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domingo, 28 de março de 2010

Bombeiros deveriam apagar incêndios (do site O Eco)

Bombeiros deveriam apagar incêndios. No Rio de Janeiro o chefe deles usou um projeto de grande importância para o meio ambiente como lenha na fogueira de sua própria vaidade.Desde que a área ambiental do Governo do Estado criou um programa pioneiro no Brasil para capacitar soldados e praças dos Grupamentos de Socorro Florestal e Meio Ambiente da Corporação como guardas-parques (vide http://www.oeco.com.br/todos-os-colunistas/46-pedro-da-cunha-e-menezes/17040-oeco_20995), o 01 dos bombeiros fluminenses, Coronel Pedro Marcos, fêz o que pôde para tocar fogo na ideia.Difícil de entender a razão. Afinal o Corpo de Bombeiros do Rio é o maior e mais bem equipado do Brasil. Também é o que exerce mais tarefas: faz desde serviços de salva-vidas até atendimento paramédico aos acidentados de trânsito, além de providenciar remoções de cadáveres, fazer atendimento de saúde nas escolas do estado, trabalhar em enchentes e procurar pessoas perdidas nas matas entre diversas outras funções.Na seara ambiental, os Bombeiros dos Grupamentos de Socorro Florestal e Meio Ambiente sempre exerceram muitas tarefas assemelhadas às de um guarda-parque. Seu treinamento e designação formal e legal como guardas-parques portanto faz sentido do ponto de vista da economicidade e da eficiência dois princípios basilares que regem o Serviço Público. Infelizmente, a argumentação não convenceu o Coronel Pedro Marcos e o projeto ardeu até virar cinzas. Agora o contribuinte vai ter que desembolsar dinheiro suficiente para contratar quatrocentos guardas-parques civis, o que seria ótimo se esses homens ficassem jovens para sempre. Como a atividade guarda-parque é essencialmente de campo e exige energia e força, fica a pergunta: o que fazer quando esses agentes envelhecerem? Onde empregá-los? Ao longo dos anos, a estrutura do Instituto do Ambiente do Rio de Janeiro vai ter que se flexibilizar para acomodá-los em outras funções que ainda não existem. Caso persistisse o modelo adotado com os Bombeiros, ao envelhecer os guardas-parques seriam promovidos a sargentos e sub-tenentes, voltariam aos quartéis onde exerceriam atividades administrativas ou de treinamento. Com efetivo de 15 mil militares, o Corpo de Bombeiros tem escala para absorvê-los, o INEA não tem. Mas tudo bem, com ou sem royalties do petróleo o contribuinte fluminense pode arcar com esse custo....Enquanto isso, Estados como Mato Grosso, estão adotando a idéia pioneira do Rio de Janeiro e capacitando seus bombeiros como guardas-parques.

Fonte: site O Eco: http://ow.ly/1rAct

Escassez de água será lembrada em evento

A Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro, e o Jockey Club de São Paulo vão sediar, em abril, a edição brasileira do evento global Dow Live Earth Run for Water, que acontecerá ao mesmo tempo em 100 cidades do planeta com o objetivo de conscientizar sobre o problema global da escassez de água. As inscrições para a corrida já estão abertas pelo site www.run4water.com.br e parte do valor será doado à ONG Instituto e, comandada pelo empresário Oskar Metsavat, dono da grife Osklen. O percurso será de 6 km, distância média percorrida por mulheres e crianças diariamente para obter água em localidades com escassez deste recurso. Entre os atletas que vão apoiar o evento no Brasil estão Lars Grael e Joaquim Cruz. No Rio de Janeiro, a corrida/caminhada terá início e fim na Praça da Apoteose - assim como acontecerá com a maratona dos Jogos Olímpicos de 2016. O evento no Rio terá início às 9h, e em São Paulo, às 8h.

Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/razaosocial/posts/2010/03/26/escassez-de-agua-sera-lembrada-em-evento-278186.asp

sábado, 27 de março de 2010

"Craques ou Cracks?". Do site de Lars Grael.

Craques ou Cracks?
17/3/2010 21:53:52

Ao ler nas notícias quanto ao suposto envolvimento de jogadores ídolos do futebol brasileiro com o crime organizado, confesso que sinto no fundo do peito.

Simplificadamente, o esporte nasceu da necessidade da preparação física e da preparação do soldado para os campos de batalhas. Da simulação da guerra, veio a substituição da guerra pela disputa esportiva.

Aos poucos, o esporte do citius, altius e fortius definiu regras, conceitos de ética, disciplina e valores que os projetou como a mais pura e global cultura da paz e pela paz.

Até mesmo a Guerra Fria, o esporte foi o melhor agente de dissuasão. Gerou o intercâmbio, o diálogo, a tolerância, o respeito, a admiração e o entendimento.

O atleta ídolo carrega consigo a necessidade de gerar exemplo para os jovens e para todos que os admiram. Cultuar atletas que enaltecem o poder paralelo, convivem com gangues armadas e porventura sugerem apologia ao consumo de substâncias proibidas, é um deserviço aos valores do esporte e ao papel do atleta na sociedade moderna. O maior legado que uma Olimpíada pode deixar no Brasil, é a disseminação dos valores olímpicos.

Por um deslize de comportamento pessoal, o ídolo internacional do Golfe Tiger Woods foi execrado pela crítica o que lhe custou contratos multi-milionários e admiração de centenas de milhares de fãs.

O que vemos por aqui é algo mais grave. Algo que ultrapassa as linhas do campo e os códigos de ética da conduta esportiva. O TJD destas entidades, assim como seus clubes deveriam fazer algo...

Tenhamos admiração por jogadores propagadores de valores que contamos para nossos filhos como Tostão, Raí, Zico e Leonardo e tantos outros que poderia citar.

Justificar o ambiente de origem não serve como desculpa. Devemos honrar e enaltecer brasleiros valorosos como Adhemar Ferreira da Silva que das mais humildes de sua origem, foi mais que um Bi-Campeão Olímpico. Foi um exemplo de ser humano, educado, amigo, exemplar e admirado por todo o planeta.

Lars Grael

Texto transcrito do site www.larsgrael.com.br

Rio de Janeiro perde a VOR







Itajaí conquista o direito de receber a VOR 2011-2012

Agora é oficial. Na terça feira, foi anunciado que o Rio de Janeiro perdeu a parada da edição 2011-2012 da Volvo Ocean Race (Regata de Volta ao Mundo), que acontecerá em Itajaí, em Santa Catarina. O Rio de Janeiro teve uma longa relação histórica com a competição, tendo a abrigado em sua edição inaugural em 1974/1975, em 1977/1978 e 2001/2002. Depois disso, na regata de 2005/2006 vivemos a emoção de ver aqui a primeira participação brasileira numa regata de volta ao mundo, com o Brasil 1, e em 2008/2009, quando a competição foi vencida pelo barco Ericsson 4, comandado por Torben Grael. Além do Rio, as únicas cidades sul-americanas que haviam recebido a regata foram São Sebastião – SP e Punta de Leste, no Uruguai. A VOR deixou uma forte marca no Rio, principalmente nas duas últimas edições, quando os imponentes barcos de 70 pés disputaram as In-Port Races em plena Baía de Guanabara. Na ocasião, suas águas foram tomadas por centenas de barcos de expectadores e a população se aglomerou na orla, marcando recordes de público numa competição de vela. Apesar do grande sucesso da VOR, os dirigentes cariocas nunca demonstraram um maior interesse em atrair e manter eventos náuticos na cidade. Nas duas últimas edições, o Rio de Janeiro foi mantido na programação por decisão dos organizadores, em respeito ao histórico da competição com a cidade. Ocorre que dessa vez, a VOR Management, empresa organizadora da competição, decidiu acertadamente escolher a cidade anfitriã mediante uma concorrência aberta. As três cidades finalistas no Brasil foram Itajaí (SC), Angra dos Reis (RJ) e São Sebastião (SP). A escolha ficou com Itajaí, cuja candidatura contou com forte apoio do governo estadual e municipal, além do empresariado local. A perda de mais esse evento náutico no Rio de Janeiro preocupa os velejadores. No passado já tínhamos perdido para Salvador a Regata Cape Town – Rio, que graças a um esforço do Iate Clube do Rio de Janeiro e do Consulado do Brasil em Cape Town, poderá voltar a contar com a Baía de Guanabara como cenário de sua chegada em 2011. A tradicional Regata Buenos Aires - Rio também deixou de ser disputada, mas há um esforço para que seja retomada.

Santa Catarina apóia a vela

Lars Grael, que trabalha com Alan Adler e Torben Grael para viabilizar a participação de mais um barco brasileiro na VOR, falou da escolha de Itajaí: “Santa Catarina desenvolveu um bem traçado plano estratégico de desenvolvimento da indústria náutica, bem como para o incentivo à prática dos esportes e do turismo náutico. O empenho direto do Governador e do Vice-Governador foi um diferencial importante. Eles ainda trabalham com a Brasil 1, na esperança de viabilizar o financiamento da participação de um barco brasileiro. Itajaí ganhará uma marina pública, na qual o Porto de Itaguaí investirá R$ 4 milhões, que será importante na costa Sul Brasileira. Permitirá atracação para barcos de até 5 metros de calado, fato único na região e até mesmo na costa brasileira como um todo. Representará ainda uma mudança de paradigma numa região (Vale do Itajaí) que sofreu com as enchentes do final de 2008”. A VOR também considerou o fato de encurtar, mesmo que um pouco, a mais longa das etapas oriunda da China e ainda um regime de ventos mais favorável na região da chegada. Os organizadores pretendem ainda desencadear todo um processo de desenvolvimento do tema na região através de regatas, ações sócio-culturais no município e na região.

Da coluna "Rumo Nútico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 27/03/2010.
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Sobre o mesmo assunto, trancrevemos o texto do site de Lars Grael (www.larsgrael.com.br)

Itajaí a parada da Regata Volvo Ocean Race - 2011/2012
24/3/2010 12:21:53

Estive ontem em Itajaí/SC na cerimônia de homologação da cidade portuária catarinense Itajaí como o único local de parada na América do Sul, da Regata Volta ao Mundo - Volvo Ocean Race.Muitos perguntam, porque Itajaí?
O local será adequado quando cumpridas as obras previstas em contrato e no caderno de encargos.
Não fiz parte da decisão, creio que nem a Brasil 1 do velejador brasileiro Alan Adler, mas sim, fui aconselhador mostrando as vantagens e desvantagens das 3 finalistas: Itajaí, Angra dos Reis e São Sebastião. Na fase inicial, figuravam como pré-candidatas, as poderosas cidades do Rio de Janeiro e Santos.
SC garantiu o BID exigido pela VOR Management e atendeu os quesitos do caderno de encargos. Além disto, o estado tem um plano estratégico de desenvolvimento da indústria náutica e naval e do desenvolvimento do turismo náutico e da prática de esportes náuticos.
O empenho direto do Governador e do Vice-Governador foi um diferencial importante. Eles ainda trabalham com a Brasil 1, na esperança de viabilizar o financiamento da participação de um barco brasileiro.
Itajaí receberá uma marina pública que será importante na costa Sul Brasileira. Permitirá atracação para barcos de até 5 metros de calado, fato único na região e até mesmo na costa brasileira como um todo. Representará ainda, uma mudança de paradigma numa região (Vale do Itajaí) que sofreu com as enchentes do final de 2008.
Itajaí fica próxima do maior polo econômico de SC, que é Joinville e Blumenau e fica ainda a cerca de 1 hora de carro da capital Florianópolis.
A VOR também considerou na escolha, o fato da latitude mais ao Sul, encurtar mesmo que um pouco, a mais longa das etapas (oriunda de Sanya da China) e ainda um regime de ventos mais constantes na região da chegada.
Os organizadores pretendem ainda desencadear todo um processo de desenvolvimento do tema na região através de regatas, ações sócio-culturais no município e na região.
É isto, creio que a opção foi por diversificar e optar por um local aonde o evento será um grande diferencial na cultura e na economia da região.
Continuo na torcida por um barco brasileiro!

Visitantes internacionais no Projeto Grael


A semana foi de intensa movimentação no Projeto Grael, que recebeu um grupo da Ross School of Business, da Universidade de Michigan, que estão no Brasil a serviço do BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento, para estudar os impactos sociais de investimentos em programas de esporte para o desenvolvimento. Na pauta da visita, estava a experiência do Projeto Grael em promover a educação e a inclusão social através dos esportes náuticos, bem como conhecer os seus procedimentos administrativos e de avaliação de resultados. Também estiveram no Projeto Grael, representantes do Escritório das Nações Unidas para o Esporte, com sede na Suíça, que estiveram no Rio de Janeiro para participar do Fórum Urbano Mundial. Na segunda feira, será a vez de uma delegação da Pace University, de Nova York.

Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 27 de março de 2010.

Ilha desaparece na Baía de Bengala



A Ilha de New Moore, no Oceano Índico, e que há três décadas era disputada entre a Índia e Bangladesh simplesmente sumiu! O anúncio foi feito pelo professor de Oceanografia da Universidade de Jadavpur, em Calcutá, na Índia. "Seu desaparecimento foi confirmado por imagens de satélite e pela patrulha marítima", afirmou.

A ilha possuía 3,5 km de comprimento e cerca de 2,5 km de largura. Bangladesh se referia à ilha como Talpatti do Sul. New Moore não era habitada.

Outra ilha local, Lohachara, desapareceu em 1996, obrigando seus habitantes a se mudarem para o continente. Metade da ilha de Ghoramara também está sob as águas agora, disse Hazra. Pelo menos outras 10 ilhas da região estão ameaçadas, acrescentou.

Acredita-se que o fenômeno ocorreu devido à erosão causada por mudanças de correntes, mas especula-se que mudanças climáticas tenham contribuído para o problema.

Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Publicada no Jornal O Fluminense, 27 de março de 2010.

domingo, 21 de março de 2010

sábado, 20 de março de 2010

Tripulação brasileira é campeã mundial de vela militar


As velejadoras Martine Grael (filha de Torben Grael), Isabel Swan, Juliana Motta, Fernanda e Renata Decnop, venceram hoje o 44 Mundial de Vela Militar, disputado no Bahrein. A última regata foi disputada hoje e as brasileiras foram para a raia com vantagem de pontos sobre as principais adversárias: as polonesas e dinamarquesas. As nossas meninas venceram hoje de novo e terminaram invictas o campeonato que foi disputado no formato Match Race.

Assim como atletas de outras modalidades esportivas, as velejadoras ingressaram nas Forças Armadas recentemente e preparam-se para disputar os próximos Jogos Mundiais Militares, que serão realizados no Rio de Janeiro, em junho de 2011.

Participantes de programa do Projeto Grael tornam-se empresários

Participantes do Programa de Geração de Renda do Projeto Grael agora são empresários. Acaba de ser criada a empresa Caminho Forte Artesanato Ltda. Parabens e bons ventos! Foto: divulgação Projeto Grael.


O Programa de Geração de Renda desenvolvido pelo Projeto Grael está dando o mais importante dos seus frutos. Os participantes do programa constituíram uma empresa – a Caminho Forte Artesanato Ltda - que dará continuidade ao trabalho que iniciaram no Projeto Grael. O Programa de Geração de Renda selecionou membros da comunidade que foram capacitados em técnicas de artesanato utilizando e reaproveitando material náutico. A nova empresa obteve ótimos resultados e já se tornou conhecida por produzir prêmios para as regatas que acontecem em Niterói e em outros mares. Ao longo do tempo de preparação, os treze integrantes da Caminho Forte também receberam treinamento em empreendedorismo, buscado a preparação para que pudessem conduzir o seu próprio negócio. O Projeto Grael tem orgulho do resultado alcançado e continuará comprometido com o sucesso da nova empresa que se forma. Bons ventos para a Caminho Forte.
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O Programa de Geração de Renda do Projeto Grael é patrocinado pelo Instituto Walmart e é coordenado pela artista plástica Alessandra Simplício.

Nota publicada na coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 20/03/2010.

Navega São Paulo será retomado pelo governo

O Programa Navega São Paulo, criado quando Lars Grael foi secretário estadual da Juventude, Esporte e Lazer e idealizado sob a inspiração do Projeto Grael, está sendo retomado pela administração estadual com o apoio de empresas estatais e com benefícios da Lei de Incentivo ao Esporte, através do Ministério do Esporte. As unidades que existem em nove municípios paulistas (Presidente Epitácio, Praia Grande, São Bernardo do Campo, Santos, São Vicente, Cubatão, Barra Bonita, Piraju e Mairiporã) serão acrescidas de novas localidades e receberão investimentos em material e recursos para custeio. O objetivo é voltar a oferecer uma oportunidade de iniciação à vela, remo e canoagem para estudantes da rede pública. Falta agora o Projeto Navegar, do Ministério do Esporte, que já teve mais de 40 unidades no país e que ainda está longe de retomar os seus bons tempos.
Nota publicada na coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 20/03/2010.

ONGs ajudam também os animais no Haiti

No Haiti, assolado por um terremoto no início do ano, a mobilização internacional para ajudar o mais pobre dos países da América Latina ajuda agora também os animais que sofreram com o desastre. Organizações internacionais dedicadas à ajuda e proteção dos animais mobilizaram 1,1 milhão de dólares que serão aplicados em programas de longo prazo para aliviar o sofrimento de animais domésticos e silvestres no país.
Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 20/03/2010.

quinta-feira, 18 de março de 2010

EPA decide atuar para evitar a acidificação dos oceanos

O governo americano, através da EPA - Environment Protection Agency, órgão ambiental federal, reconheceu o problema da acidificação dos Oceanos, em particular do litoral americano, e decide unir forças com os estados para combater o problema. A acidificação dos oceanos, que interfere com a química da água do mar e tem efeitos desastrosos para a biodiversidade marinha - como tem se verificado nos recifes de corais, é mais uma das consequências do aumento da concentração de CO2 na atmosfera.

Os Oceanos são considerados os maiores absorvedores do carbono atmosférico, logo representam um importante fator de controle do agravamento dos problemas de mudanças climáticas. Por outro lado, o aumento da presença do carbono nas águas vem causando udanças igualmente sérias.

Saiba mais no link abaixo:

Environmental News Network -- Know Your Environment

quarta-feira, 17 de março de 2010

Laguna de Itaipu: uma vitória importante dos ambientalistas.


Recebemos uma ótima notícia do diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do INEA - Instituto Estadual do Ambiente, André Ilha.

O Diário Oficial do Estado do RJ publicou hoje (17/03/2010) o Decreto 42.355, assinado pelo governador Sérgio Cabral, que altera a definição da Faixa Marginal de Proteção da Laguna de Itaipu, ampliando-a substancialmente.

A medida protege um delicado ecossistema no entorno da Lagoa de Itaipu, onde as construtoras de Niterói pretendiam implantar empreendimentos imobiliários que destruiriam essas áreas. Na semana passada, uma medida judicial de iniciativa dessas empresas derrubou um outro decreto que anexou a área ao Parque Estadual da Serra da Tiririca.

André Ilha explica:

"Trocando em miúdos, cerca de 80% da área cobiçada pela especulação imobiliária local ficam inviabilizados para construção, o que representa uma importantíssima vitória, ainda que parcial, para todos aqueles que se preocupam e defendem o meio ambiente local!"

André Ilha tranquilizou os ambientalistas niteroienses, declarando que: "persistiremos no nosso objetivo último, que é a definitiva incorporação de toda a área objeto do decreto do Governador Sérgio Cabral ao PESET".

Filhas de Amyr Klink velejam de Optimist na Antártica


Essa é boa! Nossa querida amiga (e velejadora das antigas) Marina Bandeira Klink, a primeira-dama do velho Amyr, aprontou uma de dar inveja (do bem) em qualquer pai ou mãe velejadora. Comprou um Optmist de presente para as filhas e registrou a estreia delas em um lugar especial… A Antártica!!

“Levei um presente para as crianças, e entreguei para elas na baía Margarida (extremo sul da península Antártica, um lugar onde pouquíssimos veleiros chegam). Dei de presente para as crianças um Optimist e sim, elas velejaram de Op na baía Margarida!!! Estava lá, um Optimist, com numeral brasileiro, com logotipo do YCSA no espelho de popa, vencendo as águas geladas, navegando em meio a icebergs”, contou a empolgada supermãe das meninas velejadoras superpoderosas.

Quanto ao Paratii2, ficou na península Antártica com um tripulante e a família vai buscar o barco e o tripulante quando o inverno passar. O barco saiu do Guarujá no dia 24 de dezembro com autonomia plena para 2 anos (combustível, lubrificantes, água e comida) e só deve retornar ao Brasil em 2011. Vocês sabem, família que veleja unida permanece unida!!

ROYALTIES DO PETRÓLEO - TODOS EM DEFESA DO RIO


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O RIO TEM DIREITO E PRECISA DOS ROYALTIES

O grito do Rio de Janeiro em defesa do seu direito aos Royalties do petróleo é legítima e a participação na mobilização deve ser uma obrigação de cidadania de todos!

Não é um exagero ou um mero oportunismo eleitoreiro. É fato que sem os royalties o Rio vai falir! Além do dano financeiro, é preciso reagir contra a injustiça feita contra o estado do Rio de Janeiro. O Rio já perdeu os direitos sobre o ICMS sobre o petróleo (único produto que a legislação determina que seja tributado no destino e não na origem) e agora pretendem nos tirar os royalties.

Royalties não são um prêmio ou privilégio, também não são tributos, mas um pagamento em ressarcimento por danos, por atividades cessantes ou por gastos necessários em função de uma determinada atividade, no nosso caso, a exploração do petróleo.

É claro que poder contar com o petróleo é uma dádiva para o Rio de Janeiro, mas em função de sua obtenção nos nossos mares, estamos vendo o nosso litoral ser tomado por empreendimentos de apoio logístico offshore, a nossa Baía de Guanabara sofre uma rápida mudança do seu perfil tradicional de uso (transporte, pesca, lazer, esportes, balneabilidade, etc) para atender às demandas do petróleo. Praias e recantos bucólicos estão sendo tomados por dutos, terminais, refinarias (Comperj), estaleiros, bases para plataformas, etc. E a presença destas atividades, por mais que se aprimore a gestão e a confiabilidade ambiental destes equipamentos, a presença massiva destes aumenta em muito o risco de acidentes ambientais, como experimentamos em 2000, quando um vazamento da REDUC poluiu toda a Baía de Guanabara gerando grandes prejuízos. Consequências de sermos um estado petroleiro, diriam alguns. É pode ser. Estamos felizes com a nossa sorte de sermos um estado petroleiro, mas não é possível que tenhamos todos esses ônus e ficarmos apenas com migalhas das vantagens. O conceito do royalty surgiu justamante para ser um instrumento de compensação por tais problemas.
Se acham que os Royalties não deveriam se reverter para os estados e municípios onde os danos são causados, porque não usar os mesmos critérios para os minérios de MG e do PA, para a energia do Paraná, etc?

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Um desastre para o meio ambiente, para o esporte e para toda a economia fluminense

E a decisão da Câmara, patrocinada pelo deputado Ibsen Pinheiro, ex-anão do orçamento, seria mesmo um desastre tanto para o meio ambiente como para os esportes. O alerta de que sem os royalties não teremos os investimentos ambientais e olimpíadas de 2016 é a pura verdade. Nas regras atuais, 5% dos Royalties que o Estado do Rio de Janeiro tem direito são repassados para o FECAM - Fundo Estadual de Controle Ambiental e constitui-se uma das fontes que fez com que a Secretaria de Estado do Ambiente e o INEA - Instituto Estadual do Ambiente contem em 2010 com um orçamento recorde, de cerca de R$ 500 milhões. O Fecam financia saneamento, obras de recuperação ambiental, a implantação de unidades de conservação e tantas outras prioridades ambientais. O mesmo acontece com o Município do Rio de Janeiro. Os Royalties abastecem o FCA-Fundo de Controle Ambiental, uma das importantes fontes de financiamento das ações ambientais da SMAC, a secretaria municipal do ambiente.
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Querem nos ludibriar mais uma vez

O famigerado deputado Ibsen ainda tem a cara de pau de propor que os recursos tirados do Rio sejam repostos pela União. Como? As regras para a distribuição dos royalties federais já estão definidas. Vamos tirar os recursos de onde? Dos programas ambientais federais? Da Marinha? Além disso, essa foi a mesma estorinha que nos contaram, quando o então deputado constituinte José Serra, então relator da Comissão do Sistema Tributário, uniu a tropa de choque paulista e promoveu a mudança nas regras do ICMS, ferindo os interesses do Rio de Janeiro. Na época, disseram: "não se preocupem, vocês perderão ICMS, mas ainda terão os royalties". Naquele ato, perdemos entre R$ 7 Bilhões e 8 Bilhões em arrecadação de ICMS. E agora nos tomam os royalties e querem de novo nos convencer que ganharemos com outros repasses federais que ninguém sabe de onde virão? Não podemos trocar as riquezas que são dos fluminenses de direito, por repasses federais que sempre dependerão de favores dos dirigentes federais da ocasião. O Rio não pode aceitar isso!
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Que o eleitor seja mais vigilante e cobre mais de seus representantes.

Outro fato a considerar é que o Rio de Janeiro tem operado muito mal na defesa dos seus interesses no Congresso. Nossa bancada é fraca, desunida e mal liderada. Pegue a lista dos nossos deputados. Você conhece todos que lá estão? Você tem notícias do que fazem? Consulte a produtividade e a assiduidade dos mesmos no parlamento e estou certo que você se decepcionará. Há excessões, é claro, mas como bancada, estamos mal representados.

Não há outro remédio que não seja a mobilização. O Rio de Janeiro não pode retroceder, justamente no momento que encontra o caminho da retomada do seu desenvolvimento.

Temos que encher as ruas de manifestantes, mas também encher o Rio de Janeiro de reflexão sobre a qualidade da sua representação política.

Axel Grael

A maior fila do banheiro do mundo


Aproximadamente 2.5 bilhões de pessoas em todo o globo não tem acesso saneamento básico e a água potável e estima-se que mais de 4.000 crianças menores de cinco anos percam suas vidas todos os dias em razão de doenças de veiculação hídrica.

O Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março de 2010, será uma data decisiva na luta global contra a crise nos setores de saneamento e de abastecimento de água.

Buscando mudar esse quadro, uma grande mobilização, congregando ativistas de todas as regiões do globo, unidos, exigem medidas reais no combate a esse grave problema.

Para isso, três redes globais representando centenas de organizações da sociedade civil (End Water Poverty, Freshwater Action Network e WASH-WSSCC) firmaram uma parceria para lançar a Campanha global para formar “A MAIOR FILA DE BANHEIRO DO MUNDO”.

Sabe-se que os líderes mundiais têm negligenciado até agora esta crise global, contribuindo fatalmente para a pobreza, a proliferação de doenças de veiculação hídrica e à indignidade humana.

Mas a cidade do Rio de Janeiro, em 2010, tem uma oportunidade real de fazer a diferença. Depende de nós sabermos aproveitá-la! E, para isto, será necessário reforçar esse coro com sua voz!

Vamos formar uma enorme fila! A maior fila de banheiro do mundo para exigir o direito de todos os Povos ao acesso ao saneamento básico e à água limpa. Uma fila como um meio de exigir dos líderes políticos locais, nacionais e internacionais, a adoção de ações concretas, para que o saneamento tenha lugar prioritário na Agenda Global.
Junte-se a nós, em solidariedade aos milhões de pessoas em todo o mundo que ainda têm que esperar na fila pelo seu direito de usar um banheiro seguro e digno.

Faça parte você também dessa luta global pelo saneamento básico e pela água potável.

O Instituto Ipanema estará promovendo uma enorme fila de banheiro no dia 22 de março no V Fórum Mundial Urbano a ser realizado no Rio de Janeiro.

Um registro no Livro Guinness dos Recordes
Essa iniciativa faz parte de um movimento global buscando o registro no Livro Guinness do Recordes da maior fila de banheiro do mundo estando aberta as diferentes formas de organização da sociedade.

Caso tenha interesse em promover também uma enorme fila de banheiro em sua região e contribuir para essa mobilização global em prol do acesso ao saneamento e a água potável para todos, por favor, siga as seguintes regras:

- Registre sua “fila de banheiro” aqui .
- Reúna ao menos 25 pessoas por intervalo de tempo entre 10 minutos e 24 horas em algum lugar público entre os dias 20 e 22 de março de 2010.
- Promova filas preferencialmente em banheiros, caso não seja possível, utilize uma faixa indicativa do movimento “A MAIOR FILA DE BANHEIRO DO MUNDO”.
- Registre cada nome e assinatura dos participantes no seguinte formulário disponível aqui .

Deverão estar presentes duas testemunhas para realizar a contagem e assinar os registros. Encaminhe os formulários preenchidos para:
End Water Poverty
47-49 Durham Street, London, SE11 5NH, UK ou digitalize o formulário e envie para o e-mail info@worldtoiletqueue.org

Para mais informações acesse:
http://www.worldtoiletqueue.org/

Em caso de dúvidas entre em contato com o Instituto Ipanema pelo telefone (21)2527-8747 ou pelo e-mail bianca@institutoipanema.net

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O texto acima é a chamada para a campanha "A maior fila do banheiro do mundo", assinada pelas seguintes organizações:

sábado, 13 de março de 2010

Imobiliárias derrubam a ampliação do Parque da Serra da Tiririca

Ambientalistas de Niterói lutam pela ampliação do Parque Estadual da Serra da Tiririca, de forma a abranger as áreas no entorno da Lagoa de Itaipu. Atendendo a esta reivindicação e por recomendação do atual ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o governador Sérgio Cabral assinou decreto oficializando a medida.

O decreto nada mais fez do que oferecer uma solução administrativa para viabilizar a proteção do entorno da Lagoa de Itaipu, que já é protegida pela legislação ambiental como uma APP- Área de Preservação Permanente.

Ocorre que a especulação imobiliária, sempre muito atuante em Niterói, está de olho nessas áreas e tudo faz para que empreendimentos sejam ali aprovados. Então, foram à Justiça para requerer a anulação do Decreto, e pasmem (!): conseguiram.

Agora a ampliação do PESET está oficialmente anulada, a partir de 12 de março de 2010.

Os desembargadores responsáveis por este atentado jurídico-ambiental são:

Des. Nascimento Povoas;
Des. Miguel Angelo;
Des. Binato de Castro;
Des. Sergio Cavalieri;
Des. Murta Ribeiro;
Des. Antonio Eduardo Duarte;
Des. Marcus Tullius.

Desembargadores que inicialmente votaram pela validade do Decreto e que mudaram o voto:

Des. Azevedo Pinto;
Des. Sergio Lucio Cruz

Desembargadores que votaram pela validade do decreto:

Des. Sergio de Souza Verani;
Des. Luiz Fernando de Carvalho;
Des. Manoel Alberto;
Des. Maria Henriqueta Lobo;
Des. Paulo Horta;
Des. Jair Pontes;
Des. Maria Ines Gaspar e
Des. Luiz Leite Araujo.

Mas, a luta continua. Como disse o ambientalista Paulo Bidegain, nada na Serra da Tiririca foi obtido facilmente. É preciso perseverar! Os ambientalistas já têm uma estratégia para dar continuidade à luta.

Juliétty Tesch: um talento revelado no Projeto Grael obtém destaque em jornal catarinense


No jornal Diário Catarinense, de 13/03/10, uma simpática reportagem apresenta a velejadora Juliétty Tesch, que participa do Campeonato Centro-Sul Americano da Classe Laser, que é disputado na Praia de Jurerê, em Santa Catarina.

Juliétty é catarinense mas vive em Vitória-ES, onde foi revelada por uma unidade do Projeto Grael que existia na cidade. Infelizmente não existe mais, após a desistência da Prefeitura da capital capixaba em apoiar a iniciativa. Inaugurada em 1999, a unidade do Projeto Grael foi fechada quando o prefeito João Coser assumiu e declarou publicamente que considerava o Projeto Grael uma "iniciativa elitista". O prefeito demonstrou uma visão preconceituosa do esporte e certamente não tinha informações sobre o trabalho realizado pelo Projeto Grael. Como pode ser elitista, uma atividade que dedica-se exclusivamente aos alunos da rede pública de ensino da municipalidade que ele geria.

Posteriormente, o prefeito admitiu que havia se equivocado e prometeu, em ocasião que eu (Axel) e Torben Grael fomos recebidos por ele, que restabeleceria o apoio à iniciativa. Infelizmente, isso nunca ocorreu.

Juliétty é um exemplo do potencial esportivo dos jovens atendidos pelo Projeto Grael e, assim como ela, outros atletas que aprenderam a velejar no Projeto Grael de Vitória ainda representam o estado em competições. Infelizmente, caso ainda tivéssemos o Projeto Grael atuando em Vitória, poderíamos ter revelado outras Juliéttys.

Juliétty Tesch

Hoje, estudante de biologia e com 20 anos, Juliétty luta permanentemente para obter patrocínios para viabilizar-se no esporte. A atleta é um exemplo de talento unido à perseverança, força de vontade e de amor à vela. Participa assiduamente de competições nacionais e internacionais da Classe Laser e tem colecionado muitos títulos.
É um orgulho para o Projeto Grael vê-la triunfar e obter um justo reconhecimento. Bons ventos para Juliétty Tesch.

Projeto Grael federa 34 velejadores em 2010

O Projeto Grael, que atende estudantes da rede pública de educação entre 9 e 24 anos, tem obtido um reconhecido sucesso na formação de velejadores. Atletas formados na instituição têm conquistando títulos e já ocupam espaços importantes no cenário náutico, atuando como profissionais da federação de vela, como técnicos, árbitros, etc. Avançando nesse objetivo, o Projeto Grael acabou de federar 34 alunos que participarão de competições do calendário oficial da Federação para 2010. Estes velejadores fazem parte do Programa Estrelas do Mar, patrocinados pela Colgate, que seleciona alunos com maior potencial para a competição e garante apoio para que disputem regatas das classes Optimist e Dingue. Além de formar velejadores, o Projeto Grael capacita profissionais para o mercado náutico e desenvolve diversos programas na área de meio ambiente, geração de renda e empreendedorismo e outras atividades.
Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói-RJ. 13/03/10.

Dragagem do Canal do Fundão usa tecnologia inovadora



 Viveiro de mudas de manguezal para a recuperação da vegetação do Canal do Fundão. Foto Axel Grael.

Lixo coletado pelas dragas juntamente com o sedimento dragado. Foto Axel Grael.

Geotubes cheios de sedimentos contaminados com metais pesados, retirados do Canal do Fundão, na Baía de Guanabara. Foto de Axel Grael.

Pátio de geotubes preparado para receber sedimentos contaminados do Canal do Fundão. Foto de Axel Grael.

Dragas no Canal do Fundão. Um dos lugares mais degradados da Baía de Guanabara. Foto de Axel Grael.


Está em curso uma iniciativa emblemática para a despoluição da Baía de Guanabara: a dragagem do Canal do Fundão, situado entre a Ilha do Fundão e a Linha Vermelha.

Obra de iniciativa da SEA - Secretaria de Estado do Ambiente e que tem como principal financiador a Petrobras, é a maior e mais complexa dragagem já feita no país com a finalidade de recuperação ambiental. A sua execução revitalizará a área mais poluída da Baía de Guanabara e acabará com a triste visão de degradação ambiental de uma das portas de acesso à cidade: a Linha Vermelha.

Ainda na fase de planejamento e licenciamento ambiental das obras, foram feitas sondagens para verificar a contaminação dos sedimentos e verificou-se que a concentração de metais pesados no trecho entre as duas pontes de acesso à Ilha do Fundão (pontes Oswaldo Cruz e Brigadeiro Trompovski) era alta.

Diante do problema, os responsáveis pela obra optaram por uma inovadora tecnologia, que é a utilização de bolsas de geotêxtil para o confinamento dos sedimentos e permitir que sejam dispostos em segurança e em terra.

Nessa semana, tivemos a oportunidade de ir ao local e verificar o andamento das obras, que foram licenciadas durante a minha gestão como presidente da FEEMA (2007-2008). Vimos com satisfação o desenvolvimento dos trabalhos. A tecnologia está dando ótimos resultados e temos a certeza que o sucesso da iniciativa mudará o paradigma de dragagem no Brasil.

Motivados pelo o que vimos, sugerimos à SEA que a mesma tecnologia seja utilizada para a dragagem da Lagoa da Tijuca, planejado há anos, mas que nunca saiu do papel. A medida revitalizaria o Sistema Lagunar de Jacarepaguá, desobstruindo a sua conexão com o mar.

Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 13/03/10.





Terremoto do Chile afeta pesquisas oceânicas

Destruição na cidade de Concepción, Terremoto do Chile. Foto do site www.cubadebate.cu

O terremoto que assolou o Chile, um dos mais fortes já registrados na história, impressiona pela sua intensidade. Cientistas demonstraram nessa semana, através de registros feitos com a utilização de equipamentos de GPS de precisão, que todo o continente sul-americano moveu-se para Oeste, com deslocamentos diferenciados, de acordo com a distância para o foco do sismo. A cidade de Concepción, próximo ao epicentro, chegou a se deslocar três metros em direção ao Oceano Pacífico. Buenos Aires e mesmo o Brasil também se moveram, embora poucos centímetros. Dentre os prejuízos, um causou especial lamento aos pesquisadores em Oceanografia. Os laboratórios das universidades de Concepción e de Dichato foram destruídos pelos tsunamis (ondas do mar formadas pelo tremor e que possuem forte poder de destruição) que assolaram a costa logo após o terremoto. A primeira onda atingiu a região apenas duas horas após o tremor e outras duas seguiram em um espaço de tempo de 30 minutos. Sobraram apenas alguns restos de paredes do reconhecido laboratório de Dichato. Equipamentos de laboratório, computadores, amostras e muitos anos de pesquisa se perderam.

Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 13/03/10.

"Exterminadores do futuro"


A luta entre ambientalistas e ruralistas em torno da aprovação da nova versão do Código Florestal brasileiro teve mais um round nessa semana. Ambientalistas liderados pela Fundação SOS Mata Atlântica e apoiados pelos parlamentares que compõem a Frente Ambientalista no Congresso Nacional, lançaram a campanha “Exterminadores do Futuro”, para denunciar os congressistas que trabalham para o desmonte da legislação florestal no país. A iniciativa de dar luz ao que ocorre às escuras nos bastidores do Congresso já está surtindo efeito. Os líderes da “bancada da motosserra” consideraram a iniciativa difamatória e ameaçam denunciar os parlamentares envolvidos à Comissão de Ética. Ética? Eis uma boa inspiração para a continuidade dos debates. Que os eleitores fiquem mesmo de olho neles!
A lista dos "Exterminadores" será divulgada em breve e o site da campanha (http://www.sosma.org.br/exterminadores/) já aceita indicações de "candidatos ao título".


Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 13/03/09. A coluna é publicada todos os sábados.

Violência contra profissionais do IBAMA

Os primeiros meses do ano foram marcados pela retomada da violência contra agentes ambientais do governo. A Polícia Federal (PF) está investigando um atentado contra o chefe e funcionárias do setor de Passeriformes do Ibama no Rio de Janeiro. Nos últimos dias de fevereiro, dois veículos fecharam um carro do órgão em plena Avenida Brasil, quando um homem encapuzado e de arma em punho exigiu a liberação de anilhas e um “jogo mais brando” com criadores de pássaros.

Também no Rio de Janeiro e na mesma época, foi descoberto um plano de morte contra o chefe da reserva biológica do Tinguá, Josimárcio Campos de Azevedo. Em 24 de fevereiro, agentes federais vasculharam quatro casas próximas à reserva e encontraram indícios de que bandidos se preparavam para executá-lo, por cerca de dois mil reais. Para a PF, a ordem para matar Azevedo partiu de caçadores. As investigações continuam.

O último caso anunciado pelo governo ocorreu no Amazonas. Esta semana políticos e madeireiros de Lábrea, calçados por populares mobilizados pela prefeitura, impediram a fiscalização sobre a derrubada ilegal de árvores na reserva extrativista Médio Purus. A ilegalidade abastece serrarias e movelarias no município. Também há retirada de areia do rio Purus para obras do governo estadual. Servidores federais ficaram encurralados durante um dia inteiro dentro de hotel.Ameaças de violência contra agentes oficiais ou voluntários e civis são rotina na área ambiental. Em 2005, um voluntário foi assassinado, no Baixo Rio Branco, em Roraima, supostamente por traficantes de quelônios. Em 2001, a casa do presidente da Associação dos Agroextrativistas do Baixo Rio Branco-Jauaperi, Francisco Caetano, foi incendiada. O líder recebia ameaças de morte. Já o seringueiro João Batista Ferreira está desaparecido desde novembro de 2007, quando era presidente da Associação dos Produtores Rurais de Jutaí. Foi visto pela última vez saindo de sua casa em direção a uma roça comunitária. Ele denunciava desmatamentos, tráfico de animais silvestres e outras ilegalidades naquela região do Amazonas.

Realidades de um país que desrespeita a lei, vive de impunidade e ainda não conseguiu levar condições mais dignas de vida aos interiores da Amazônia.
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Notícia do site O Eco: www.oeco.com.br , sob o título "O país da impunidade".

quinta-feira, 11 de março de 2010

Costa Rica não é a vilã das tartarugas

Marcelo Szpilman, que é diretor do Instituto Ecológico Aqualung e um atuante defensor da biodiversidade e do meio ambiente marinho, publicou uma "Nota à Imprensa" com informações sobre um insistente spam que inundou a Caixa de Entrada do meu e-mail há uns meses atrás, denunciando atrocidades que seriam praticadas pela população da Costa Rica contra as tartarugas.
Fui consultado sobre a notícia por alguns amigos e adiantei que duvidava das informações contidas na tal "denúncia". Conheço a Costa Rica e sempre admirei a vanguarda do país na adoção de políticas públicas de meio ambiente. Não há outro país latinoamericano tão avançado no tema. Tornaram-se um ótimo laboratório para estudo de soluções para a sustentabilidade, para aprender-se também com o que deu errado, preço pago por quem ousa ser pioneiro.
Veja o texto de Marcelo Szpilman abaixo, com os esclarecimentos sobre o caso:
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Nota à Imprensa
A Verdade sobre o Alegado Roubo de Ovos de Tartarugas na Costa Rica
Por Marcelo Szpilman*

Nas últimas semanas tem corrido livre pela internet emails, com o assunto AJUDEM A DIVULGAR ESTE ABSURDO, contendo fotos de pessoas coletando ovos de tartarugas marinhas e os carregando em grandes sacos. O e-mail termina solicitando “FAVOR DIFUNDIR. ROUBAM OS OVOS DAS TARTARUGAS PARA VENDER AOS GOURMETS SOFISTICADOS. REPASSEM, O PLANETA AGRADECE”.

Por orientação do Projeto Tamar – ICMBio / Fundação Pró-Tamar, é importante esclarecer os fatos e estabelecer a verdade, pois o que sugerem o texto e as imagens não é exatamente o que parece. É mais uma “pegadinha” da Internet.

A VERDADE

A Costa Rica tem enorme tradição de conservação das tartarugas marinhas. O pesquisador americano Archier Car, pioneiro na conservação de tartarugas marinhas, há 50 anos já trabalhava para preservar a espécie Lepidochelys olivacea (tartaruga oliva) em Tortugueiro, Costa Rica, hoje um dos maiores sítios de desovas dessa espécie no mundo.

E uma das características mais impressionante dessa espécie é que ela produz as Arribadas, um fenômeno que ocorre exclusivamente na Costa Rica. As tartarugas saem juntas da água em direção à praia para desovar, aos milhares, por varias noites seguidas. São mil na primeira noite, cinco mil na segunda noite e assim por diante. Em cinco noites, cerca de 100 mil tartarugas desovam em pequenas praias, com cerca de 300 metros, em um verdadeiro engarrafamento na areia. Os ninhos das primeiras fêmeas são revirados pelas outras, expondo-os ao tempo e aos predadores (aves, onças, crocodilos e gambás), o que muitas vezes inviabiliza o sucesso reprodutivo.

Na Praia de Ostional, na Costa Rica, onde esse fenômeno também acontece, e que está retratado nas imagens, os moradores locais, baseados em dados biológicos, são autorizados a fazer o aproveitamento dos ovos que são depositados nos dois primeiros dias da arribada e que seriam destruídos pelas fêmeas que desovam nas noites seguintes. Ou seja, os moradores locais coletam os ovos depositados somente nas duas primeiras noites e deixam os ovos desovados nas três noites seguintes.

Como tudo na vida há prós e contras, críticas e elogios. Porém, os conservacionistas da Costa Rica acompanham, através das analises cientificas, o desenrolar dessa experiência que há dezenas de anos mobiliza milhares de pessoas e tartarugas. Como estratégia de conservação, busca-se fazer um manejo sustentado equilibrando os interesses. Assim não se perdem milhares de ovos, a comunidade local tem uma fonte de renda e as tartarugas fêmeas não são capturadas e continuam se reproduzindo.

30 Anos de Projeto Tamar – Um Fato Curioso
No Brasil não há arribadas e as tartarugas oliva concentram suas desovas no Estado de Sergipe e no litoral norte do Estado da Bahia, apresentando a maior recuperação populacional entre as cinco espécies que ocorrem no Brasil.

Esse ano o Projeto Tamar comemora 30 anos de excelentes serviços prestados na proteção e monitoramento das tartarugas marinhas. Como elas podem levar até 30 anos para se tornarem adultas e aptas a se reproduzirem, estamos recebendo nas praias brasileiras a primeira geração de tartarugas protegidas pelo Projeto Tamar. Começaram protegendo cerca de duzentos ninhos da tartaruga oliva e hoje já são mais de seis mil ninhos por ano.

Instituto Ecológico Aqualung
Rua do Russel, 300 / 401, Glória, Rio de Janeiro, RJ. 22210-010
Tels: (21) 2558-3428 ou 2558-3429 ou 2556-5030 Fax: (21) 2556-6006 ou 2556-6021
E-mail: instaqua@uol.com.br Site: http://www.institutoaqualung.com.br

quarta-feira, 10 de março de 2010

Terremoto causou danos nas marinas do Chile





Fotos acima foram encaminhadas por Enrique Roselló ao blog "Scuttlebutt", mostrando as consequências do terremoto do Chile aos barcos da marina do Yachting Club Higuerrillas, em Viña del Mar, localizado a 500 km do epicentro do sismo. Na primeira foto, o nível do mar chegou a níveis muito acima do normal, e depois foi como se o mar tivesse secado.

Terremoto do Chile moveu todo o continente

Epicentro do terremoto. Fonte: San Francisco Sentinel.

Círculos indicam a intensidade dos sismos em cada lugar. Fonte: Nasa, Earth Observatory.

Deslocamento de cidades. As setas indicam a direção e a extenção do deslocamento. Observe que as setas são uma representação gráfica e devem ser entendidas na devida escala. Recomendamos clicar nas fotos para amplia-las. Fonte: Oregon State University, http://researchnews.osu.edu

Detalhe do deslocamento na região.. http://researchnews.osu.edu

Reproduzimos, a seguir, artigo publicado no newsletter Agência Fapesp, intitulado "Terremoto desloca cidades".

Divulgação Científica
Terremoto desloca cidades
10/3/2010

Agência FAPESP – O terremoto de 8,8 na escala Richter que atingiu a costa oeste do Chile no mês passado não provocou mudanças apenas na vida dos habitantes, mas também no próprio país – e em outros no continente.

Segundo uma análise feita a partir de medições preliminares, toda a cidade de Concepción se deslocou pelo menos 3 metros para o oeste. O fenômeno sísmico foi tão forte que chegou até mesmo a ser sentido em locais distantes, como as Ilhas Malvinas e a cidades no litoral brasileiro, do outro lado do continente.

O estudo foi feito a partir de dados colhidos por pesquisadores de quatro universidades nos Estados Unidos em conjunto com colegas de instituições chilenas. Estima-se que o terremoto tenha sido o quinto mais forte desde que se passou a medir por instrumentos os deslocamentos caudados por abalos sísmicos.

Buenos Aires, segundo a análise, moveu-se cerca de 2,5 centímetros para o oeste, enquanto Santiago, mais próxima do local do evento, deslocou-se quase 30 centímetros para o oeste-sudoeste. As cidades de Valparaíso, no Chile, e Mendoza, na Argentina, também tiveram suas posições alteradas significativamente (13,4 centímetros e 8,8 centímetros, respectivamente).
O epicentro do terremoto ocorreu em uma região na América do Sul que é parte do chamado “anel de fogo”, uma área de grandes estresses sísmicos que circunda o oceano Pacífico. O terremoto no Chile ocorreu em um local onde a placa tecnônica Nazca foi “espremida” junto à adjacente placa sul-americana.

Os pesquisadores deduziram os deslocamentos das cidades ao comparar localizações precisas por meio de GPS obtidas anteriormente com medidas feitas dez dias após o evento. Segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, no período houve dezenas de abalos subsequentes, alguns com magnitude superior a 6,0 na escala Richter.

Mike Bevis, professor de ciências da Terra na Universidade do Estado de Ohio, lidera um projeto que desde 1993 tem medido os movimentos na crosta e a deformação nos Andes. O projeto, chamado de Projeto GPS dos Andes Central e do Sul (CAP), pretende triplicar sua atual rede de 25 estações GPS por toda a região estudada.

“A ideia é determinar os deslocamentos que ocorrem durante os terremotos. Ao construir novas estações, o projeto poderá monitorar as deformações pós-sísmicas que continuarão a ocorrer por diversos anos, o que permitirá ampliar o conhecimento atual a respeito da física dos terremotos”, disse Bevis.

Segundo os autores do estudo, o terremoto, apesar de trágico, representa uma oportunidade única para a pesquisa geológica. “O terremoto no Maule [Chile] deverá se tornar um dos mais importantes até hoje estudados, talvez até mesmo o maior. Hoje, dispomos de instrumentos modernos e precisos para avaliar um evento desse tipo e, por ter atingido fortemente um continente, poderemos obter dados muito valiosos das mudanças por ele promovidas”, disse Ben Brooks, da Universidade do Havaí, outro autor do estudo.

Os pesquisadores montaram um mapa que mostra os deslocamentos promovidos pelo terremoto. Imagens e dados estão disponíveis em http://researchnews.osu.edu/archive/chilequakemap.htm

segunda-feira, 8 de março de 2010

As lanchas pagam o pato

Reproduzimos notícia veiculada no site da Revista Náutica (www.nautica.com.br)

08/03/2010 - 16:15
Retaliação: Brasil vai dobrar imposto de importação de lanchas americanas
Brasil ganhou o direito de retaliar após vencer disputa na Organização Mundial do Comércio
Por Mariana Peccicacco

Da redação
O governo brasileiro divulgou nesta segunda-feira a lista de produtos americanos que irá sofrer aumento na tarifa de importação. Dentre eles estão as lanchas a motor movidas a motor que não seja de popa. Essas embarcações terão a taxa de imposto aumentada de 20 para 40%. A medida é uma retaliação ao governo norte-mericano e foi autorizada pela Organização Mundial de Comercio (OMC). A previsão é que ela entre em vigor dentro de 30 dias, a não ser que haja um acordo entre os dois países.Segundo o site IBI News, a associação da indústria náutica americana (NMMA) trabalhou em conjunto com a Acobar para retirar os motores náuticos desta lista, uma vez que muitos construtores náuticos brasileiros confiam nos fabricantes americanos. “Infelizmente, nós estamos presos no meio de uma luta que não é a nossa”, disse Cindy Squires, diretora de assuntos regulatórios da NMMA.Além dos barcos também fazem parte da lista automóveis, medicamentos que contenham paracetamol, cosméticos, metanol, algodão, frutas, fones de ouvido, entre outros.Para ver a lista completa e a porcentagem de imposto, acesse as páginas 5 e 6 do Diário Oficial da União .

Projeto Grael vence "Regata Elas"





Fotos de Fred Hoffmann.

Barco São Joaquim, do Projeto Grael, com uma tripulação feminina composta por alunas e ex-alunas, membros da equipe e comandadas por Andrea Grael (esposa de Torben), são as grandes vencedoras da Regata Elas. A competição que comemora o Dia da Mulher, foi promovida pelo Clube Naval Charitas, no domingo, dia 07 de março de 2010.

Parabens!!!!

domingo, 7 de março de 2010

Projeto Grael no Maryland Life

Uma matéria sobre a parceria entre os estados de Maryland e Rio de Janeiro obteve destaque no site Maryland Life.
Na matéria, são citadas (mesmo com alguns ruídos de comunicação) algumas cooperações e sinergias entre os dois estados, bem como os temas em comum como: Baía de Guanabara e Baía de Chesapeake, cidades capital da vela, Projeto Grael, etc.
Há mais de 40 anos, os dois estados são unidos atraves da organização Companheiros das Americas (Partners of the Americas) e o Governo do Estado de Maryland criou, no início dos anos 90, o Sister State Program. Atraves dele, uma série de iniciativas de aproximação entre os estados são desenvolvidos.
É uma pena que o estado do Rio de Janeiro não dê a mesma importância às inúmeras possibilidades de cooperação, como faz o governo de Maryland.
Niterói também é "Cidade Irmã" de Annapolis, capital de Maryland. Do lado de lá há muito interesse, a ponto de termos recebido uma delegação oficial da cidade há três anos. De nossa parte, NADA. Não conseguimos uma reciprocidade por parte da gestão municipal de Niterói.
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Em tempo: Annapolis é considerada a Capital Nacional da Vela nos EUA. Há tempos, tentamos incentivar a ideia que Niterói também deveria ser reconhecida como a Capital da Vela no Brasil. Seria mais do que merecido, pela sua história, e Niterói poderia se beneficiar muito, atraindo mais eventos náuticos, turismo e negócios no setor.

Helene Schmidt e os Imigrantes na Ilha das Flores, na Baía de Guanabara



A preservação de uma parte importante da história de muitas famílias de brasileiros

Na edição do jornal O Fluminense (Niterói-RJ) de 07 de março de 2010, uma ótima notícia nos trouxe orgulho, emoção e saudades. A boa notícia foi anunciada sob a manchete: "São Gonçalo terá Museu da Imigração".

Durante quase um século (1877 a 1966), a Ilha das Flores, na Baía de Guanabara (hoje com acesso pela Rodovia Niterói-Manilha e abrigando uma instalação militar da Marinha), recebia imigrantes estrangeiros que chegavam ao Brasil. Lá, os recém-chegados imigrantes, das mais variadas origens, eram hospedados, recebiam exames médicos, eram eventualmente curados de enfermidades e recebiam propostas de empregos de todo o Brasil. Enquanto existiu, a unidade da Ilha das Flores recebeu 300 mil estrangeiros que chegaram ao Brasil pelo Porto do Rio.

Helene Schmidt


Helene Schmidt.


Quando li a notícia, me lembrei da minha avó Helene (avó também de Torben e Lars Schmidt Grael; de Ingrid e Anders Schmidt; de Rolf e Stephan Schmidt, além de Glenn Haynes).

Helene Margrete Jelinski, nasceu na Prússia Oriental, na cidade de Lyck (hoje Polônia). Mudou-se para Hannover durante a I Guerra Mundial após ver a sua cidade-natal ser destruída por bombardeios. Em 1922, desiludida com a Alemanha do pós-guerra e com dificuldades de relacionamentos na família, Helene decidiu mudar a sua sorte. Com muita coragem e determinação, Helene veio para o Brasil, desacompanhada, quando ainda tinha 17 anos. Não conhecia ninguém por essas bandas.

Na verdade, com quase todas as suas economias, comprou uma passagem de navio para a Argentina, mas na travessia do Atlântico conheceu um advogado brasileiro que lhe ofereceu emprego de governanta na casa de sua família, em Petrópolis. Quando o navio aportou na Baía de Guanabara, diante da maravilha do cenário e do clima agradável, decidiu que aqui seria o seu destino. Abandonou o plano platense original, aceitou o convite do advogado e ficou no Brasil. A proposta era que ensinasse alemão para os filhos do advogado, mas Helene viu na oportunidade, também, a chance de aprender o português e firmar a sua permanência no país.

Em algumas tardes de domingo mantive inesquecíveis conversas com a minha avó, embaladas pelos seus deliciosos biscoitos de gengibre e pelos programas de música clássica da rádio MEC. Ouvíamos óperas e ela me contava a sua história. Contou, então, que havia ficado hospedada na Ilha das Flores. Recebeu bons tratos ali, mas falou da apreensão de todos os hóspedes no local. Com a dificuldade de comunicação - ainda não dominavam o idioma português - e pela natural ansiedade de serem aceitos logo no país onde pretendiam construir o seu futuro, os imigrantes passavam por grande apreensão.

Helene não ficou muito tempo na Ilha das Flores. Apenas o tempo necessário até que seu futuro patrão resolvesse junto às autoridades a formalização da oferta de emprego.

Após pouco tempo como governanta, recebeu uma nova proposta de seu patrão, desta vez para trabalhar em seu escritório no Rio. Mudou-se então para a capital do Brasil. No Rio de Janeiro conheceu o engenheiro e velejador dinamarquês Preben Tage Axel Schmidt, que chegou ao Brasil dois anos depois de Helene, para responsabilizar-se por obras da empresa dinamarquesa Christiani & Nielsen. O casal contraiu matrimônio em 1931 e teve os filhos Margrete (Guida), Ingrid e os gêmeos Axel e Erik Schmidt. Todos velejadores e que marcaram a história do esporte no país: Axel e Erik foram tri-campeões mundiais de vela na Classe Snipe, campeões Pan-americanos (Classe Lightning) e passaram a ser conhecidos como Gêmeos do Mar. As filhas Margrete e Ingrid, pioneiras da vela feminina no Brasil, foram eleitas rainhas do Jogos da Primavera, competição que reunia beleza e habilidade esportiva. Na década de 1950, o título tinha grande importância e repercussão na sociedade carioca.

Axel Grael



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"Sokol" e "Turnverein"


Turnverein: foto de arquivo da Biblioteca Pública de Annaheim.


Helene foi atleta e também contribuiu para a tradição esportiva da família. Das conversas com minha avó, lembro-me da curiosidade e da fascinação que sentia com os seus relatos das práticas espotivas que participava ainda adolescente na sua cidade natal. Pelo o que descrevia, acredito que provavelmente era algo semelhante à prática dos chamados "Sokols", surgidas em Praga, em 1862, e que se difundiram por toda a Alemanha e sua região de influência. Muitos, consideram os Sokols como uma das origens da ginástica esportiva moderna.

Segundo o "Dicionário Enciclopédico Tubino do Esporte", de autoria do saudoso Manoel José Gomes Tubino (um dos maiores especialistas em esportes no Brasil), os Sokols eram:

"... um movimento social cujo meio era a atividade física, mas que tinha algumas manifestações de práticas esportivas sem sentido competitivo. O Sokol era nacionalista. Idealizado por Miroslav Tyrsch e J. Fugner, esse movimento foi desfeito após a Segunda Guerra Mundial, em 1949, quando as federações esportivas eslavas absorveram as suas práticas esportivas, mas depois foi restaurado e permanece como manifestação de identidade cultural. Os Sokols seriam inspirados nos TURNVEREIN, criados por Friedrich Ludwig Jahn, na Alemanha, em 1811".

Vovó Helene contava com emoção e alguns gestos, sobre as apresentações que participava ao cair da noite e em plena Floresta Negra. Eram grupos numerosos de estudantes, uniformizados, rigorosamente perfilados e portando tochas de fogo nas mãos. Com a música de orquestras ou bandas marciais exibiam movimentos sincronizados diante da população da pequena cidade. Eram demonstrações de ginástica e adestramento para as quais treinavam meses a fio.

Helene contava orgulhosa que não se admitiam erros. A excelência do grupo era representada pela sincronia dos movimentos e pela capacidade atlética de seus integrantes. Havia festivais onde as cidades vizinhas também se exibiam. Isso retrata bem um traço típico da cultura prussiana que é o culto à disciplina.

No Brasil, Helene velejava com seu marido Preben, nas águas da Baía de Guanabara, águas essas que cercavam a Ilha das Flores, que deu as boas vindas a essa corajosa imigrante, que como milhares de outros que para cá vieram, ajudaram a edificar o Brasil.

Axel Grael



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Parabéns à Marinha do Brasil e à UERJ pela iniciativa. Que o Museu do Imigrante seja uma realidade logo! Essa será uma justa homenagem à Baía de Guanabara que lhes serviu de porta de entrada e às muitas famílias de Niterói, do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil, cujas histórias tiveram a ajuda da Ilha das Flores.

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Saiba mais sobre a Hospedaria de Imigrantes na Ilha das Flores: