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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Caminhos ‘escondidos’ e maravilhosas trilhas desconhecidas em Niterói


O ecologista Cássio Garcez explica que tão importante quanto conhecer as trilhas da cidade é o trabalho de conscientização e preservação dos recursos ambientais, como fauna e flora, inseridos nelas. Fotos: Léo Fonseca.


Marcel Tardin

Cidade possui trilhas belíssimas, ainda pouco conhecidas pela população, mas que necessitam de preservação. São localizadas na Região Oceânica da cidade

Ar puro, silêncio intenso, fauna e flora vibrante diante de olhos que tentam se acostumar ao verde intenso de lugares ainda salvos da “selva de concreto”. Paraíso? Trata-se apenas de algumas das trilhas ainda desconhecidas de grande parte da população de Niterói. Localizadas na Região Oceânica da cidade, os locais, que ainda conseguem sobreviver à ação do homem, apresentam um refúgio contra o estresse da vida cotidiana.

Ao contrário das trilhas tradicionais da cidade, como o Costão, Alto Mourão, Parque da Cidade e Bananal, ainda há locais na região que apresentam uma faceta mais tranquila e preservada dos impactos gerados a cada visitação turística. Como uma espécie de guardião dos locais, o ecologista Cássio Garcez, fundador e coordenador do grupo de caminhadas ecológicas Ecoando, conhece como poucos os segredos de cada uma das trilhas inusuais da cidade.

“A importância de sair um pouco daqueles lugares comuns é porque já estão muito saturados. Então além de sobrecarregar esses lugares com o impacto da visitação, que sempre ocorre, é importante tentar pulverizar isso, porque além de estar diminuindo essa pressão sobre esses lugares, estamos abrindo o leque do cidadão para ter mais conhecimento e procurar valorizar esses lugares”, explica Cássio.

O Morro da Peça, em Itaipu, apresenta uma subida mais cansativa para os visitantes.

Uma delas é a Ilha do Pontal, que fica localizada às margens da Lagoa de Piratininga. Depois de cerca de 30 minutos de caminhada revela-se uma paisagem linda da beira da lagoa, além disso a ilha – que foi assoreada devido às modificações artificiais nas lagoas de Itaipu e Piratininga – é um importante sítio arqueológico para a cidade.

“Essa é uma trilha pouco conhecida, mas muito interessante, não só do ponto de vista ambiental, por toda a biodiversidade que há aqui, mas tem também muita pré-história. Existe uma sambaqui semidestruído, que comprova a existência de pessoas aqui há milênios. É também uma trilha levinha e possui um panorama”, conta o ecologista.

Também às margens da lagoa encontra-se outro local de pouco conhecimento popular, porém com uma vista belíssima: o Morro do Boqueirão. O contraforte faz parte da cadeia de pequenas montanhas que compõem o Morro da Viração, que separa a Região Oceânica da Metropolitana da cidade. O projeto de construção do Túnel Charitas – Cafubá, por exemplo, passa próximo desse local.

“O Morro do Boqueirão na verdade faz parte do Morro da Viração, que é essa serrinha que divide a Região Oceânica da Baía de Guanabara. Por conta de ser um recanto, esse lugar conseguiu fugir da especulação imobiliária, por seu difícil acesso. Além da sua beleza cênica, temos muita biodiversidade aqui, inclusive pau-brasil, pau-ferro e outras espécies raras”.

Outro ponto interessante de conferir é o Morro da Peça, localizado em Itaipu. Do alto dos seus 100 metros, os visitantes têm a chance de observar um panorama limpo da lagoa do bairro e das praias oceânicas.

Preservação – Apesar de escondidos e longe da grande presença de visitações, Cássio alerta para a importância de zelar pela preservação das trilhas pouco conhecidas da cidade.

“São lugares que mesmo não tão conhecidos precisam ser valorizados, por isso as autoridades precisam de leis firmes e a população precisa evitar de jogar lixo e guimbas de cigarro para evitar queimadas”, esclareceu.

Fonte: O Fluminense

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