerais.

Brasil usa 500 mil toneladas de agrotóxicos por ano, mas quantidade pode ser reduzida, dizem especialistas

No último dia 21, foi anunciada a liberação de mais 31 agrotóxicos, totalizando 169. Na conta não entram 28 registros publicados no "Diário Oficial da União" em janeiro, mas que tinham sido concedidos no fim de 2018.

Mesmo assim, a quantidade aprovada neste ano, até 14 de maio, é 14% superior à do mesmo período no ano passado. E é maior do que a registrada em todo o ano de 2015, quando o crescimento começou a disparar. Ativistas estão preocupados.

"A população já deixou bem claro que não quer agrotóxicos e isso está sendo empurrado goela abaixo. Neste governo, o agrotóxico tem espaço garantido. É uma escolha política que gera mudanças nas instituições", diz Marina Lacôrte, especialista em agricultura e alimentação do Greenpeace.


Quantidade de agrotóxicos liberados no Brasil desde 2005 — Foto: Diana Yukari/Arte G1


Pouca novidade, alta toxicidade

Dos 169 agrotóxicos registrados neste ano, nenhum é inédito. Mais da metade (52%) são cópias de princípios ativos aprovados anteriormente.

Outros 15% são produtos finais e 28% são seus "genéricos". A minoria (5%) são produtos biológicos, à base de organismos vivos, como fungos e bactérias – alguns deles podem ser usados até em orgânicos.

Desse total, no entanto, 48% são classificados como alta ou extremamente tóxicos, conforme levantamento do Greenpeace.

Ainda segundo o Greenpeace, 25% dos produtos aprovados pelo governo neste ano não são permitidos na União Europeia. "O que a gente está vendo é que o Brasil acabou virando um depósito de agrotóxicos que são proibidos lá fora", diz Marina Lacôrte.

Renato Alencar Porto, diretor da Anvisa, rebate a afirmação. "É verdade que tem produtos que estão proibidos em outros lugares do mundo e que não estão aqui? É verdade. Mas existem critérios que não têm nada a ver com risco toxicológico. Qual é a dificuldade de você proibir um agrotóxico em um país onde você não usa ele, por exemplo? Nenhuma."

De todos os aprovados no ano, 8 são moléculas ou misturas de glifosato, herbicida associado a um tipo de câncer em processos milionários nos Estados Unidos e alvo de polêmica também no Brasil.

Entenda o que é o glifosato, o agrotóxico mais vendido do mundo


A última molécula inédita registrada no país foi o sulfoxaflor, em 2018. Mas ainda não foram permitidos produtos formulados à base dessa substância – o G1 apurou que já há pedidos em andamento, mas eles aguardam sinal verde do Ibama. O sulfoxaflor é relacionado à redução de enxames de abelhas em estudos no exterior.

Por que o registro está mais rápido?

A maior velocidade na liberação de pesticidas nos últimos 3 anos, segundo o Ministério da Agricultura, se deve a "medidas desburocratizantes" adotadas nos órgãos que avaliam os produtos, em especial na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), considerada o principal gargalo.

Como é feito:

É preciso o aval de 3 órgãos:

  • Anvisa, que avalia os riscos à saúde;
  • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que analisa os perigos ambientais;
  • Ministério da Agricultura, que vê se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.

Tipos de registros de agrotóxicos:

  • Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.
  • Produto técnico equivalente: "cópias" de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;
  • Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;
  • Produto formulado equivalente: produto final "genérico".

Para acelerar as avaliações, a Anvisa deslocou servidores de outras áreas para o setor de agrotóxicos e passou a setorizar os pedidos, o que, segundo a própria agência, trouxe mais eficiência. O diretor Renato Porto, no entanto, afirma que os critérios de avaliação continuam os mesmos desde 1999 e que a segurança sanitária está "absolutamente garantida".

Recentemente, o Ministério da Agricultura passou usar uma ferramenta de trabalho remoto pela qual os funcionários são dispensados de bater ponto, mas têm que cumprir metas 20% maiores.

Mas a principal mudança ocorreu nos últimos anos: o reforço de 4 químicos originalmente lotados na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), justamente para fazer a análise de equivalência das cópias de substâncias.

Mais do mesmo?

O predomínio desses agrotóxicos "genéricos" entre os que foram registrados nos últimos anos não aumenta o risco toxicológico, dizem governo e indústria.

"Estamos falando de produtos que nós já avaliamos a molécula e estamos colocando mais dele no mercado. Numa comparação com medicamentos, seriam os genéricos e similares", diz Porto, da Anvisa."Claro que não é tão igual assim, porque pode haver algumas misturas (...) Muda a fórmula final, não muda o ingrediente ativo."

Mas profissionais da saúde e ativistas do meio ambiente entendem que mesmo as misturas de substâncias já usadas, na prática, podem ser consideradas novos produtos porque reagem de forma diferente.

Para Leticia Lotufo, professora de farmacologia da Universidade de São Paulo (USP), é preciso avaliar caso a caso. "A toxicidade da mistura não necessariamente pode ser prevista pela dos componentes individuais", afirma.

Além disso, segundo ela, a formulação muda o comportamento do princípio ativo no ambiente. "O composto pode se tornar mais recalcitrante [permanece por mais tempo no meio ambiente], por exemplo", explica Leticia. A Anvisa afirma que as análises respeitam um teto de toxicidade.

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que junto com o Greenpeace e outras instituições forma o coletivo Chega de Agrotóxicos, faz um outro alerta. Segundo a médica da entidade, Ada Aguiar, as pesquisas no país só avaliam os efeitos de cada veneno isolado na saúde humana, mas o que acontece na vida real é o contato simultâneo com vários produtos.

"Desconheço no Brasil estudos que avaliam a exposição múltipla, e estamos consumindo produtos que vêm banhados em uma calda tóxica", afirma.

De acordo com Ada, um estudo feito pela Universidade do Ceará entre 2007 e 2011 com mais de 500 trabalhadores rurais comprovou que 97% deles estavam expostos a de 4 a 30 agrotóxicos. "Isso é muito preocupante porque estamos tendo um 'boom' de doenças crônicas", pondera.

Ambientalistas x Embrapa e indústria

Entidades em defesa do meio ambiente temem ainda que a liberação de produtos, mesmo que de substâncias previamente autorizadas, resulte em um uso mais intenso pelos agricultores, já que os preços tendem a cair, como citou a ministra Tereza Cristina.

O Brasil consumiu em 2017 (dados mais recentes) 539,9 mil toneladas de agrotóxicos, à base de 329 princípios ativos, de acordo com o Ibama.

Isso representou US$ 8,8 bilhões (cerca de R$ 35 bilhões no câmbio atual), segundo a associação das fabricantes, a Andef.

"O produtor não vai usar mais porque está mais barato. Os insumos, entre eles os agrotóxicos, estão entre os maiores custos para o produtor, todo mundo quer é reduzir o uso", afirma Marcelo Morandi, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente.

"O que vai acontecer, eventualmente, é a substituição de produtos. A competição é salutar, tem que existir, mas agrega valor até um determinado ponto. Em produtos que já têm grande disposição no mercado, 4 novas marcas não vão alterar muito a competição de preços", diz Mario Von Zuben, diretor executivo da Andef.

'Pacote do veneno'

Apesar de comemorar a celeridade nas liberações, a indústria reclama que as reproduções de produtos já permitidos estão sendo priorizadas em detrimento de novos, que podem ser menos tóxicos que os antigos.

A lista de agrotóxicos aguardando liberação no Brasil tem hoje cerca de 1.000 pedidos. Entre eles, 33 são moléculas inéditas.

"Isso [o aumento da velocidade] é louvável, existia um represamento de registros que ficaram parados por muito tempo e foi dada vazão pelas administrações atuais. Mas o ponto que nos incomoda com essas aprovações de genéricos é o fato de que as novas moléculas estão ficando para trás", diz Von Zuben, da Andef.

Segundo a Anvisa, 97% das petições para produtos formulados equivalentes (genéricos de misturas já aprovadas) são atendidas sem nenhuma exigência técnica. "A indústria não erra para pedir esse produto, porque ele é simplesmente uma cópia", diz Renato Porto, diretor da agência.

Desenvolver um princípio ativo inédito para agrotóxico leva de 10 a 11 anos e custa em torno de US$ 286 milhões, segundo a Andef.

Liberar o uso dessas substâncias novas demora de 6 a 8 anos no Brasil, tempo que a indústria e representantes do agronegócio querem reduzir para 2, com garantia legal. Essa é uma das demandas do projeto de lei 6.299/02, que ficou conhecido como "pacote do veneno".

A ministra Tereza Cristina, então deputada pelo DEM-MS, foi a presidente da comissão especial que aprovou o projeto na Câmara dos Deputados, antes de ele seguir para a votação no plenário da casa, que ainda não tem data definida.

Para o Greenpeace, a aceleração do ritmo de aprovações é, de certa forma, uma maneira colocar o PL em prática sem mudar a lei.

"O que a gente vê é exatamente o pacote do veneno que saiu da pauta legislativa e está sendo colocado em prática pelo novo governo. A estratégia é a mesma: colocar mais veneno no dia a dia das pessoas. A diferença é que antes havia uma discussão, agora está sendo empurrado à revelia mesmo", diz Marina Lacôrte.

De 2002 a 2019, a Anvisa barrou o registro de 15% dos princípios ativos novos enviados para análise e de 11% dos produtos finais inéditos.

Periodicamente, o órgão revisa a segurança de substâncias que já estão no mercado. Desde 2006, 16 foram reavaliadas, das quais 12 foram proibidas e 4 mantidas, sendo 3 com restrições.

Apesar de a ministra Tereza Cristina ter citado problemas ideológicos que atrasaram a liberação de agrotóxicos no passado, Renato Porto, da Anvisa, nega pressão por parte do governo para acelerar os trabalhos.

"Nunca tive nenhuma pressão para tratar de nenhum agrotóxico. O que eu vi é: a Anvisa precisa ser mais eficiente, e é verdade", afirma. "Parece que ninguém nunca cobrou essa eficiência do agrotóxico e agora está sendo cobrado também. Existe uma percepção pública hoje de que o agrotóxico precisa estar à disposição do agricultor, só que ele precisa ser controlado."

"A gente não está surpresa. Nem Bolsonaro nem Tereza Cristina estão lá à toa, eles tiveram forte apoio da bancada ruralista", diz Marina Lacôrte, do Greenpeace.

* Colaborou G1 Triângulo Mineiro.

Fonte: G1