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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

ESTIAGEM: Vistoria às áreas de reflorestamento no Morro da Boa Vista



Equipes da CLIN, SMARHS e Secretaria Executiva. Verificando as áreas de plantio nas difíceis condições climáticas atuais: seca e muito calor. 


O reflorestamento das encostas da cidade de Niterói é uma das prioridades da Prefeitura e, como tal, consta do Planejamento Estratégico "Niterói Que Queremos", que é seguido pela gestão do prefeito Rodrigo Neves.

Reflorestamento é uma tarefa árdua, que requer muito trabalho de uma equipe de profissionais, demanda uma logística difícil e uma atenção permanente, principalmente pela vulnerabilidade que as áreas plantadas têm perante os danos do fogo e da falta de chuvas - principal problema que enfrentamos no momento.


Encosta do Morro da Boa Vista coberta pelo Capim-Colonião, grande inimigo das áreas de reflorestamento.

A mesma encosta recebendo o trabalho de reflorestamento em 2017. Foto de Axel Grael

O trabalho desenvolvido pela Prefeitura de Niterói tem sido reconhecido até mesmo internacionalmente. Em 2018, a FAO (órgão da ONU para a Alimentação e Agricultura) publicou um levantamento sobre boas experiências mundiais de florestas urbanas e Niterói e Lima foram as únicas cidades latino-americanas citadas.

Vistoria para verificar danos da seca

Nesta quarta-feira, 16 de janeiro, enfrentamos o sol forte e o calor inclemente de 40º e fizemos mais uma vistoria às áreas de reflorestamento no Morro da Boa Vista, para verificar o avanço dos trabalhos e os efeitos da longa estiagem sobre as mudas plantadas.

Além do rigor do calor e da falta de chuvas, a grande preocupação neste período é com as queimadas, que podem colocar a perder todo o esforço das equipes e o investimento da Prefeitura para a recuperação da vegetação e dos ecossistemas das encostas de Niterói.

A Defesa Civil de Niterói tem divulgado nos seus boletins diários (acompanhe pelo aplicativo Alerta DCNit) que o risco de fogo em vegetação tem estado no Nível de Risco de Fogo classificado como ALTO.

Normalmente, os incêndios têm origem na queima de lixo e até mesmo na ação criminosa de alguns que insistem em "queimar o mato". O problema é agravado pela presença do capim-colonião, vegetal de alta capacidade de competição com as mudas plantadas, de elevado poder comburente e que é o grande inimigo das iniciativas de reflorestamento na região do Rio de Janeiro.


Incêndio na encosta do Morro da Boa Vista em setembro de 2018. Foto do Facebook.

Dano causado pelo fogo em áreas de plantio. Foto Axel Grael

Frente de fogo contida por aceiro. Foto Axel Grael

Área de plantio prejudicada pelo fogo. Foto Axel Grael


Nas duas fotos acima, indícios de fogo criminoso. Fotos Axel Grael, setembro 2018.

Grupo de voluntários do programa Niterói Contra Queimadas, treinados pela Defesa Civil de Niterói. Foto divulgação Defesa Civil de Niterói

Niterói Contra Queimadas

Para a ação preventiva e de combate aos incêndios em vegetação, a Prefeitura desenvolve o programa Niterói Contra as Queimadas, envolvendo a Defesa Civil e a Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade (SMARHS). O Niterói Contra as Queimadas já formou mais de 200 voluntários para atuar no programa e também promove a conscientização da população contra os danos do fogo através de atividades educativas e das Rondas Preventivas, quando técnicos da Prefeitura vão às comunidades onde há maior registro de focos de incêndios, dialogam com os moradores sobre os danos ambientais e à saúde humana, além das consequências legais da prática. Os moradores também são notificados preventivamente para que não façam fogo em vegetação, em lixo e outras práticas que se constituem crime perante a legislação ambiental.

Benefícios da vegetação

O trabalho de reflorestamento desenvolvido pela Prefeitura de Niterói é importante para a cidade, pelos seguintes motivos:

  • SEGURANÇA DAS ENCOSTAS: Protege da erosão superficial, prevenindo ou minimizando riscos geotécnicos (deslizamento de encostas). Devido às características geológicas do revelo de Niterói, é muito comum a presença de matacões e pequenas rochas que mediante chuvas ou outros fatores naturais ou por causa humana, podem se deslocar e descer perigosamente a encosta afetando residências e logradouros públicos, colocando a população em risco. A presença da floresta diminui os riscos, principalmente nos casos de rochas menores.
  • PREVENÇÃO DE ENCHENTES: a floresta retém água e em ocasiões de chuvas mais fortes, evita que haja um rápido escoamento de águas, que ao chegar às áreas mais baixas da cidade provocam o transbordamento de rios e enchentes de logradouros e áreas urbanas.
  • PREVENÇÃO DO ASSOREAMENTO: a floresta evita a erosão e o carreamento de sedimentos para os rios, para as drenagens naturais ou drenagens urbanas, causando o assoreamento. Rios e drenagens assoreados são mais susceptíveis à inundação. Para preveni-la, a Prefeitura se vê obrigada a promover com frequência a limpeza e o desassoreamento de rios, que é um trabalho caro e exige muito esforço das equipes de trabalhadores da Prefeitura.
  • CLIMA E CONFORTO TÉRMICO: encostas desmatadas refletem muito mais calor e aquece os bairros próximos. Com mais calor, aumenta a despesa com ar-condicionado em imóveis e veículos. Portanto, as florestas e a arborização urbana são formas eficientes de se combater as chamadas Ilhas de Calor Urbano (veja postagens ao final do presente texto). Por sua importância para a qualidade de vida na cidade, o Plano Diretor de Niterói estabeleceu diretrizes específicas para a abordagem do tema climático no planejamento urbano. Para saber mais, leia Parques e Clima no Planejamento Urbano de Niterói
  • DESMATAMENTO E FOGO: os incêndios em vegetação, exceto nos casos de raios - praticamente a única hipótese de ignição natural, sempre tem origem humana e são a maior causa de destruição de florestas. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, áreas desmatadas são rapidamente ocupadas pelo capim-colonião, que por sua vez é altamente comburente e, portanto, susceptível ao fogo. O fogo no capim-colonião é de difícil controle, principalmente em encostas e, com frequência, incêndios iniciados em áreas de capim alastra-se para outras áreas ainda florestadas, ampliando a destruição.
  • FLORESTA E POLUIÇÃO DO AR: florestas previnem a formação de poeira e são importantes filtros para a retenção de particulados (poeira), melhorando muito a qualidade do ar. Também cabe destacar que, como vimos acima, florestas amenizam o clima e a ausência dela provoca maior aquecimento. Em locais mais quentes, veículos utilizam mais o ar-condicionado, o que aumenta o consumo de combustível. Maior gasto de combustível implica em maior emissão de gases por parte dos veículos e, considerando que o transporte é o maior responsável pela poluição atmosférica nos grandes centros urbanos. Portanto, podemos afirmar que florestas ajudam a prevenir a poluição do ar.
  • FLORESTA E LIXO: segundo estudos realizados pela Prefeitura de Niterói, a maior causa de incêndios em vegetação são a queima de lixo e balões, práticas ilegais e que precisam ser combatidas. 

Nascente em fase de recuperação pela Prefeitura.

  • FLORESTA E ÁGUA: o Brasil acabou de passar por uma grave crise hídrica e muitas cidades ficaram com o abastecimento de água comprometido. Sofremos as consequências da crise hídrica também na conta de energia, que foi sobre taxada devido à falta de água nos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de energia do país. As florestas são fundamentais para proteger os mananciais. Sem floresta, as nascentes secam. Sem as nascentes, os rios perdem a sua vazão e a natureza e o ser humano perdem a capacidade de sobrevivência.
  • BIODIVERSIDADE: florestas abrigam inúmeras espécies vegetais e atraem animais. Áreas desprovidas de florestas são pobres em biodiversidade.
  • PAISAGEM, LAZER E TURISMO: florestas são oportunidades para o lazer, recreação e para o turismo. Portanto, além de beneficiar diretamente a população, contribuindo para a qualidade de vida, florestas são indutores do turismo, gerando empregos e movimentando a economia.

Veja, a seguir, os registros fotográficos desta última visita ao reflorestamento do Morro da Boa Vista:


Erica, figura de destaque da equipe de profissionais da Clin que desenvolve com dedicação o trabalho de plantio e manutenção do reflorestamento. 

Nas áreas mais altas, a erosão já levou boa parte dos horizontes de solo. O solo rochoso, seco e com baixa fertilidade é um desafio a mais para o plantio e sobrevivência das mudas. Foto Axel Grael.

Muda enfrentando bravamente as duras condições locais. Foto Axel Grael.

Muda demonstrando os efeitos da falta de chuvas, mas resistindo. Foto Axel Grael.

Mudas mais desenvolvidas e já começando a sombrear o solo. A sombra é o principal inimigo do capim-colonião e amiga do reflorestamento. Foto Axel Grael.

Área de plantio mais consolidado e com sombreamento mais efetivo do solo. Foto Axel Grael.


VIDAS SECAS: Lutando para superar a estiagem

Equipes da Clin, lideradas pelo engenheiro florestal Luiz Vicente Peres, desenvolveram técnicas eficientes de irrigação com o reaproveitamento de embalagens PET, para manter as mudas com uma oferta de água por gotejamento, para que sobrevivam aos rigores climáticos.


Encosta plantada. No centro da foto, recipientes para estocagem de água para irrigação. Foto Axel Grael.

Garrafas PET cheias de água para colocação nas mudas. Foto Axel Grael.

Mudas com as garrafas PET já dispostas. Foto Axel Grael

Muda com o sistema de irrigação com garrafa PET. Foto Axel Grael

Tentativa de recuperação de muda com o sistema de irrigação com garrafa PET. Foto Axel Grael.

Muda e garrafa PET. Foto Axel Grael


UFA...!!!

Um dia de muito suor e pernas cansadas, mas de muita satisfação em ver o trabalho avançando e a capacidade de resiliência do reflorestamento.





Nas fotos acima: Christa Grael no Boa Vista. Amar é...encarar 40°C na trilha com ele... 


Equipe guerreira...

Três engenheiros florestais: Luiz Vicente Peres, Valéria Braga e Axel Grael.

Parabéns ao engenheiro florestal Luiz Vicente Peres e aos profissionais da Prefeitura de Niterói pelo belo trabalho desenvolvido no Morro da Boa Vista.

Vamos torcer para que as chuvas voltem logo para ajudar as nossas mudas e para afastar o risco de queimadas.

Vamos em frente!

Axel Grael
Engenheiro florestal
Secretário Executivo
Prefeitura de Niterói





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