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domingo, 22 de setembro de 2019

Brasil tem sete espécies de árvores em risco de extinção





Suzana Camargo

Em muitas culturas, lendas contam que as árvores têm alma. Em algumas, elas seriam as guardiãs das florestas. Na Amazônia, os locais contam a história da gigante samaúma, também chamada de sumaúma (Ceiba pentranda), que pode atingir até 70 metros de altura. A árvore sagrada para os indígenas seria “a mãe de todas as árvores”.

Assim como oito mil outras espécies de árvores, a samaúma é nativa do Brasil. Nosso país tem o maior número de diferentes espécies do planeta. Das 60.065 árvores identificadas no mundo, 14% delas estão em solo brasileiro.

Os dados são do estudo Global Tree Search, realizado pela Botanical Gardens Conservation International, em 2017. A pesquisa apurou números, nomes de espécies e a distribuição de árvores em seus respectivos países.

Todavia, infelizmente, algumas das árvores brasileiras estão ameaçadas de extinção, entre elas, aquela que se tornou símbolo da nação: o pau-brasil.

“Quando pensamos na extinção de uma espécie, precisamos pensar nela como integrante de uma realidade maior. Com o desaparecimento de uma árvore, é como se o ecossistema perdesse um órgão. Isso enfraquece todo o bioma”, explica Carlos Augusto Figueiredo, professor do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.

Confira abaixo as sete espécies de árvores com risco de desaparecer das florestas brasileiras:

  • Pau-brasil: a árvore que batizou o país começou a ser explorada em 1503. Com altura entre 10 e 15 metros, a espécie era encontrada em grande quantidade na Mata Atlântica e chegou a ser considerada extinta. Foi redescoberta em Pernambuco, em 1928. Em 1978, por meio da Lei nº 6.607, o dia 3 de maio foi instituído como o dia oficial do pau-brasil.
  • Castanheira-do-Brasil: nativa da Amazônia, pode atingir entre 30 e 50 metros de altura e chegar a 2 metros de diâmetro. É uma das árvores mais altas da região amazônica, crescendo nas margens de grandes rios.
  • Braúna: natural da Mata Atlântica e com altura que varia entre 20 e 25 metros, a braúna possui cor acastanhada e, quanto mais o tempo passa, mais escura sua casca se torna.
  • Cedro-rosa: de grande porte, essa espécie pode ser encontrada em diferentes biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado e também na Mata Atlântica, sendo mais abundante entre os estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Alcançando até 30 metros de altura, a árvore produz um fruto que, ao abrir para soltar suas sementes, assume a forma de uma flor de madeira.
  • Araucária: também conhecida como pinheiro-do-paraná, a árvore símbolo do estado produz uma semente conhecida como pinhão, usada na alimentação de animais silvestres, domésticos e do homem. Com uma quantidade cada vez menor desta espécie na natureza e com os frutos também sendo consumidos pelo homem, aves que dependem da semente para alimentação, como o papagaio-charão e o papagaio-de-peito-roxo, que atualmente estão ameaçados de extinção, são prejudicados.
  • Mogno: também conhecido como Aguano, Araputanga e Acapú. Natural da Amazônia, a espécie tem sua cor como uma característica predominante – varia do marrom avermelhado ao vermelho. Com crescimento rápido, a árvore pode atingir 4 metros com apenas dois anos de idade.
  • Jequitibá-rosa: chega até 50 metros de altura e é nativa da Mata Atlântica. O exemplar de jequitibá-rosa de Santa Rita do Passa Quatro é considerado a árvore mais antiga do Brasil, com idade estimada de 3.000 anos.

*Com informações da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, entidade que reúne profissionais atuantes em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.


Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.

Fonte: Conexão Planeta








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