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sábado, 2 de março de 2019

Anunciada a DÉCADA DA ONU PARA A RESTAURAÇÃO DOS ECOSSISTEMAS 2021-2030



Paisagem rural na Guatemala.


COMENTÁRIO:

O anúncio da instituição da Década da ONU para a Restauração dos Ecossistemas 2021-2030 foi proposto pelo governo de El Salvador, com o apoio dos países do Sistema de Integração Centro-americana (SICA), durante um evento internacional realizado em Foz do Iguaçu, onde representantes de diversos países se reuniram em março de 2018 para dar continuidade ao Desafio de Bonn. Em 2012, o Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais do menor país da América Central deu início ao Programa de Restauração de Ecossistemas e Paisagens Rurais de El Salvador, que foi a inspiração para que a mesma iniciativa fosse proposta como um esforço global em Foz do Iguaçu.

Desafio de Bonn

O Desafio de Bonn foi lançado em 2011 pelo governo alemão e pela IUCN e, posteriormente, foi endossado pela Declaração de Nova York sobre Florestas, aprovada na Conferência do Clima de 2014.

A base para o Desafio de Bonn foi o conceito de Restauração da Paisagem Florestal (FLR), que tem como objetivo restaurar a integridade ecológica e melhorar a qualidade de vida da população através de paisagens multifuncionais.

A proposta do Desafio de Bonn era restaurar 150 milhões de hectares no mundo inteiro até 2020 e 350 milhões de hectares até 2030. 

A restauração de 150 milhões de hectares de áreas desmatadas e degradadas em biomas do mundo todo - com os princípios da FLR - geraria benefícios da ordem de 84 bilhões de dólares/ano com impactos positivos diretos em oportunidades para comunidades rurais. Além disso, cerca de 90% dos investimentos seria potencialmente negociáveis nos sistemas de mercado de carbono e outros.

O alcance da meta de 350 milhões de hectares gerará US$ 170 bilhões/ano em benefícios líquidos de recuperação de mananciais e bacias hidrográficas, produtividade agrícola e produtos florestais e poderia sequestrar anualmente 1,7 gigatoneladas de CO2 equivalente.

É importante ressaltar que a proposta não é, obviamente, transformar áreas de produção agropecuária em áreas florestais, mas recuperar áreas degradadas. Segundo levantamentos, estas áreas disponíveis no mundo somam cerca de 2 bilhões de hectares, o que corresponde a mais do que toda a área da América do Sul.

Destas áreas, localizadas prioritariamente em regiões tropicais e temperadas:

  • 1,5 bilhão de hectares têm vocação para restauração em forma de mosaicos, em que florestas e arborização são combinadas com outros tipos de uso do solo, incluindo agrosilvicultura, agricultura familiar e pequenos assentamentos.
  • Cerca de 500 milhões de hectares poderiam ser apropriados para restauração com prioridade florestal em larga escala.
  • Adicionalmente a estes 2 bilhões de hectares, existem cerca de 200 milhões de hectares de terras despovoadas de florestas boreais que foram degradadas pelo fogo. Essas áreas são consideradas de difícil recuperação devido à sua situação em áreas remotas.

Compromisso brasileiro

Cabe também lembrar que em dezembro de 2016, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, anunciou a contribuição voluntária brasileira ao Desafio de Bonn: 

  • Até 2030, o país irá restaurar, reflorestar e promover a regeneração natural de 12 milhões de hectares de áreas florestais. 
  • Além disso, serão implementados cinco milhões de hectares de sistemas agrícolas que combinem agricultura, pecuária e floresta e recuperados cinco milhões de hectares de pastagens degradadas.

Para alcançar essas metas, o Brasil estabeleceu uma Política Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa (Proveg), que será implementada pelo Plano Nacional de Recuperação de Vegetação Nativa (Planaveg)

Desafios na conjuntura nacional atual

Apesar do protagonismo brasileiro em um passado recente no cenário diplomático da agenda do clima, hoje temos no Governo Bolsonaro um ambiente refratário ao tema e até mesmo uma ameaça textual do presidente de tirar o Brasil da Convenção do Clima e declarações reativas do atual ministro do Meio Ambiente.

O Governo Bolsonaro vira as costas para um movimento irreversível no mundo ao se aliar às teses dos setores mais atrasados do ruralismo brasileiro. 

A atitude irresponsável do atual governo têm colocado o Brasil como objeto das críticas mundiais. O lamentável recuo brasileiro nos exclui de grandes oportunidades, uma vez que o Brasil seria um dos países que mais teria a ganhar, por suas vastas extensões de terras disponíveis para a recuperação, que habilitaria o país a receber investimentos internacionais, beneficiando comunidades rurais e até mesmo cidades e regiões metropolitanas, como Niterói pode colocar-se como um exemplo.

Que o Brasil saia das sombras e abrace a agenda que salvará as atuais e futuras gerações da imprevidência e inação dos tomadores de decisão do momento. 

Fiat lux! Que se faça luz na escuridão.

Axel Grael
Engenheiro Florestal

Secretário Executivo
Prefeitura de Niterói





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Bienvenida, Década de las Naciones Unidas para la Restauración de los Ecosistemas 2021-2030

Las Naciones Unidas han emitido un histórico “llamado a la acción” para movilizar el apoyo político y financiero necesario para restaurar los ecosistemas degradados y deforestados del planeta en la próxima década, y así impulsar el bienestar de 3.200 millones de personas en todo el mundo. Más de 2 mil millones de hectáreas, un área más grande que el continente sudamericano, podrán ser restauradas gracias a esta iniciativa.

La Década de las Naciones Unidas para la Restauración de Ecosistemas, aprobada por la Asamblea General el 1 de marzo, se extenderá desde 2021 hasta 2030 y promoverá la ampliación de los trabajos de restauración para abordar la grave degradación de los paisajes, incluidos los humedales y los ecosistemas acuáticos en todo el mundo.

Se espera que la Década lleve las acciones de restauración de los paisajes a la cima de las agendas nacionales, en base a la creciente demanda pública de acción en temas como el cambio climático, la pérdida de biodiversidad y los impactos resultantes sobre las economías y los medios de vida.

“Creo que hay muchas estrellas que se están alineando ahora”, dijo Tim Christophersen, jefe de la Subdivisión de Agua, Tierras y Clima de ONU Medioambiente, quien se desempeña como presidente de la Asociación Global sobre Restauración del Paisaje Forestal, en una entrevista con Landscape News.

“Tenemos que conservar lo que queda, detener el sangrado, pero también darle a la paciente Tierra una transfusión de sangre”, dijo.

“Estas cosas tienen que ir en paralelo. Hay una comprensión más clara de eso ahora, y el amplio movimiento para la restauración tiene muchos años de experiencia”, agregó.

ONU Medioambiente trabajará con la Organización de las Naciones Unidas para la la Alimentación y la Agricultura (FAO) en la dirección de la implementación de la Década.

La idea de la Década surgió a partir de una propuesta de El Salvador, un líder latinoamericano de los esfuerzos ambientales, a fin de unificar recursos globales y dedicar 10 años a promover acciones de restauración. Durante un evento clave como parte de las actividades del Desafío Bonn en marzo de 2018 en Foz de Iguazú, Brasil, el Ministerio de Medio Ambiente y Recursos Naturales de El Salvador (MARN) instó a la comunidad internacional a apoyar la idea de una década dedicada a la restauración de los paisajes.

El MARN, junto con el ex director de ONU Medioambiente, Erik Solheim, continuó promoviendo la adopción de la Década en otro evento GLF en Nairobi en agosto 2018, un preludio directo a la propuesta de la Década que se hiciera pública en septiembre pasado en la Asamblea General de la ONU en Nueva York.

Se estima que la degradación de la tierra le cuesta a la economía mundial entre USD 2 y 4,5 mil millones cada año, mientras que los beneficios económicos de los esfuerzos de restauración podrían alcanzar anualmente un estimado de USD 84 mil millones. Cada año, al menos 7 millones de hectáreas de paisajes forestales tropicales desaparecen o son degradados, lo que pone en riesgo los medios de vida, la biodiversidad y la seguridad alimentaria, al tiempo que exacerba el cambio climático, los conflictos sociales y la migración humana.

La Década también tiene como objetivo restaurar las zonas costeras y humedales, ecosistemas que han ido disminuyendo incluso más rápidamente que los ecosistemas terrestres. Se proyecta que los arrecifes de coral disminuirán en un 70 a 90 por ciento más, con un aumento de 1.5 grados Celsius de la temperatura global, con graves efectos para la biodiversidad, la economía global y la atmósfera.

“Esta es una gran oportunidad para generar impulso y voluntad política, conciencia, y capacidad técnica en todos los niveles”, dijo Christophersen. “Y creo que estamos listos, porque existe un movimiento muy amplio de restauración que tiene muchos años de experiencia. Estamos listos para escalar”.

Un mayor financiamiento podría implementar y ampliar los proyectos de restaurar ecosistemas, revertir la degradación de los suelos y la pérdida de la biodiversidad, así como afianzar los esfuerzos a nivel nacional para cumplir con los objetivos de la Agenda 2030 para el Desarrollo Sostenible y los Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS).

“La degradación de nuestros ecosistemas ha tenido un impacto devastador tanto en las personas como en el medio ambiente”, dijo Joyce Msuya, directora ejecutiva interina de ONU Medioambiente en un comunicado de prensa. “Estamos entusiasmados de que el impulso para restaurar nuestro entorno natural haya ido ganando espacio, porque la naturaleza es nuestra mejor alternativa para enfrentar el cambio climático y asegurar el futuro”.

La Década para la restauración acelerará los objetivos ya existentes, como el Desafío de Bonn, que apunta a restaurar 350 millones de hectáreas de ecosistemas degradados para 2030, por un valor estimado USD 800 mil millones. Hasta la fecha, unos 57 países, gobiernos subnacionales y organizaciones privadas se han comprometido a restaurar más de 170 millones de hectáreas, en base a esfuerzos regionales como la Iniciativa 20×20 en América Latina y la AFR100 para la restauración del paisaje forestal africano, cuya meta es restaurar 100 millones de hectáreas de tierras degradadas para 2030.

La restauración de 350 millones de hectáreas de tierra degradada para 2030 podría generar USD 9 mil millones en servicios ecosistémicos y eliminar de la atmósfera entre 13 y 26 gigatoneladas de gases de efecto invernadero, algo fundamental para los medios de vida y el bienestar humano, agregó José Graziano da Silva, director general de la FAO.

“Nuestros sistemas alimentarios globales y los medios de vida de miles de millones de personas dependen de que todos trabajemos juntos para restaurar ecosistemas sanos y sostenibles para hoy y para el futuro”, dijo.

La restauración de los ecosistemas también es fundamental para lograr los Objetivos de Desarrollo Sostenible, en particular el referido al cambio climático, la erradicación de la pobreza, la seguridad alimentaria, el agua y la conservación de la biodiversidad.

“Creemos que todos los países, de alguna manera, están preparados para dar un gran salto en la restauración”, dijo Lina Pohl, ministra de medio ambiente y recursos naturales de El Salvador.

“Esto no se puede lograr en solo un año. No puedes restaurar un país en un año. Por eso se necesita un esfuerzo coordinado durante una década”, destacó.

Para leer:

Nota Conceptual de la Década de las Naciones Unidas para la Restauración de Ecosistemas 2021-2030

Jefe de ONU Medio Ambiente respalda propuesta de Década de la ONU para la Restauración de los Ecosistemas

Países miembros de la Iniciativa 20 × 20 piden tener un mejor acceso a fondos climáticos y financiamiento privado para la restauración de tierras

Los delegados del Brasil del Desafío de Bonn evalúan los esfuerzos de restauración forestal en todo el mundo


Fonte: Global Landscapes Forum




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Referências

The Bonn Challenge











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