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quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Prefeitura de Niterói inicia a restauração da vegetação da Ilha da Menina, em Itaipu





Técnicos da Prefeitura, organizações especializadas colaboradoras e voluntários ajudando na preparação do terreno e plantios de espécies nativas na Ilha da Menina.

Intervenções integram projeto que também recupera restingas, manguezais e áreas de Mata Atlântica no município, num total de 203,1 hectares

A Ilha da Menina, em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, começou a ter o seu ecossistema reconstruído. O pequeno pedaço de paraíso da cidade, que sofreu com a ação do tempo e a degradação do homem, inicia a intervenção, que inclui o plantio experimental de mudas nativas, escolhidas por especialistas para aquela área, que está sendo realizada pela Prefeitura de Niterói por intermédio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade - SMARHS.

A ação faz parte do Projeto de Restauração Ecológica e Inclusão Social, executado pelo órgão em diversas áreas do município, e integra o maior projeto de revegetação já realizado na cidade.

A política de áreas verdes adotada pela Prefeitura de Niterói tem alcançado um grande destaque internacional em função da criação de áreas protegidas, que ocupam mais da metade do território da cidade, e o trabalho de recuperação de ecossistemas, com ações de reflorestamento, a renaturalização do Rio Jacaré e a implantação do Parque Orla de Piratininga, entre outros. A revegetação da Ilha da Menina integra o trabalho que a Prefeitura vem desenvolvendo para fazer da cidade uma referência de políticas de sustentabilidade e resiliência climática”, destaca o prefeito de Niterói, Axel Grael.

Restaurar a vegetação da ilha, que fica a cerca de 1 quilômetro da Praia de Itaipu, exige uma logística complexa para o deslocamento em barco e bote das mudas e ferramentas para o plantio. Além dos técnicos, o trabalho envolve ainda um grupo de voluntários e representantes do Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset), da Reserva Extrativista de Itaipu (Resex), do Departamento de Biologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC) e do grupo de canoa havaiana Vou de Canoa. A ação teve início nesta sexta-feira (16).

Antes da intervenção prática, foi realizado um diagnóstico meticuloso sobre a formação vegetal, tipo de solo, fauna, presença de água doce e profundidade associados à topografia. Após o levantamento, teve início a elaboração do planejamento para as incursões visando o plantio, manutenção e monitoramento de plantas nativas e invasoras.

“O que estamos fazendo é a maior restauração ecológica já realizada pelo município e vamos levar isso para as gerações futuras. É um trabalho feito em todas as regiões por técnicos, com a ajuda de voluntários. Vamos avançar nas nossas metas protegendo cada vez mais as áreas verdes de Niterói”, afirma o secretário municipal de Meio Ambiente, Rafael Robertson.

O subsecretário de Sustentabilidade e coordenador do Projeto de Restauração Ecológica, Allan Cruz, explica que essa primeira intervenção será experimental, com o plantio de 80 mudas e posterior acompanhamento do desenvolvimento das plantas para avaliar se a estratégia funcionou. Neste primeiro trabalho, serão plantadas mudas das espécies nativas: Aroeira (Schinus terebinthifoliu), Capororoca (Myrsine umbellata), Colo de Pescoço (Sophora tomentosa) e Araçá da Praia (Psidium cattleianum).

“Nossa expectativa é que o experimento seja bem-sucedido para que mais à frente possamos ter um cronograma regular de plantio na ilha. Estamos muito entusiasmados em avançar com o projeto de restauração, é um trabalho muito aguardado por todos os que estão envolvidos porque é uma iniciativa inédita em Niterói”, afirma Cruz.

O professor e especialista em revegetação e restauração ecológica do Departamento de Biologia da PUC, Richieri Sartori, participa desta fase do projeto na Ilha Menina. Ele é responsável por trabalho semelhante que vem sendo realizado nas Cagarras, no Rio.

Sartori explica que no levantamento realizado na ilha niteroiense verificou-se uma presença maciça de capim colonião. Essa espécie invasora dificulta a restauração com plantio manual de vegetação nativa.

“Optamos por plantar espécies de crescimento rápido para acelerarmos a cobertura da área e controlar a dominância atual do capim colonião. A única forma de retirar o capim colonião é cobrindo a área”, afirma o professor.

O plantio de espécies nativas também irá contemplar áreas no entorno da Lagoa de Itaipu e manguezais.

O Projeto de Restauração Ecológica e Inclusão Social teve início em 2019, com investimento de R$ 2,9 milhões, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo do programa é recuperar um total de 203,1 hectares de diferentes fitofisionomias da Mata Atlântica. Está sendo executado nas praias de Camboinhas, Itacoatiara, Itaipu e Charitas, além do entorno da Lagoa de Itaipu e no Parque Natural Municipal de Niterói (Parnit).

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